Acesso ao crédito ainda é barreira para pequenos negócios no setor de energia limpa
- Energy Channel United States

- 4 de ago.
- 2 min de leitura
Sem garantias, empreendedores sustentáveis enfrentam dificuldade para viabilizar seus projetos no sistema financeiro tradicional

Imagine se o mundo parasse para um balanço. O resultado revelaria um dado alarmante: dois terços da economia global estão alicerçados em crédito. No entanto, para boa parte dos pequenos empreendedores especialmente aqueles que atuam na base da economia verde e sustentável esse crédito ainda é um território praticamente inacessível.
Enquanto grandes corporações têm à disposição linhas robustas de financiamento, garantias e histórico consolidado, os micro e pequenos negócios enfrentam barreiras estruturais. Muitos sequer conseguem entrar em uma agência bancária com a expectativa de obter um empréstimo.
Não por falta de capacidade de inovar, mas por não apresentarem garantias que atendam às exigências do sistema financeiro.
De acordo com levantamentos recentes do Sebrae, a cada 10 solicitações de crédito feitas por pequenos negócios, apenas quatro são aprovadas. E o principal motivo da recusa é justamente a ausência de garantias reais imóveis, faturas, ativos ou outros bens que os bancos considerem suficientes para mitigar o risco.
Impactos diretos no setor de energia renovável
Esse gargalo no acesso ao crédito não afeta apenas o comércio ou os serviços. Empreendedores do setor de energia solar, eólica, eficiência energética e tecnologias verdes também sofrem os reflexos desse cenário. Muitos projetos promissores de geração distribuída, microgeração solar, instalação de sistemas fotovoltaicos e inovação energética são travados antes mesmo de sair do papel.
“O pequeno empreendedor da energia limpa tem o conhecimento técnico, o mercado local, a motivação. O que falta, muitas vezes, é o capital de giro ou o investimento inicial. Sem isso, ele fica à margem da transição energética”, destaca um analista do setor ouvido pelo EnergyChannel.
Alternativas em construção: fundos garantidores e cooperativas de crédito
Diante desse panorama, iniciativas como fundos garantidores, fintechs e cooperativas de crédito surgem como alternativas viáveis para destravar o financiamento de pequenos negócios ligados à sustentabilidade. Entidades do setor também têm pressionado por mudanças nas políticas públicas e nos critérios de avaliação de risco bancário, especialmente para quem atua com inovação e impacto ambiental positivo.
“É necessário construir um sistema financeiro mais inclusivo, que compreenda as especificidades do pequeno empreendedor e o valor estratégico dos negócios sustentáveis”, afirma a economista Ana Lúcia Campos, especialista em financiamento verde.
Caminho para a democratização da energia
À medida que o Brasil avança na transição energética e na descentralização da geração, garantir acesso a crédito para pequenos empreendedores da energia limpa será decisivo. Do instalador autônomo ao microgerador rural, todos precisam de condições reais para crescer, inovar e participar ativamente da revolução energética em curso.
No EnergyChannel, seguimos acompanhando de perto os avanços e os desafios desse ecossistema que busca transformar a matriz energética brasileira com inclusão, tecnologia e protagonismo local.
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