Computação Quântica Alcança 6.100 Qubits e Abre Novo Capítulo na Era da Supremacia Quântica
- Energy Channel United States

- 29 de set.
- 2 min de leitura
Por Redação EnergyChannel

A corrida global pela supremacia quântica acaba de ganhar um marco histórico: uma equipe de pesquisadores apresentou uma memória quântica com 6.100 qubits endereçáveis, superando em larga escala os recordes anteriores e aproximando o mundo da era dos computadores quânticos práticos.
Até então, os avanços mais notáveis vinham da IBM, com o processador Condor (1.121 qubits), da Atom Computing, com 1.180 qubits, e da Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, com 1.305 qubits. Esses números já eram considerados marcos para se atingir o ponto em que os computadores quânticos demonstram vantagens reais sobre as máquinas clássicas — o chamado ponto de supremacia quântica. Agora, com 6.100 qubits operacionais, o cenário muda de patamar.
“Este é um momento empolgante para a computação quântica baseada em átomos neutros. Agora podemos vislumbrar um caminho para grandes computadores quânticos com correção de erros”, declarou Manuel Endres, professor do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).
Como funciona a nova arquitetura quântica
O diferencial da conquista está na tecnologia empregada. Ao invés dos qubits supercondutores, que dominam a maioria das plataformas atuais, os cientistas utilizaram qubits de átomos neutros, manipulados com altíssima precisão.
Para isso, foi utilizado um sistema de pinças ópticas, feixes de laser extremamente focados capazes de capturar e organizar milhares de átomos individuais de césio. No total, mais de 12.000 pinças foram criadas, resultando em uma grade que acomodou os 6.100 qubits em uma câmara de vácuo — uma verdadeira “matriz quântica” vista pelos pesquisadores como uma imagem impressionante, com cada qubit aparecendo como um ponto brilhante.
Estabilidade e precisão sem precedentes
O que mais chamou atenção não foi apenas o número de qubits, mas a qualidade da coerência quântica alcançada. Os pesquisadores conseguiram manter os qubits em superposição por cerca de 13 segundos — quase dez vezes mais do que experimentos anteriores com arquiteturas semelhantes — e atingiram 99,98% de precisão na manipulação individual dos qubits.
“Qubits não são úteis sem qualidade. Agora temos quantidade e qualidade”, destacou Gyohei Nomura, integrante da equipe responsável pela pesquisa.
O próximo desafio: correção de erros em larga escala
O próximo passo para transformar esse avanço em aplicações comerciais será a implementação da correção de erros quânticos na escala de milhares de qubits. Esse é o ponto crítico que permitirá a criação de processadores capazes de executar tarefas complexas, como simulações de novos materiais, otimização de redes elétricas e avanços em inteligência artificial.
Com essa conquista, os átomos neutros se consolidam como um dos candidatos mais promissores para liderar o desenvolvimento de computadores quânticos escaláveis e confiáveis.
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