Descarbonização e COP30
- Energy Channel United States

- 13 de jul.
- 2 min de leitura
Por Claudia Andrade
@cauvic2

A descarbonização não é mais uma pauta restrita aos grandes fóruns internacionais ela se tornou um movimento global que atravessa governos, empresas e cidadãos. E a COP30, que acontecerá em novembro deste ano, em Belém do Pará, representa não apenas um marco político, mas uma oportunidade histórica de reposicionar o Brasil e, principalmente, de ampliar o protagonismo de quem sempre esteve à margem dessas discussões: as startups, as pequenas e médias empresas, os negócios de impacto socioambiental.
Pela primeira vez, a conferência climática será sediada na Amazônia. Isso carrega um peso simbólico imenso, mas também abre portas para um novo olhar sobre as soluções que vêm do território, das comunidades e dos empreendedores que apostam em inovação para enfrentar os desafios climáticos. A transição energética, a bioeconomia, os mercados de carbono e as novas formas de financiamento climático estarão no centro das discussões. E tudo isso representa espaço real para quem inova, para quem aposta em soluções locais e sustentáveis, para quem entende que negócios podem e devem gerar impacto positivo.
É claro que não podemos ignorar as contradições. O PL da Devastação, recentemente aprovado, flexibiliza o licenciamento ambiental e fragiliza conquistas sociais e ambientais duramente construídas. Essa agenda antiambiental interna coloca o Brasil em uma posição delicada diante da comunidade internacional e pode minar parte da confiança necessária para liderar o debate climático.
Mas, ao mesmo tempo, acredito e quero acreditar que a COP30 será um espaço de reafirmação dos compromissos globais. Que veremos acordos concretos sendo assinados, novos fundos sendo criados, e que startups e pequenos negócios poderão acessar oportunidades antes restritas a grandes players. O Brasil está, sim, diante de um paradoxo: precisa alinhar o discurso com a prática, a política pública com a inovação social, o compromisso global com a responsabilidade interna.
E nós, que fazemos parte desse ecossistema de impacto, precisamos enxergar a COP30 como um catalisador. É hora de ocupar os espaços, participar dos diálogos, apresentar soluções e mostrar que a inovação brasileira tem potência para transformar realidades e que essa potência nasce, muitas vezes, em territórios esquecidos, mas cheios de criatividade, talento e vontade de fazer diferente.
A COP30 pode, sim, ser um divisor de águas. Não apenas para os governos, mas para quem empreende com propósito, para quem acredita no poder da tecnologia a serviço das pessoas e do meio ambiente. Que ela não seja apenas mais um evento, mas o ponto de partida de um movimento genuíno de mudança.
E que sejamos otimistas não pelo discurso vazio mas pela certeza de que oportunidades existem e estão, mais do que nunca, ao nosso alcance. Basta estarmos preparados para agarrá-las. Porque o futuro da descarbonização e da justiça climática não será escrito apenas nas plenárias… ele será construído nas conexões, nos negócios, nas ideias e, sobretudo, na coragem de quem escolhe fazer parte dessa história.
Descarbonização e COP30






























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