MP 1.304: Geradoras podem ter que abrir mão de parte dos ganhos para proteger consumidor, alerta Braga
- Energy Channel United States

- 17 de out.
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Relator da medida provisória aponta que concessões do setor elétrico serão necessárias para evitar aumento de tarifas e manter estabilidade do sistema

BRASÍLIA — O relator da Medida Provisória 1.304/2025, senador Eduardo Braga (MDB‑AM), afirmou nesta semana que o setor elétrico brasileiro precisará fazer “concessões importantes” para garantir que os consumidores não sejam penalizados com aumento de tarifas. Segundo ele, a medida provisória, que ainda será votada no Congresso, prevê ajustes que podem impactar diretamente as geradoras de energia.
“Não há como o sistema atravessar este momento sem que todos compartilhem o esforço. Algumas empresas vão precisar abrir mão de parte dos seus ganhos para que o consumidor, que já arca com tarifas elevadas, não seja mais uma vez prejudicado”, declarou Braga durante audiência pública da comissão mista que analisa a MP.
Pressão sobre a geração e novas regras
Braga destacou que o setor enfrenta desafios estruturais, incluindo excesso de oferta em alguns períodos e cortes programados na geração renovável (curtailment), além do custo crescente das tecnologias de armazenamento e modernização de redes. Para ele, essas questões exigem mudanças profundas no modelo de contratação e remuneração das usinas, sem repassar integralmente os custos ao consumidor final.
Entre as principais discussões, está a forma de remuneração do armazenamento de energia por baterias e a atualização das regras para hidrelétricas com reservatórios, consideradas estratégicas para manter a estabilidade do sistema frente à intermitência de solar e eólica. Braga defende que os custos desses investimentos sejam compartilhados entre geradoras, poder público e demais agentes do setor.
Compartilhamento de encargos e segurança operacional
O relator reforçou que a segurança operacional do sistema elétrico não pode ser comprometida. Isso significa que ajustes na MP devem garantir que os consumidores não carreguem sozinho o peso de investimentos ou prejuízos de usinas incapazes de entregar a energia prevista.
Outro ponto em debate é a participação da geração distribuída (GD) nos investimentos em redes de baixa tensão, que atualmente têm limitações para absorver o crescimento acelerado de pequenos geradores. Braga acredita que a contribuição da GD deve ser equilibrada, sem prejudicar os pequenos consumidores.
Prazos e próximos passos
O relatório final da MP 1.304 está previsto para ser apresentado até o fim de outubro, com a expectativa de votação no Congresso antes do prazo de validade da medida, em 7 de novembro. Braga ressalta que o texto final precisará equilibrar interesses de diferentes atores do setor, garantindo que investimentos estratégicos em armazenamento, hidrelétricas e modernização de redes sejam viáveis, sem repassar integralmente os custos aos consumidores.
“O momento exige responsabilidade e diálogo entre governo, setor privado e consumidores. A travessia será feita com esforço conjunto e transparência, garantindo que o sistema elétrico continue confiável e acessível para todos”, afirmou o relator.
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