Crise se agrava no mercado livre de energia: comercializadora rompe contratos e expõe fragilidade do setor
- Energy Channel United States

- 10 de out.
- 2 min de leitura
Após o colapso da Gold e dificuldades da 2W Energia, América Energia anuncia rompimento contratual e cita “instabilidade e crise” no mercado brasileiro de comercialização elétrica.

São Paulo, 10 de outubro de 2025
O mercado livre de energia elétrica no Brasil enfrenta uma nova onda de incertezas. A comercializadora América Energia notificou parceiros e clientes sobre o rompimento de contratos, justificando a decisão por uma “instabilidade estrutural” que estaria afetando o equilíbrio financeiro das empresas do setor. O episódio acende novamente o alerta sobre a fragilidade das operações no ambiente de livre negociação, que movimenta bilhões de reais por ano e atraiu dezenas de novos agentes na última década.
A movimentação ocorre pouco mais de um mês após a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) revogar a autorização de operação da Gold Energia, empresa fundada por ex-executivos do BTG Pactual, após uma série de inadimplências e descumprimentos contratuais. A Gold, que acumulava dívidas superiores a R$ 1 bilhão, entrou em recuperação extrajudicial no início de 2025, impactando grandes players como Auren, Cemig, CPFL e Copel.
De acordo com fontes de mercado ouvidas pelo EnergyChannel, a América Energia informou o rompimento de contratos com a Comerc Energia, braço de geração e comercialização da Vibra Energia, reforçando a percepção de que o setor enfrenta um desequilíbrio generalizado.
“O mercado de energia elétrica no Brasil atravessa um período de instabilidade e crise que impactou fortemente agentes no mercado.
Um mercado em transformação e sob pressão
O ambiente de comercialização livre de energia, que permite que empresas negociem diretamente o fornecimento de eletricidade, cresceu rapidamente nos últimos anos, impulsionado pela busca por contratos mais flexíveis e pela expansão das fontes renováveis. No entanto, o setor enfrenta desafios relacionados à volatilidade dos preços, exposição ao risco financeiro e falta de mecanismos robustos de garantia.
Casos recentes como os da Gold e da 2W Energia, que também entrou em recuperação judicial em 2025 revelam um efeito dominó entre as empresas do setor, com atrasos, cancelamentos e perdas bilionárias entre as partes envolvidas.
Para especialistas, o momento exige revisão das regras de governança e maior transparência nas operações, a fim de evitar colapsos sistêmicos. “A liquidez do mercado livre está sob pressão. A falta de lastro financeiro e o descasamento entre contratos de compra e venda podem gerar novos episódios de inadimplência”, alerta um analista consultado pelo EnergyChannel.
Próximos passos e regulação
A ANEEL e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) acompanham de perto o cenário e avaliam medidas para reforçar a segurança das operações e a proteção de consumidores. Há expectativa de que novas regras de garantias financeiras e de auditoria contábil sejam anunciadas ainda este ano, com o objetivo de reduzir riscos e restaurar a confiança no mercado.
Enquanto isso, empresas impactadas pelas quebras de contratos avaliam ações judiciais e renegociações bilaterais para minimizar prejuízos. O desfecho pode redefinir o ritmo de crescimento e a credibilidade do mercado livre brasileiro um setor considerado essencial para a transição energética e a diversificação da matriz elétrica nacional.
Crise se agrava no mercado livre de energia: comercializadora rompe contratos e expõe fragilidade do setor






























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