Bilhões desperdiçados em energia expõem gargalos da eficiência no Brasil
- Energy Channel United States

- 25 de set.
- 2 min de leitura
Dados apontam que ociosidades no consumo de energia geram perdas que podem ir de 20 a 50% nas empresas, valor que poderia ser revertido em investimentos e ações sociais

Às vésperas da COP30, que será realizada em novembro em Belém (PA), o debate sobre transição energética ganha um componente incômodo: a ociosidade no consumo de eletricidade. Dados da ABESCO apontam que ineficiências no uso de energia no Brasil somam R$ 61,7 bilhões, valor que poderia ser revertido em investimentos, inovação e até ações sociais.
Segundo o levantamento da startup, setores como pavilhões de eventos e áreas de exposições chegam a registrar perdas superiores a 30% por sistemas mantidos ligados fora do horário útil. Em consumidores industriais do grupo A, os índices de desperdício passam de 45% em períodos sem atividade operacional.
Para Rodrigo Lagreca, CEO da Energia das Coisas, o problema está menos na geração e mais na gestão. “Não adianta adotar uma tecnologia limpa se a empresa não sabe utilizá-la corretamente. Equipamentos ultrapassados, sistemas de iluminação e climatização acionados sem necessidade e falta de manutenção básica criam um ralo invisível por onde escorre valor que poderia ser investido no crescimento do negócio”, explica.
O executivo lembra ainda que o desperdício contribui para a pressão sobre o sistema elétrico nacional. “Quando entramos em bandeira vermelha, há, sim, fatores climáticos, mas também existe uma mea-culpa das empresas e consumidores pelo mau uso da energia”, afirma Lagreca.
Esses “O que é desperdiçado diariamente por empresas poderia iluminar ruas inseguras no entorno, beneficiar comunidades e criar programas de responsabilidade social. A eficiência energética é também uma questão de equidade”, avalia a socióloga Viviani Bleyer Remor.
A agenda climática, que estará no centro das discussões da COP30, coloca pressão sobre governos e empresas para acelerar a descarbonização. Mas, como mostram os dados, a transformação depende não apenas de investimentos em geração renovável, mas também de inteligência operacional para reduzir o desperdício.
Ao mapear gargalos e propor soluções via inteligência de dados e automação, a Energia das Coisas afirma que clientes chegam a registrar economias entre 30% e 40% apenas com ajustes de uso e desligamentos automáticos de cargas ociosas.
“Estamos falando de ganhos imediatos, que aumentam a competitividade e reduzem riscos de imagem. Uma empresa que desperdiça energia compromete não só sua eficiência financeira, mas sua credibilidade na agenda ESG”, conclui Lagreca.

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