INDICADOS PARA A DIRETORIA DA ANEEL EM 2025: WILLAMY MOREIRA FROTA E GENTIL NOGUEIRA DE SÁ JÚNIOR
- Energy Channel United States

- 21 de jul.
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Em julho de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ao Senado Federal as indicações de Willamy Moreira Frota e Gentil Nogueira de Sá Júnior para compor a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Essas nomeações visam preencher vagas deixadas pelos ex-diretores Hélvio Neves Guerra e Ricardo Lavorato Tili, cujos mandatos se encerraram em maio de 2024 e maio de 2025, respectivamente. As indicações, publicadas no Diário Oficial da União em 15 de julho de 2025, aguardam sabatina e aprovação no Senado, previstas para ocorrer entre 11 e 15 de agosto de 2025. Este artigo detalha os perfis dos indicados, suas trajetórias, quem os apadrinhou, suas possíveis ideias e as pautas que devem assumir na ANEEL.
PERFIL E TRAJETÓRIA DOS INDICADOS

ORIGEM E EXPERIÊNCIA: Willamy Frota é um Engenheiro Eletricista com experiência no setor elétrico, especialmente na região Norte do Brasil.
Ele ocupou cargos de destaque, como presidente da Amazonas Energia, distribuidora de energia do Amazonas, e diretor da Eletronorte, empresa responsável pela geração e transmissão de energia na região. Durante sua gestão na Amazonas Energia, Frota enfrentou desafios significativos, como a privatização da empresa e a expansão da infraestrutura energética em uma região marcada por dificuldades logísticas e geográficas. Ele também atuou como chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia (MME) durante a gestão do senador Eduardo Braga (MDB-AM) no governo Dilma Rousseff, o que reforça sua proximidade com o político amazonense.
INDICAÇÃO: A indicação de Frota foi articulada pelo senador Eduardo Braga, ex-ministro de Minas e Energia e uma liderança influente no setor elétrico. Sua nomeação é vista como parte de um acordo político entre o governo Lula e Braga, refletindo a influência do MDB no Senado. A escolha também é interpretada como uma tentativa de dar voz à região Norte na diretoria da ANEEL, considerando os desafios energéticos específicos da Amazônia.

ORIGEM E EXPERIÊNCIA: Gentil Nogueira é o atual secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME). Engenheiro mecânico com ênfase em produção, ele possui especialização em direito regulatório da energia e análise de impacto regulatório. Nogueira tem uma trajetória técnica sólida, com passagens anteriores pela própria ANEEL e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o que lhe confere um perfil técnico e institucional. Sua experiência no MME o coloca em sintonia com as políticas energéticas do governo Lula, especialmente sob a liderança do ministro Alexandre Silveira.
INDICAÇÃO: Gentil Nogueira foi indicado com o apoio direto do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que tem buscado emplacar nomes alinhados com sua agenda no setor elétrico. A nomeação de Nogueira é vista como uma tentativa do governo de alinhar as políticas públicas do MME com as decisões regulatórias da ANEEL, garantindo maior integração entre o ministério e a agência.
CONTEXTO DAS INDICAÇÕES
As indicações de Frota e Nogueira ocorrem em um momento de recomposição da diretoria da ANEEL, que enfrenta instabilidade devido a vagas abertas desde maio de 2024. A agência, responsável pela regulação do setor elétrico brasileiro, opera com uma diretoria colegiada composta por um diretor-geral e quatro diretores. Atualmente, a diretoria conta com Sandoval de Araújo Feitosa Neto (diretor-presidente, mandato até 2027), Fernando Luiz Mosna Ferreira da Silva (mandato até 2026) e Agnes Maria de Aragão da Costa (mandato até 2027), além de uma vaga em aberto.
O processo de indicação foi marcado por negociações políticas entre o governo Lula e o Senado, especialmente com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Um acordo garantiu que as vagas fossem divididas entre indicações do governo (Nogueira, apoiado por Silveira) e do Senado (Frota, apadrinhado por Braga). Esse equilíbrio reflete a prática histórica de divisão de influência entre o Executivo e o Legislativo nas nomeações para agências reguladoras.
PAUTAS PROVÁVEIS NA ANEEL
Os novos diretores, caso aprovados, assumirão em um momento sensível para o setor elétrico brasileiro. As principais pautas que devem estar na agenda da ANEEL incluem:
ORÇAMENTO DA CONTA DE DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO (CDE): Em 15 de julho de 2025, a ANEEL aprovou o orçamento da CDE para 2025, no valor de R$ 49,23 bilhões, um aumento de 32,4% em relação a 2024. Esse orçamento financia subsídios, como a tarifa social, e impacta diretamente as tarifas de energia. Os novos diretores terão que gerir os impactos desse aumento nas contas dos consumidores e na sustentabilidade financeira do setor.
MODERNIZAÇÃO DO MARCO REGULATÓRIO DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA: A geração distribuída, especialmente de energia solar, está em expansão no Brasil. A ANEEL tem discutido ajustes regulatórios para equilibrar o crescimento desse segmento com a estabilidade do sistema elétrico, considerando os impactos nas distribuidoras e nos consumidores. Nogueira, com sua experiência no MME, deve liderar essa pauta.
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E DIGITALIZAÇÃO: O avanço de tecnologias como inteligência artificial e a digitalização da infraestrutura energética são prioridades do MME. Os diretores devem trabalhar na regulamentação de soluções inovadoras, como redes inteligentes e armazenamento de energia, para aumentar a eficiência do sistema.
UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO À ENERGIA: Especialmente na região Norte, onde Frota tem expertise, a ANEEL enfrenta o desafio de expandir o acesso à energia em áreas remotas e isoladas, como as comunidades da Amazônia. Isso envolve programas como o Luz para Todos e a integração de fontes renováveis em sistemas isolados.
RESPOSTA A CRISES ENERGÉTICAS: Após o apagão em São Paulo em 2024, que gerou tensões entre o MME e a ANEEL, os novos diretores terão que fortalecer a fiscalização das concessionárias, como a Enel, e melhorar a resposta a crises. A relação entre o ministro Alexandre Silveira e o diretor-geral Sandoval Feitosa tem sido marcada por atritos, o que pode influenciar as decisões da diretoria.
EÓLICA OFFSHORE: O MME abriu consulta pública em 2025 para definir critérios para a geração de energia eólica offshore. A ANEEL terá um papel crucial na regulamentação desse novo segmento, que promete atrair investimentos significativos.
CONCLUSÃO
As indicações de Willamy Moreira Frota e Gentil Nogueira de Sá Júnior para a diretoria da ANEEL representam uma combinação de experiência técnica e articulação política. Frota, com sua trajetória na região Norte e apoio do senador Eduardo Braga, deve trazer uma perspectiva regional e prática, enquanto Nogueira, alinhado ao MME e ao ministro Alexandre Silveira, reforçará a agenda do governo na agência. As pautas que assumirão, como a gestão do orçamento da CDE, a modernização regulatória e a transição energética, serão cruciais para o futuro do setor elétrico brasileiro.
As sabatinas no Senado, previstas para agosto de 2025, determinarão se esses nomes serão confirmados, marcando um novo capítulo na regulação da energia no Brasil.
INDICADOS PARA A DIRETORIA DA ANEEL EM 2025: WILLAMY MOREIRA FROTA E GENTIL NOGUEIRA DE SÁ JÚNIOR






























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