Apagão expõe vulnerabilidade da rede elétrica e acelera debate sobre sistemas inteligentes e armazenamento de energia
- Energy Channel United States

- 15 de out.
- 2 min de leitura
O blecaute que atingiu várias regiões do Brasil nesta terça-feira (14) voltou a acender o alerta sobre a fragilidade da infraestrutura elétrica nacional. Embora a origem do problema tenha sido localizada um incêndio em uma subestação de alta tensão no Paraná o impacto foi sentido em todo o país, revelando a falta de redundância e resiliência no sistema de transmissão.

Para José João Cunha Filho, CEO da Fotus Distribuidora Solar, o episódio é um lembrete de que a modernização da rede elétrica deve ser tratada como prioridade estratégica. “Falhas pontuais não deveriam causar apagões de grandes proporções. Isso acontece porque ainda há poucos mecanismos de contingência e redundância efetiva entre os elos do sistema”, avalia.
Por que é importante agir
De acordo com Cunha Filho, a construção de uma rede elétrica mais estável passa pelo mapeamento contínuo dos chamados pontos críticos — áreas urbanas e rurais onde há alta concentração de consumo e dependência de infraestrutura específica. Quando um desses pontos falha, os efeitos se espalham rapidamente, comprometendo hospitais, indústrias, sistemas de transporte e serviços públicos essenciais.
“Monitorar e prevenir falhas nesses nós estratégicos é vital. A adoção de *sensores inteligentes, **inspeções preditivas* e *monitoramento em tempo real* pode antecipar anomalias e evitar que pequenos incidentes se tornem colapsos sistêmicos”, explica o executivo.
A vantagem do BESS
Entre as soluções tecnológicas mais promissoras está o *armazenamento de energia em baterias (BESS – Battery Energy Storage System), capaz de transformar o modo como o sistema elétrico responde a emergências. A tecnologia permite criar **microrredes autônomas*, conhecidas como “ilhas energéticas”, que continuam operando mesmo quando o sistema interligado falha.
“Com BESS, hospitais, data centers e residências podem manter a operação contínua durante um apagão, utilizando energia previamente acumulada. Essa autonomia reduz o impacto social e econômico das interrupções”, destaca Cunha Filho.

Simulações e planos de contingência
Outro ponto enfatizado pelo CEO da Fotus é a importância de *simulações periódicas de estresse* e *planos de contingência integrados* para clientes críticos. Esses exercícios ajudam a testar a capacidade de resposta das concessionárias e dos grandes consumidores, ajustando protocolos com base em situações reais.
“Não basta reagir ao problema. É preciso antecipar, planejar e garantir que, diante de qualquer imprevisto, a energia continue chegando onde ela é indispensável”, reforça.
Em perspectiva
O apagão de outubro deixa claro que o desafio da segurança energética vai além da geração ele está na inteligência da gestão e na rapidez da resposta. À medida que o Brasil avança em energia renovável e digitalização do setor, investir em *resiliência, inovação e armazenamento* torna-se essencial para manter o país energizado, mesmo diante do inesperado.
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