Flexibilidade Energética: Essencial ao Sistema Interligado Nacional
- Energy Channel United States

- 2 de dez. de 2024
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Por Daniel Lima – ECOnomista
No contexto do setor energético brasileiro, essa dinâmica é particularmente evidente quando analisamos a baixa capacidade de armazenamento de energia do Sistema Interligado Nacional, o papel do Nordeste como grande exportador de energia limpa e os altos encargos setoriais pagos pelos consumidores devido à maior geração térmica.

Segundo o Informe do Setor Elétrico da Fundação Getúlio Vargas FGV, em outubro de 2024, apesar de algumas bacias hidrográficas brasileiras apresentarem volume acima da média, a maior parte delas ainda apresentou volumes abaixo da Média de Longo Termo (MLT), alcançando níveis extremos de estiagem e impactando significativamente o preço da geração de energia elétrica e a produção agrícola.
Apesar de uma pequena elevação nos percentuais de Energia Armazenada em outubro de 2024, os reservatórios do Sistema Interligado Nacional registraram um volume de armazenamento de apenas 46,16%, um decréscimo em relação ao mês anterior. Esse cenário destaca a urgência de investir em tecnologias de armazenamento e infraestrutura para aumentar a resiliência e eficiência do sistema.
Em outubro de 2024, a região Nordeste exportou 4,71 GWmed de energia elétrica para o Sudeste/Centro-Oeste e 2,96 GWmed para o Norte do país, consolidando-se como uma grande exportadora de energia limpa graças ao seu potencial em recursos renováveis, como solar e eólica. No entanto, essa contribuição enfrenta desafios, como a necessidade de melhorar a infraestrutura de armazenamento e de transmissão para garantir que a energia gerada possa ser armazenada e distribuída de maneira mais eficiente para outras regiões.
De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCEE, em setembro de 2024, os Encargos de Serviço do Sistema (ESS) atingiram valores significativos, totalizando R$ 550,5 milhões. Esse aumento foi principalmente devido ao acionamento de usinas térmicas fora da ordem de mérito, em resposta à baixa geração eólica e à alta demanda de energia. Em um período de quatro meses, os valores dos ESS aumentaram substancialmente (875%), refletindo os desafios enfrentados pelo setor elétrico brasileiro.
O crescimento dos encargos setoriais é um fardo para os consumidores de energia, que pagam mais devido à maior dependência de usinas térmicas. Esse cenário reforça a necessidade de investimentos em fontes renováveis e em tecnologias de armazenamento para reduzir a dependência de geração térmica e os custos associados.
A flexibilidade energética é essencial para garantir um sistema energético sustentável e eficiente. Abordar a baixa capacidade de armazenamento de energia do SIN, fortalecer o papel do Nordeste como exportador de energia limpa e reduzir os altos encargos setoriais são passos fundamentais nessa jornada. Investir em tecnologias avançadas e em infraestrutura adequada permitirá uma transição mais equilibrada e benéfica para todos os brasileiros.
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