Agência Internacional de Energia revela avanços e desafios no combate às emissões de metano mundialmente
- Energy Channel United States

- 7 de mai.
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Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), embora as ações para aumentar a transparência e monitoramento das emissões de metano estejam avançando, os níveis globais permanecem alarmantemente elevados, representando um obstáculo significativo na luta contra o aquecimento global. O recém-lançado **Global Methane Tracker 2025** demonstra que, embora técnicas para reduzir vazamentos estejam disponíveis e se mostrem altamente rentáveis, a implementação dessas medidas ainda está aquém das metas internacionais.

O relatório aponta que, em 2024, potencialmente mais 100 bilhões de metros cúbicos de gás natural poderiam ter sido levados ao mercado, caso as estratégias de mitigação fossem amplamente adotadas. A economia de recursos e o impacto positivo na segurança energética tornam a redução do metano uma prioridade global — sobretudo em um momento de temperaturas recordes que persistem por dois anos consecutivos.
Dados mais precisos, maior transparência
O novo tracker incorpora dados históricos, informações de satélites e campanhas de campo, oferecendo uma visão detalhada sobre as fontes de emissão, incluindo instalações abandonadas, minas de carvão e outros pontos críticos. Com mais de 25 satélites capazes de detectar vazamentos substanciais, o relatório mostra que grande parte das emissões ainda não são monitoradas adequadamente, embora haja avanços na coleta de dados.
De acordo com Fatih Birol, diretor executivo da AIE, “a luta contra vazamentos e queima de metano oferece duplo benefício: alavanca a segurança energética e reduz emissões. No entanto, nossas análises indicam que os esforços estão aquém do potencial técnico disponível”. Ele reforça ainda que "a now é o momento de acelerar a implementação de medidas que possam transformar o cenário global de emissões".
Setor de combustíveis fósseis: gigante produtor de metano
Atualmente, o setor de petróleo, gás e carvão responde por quase um terço das emissões globais de metano provenientes de atividades humanas. A produção recorde de combustíveis fósseis mantém as emissões em mais de 120 milhões de toneladas por ano, uma cifra que sequer leva em consideração a quantidade de gás potencialmente recuperável, que poderia ser evitada com tecnologias existentes.
O relatório revela que, mesmo com compromissos de redução por parte de governos e empresas, apenas cerca de 5% da produção global de petróleo e gás é efetivamente monitorada com padrões que garantam emissões próximas a zero. Ainda assim, uma parcela significativa da mitigação — estimada em 70% — já possui tecnologia disponível e em operação, podendo ser financeiramente atrativa, já que o gás capturado pode ser comercializado.
Vazamentos e emissões ocultas
Entre as fontes de maior impacto, o documento destaca os vazamentos de grandes proporções capturados por satélite, além das emissões de instalações abandonadas e minas de carvão, que juntas contribuíram com cerca de 8 milhões de toneladas de metano em 2024, posicionando-se como o quarto maior emissor global de metano proveniente de fontes fósseis.
Ao analisar a disparidade entre diferentes países e empresas, o relatório evidencia uma lacuna de desempenho exponencial: enquanto alguns exemplos navegam com eficiência, outros permanecem com níveis de emissão até 100 vezes maiores. A disseminação de boas práticas e tecnologias comprovadas é apontada como uma estratégia fundamental para reduzir essa desigualdade.
Compromissos atuais e potencial de mitigação
Segundo o documento, os compromissos anunciados cobrem aproximadamente 80% da produção mundial, porém, apenas uma ínfima fatia — cerca de 5% — atinge padrões de emissões próximas a zero, evidenciando o enorme potencial de melhorias na norma global de gestão.
Ao eliminar o desperdício de gás e promover versões mais sustentáveis das operações de petróleo e gás, a redução global de emissões de metano poderia também impulsionar a segurança do abastecimento de energia. Estimativas indicam que, em 2024, a redução do metano poderia ter revertido cerca de 100 bilhões de metros cúbicos de gás natural ao mercado, um volume equivalente às exportações totalizadas pela Noruega no mesmo período.
Perspectivas futuras
De acordo com a análise da AIE, implementar soluções de mitigação no setor de combustíveis fósseis com políticas atuais ajudaria a conter o aumento das temperaturas globais em até 0,1°C até 2050 — uma redução que se equipara à eliminação de todas as emissões de dióxido de carbono na indústria pesada mundial.
Birol finaliza destacando que o caminho para um futuro mais sustentável passa pelo aumento da transparência, pela adoção de tecnologias modernizadas e pela implementação de políticas públicas ambiciosas. "A luta contra o metano é uma oportunidade de ouro para acelerar a trans
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