Recorde de CO₂ em 2024 acende alerta global: planeta entra em rota de aquecimento prolongado, alerta ONU
- Energy Channel United States

- 16 de out.
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Relatório da Organização Meteorológica Mundial revela níveis inéditos de gases de efeito estufa e alerta para impactos irreversíveis do uso contínuo de combustíveis fósseis.

Os níveis de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera atingiram um novo recorde histórico em 2024, marcando mais um passo na trajetória de aquecimento de longo prazo do planeta. O alerta foi emitido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que também destacou o avanço nas concentrações de metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O) gases de efeito estufa com potencial de aquecimento muito superior ao do CO₂.
De acordo com o relatório, a concentração média global de CO₂ ultrapassou 425 partes por milhão (ppm) um aumento de mais de 50% em relação aos níveis pré-industriais, que eram de aproximadamente 280 ppm. A OMM enfatiza que esse crescimento contínuo é impulsionado, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis, pelo desmatamento e pelo aumento de incêndios florestais, que liberam grandes volumes de carbono acumulado no solo e na vegetação.
“Esses dados não são apenas números em um gráfico. Eles representam o futuro do nosso clima, o impacto sobre a biodiversidade, os oceanos e a vida humana”, destacou o secretário-geral da OMM em comunicado.
O dióxido de carbono é o principal gás de efeito estufa e responde por cerca de 75% das emissões globais responsáveis pelo aquecimento planetário. O acúmulo desse gás na atmosfera atua como uma “cobertura térmica”, retendo o calor que deveria ser dissipado para o espaço. O resultado é o aumento da temperatura média da Terra, que já se aproxima de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais limite estabelecido pelo Acordo de Paris como meta crítica para evitar danos climáticos irreversíveis.
Além do CO₂, o metano e o óxido nitroso também atingiram níveis recordes em 2024. O metano, embora presente em menores quantidades, é 28 vezes mais potente que o dióxido de carbono em termos de aquecimento global. Já o óxido nitroso, frequentemente associado ao uso de fertilizantes agrícolas, também contribui fortemente para a destruição da camada de ozônio.
A OMM alerta que, mesmo que todas as emissões fossem reduzidas imediatamente, os efeitos do excesso de CO₂ persistirão por séculos, devido à longevidade do gás na atmosfera. Isso significa que o planeta já está comprometido com décadas de aquecimento adicional, exigindo políticas climáticas mais agressivas e uma transição acelerada para fontes renováveis de energia.
O relatório reforça a urgência de descarbonizar a economia global, acelerar o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e ampliar os investimentos em soluções de captura e armazenamento de carbono.
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