Preço do Polissilício na China Salta 50,7% Desde Julho Apesar de Estoques Recordes
- Energy Channel United States

- 19 de set.
- 3 min de leitura
Matéria Jornalística – EnergyChannel
Mercado reage a expectativas de consolidação e controle de produção, mesmo com oferta acima de 500 mil toneladas.

Por Redação EnergyChannel
Os preços do polissilício na China seguem em forte alta e já acumulam um avanço de 50,7% desde o piso registrado em julho, desafiando as projeções de queda diante de estoques crescentes. De acordo com o Global Solar Markets Report da OPIS, divulgado em 16 de setembro, o China Mono Premium — referência para o polissilício de grau mono usado em lingotes tipo n — subiu 6,39% na última semana, alcançando CNY 51.200/kg (US$ 7,20/kg).
O movimento tem sido impulsionado mais pelo sentimento do mercado do que pelos fundamentos de oferta e demanda. Especialistas apontam que o rali é motivado por expectativas de consolidação da capacidade de produção liderada pelo governo chinês e pela possível implementação de controles mais rígidos na indústria. Isso abriu espaço para elevações de preços, mesmo com estoques acima de 500 mil toneladas, um patamar historicamente elevado.
Produtores miram novos reajustes
De acordo com fontes ouvidas pela OPIS, fabricantes já trabalham para elevar os preços para CNY 55/kg, cerca de 7% acima do valor atual. Algumas empresas inclusive já fecharam transações limitadas nesse patamar. Do lado da demanda, os compradores têm adotado cautela, adquirindo apenas o mínimo necessário para sustentar suas linhas de produção, o que pode desacelerar a trajetória de alta no curto prazo.
Excesso de capacidade deve ser reduzido até 2027
Durante a China Silicon Industry Conference (CSIC) 2025, realizada na Mongólia Interior, Lin Ruhai, vice-secretário-geral da Associação da Indústria de Metais Não Ferrosos da China, reforçou que o setor deve buscar estabilização entre 2025 e 2027. Segundo ele, a capacidade global de polissilício deve chegar a 3,5 milhões de toneladas até 2025, com cerca de 30% dessa capacidade obsoleta sendo eliminada.
Lin destacou ainda que a estabilidade dos preços na faixa de CNY 50 a 60/kg será um indicador-chave do equilíbrio de mercado. No entanto, a proposta de criação de uma entidade para adquirir e desativar capacidade antiga ainda não foi formalmente implementada, e alguns produtores de menor porte têm aproveitado o cenário favorável para reativar linhas de produção.
Cenário global permanece pressionado
Fora da China, o Global Polysilicon Marker (GPM) permaneceu estável em US$ 18,04/kg. O mercado internacional segue enfraquecido, com demanda limitada — em parte pelas restrições comerciais dos Estados Unidos. Um grande comprador global relatou que, apesar de contratos de fornecimento obrigatórios, está buscando adiar entregas por conta de estoques acumulados de várias milhares de toneladas.
Esse descompasso pode abrir uma oportunidade de reexportação de polissilício para a China, caso os preços domésticos sigam em alta.
Impactos de políticas internacionais no horizonte
Nos EUA, o setor acompanha de perto a investigação da Seção 232, que pode impor tarifas ou cotas ao polissilício e seus derivados de origem chinesa. Caso implementadas, tais medidas restringiriam significativamente a entrada de produtos chineses no mercado americano, o que poderia gerar uma divergência de preços global, com valores mais altos para volumes dentro das cotas e queda para excedentes.
O EnergyChannel seguirá acompanhando os desdobramentos de preços e políticas no mercado de polissilício, que são determinantes para a cadeia solar global e para os custos de novos projetos fotovoltaicos.
Preço do Polissilício na China Salta 50,7% Desde Julho Apesar de Estoques Recordes






























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