ABGD completa 10 anos e lança campanha nacional pela democratização da energia no Brasil
- Energy Channel United States

- 2 de out.
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Brasília – A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) celebrou nesta semana, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, uma década de atuação em defesa da energia renovável no país. O evento reuniu parlamentares, lideranças do setor elétrico, representantes de associações setoriais, investidores e executivos de empresas ligadas à transição energética.
Fundada em 2015, a ABGD chega ao seu aniversário de 10 anos com números que reforçam a relevância da geração distribuída (GD) na matriz elétrica brasileira: já são mais de 43 GW de potência instalada, em aproximadamente 3,8 milhões de unidades geradoras, beneficiando quase 7 milhões de consumidores diretos e impactando positivamente cerca de 20 milhões de brasileiros.
Durante a cerimônia, a entidade lançou a campanha “Energia Limpa e Democrática”, que reforça a importância da GD como instrumento de inclusão social, redução de emissões, estímulo à economia e fortalecimento da transição energética do Brasil.
Os “4 Ds” da transformação energética
Ao longo do evento, especialistas e parlamentares destacaram os vetores que sustentam o avanço da geração distribuída no Brasil e no mundo:
Descarbonização: redução das emissões de gases de efeito estufa;
Descentralização: expansão de sistemas de geração próximos ao consumidor;
Democratização: acesso ampliado e maior protagonismo do consumidor;
Digitalização: modernização e automação da infraestrutura de transmissão e distribuição.
“O consumidor deixou de ser passivo. Hoje, ele quer produzir sua própria energia, participar ativamente da transição energética e ter maior autonomia”, destacou um dos representantes da associação.
Avanços e desafios
Apesar do crescimento acelerado, a ABGD reforçou a necessidade de segurança jurídica, estabilidade regulatória e regras claras para garantir previsibilidade aos investidores e consumidores.
Autoridades presentes também lembraram que a GD desempenha papel estratégico em regiões isoladas, como a Amazônia Legal, onde milhares de famílias ainda dependem de geradores a diesel para ter acesso limitado à energia. Projetos de mini redes renováveis com armazenamento já começam a mostrar caminhos para levar eletricidade limpa e contínua a comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas.
Uma década de conquistas
O presidente da ABGD, Carlos Evangelista, ressaltou que o avanço da geração distribuída no Brasil só foi possível graças à união de esforços entre setor privado, Congresso Nacional e órgãos reguladores, que viabilizaram marcos fundamentais como a Resolução Normativa 482 da Aneel e a Lei nº 14.300.
“De um setor incipiente em 2015, chegamos a uma potência instalada que já representa uma verdadeira revolução energética. O Brasil tem tudo para se tornar referência mundial em energia limpa e descentralizada”, afirmou Evangelista.
Próximos passos
Com a COP30 no horizonte, a ABGD reforça que a GD deve ser parte essencial da estratégia brasileira para acelerar a transição energética, reduzir custos, gerar empregos e ampliar a competitividade da indústria nacional.
A campanha recém-lançada buscará dialogar com governo, formadores de opinião, investidores e sociedade civil, defendendo o direito de cada cidadão de gerar e consumir sua própria energia limpa.
“Mais do que painéis solares, estamos falando de um novo modelo de matriz elétrica: sustentável, digital, inclusiva e voltada para o futuro. A geração distribuída é, e continuará sendo, um dos pilares dessa transformação”, concluiu a associação.
ABGD completa 10 anos e lança campanha nacional pela democratização da energia no Brasil































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