Crise hídrica à vista? ANEEL sinaliza possível acionamento da bandeira vermelha ainda este ano
- Energy Channel United States

- 1 de jun.
- 2 min de leitura
Por EnergyChannel – Redação
O segundo semestre de 2025 pode chegar acompanhado de uma notícia pouco animadora para os consumidores brasileiros de energia elétrica. Segundo declaração recente do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Sandoval Feitosa, há uma chance real de que a bandeira tarifária vermelha seja acionada nos próximos meses — o que implicaria em aumento no custo das contas de luz em todo o país.

A declaração foi feita durante evento do setor elétrico em Brasília e reflete as atuais condições hidrológicas desfavoráveis, combinadas com o aumento do consumo de energia. De acordo com o dirigente, o sistema de bandeiras, que desde 2015 sinaliza o custo real da geração de energia no país, pode voltar a indicar um cenário mais pressionado a partir da segunda metade do ano.
Reservatórios sob observação
Apesar do desempenho razoável dos reservatórios das principais hidrelétricas durante o primeiro trimestre, a combinação de estiagem prolongada em regiões estratégicas e maior demanda energética tem acendido um sinal de alerta. A ANEEL e o ONS (Operador Nacional do Sistema) monitoram de perto a situação hidrológica nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade de armazenamento de água do país.
Se os volumes continuarem a cair, a ativação de termelétricas — que geram energia a um custo mais elevado — pode se tornar necessária para garantir o equilíbrio do sistema. Essa condição é justamente o gatilho para o acionamento da bandeira vermelha, que adiciona um valor extra por megawatt-hora consumido, onerando diretamente o consumidor final.
Impacto no bolso e no setor
Para o consumidor residencial, o retorno da bandeira vermelha pode representar um aumento expressivo nas faturas mensais de energia. Já para o setor produtivo, especialmente os intensivos em energia, como indústrias e datacenters, o impacto é duplo: aumento de custos operacionais e necessidade de revisar estratégias de eficiência energética.
Segundo analistas, o cenário reforça a importância de políticas públicas voltadas à diversificação da matriz energética e investimentos constantes em fontes renováveis não dependentes de hidrologia, como solar e eólica — áreas que têm se expandido rapidamente, mas ainda representam uma fatia menor da geração firme no Brasil.
Um alerta, não uma certeza
Apesar da sinalização feita pelo diretor-geral da ANEEL, o acionamento da bandeira vermelha ainda não está definido. A decisão dependerá da evolução das condições climáticas e do comportamento do consumo nos próximos meses. A agência reforça que a função do sistema de bandeiras é justamente permitir que os consumidores sejam informados de forma transparente sobre os custos reais da geração e possam se preparar
para eventuais oscilações.
Para especialistas do setor, a declaração serve como um alerta importante: o equilíbrio energético do país segue vulnerável a eventos climáticos e exige planejamento contínuo, modernização do setor e uma atuação mais proativa tanto do governo quanto da iniciativa privada.
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