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- FORMAÇÃO DO PREÇO DO MWH DE ENERGIA ELÉTRICA
Por ARTHUR OLIVEIRA A Formação do Preço da Energia no Brasil: Uma Análise dos Custos (CAPEX e OPEX) e do Mercado de Curto Prazo FORMAÇÃO DO PREÇO DO MWH DE ENERGIA ELÉTRICA A precificação da energia elétrica, especificamente do Megawatt-hora (MWh), é um tema de grande complexidade e relevância para o setor energético. Envolve uma intrincada rede de fatores econômicos, operacionais e regulatórios que buscam equilibrar a oferta e a demanda, garantir a segurança do suprimento e remunerar adequadamente os agentes envolvidos na cadeia de valor. A questão central é como o preço do MWh é estabelecido de forma a cobrir os custos de capital (CAPEX) e operacionais (OPEX) das usinas geradoras, garantindo a viabilidade de construção e a manutenção do parque gerador. Este artigo visa expor o processo de formação do preço do MWh, explicando os conceitos fundamentais de CAPEX e OPEX, a metodologia de precificação no mercado de curto prazo brasileiro e a relevância dos documentos fornecidos, que abordam as discussões e propostas de aprimoramento do modelo atual. Vou tentar conduzir a explanação com uma linguagem acessível, para facilitar a compreensão de um público amplo. CAPEX E OPEX: A BASE DA REMUNERAÇÃO DA GERAÇÃO DE ENERGIA Para que uma usina de geração de energia seja construída e opere de forma sustentável, é fundamental que a receita gerada pela venda da energia cubra todos os seus custos. Estes custos são categorizados principalmente em duas grandes vertentes: CAPEX (Capital Expenditure - Despesas de Capital) O CAPEX representa o investimento inicial e de longo prazo necessário para a criação ou expansão de uma usina. São os recursos aplicados na aquisição de ativos fixos que terão uma vida útil prolongada. Exemplos de componentes do CAPEX incluem: Terrenos e Infraestrutura: Custos de aquisição do local, terraplanagem, construção de edifícios e estruturas de suporte. Equipamentos Principais: Turbinas, geradores, painéis solares, transformadores, caldeiras, reatores nucleares, etc. Sistemas Auxiliares: Sistemas de controle, subestações, linhas de transmissão internas, sistemas de refrigeração, tratamento de água, etc. Licenciamento Ambiental e Engenharia: Custos com estudos de viabilidade, projetos de engenharia, cumprimento das condicionantes ambientais e regulatórias. Juros Durante a Construção (JDC): Custos financeiros associados ao capital (CAPEX) emprestado durante o período de construção do projeto. O CAPEX é um custo “afundado” (sunk cost) que precisa ser recuperado ao longo da vida útil do empreendimento. A forma como essa recuperação ocorre no preço da energia pode variar, mas geralmente envolve mecanismos de contratos de longo prazo (no mercado regulado) que garantem uma receita fixa ou indexada, ou através de leilões de energia que precificam a capacidade e a energia futura, permitindo que o gerador projete a amortização de seu investimento. OPEX (Operational Expenditure - Despesas Operacionais) O OPEX abrange todos os custos recorrentes associados à operação, manutenção e administração de uma usina após sua entrada em funcionamento. Diferentemente do CAPEX, o OPEX é um custo contínuo e essencial para a produção diária de energia. Pode ser subdividido em: Custos Variáveis: Os custos variáveis estão diretamente associados ao volume de energia produzido. Nas termelétricas , o principal componente é o combustível (gás, carvão, óleo). Nas hidrelétricas , corresponde ao “valor da água”, isto é, o custo de oportunidade de utilizá-la no presente em vez de preservá-la para o futuro. Já em fontes renováveis intermitentes (eólica e solar), o custo variável de combustível é nulo, pois vento e sol não têm preço. É fundamental diferenciar: Custo Variável de Combustível : ligado à geração adicional em curto prazo. CMO (Custo Marginal de Operação) : base para despacho no mercado spot, geralmente dominado pelo custo do combustível; por isso, eólicas e solares têm custo próximo de zero. OPEX Total : inclui custos fixos e variáveis de operação e manutenção. Mesmo com custo marginal baixo, eólicas e solares apresentam OPEX relevante, que precisa ser coberto para assegurar a viabilidade econômica de longo prazo. Custos Fixos: Não variam significativamente com o volume de energia gerada. Incluem: Pessoal: Salários, encargos e benefícios da equipe de operação e manutenção. Manutenção: Manutenção preventiva, corretiva e preditiva de equipamentos. Seguros e Impostos: Prêmios de seguro, impostos sobre a propriedade e outras taxas. Serviços de Terceiros: Contratos de consultoria, segurança, limpeza, etc. Custos Administrativos: Despesas gerais de gestão da usina. Cumprimento de Condicionantes Ambientais: Monitoramento de fauna, flora, água, emissões, mitigação de impactos, gestão de resíduos e conformidade com regulamentações. Para que o preço do MWh seja sustentável, ele deve ser capaz de cobrir o OPEX total (variável e fixo) e a parcela do CAPEX que é amortizada em cada período, além de garantir uma margem de lucro que remunere o capital investido. A falha em cobrir esses custos pode levar à inviabilidade econômica do projeto, à falta de investimentos futuros e, em última instância, à insegurança no suprimento de energia. Uma métrica amplamente utilizada para comparar a competitividade de diferentes tecnologias de geração é o Custo Nivelado de Energia (LCOE - Levelized Cost of Energy). O LCOE calcula o custo médio por MWh ao longo da vida útil de uma usina, considerando todos os custos (CAPEX e OPEX) e a produção total de energia esperada. Ele fornece uma base para entender o preço mínimo que uma usina precisaria para ser economicamente viável. FORMAÇÃO DO PREÇO NO MERCADO DE CURTO PRAZO BRASILEIRO No Brasil, o preço da energia no Mercado de Liquidação de Diferenças (MLD) é definido pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), calculado por modelos computacionais que otimizam a operação do sistema em diferentes patamares de carga e submercados. O PLD reflete o Custo Marginal de Operação (CMO), o custo incremental de gerar um MWh, que nas hidrelétricas inclui o “valor da água” (elevado em reservatórios baixos), é baixo em eólicas/solares e alto em termelétricas. O CMO não deve ser confundido com o OPEX total, que engloba custos fixos e significativos em todas as fontes de geração. O Critério de Ordem de Mérito de Custo O mecanismo central para a formação do preço no curto prazo é o critério de ordem de mérito de custo. Este princípio estabelece que as usinas são despachadas (acionadas para gerar energia) em uma sequência que prioriza as fontes de menor custo operacional marginal, até que a demanda total de energia seja integralmente atendida. A lógica é a seguinte: Fontes Renováveis Intermitentes (Eólica e Solar): Usinas eólicas e solares possuem um custo operacional marginal muito baixo, uma vez que não utilizam combustível. Sua geração é determinada pelas condições climáticas e, por não serem despacháveis (ou seja, não podem ser ligadas ou desligadas conforme a necessidade), elas são as primeiras a serem consideradas no despacho, aproveitando ao máximo sua disponibilidade. Usinas Hidrelétricas: Após o despacho das renováveis intermitentes, o sistema avalia o uso das usinas hidrelétricas. A decisão de gerar energia a partir da água armazenada nos reservatórios envolve o conceito de “valor da água”. Este valor representa o custo de oportunidade de utilizar a água no presente em vez de reservá-la para o futuro, considerando as projeções de afluências, níveis de reservatórios e demanda futura. Se o “valor da água” for baixo, indicando que há abundância ou que a energia hidrelétrica é mais competitiva, as hidrelétricas são despachadas. Caso contrário, a água é poupada. Usinas Termelétricas: As usinas termelétricas, que utilizam combustíveis fósseis (gás natural, carvão, óleo) ou biomassa, possuem custos operacionais mais elevados devido ao preço do combustível. Elas são as últimas a serem despachadas e entram em operação apenas quando a demanda não pode ser atendida pelas fontes de menor custo (renováveis e hidrelétricas) ou quando o “valor da água” é muito alto, tornando a geração térmica mais econômica do que poupar água. O acionamento de termelétricas, por ter um custo marginal mais elevado, tende a elevar o PLD. O PLD, portanto, reflete o custo da última usina necessária para atender à demanda em um determinado momento e local. Este preço é crucial, pois orienta as decisões de geração, consumo e comercialização de energia no mercado de curto prazo. A DISCUSSÃO ENTRE PRECIFICAÇÃO EX ANTE E EX POST Um ponto crítico na formação de preço é a distinção entre a precificação ex ante e ex post. Precificação Ex Ante: No modelo atual brasileiro, o cálculo do PLD é feito ex ante, ou seja, antes da operação real do sistema, com base em previsões de demanda, geração e condições hidrológicas para o dia seguinte. Embora essa abordagem seja fundamental para o planejamento e a programação da operação, ela pode gerar distorções. Se a geração real de fontes intermitentes (eólica, solar) for menor que a prevista, ou se a demanda variar significativamente, o preço calculado ex ante pode não refletir as condições reais do sistema, levando a desequilíbrios financeiros para os agentes. Precificação Ex Post e Dupla Contabilização: No Brasil, o mercado de curto prazo define o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) com base no Custo Marginal de Operação (CMO), priorizando usinas de menor custo operacional (eólicas, solares, hidrelétricas e termelétricas, nessa ordem) pelo critério de ordem de mérito. O cálculo ex ante, baseado em previsões de demanda, geração e condições hidrológicas, pode gerar distorções quando as condições reais divergem, causando desequilíbrios financeiros para os agentes. Para aprimorar esse sistema, o Projeto META II, liderado pela CCEE com Banco Mundial e PSR desde junho de 2023, propõe a “contabilização dupla”. Neste modelo, um primeiro preço é calculado ex ante para o planejamento, e um segundo preço é calculado ex post, com base no que realmente ocorreu no sistema. A diferença entre o montante de energia produzido ou consumido entre esses dois momentos seria liquidada ao preço ex post. O objetivo é aumentar a eficiência e a transparência do mercado, garantindo que cada gerador seja remunerado e cada consumidor pague de acordo com o preço real da energia, cobrindo de forma mais precisa os custos operacionais e de capital. A receita total de um agente é calculada como: R_total = R_contratual + R_liquidação_dia_seguinte + R_liquidação_balanço Onde: R_contratual = p_contratual * q_contratual (Receita de contratos de longo prazo) R_liquidação_dia_seguinte = p_ex.ante * q_ex.ante (Receita/custo da energia planejada) R_liquidação_balanço = p_ex.post * [q_ex.post - q_ex.ante] (Ajuste pela diferença entre o planejado e o realizado, liquidado ao preço ex post) Além da “contabilização dupla”, o Projeto META II propõe “reservatórios virtuais” (para gerenciar riscos hidrológicos) e “ofertas de segurança” (para garantir suprimento confiável). Apesar desses avanços, como opinião pessoal, não acredito totalmente no META II, devido a críticas como: o modelo atual é conservador, gerando preços altos que pressionam consumidores e impactam a inflação; o PLD é volátil por previsões imprecisas; e propostas como preço por oferta podem favorecer grandes agentes, carecendo de testes no contexto brasileiro. Para melhorar, sugiro: (1) testes pilotos amplos com software aberto e feedback de pequenos geradores e consumidores; (2) análises de impacto social, com subsídios para mitigar picos de preço em secas e quedas excessivas em abundância hídrica; (3) abordagem híbrida ex ante/ex post com limites de volatilidade; e (4) maior inclusão de dados de renováveis e envolvimento de partes interessadas em oficinas contínuas. A DISTINÇÃO CRUCIAL ENTRE PREÇOS DE LONGO E CURTO PRAZO: POR QUE TODO CONSUMIDOR PRECISA ENTENDER COMO ISSO AFETA SEU CUSTO DE ENERGIA Eu sempre achei muito interessante como a percepção do consumidor sobre os preços de energia de longo prazo versus curto prazo revela tanto sobre a compreensão que temos do setor elétrico. Como os preços de energia de longo e curto prazo diferem? A diferença entre preços de longo e curto prazo não é apenas técnica: ela é central para investimentos e gestão de risco. Nos contratos de longo prazo, o objetivo é garantir que o alto investimento na construção de uma usina — hidrelétrica, solar ou eólica — seja recuperado ao longo de sua vida útil. Esses contratos consideram CAPEX, OPEX, impostos e uma margem de lucro, formando um preço médio projetado (LCOE). Para o consumidor, isso significa estabilidade e proteção contra picos inesperados de mercado. No mercado de curto prazo, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) reflete o custo variável de operação do sistema em tempo real. Ele é altamente volátil, dependendo de fatores como hidrologia, disponibilidade das usinas e preço de combustíveis. Em períodos de abundância hídrica, o PLD tende a cair; em períodos de escassez, pode subir significativamente devido à necessidade de acionar usinas termelétricas mais caras. Por que é importante entender essa diferença? Ignorar a distinção entre preços de longo e curto prazo seria um erro grave. Depender apenas do PLD tornaria o risco de investir tão alto que a expansão da matriz elétrica se tornaria inviável , comprometendo a segurança do fornecimento. Contratos de longo prazo viabilizam novos projetos, enquanto o mercado de curto prazo serve como ajuste operacional diário. FORMAÇÃO DO PREÇO DO MWH DE ENERGIA ELÉTRICA O que o consumidor deve saber? A percepção de que a energia de longo prazo é mais estável (e frequentemente mais barata) está correta, mas é importante entender que ela não é comparável ao preço do curto prazo, que reflete apenas o custo variável imediato. O resultado da significativa diminuição DO VALOR DA CONTA DE ENERGIA e não preço do MWh. Consumidores que compreendem essa dinâmica podem proteger melhor seus orçamentos e tomar decisões mais conscientes. Forçar preços longos para níveis artificialmente baixos pode gerar problemas financeiros sérios de liquidez, como já ocorreu em casos de falência no setor. Por que comprar energia a um preço baixo por MWh nem sempre reduz minha conta de luz residencial? Porque o preço do MWh corresponde a apenas ~28% da fatura ; o restante são encargos, impostos e custos de rede, que podem aumentar independentemente do custo da geração, afetando o valor total ao longo do tempo. Priorize a REDUÇÃO DA CONTA DE ENERGIA de forma eficiente e NÃO REDUÇÃO DO PREÇO DO MWh para economizar de verdade. Por que esse conhecimento é essencial hoje? Com a discussão sobre a abertura total do mercado livre, entender a formação de preços se torna ainda mais relevante. Esse conhecimento permite que consumidores negociem contratos adequados, administrem riscos de forma eficiente e participem de maneira consciente da transição energética. CONCLUSÃO A formação do preço do MWh no Brasil precisa equilibrar dois pilares: a recuperação dos custos de investimento e operação (CAPEX e OPEX) e a sinalização eficiente do custo de operação no curto prazo (PLD/CMO). Essa dualidade garante tanto a viabilidade de novos projetos quanto a segurança do suprimento. O Projeto META II surge como tentativa de aprimorar esse processo, propondo mecanismos como a contabilização ex ante e ex post. Apesar do mérito, ainda existem desafios: risco de preços elevados, volatilidade excessiva e a possibilidade de concentração de benefícios em grandes agentes. Para avançar, é fundamental adotar medidas práticas, como: testes pilotos mais amplos com software aberto, incorporando feedback de consumidores e pequenos geradores; subsídios temporários para suavizar picos de preço em secas e quedas excessivas em períodos de abundância hídrica; maior integração de dados de fontes renováveis no processo de precificação; maior inclusão de dados de fontes renováveis e envolvimento de partes interessadas em oficinas contínuas. O caminho desejado é um modelo de precificação transparente, previsível e justo , capaz de garantir investimentos sustentáveis, proteger consumidores e assegurar a expansão do sistema elétrico brasileiro. Fonte: PSR. Você sabe como funciona a formação de preço no curto prazo no Brasil? . [S.l.]: PSR, [s.d.]. CCEE. META II: Formação de preço - Apresentação para agentes do setor . São Paulo: Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, [s.d.]. MAYA ENERGY. Opex de uma usina solar: maximizando o retorno do investimento . [S.l.]: Maya Energy, [s.d.]. Pesquisa: https://mayaenergy.com.br/opex-de-uma-usina-solar-maximizando-o-retorno-do-investimento/ FORMAÇÃO DO PREÇO DO MWH DE ENERGIA ELÉTRICA
- Amprius Fecha Pedido de US$ 35 Milhões e Consolida Liderança no Mercado de Baterias para Drones
Por Redação EnergyChannel A Amprius Technologies (NYSE: AMPX), referência global em baterias de lítio com ânodo de silício, anunciou um novo pedido de compra superior a US$ 35 milhões para suas células SiCore® , encomendado por um dos maiores fabricantes de sistemas aéreos não tripulados (UAS). O contrato reforça a posição da companhia como fornecedora estratégica para o setor de defesa e aplicações comerciais críticas. Amprius Fecha Pedido de US$ 35 Milhões e Consolida Liderança no Mercado de Baterias para Drones O anúncio vem apenas sete meses após um pedido de US$ 15 milhões do mesmo cliente, sinalizando uma aceleração na adoção de baterias de alta densidade energética no mercado de drones. Desempenho que redefine o voo dos UAS As células SiCore® são projetadas para atender às condições extremas das operações de drones da decolagem ao pouso, oferecendo maior autonomia e alcance de missão. Com densidade energética líder do setor, a tecnologia da Amprius supera as limitações das baterias convencionais de íons de lítio e garante resistência necessária para missões militares, logísticas e de vigilância de longo alcance. “Este novo pedido é um voto de confiança em nosso desempenho e capacidade de entrega”, destacou Dr. Kang Sun , CEO da Amprius. “Estamos posicionados para liderar a próxima fase de crescimento do mercado de drones, oferecendo soluções que permitem que nossos clientes executem missões cada vez mais complexas e críticas.” Capacidade global de produção em expansão Para atender à crescente demanda, a Amprius conta com uma rede global de fabricação contratual que já supera 1,8 GWh de capacidade garantida , incluindo parcerias estratégicas na Coreia do Sul. A estrutura possibilita escalar a produção para os setores aeroespacial, de defesa e mobilidade elétrica. Mercado bilionário em crescimento De acordo com projeções de mercado, o setor global de sistemas não tripulados movimentou US$ 26,6 bilhões em 2024 e pode chegar a US$ 48,3 bilhões até 2030 , crescendo a um CAGR de 10,5% . A América do Norte lidera o segmento, concentrando 45% da receita global. A combinação de baterias de ânodo de silício de alto desempenho e parcerias de fabricação internacionais coloca a Amprius em posição privilegiada para capturar participação de mercado e acelerar a transição para uma nova era de aviação elétrica e operações autônomas . Amprius Fecha Pedido de US$ 35 Milhões e Consolida Liderança no Mercado de Baterias para Drones
- Samsung SDI anuncia produção de baterias BESS nos EUA a partir de 2026
Las Vegas, EUA – A Samsung SDI, fabricante sul-coreana de baterias e materiais eletrônicos, revelou seus novos sistemas de armazenamento de energia em baterias (BESS, na sigla em inglês) durante a feira RE+ 2025 em Las Vegas. A empresa confirma que a produção local nos Estados Unidos terá início em 2026, reforçando sua estratégia de expansão diante do crescimento da demanda por soluções de energia limpa. Imagem, crédito: Samsung SDI, Samsung SDI anuncia produção de baterias BESS nos EUA a partir de 2026 Os novos modelos Battery Box (SBB) 1.7 e SBB 2.0 trazem inovações tecnológicas para o setor. O SBB 1.7 , com células de óxido de níquel cobalto alumínio (NCA) de alta densidade, oferece cerca de 17% mais capacidade energética que seu antecessor, o SBB 1.5. Já o SBB 2.0 utiliza células de fosfato de ferro-lítio (LFP) e incorpora um formato prismático proprietário, além de tecnologias diferenciadas de eletrodo, superando a limitação histórica de baixa densidade energética das baterias LFP, mantendo segurança e custo competitivo. Ambos os modelos contam com tecnologia Enhanced Direct Injection (EDI) , garantindo maior segurança e confiabilidade, além de algoritmos baseados em inteligência artificial para manutenção preditiva e previsão de durabilidade. Cada unidade SBB comporta células, módulos e racks dentro de um contêiner de 20 pés, e já recebeu o CES Innovation Award neste ano. “O lançamento dos novos SBB com produção local é uma resposta direta à crescente demanda americana, mesmo diante dos desafios de fabricação doméstica e dos riscos da cadeia de suprimentos relacionados a políticas tarifárias dos EUA”, afirmou a Samsung SDI. Além das BESS, a empresa apresentou a nova solução de UPS (Uninterruptible Power Supply) U8A1 , que oferece 33% mais eficiência de espaço em comparação a modelos anteriores, utilizando células de alta potência e densidade energética. Destinada a data centers, a U8A1 garante resposta rápida a interrupções de energia e menor consumo de células, com química de óxido de manganês-lítio e certificação UL9540A de segurança contra incêndios. A tecnologia No TP (No Thermal Propagation) impede a propagação de calor em caso de fogo, aumentando a proteção dos equipamentos. Em março, a Samsung SDI firmou contrato com a NextEra Energy , no valor de KRW 437 bilhões (US$ 301 milhões), para fornecimento de sistemas ESS em projetos BESS nos EUA, com retroatividade de 15 de abril de 2024 a 20 de novembro de 2025. A Samsung SDI segue a tendência de outras empresas sul-coreanas, como LG Energy Solution e SK On , de investir na produção doméstica de BESS nos EUA. O movimento é impulsionado também pelas restrições impostas aos fornecedores estrangeiros de tecnologia no país, criadas pelos republicanos para regulamentar créditos fiscais em energia limpa. A chegada da Samsung SDI ao mercado americano reforça o crescimento do setor de armazenamento de energia nos EUA e a tendência global de expansão de soluções BESS para apoiar a transição energética e a descarbonização. Samsung SDI anuncia produção de baterias BESS nos EUA a partir de 2026
- SK On Iniciará Produção de Baterias LFP nos EUA em 2026 e Aposta em Maior Capacidade para ESS
Por Redação EnergyChannel A sul-coreana SK On anunciou que dará início à produção de baterias de fosfato de ferro e lítio (LFP) em sua fábrica própria na Geórgia, Estados Unidos, a partir de outubro de 2026 . O movimento representa um passo estratégico para ampliar a presença da empresa no mercado de armazenamento de energia (ESS) , setor que vem registrando crescimento acelerado na América do Norte. SK On Iniciará Produção de Baterias LFP nos EUA em 2026 e Aposta em Maior Capacidade para ESS Segundo fontes do setor, parte da unidade operada pela SK Battery America será convertida para fabricar células LFP em formato “pouch” de 600 mm de comprimento o dobro do padrão de 300 mm —, o que garante maior densidade energética e competitividade de preço. Essa decisão levou a empresa a descartar a produção nas fábricas da BlueOval SK , sua joint venture com a Ford, já que essas instalações não suportam a tecnologia de células longas. Concorrência Direta com LG e Samsung A SK On planeja lançar contêineres de 5,4 MWh para sistemas ESS, superando os modelos atuais da concorrência: os 5,12 MWh da LG Energy Solution e os 5,26 MWh da Samsung SDI . Essa vantagem de capacidade pode se traduzir em maior atratividade para projetos de grande escala, aumentando as chances de vitória em licitações no setor de armazenamento. O fornecimento de componentes estruturais dos contêineres ficará a cargo da Seojin System , reforçando a cadeia de suprimentos local. Expansão Maciça da Produção A planta da Geórgia, que hoje possui capacidade anual de 22 GWh , é uma das mais importantes operações da SK On nos EUA. Além dela, a empresa está construindo quatro novas fábricas na Geórgia, Kentucky e Tennessee. Quando todas estiverem concluídas, a capacidade produtiva da companhia em território americano ultrapassará 180 GWh por ano , representando cerca de 50% da produção global da SK On. Com o avanço da agenda de transição energética e o crescimento da demanda por soluções de armazenamento de grande escala, a iniciativa posiciona a SK On como uma das principais fornecedoras de tecnologia LFP para o mercado norte-americano. SK On Iniciará Produção de Baterias LFP nos EUA em 2026 e Aposta em Maior Capacidade para ESS
- Inovações sustentáveis são destaque em palestra na Feira Logística do Futuro
Durante a feira, que é um dos principais eventos logísticos do país, a Heli Brasil, divisão de empilhadeiras do Grupo KMR, terá uma palestra conduzida por Wilson Pequeño, gerente executivo comercial da companhia, sobre os caminhos da transição energética na intralogística. Inovações sustentáveis são destaque em palestra na Feira Logística do Futuro A apresentação discutirá o avanço das empilhadeiras elétricas de lítio, destacando ganhos de eficiência, segurança e competitividade. O encontro também abordará o lançamento da CPD38 Cabine Alta, modelo elétrico inédito projetado para a indústria de bebidas, que eleva a visibilidade do operador, incorpora direção inteligente e proteção ativa para pedestres, colocando a segurança no centro da operação logística. Setembro, 2025 – A busca por eficiência energética e soluções que aliam produtividade à redução de impactos ambientais estará no centro da palestra que a Heli Brasil, divisão de empilhadeiras do Grupo KMR, realiza durante a Feira Logística do Futuro. O evento será realizado nos dias 1º e 2 de outubro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, e vai reunir mais de 120 expositores e um público estimado em 3,5 mil participantes, sendo 76% formado por tomadores de decisão, consolidando-se como um dos principais encontros de inovação para o setor logístico no país. Inovações sustentáveis são destaque em palestra na Feira Logística do Futuro A apresentação da Heli Brasil será conduzida por Wilson Pequeño, gerente executivo comercial da empresa, no dia 2 de outubro, às 9h30, no palco auxiliar do evento. Com o tema “Inovações sustentáveis na logística e lançamento da CPD38 Cabine Alta”, a palestra vai mostrar como tecnologias como baterias de lítio, direção inteligente e proteção ativa estão redefinindo padrões de segurança, custo e eficiência no setor. “Estamos diante de uma transição estrutural da intralogística, em que sustentabilidade e segurança deixam de ser diferenciais para se tornarem pré-requisitos. Há anos acompanho esse setor e nunca vi tamanha velocidade na adoção de tecnologias que unem eficiência operacional e responsabilidade ambiental. As empilhadeiras elétricas de lítio já representam uma realidade consolidada, e as empresas que fizerem essa virada agora terão vantagem competitiva em três frentes: redução efetiva de custos, atendimento às exigências globais de ESG e fortalecimento da reputação no mercado. A Heli Brasil, por meio do Grupo KMR, lidera esse movimento no Brasil ao entregar soluções de escala mundial com suporte local, preparando clientes para um futuro onde inovação e preservação caminham juntas”, afirma Wilson Pequeño. Além de debater as transformações sustentáveis no setor, a apresentação vai detalhar a CPD38 Cabine Alta, empilhadeira elétrica inédita que será lançada na feira e também integra o conteúdo da palestra. O equipamento foi desenvolvido especialmente para a indústria de bebidas e traz avanços que colocam a segurança no centro da operação, como cabine elevada em 450 milímetros para maior visibilidade, sistema inteligente de direção com desaceleração automática contra tombamentos e proteção ativa capaz de detectar pedestres em áreas de risco e acionar a frenagem de emergência. SERVIÇO O que: Logística do Futuro 2025 Quando: 1º e 2 de outubro de 2025 Onde: Transamérica Expo Center – Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 – Santo Amaro, São Paulo – SP Ingressos: www.feiralogisticadofuturo.com.br Sobre o Grupo KMR O Grupo KMR é responsável pela divisão de empilhadeiras Heli no Brasil e pelo fortalecimento da marca no mercado. Com uma rede de mais de 150 distribuidores de venda de máquinas, peças e pós-vendas, com cobertura em todo o território nacional. O grupo garante capilaridade de atendimento e pós-vendas estruturado, com o maior estoque de peças do segmento. A fábrica Heli (Anhui Forklift Group) está entre as sete maiores do mundo, com produção anual superior a 330 mil equipamentos e presença em mais de 180 países. No Brasil, a divisão de empilhadeiras da marca Heli é uma unidade de negócio do Grupo KMR, se consolidou como líder em empilhadeiras elétricas e pioneira em soluções sustentáveis, oferecendo mais de 1.700 modelos entre equipamentos elétricos, a combustão e rebocadores. Inovações sustentáveis são destaque em palestra na Feira Logística do Futuro Mais informações: https://helibrasil.com/
- ABB reativa linha de turbinas na Espanha
Companhia já tem pedidos de modernização de equipamentos de empresas norueguesas e espanholas Construídas entre 1950 e 1970, hidrelétricas europeias demandam modernização São Paulo, 29/9/2025 -- O grupo industrial ABB anunciou ter aberto uma linha de modernização de turbinas hidrelétricas em sua fábrica de Bilbao, Espanha, onde o equipamento já havia sido fabricado no passado. Segundo comunicado da empresa, a unidade já trabalha em projetos encomendados por companhias de energia da Noruega e da Espanha e projeta novos pedidos para breve, com boa parte das turbinas em operação na Europa caminhando para o fim da vida útil, de cerca de 30 anos. No texto, a ABB destaca que a maior parte das hidrelétricas europeias foi construída entre 1950 e 1970, com turbinas em muitos casos já apresentando perda de desempenho, oscilações e custos crescentes de manutenção, demandando, portanto, modernização tecnológica — mercado no qual a ABB pretende atuar. “As equipes da ABB vão utilizar materiais e tecnologias modernas para ajudar a reduzir perdas de energia em geradores, para torná-los mais eficientes do que modelos antigos. Novos estatores, por exemplo, serão projetados, fabricados e entregues a partir de Bilbao, incorporando processos de fabricação avançados e tecnologias como o sistema de insulação Micadur para barras de estatores”, informou a companhia. A nova linha de turbinas foi instalada no mesmo espaço onde, ao longo de 90 anos, foram montados mais de 240 equipamentos do tipo, sob gestão da ABB e de outras empresas. A localização na Espanha é vista como estratégica, já que parte considerável das hidrelétricas europeias se concentra nos Pirineus da Península Ibérica e em regiões elevadas próximas, como os Alpes, ou outras áreas acessíveis pelo porto de Bilbao. “Num tempo em que cadeias de suprimento mais próximas ganham importância, agora temos como oferecer uma logística ainda mais rápida, com prazos e qualidade de serviço de previsibilidade, associada a um histórico de excelência de fabricação”, afirmou no texto Mikel Torre, diretor-geral da ABB Motores de Anel Espanha. Com capacidade instalada de 260 GW, o setor hidrelétrico europeu majoritariamente formado por usinas de pequeno e médio porte responde por cerca de 20% da eletricidade gerada no continente e segue fundamental para a integração das renováveis. Além da modernização de turbinas, a unidade de Bilbao continuará fabricando acionamentos de moinhos de minério sem engrenagens, também conhecidos como motores de anel, já produzidos na instalação. ABB reativa linha de turbinas na Espanha
- S&P Global Revela Lista das Empresas Tier 1 em Cleantech: Crescimento Acelerado e Desafios Financeiros Marcam o Setor em 2025
Por EnergyChannel – Canal especializado em Energia S&P Global Revela Lista das Empresas Tier 1 em Cleantech: Crescimento Acelerado e Desafios Financeiros Marcam o Setor em 2025 O setor de tecnologias limpas (cleantech) vive um momento de expansão robusta, mas também enfrenta desafios financeiros significativos. A S&P Global Commodity Insights divulgou sua primeira lista das empresas Tier 1 em cleantech, destacando 63 fornecedores líderes nos segmentos de módulos fotovoltaicos, inversores, turbinas eólicas e sistemas de armazenamento de energia (BESS). Essas empresas foram avaliadas com base em critérios rigorosos, incluindo presença de mercado, participação de mercado, escala de remessas, diversificação global. Principais Empresas Reconhecidas Entre as empresas destacadas estão: Módulos Fotovoltaicos : Chint New Energy Technology Co. Ltd. (Astronergy) Canadian Solar Inc. First Solar Inc. GCL System Integration Technology Co. Ltd. Hanwha Solutions Corp. Hengdian Group DMEGC Magnetics Co. Ltd. JA Solar Technology Co. Ltd. Jinko Solar Co. Ltd. LONGi Green Energy Technology Co. Ltd. Risen Energy Co. Ltd. Seraphim Energy Group Co., Ltd. TCL Zhonghuan Renewable Energy Technology Co. Ltd. Tongwei Solar Co. Ltd. Trina Solar Co. Ltd. Inversores Fotovoltaicos : Enphase Energy Inc. Ginlong Technologies Co. Ltd. GoodWe Technologies Co. Ltd. Growatt New Energy Technology Co. Ltd. Huawei Technologies Co. Ltd. Ningbo Deye Technology Group Co. Ltd. Sineng Electric Co. Ltd. SMA Solar Technology AG SolarEdge Technologies Inc. Sungrow Power Supply Co. Ltd. TBEA Sunoasis Co., Ltd. Zhuzhou CRRC Times Electric Co. Ltd. Turbinas Eólicas : Envision Energy Ltd. GE Vernova Inc. Goldwind Science & Technology Co. Ltd. Ming Yang Smart Energy Group Ltd. Nordex SE Sany Renewable Energy Co. Ltd. Siemens Gamesa Renewable Energy SA Vestas Wind Systems A/S Windey Energy Technology Group Co. Ltd. Sistemas de Armazenamento de Energia : BYD Company Ltd. Canadian Solar Inc. Contemporary Amperex Technology Co. Ltd. Envision Energy Ltd. EVE Energy Co. Ltd. Fluence Energy Inc. Gotion High-tech Co. Ltd. Jiangsu Trina Solar Storage Co. Ltd LG Energy Solution Ltd. Sungrow Power Supply Co. Ltd. Tesla Energy Operations Inc. Wärtsilä Oyj Abp Essas empresas foram selecionadas com base em sua capacidade de atender a padrões elevados em pelo menos quatro dos seis critérios estabelecidos pela S&P Global. A metodologia de avaliação utilizou dados proprietários da S&P Global Commodity Insights e resultados da Corporate Sustainability Assessment (CSA) para garantir objetividade. Desafios Financeiros no Setor Cleantech Apesar do crescimento acelerado, o setor de cleantech enfrenta desafios financeiros. O aumento da capacidade de fabricação de componentes-chave, como módulos fotovoltaicos, turbinas eólicas e sistemas de armazenamento de energia, superou a demanda real do mercado nos últimos dois anos. Esse desequilíbrio resultou em quedas acentuadas de preços em 2023 e 2024, pressionando o desempenho financeiro e os balanços das empresas fabricantes. ( S&P Global ) Além disso, as cadeias de suprimentos de cleantech estão navegando por um ambiente complexo, caracterizado por excesso de oferta, margens encolhidas e restrições comerciais mais rigorosas, especialmente para fabricantes chineses. Simultaneamente, há uma pressão crescente de reguladores, investidores e clientes para melhorar a sustentabilidade e a rastreabilidade em toda a cadeia de valor. As empresas são cada vez mais esperadas a demonstrar sourcing responsável, operações transparentes e desempenho corporativo mensurável em sustentabilidade. ( S&P Global ) Perspectivas para o Futuro A lista Tier 1 da S&P Global serve como um guia confiável para investidores e desenvolvedores que buscam parceiros sólidos no setor de cleantech. Ela destaca empresas que não apenas lideram em termos de volume e presença de mercado, mas também em práticas financeiras e ambientais responsáveis. À medida que o setor continua a evoluir, espera-se que essas empresas desempenhem um papel crucial na transição global para uma economia de baixo carbono. Para mais informações detalhadas sobre as empresas incluídas na lista Tier 1 da S&P Global, acesse o relatório completo disponível em: ( S&P Global ). S&P Global Revela Lista das Empresas Tier 1 em Cleantech: Crescimento Acelerado e Desafios Financeiros Marcam o Setor em 2025
- Made in China 2025: o que o Brasil pode aprender com a estratégia industrial chinesa
Por Janayna Bhering Cardoso | Artigo de Opinião Made in China 2025: o que o Brasil pode aprender com a estratégia industrial chinesa Em 2015, o governo chinês lançou um plano ambicioso que ainda hoje movimenta debates no cenário global: o Made in China 2025 . Mais do que um programa de política industrial, trata-se de uma visão estratégica para transformar a China de “fábrica do mundo”, conhecida por produtos de baixo custo, em uma potência tecnológica de alto valor agregado . O Made in China 2025 não surgiu de forma isolada; ele é parte de um percurso de quase quatro décadas de estratégia nacional de desenvolvimento que transformou a China de uma economia agrária para a segunda maior potência do mundo. A trajetória de desenvolvimento da China nos últimos 40 anos Década de 1980 – Reformas de Deng Xiaoping: Em 1978, sob a liderança de Deng Xiaoping, a China iniciou as reformas de abertura econômica . O país saiu do modelo centralizado maoísta (forma como a economia chinesa funcionava sob a liderança de Mao Tsé-Tung (1949–1976) , após a fundação da República Popular da China), para adotar uma economia socialista de mercado , permitindo investimento estrangeiro, zonas econômicas especiais e liberalização parcial de setores produtivos. O foco era atrair capital, tecnologia e conhecimento para acelerar a industrialização. Década de 1990 – China como “fábrica do mundo”: Com mão de obra abundante e custos baixos, a China consolidou-se como destino preferencial de multinacionais. A estratégia era competir em escala e preço , exportando produtos de baixo valor agregado, especialmente manufaturas leves, eletrônicos básicos e têxteis. Anos 2000 – Infraestrutura e ascensão global: O país investiu pesadamente em infraestrutura, urbanização e energia , criando as bases para o crescimento industrial. Ao mesmo tempo, ingressou na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001, ampliando seu acesso a mercados internacionais e consolidando sua integração nas cadeias globais de valor. Década de 2010 – Inovação e tecnologia como prioridade: Com o aumento dos salários e a necessidade de competir em novos patamares, a China lançou estratégias voltadas à subida na escada tecnológica . O Made in China 2025 (2015) foi o marco mais visível dessa mudança, mirando setores estratégicos de alta tecnologia. Paralelamente, a Iniciativa do Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative, 2013) reforçou sua expansão global, conectando infraestrutura, comércio e influência política em mais de 60 países. Hoje – Autossuficiência e liderança global: Atualmente, a China busca autonomia tecnológica , principalmente em semicondutores, inteligência artificial, biotecnologia e energias limpas. O objetivo é reduzir vulnerabilidades externas, especialmente diante das tensões com os EUA, e consolidar-se como potência inovadora até meados do século XXI. O que é o Made in China 2025? Na década de 2010, a China já enfrentava um dilema: sua economia crescia, mas ainda era altamente dependente de tecnologias estrangeiras em setores estratégicos. Para sustentar o desenvolvimento, reduzir vulnerabilidades externas e conquistar protagonismo em cadeias globais de valor, o governo lançou uma política industrial ambiciosa, com horizonte de longo prazo e foco em inovação. Esse movimento também reflete uma disputa mais ampla pela liderança econômica e tecnológica mundial . Em um cenário de transição energética, digitalização acelerada e novas tensões geopolíticas, dominar setores de alta tecnologia significa garantir não apenas competitividade econômica, mas também poder estratégico internacional . O plano parte de quatro grandes objetivos: Autossuficiência e competitividade : reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras e fortalecer a inovação doméstica. Modernização industrial : melhorar a qualidade, digitalizar processos e expandir a automação. Desenvolvimento econômico : usar a inovação como motor de crescimento sustentável. Sustentabilidade : promover eficiência energética e modelos de produção menos intensivos em recursos. Setores estratégicos O Made in China 2025 definiu áreas prioritárias para investimentos massivos e políticas de incentivo: Tecnologia da informação Robótica e maquinaria avançada Aeroespacial e transporte de alta tecnologia Veículos elétricos e de nova energia Biofármacos e equipamentos médicos Novos materiais Esses setores refletem uma clara intenção de disputar espaço com economias líderes como Alemanha, EUA e Japão, criando uma base sólida para a autonomia tecnológica chinesa . Impacto global e desafios A implementação do plano já trouxe resultados visíveis. Empresas chinesas expandiram suas patentes em inteligência artificial, baterias de lítio e 5G. A política industrial, por meio de subsídios e incentivos fiscais, fortaleceu ecossistemas locais e elevou a China ao patamar de competidora direta em segmentos de alto valor agregado. Entretanto, o avanço também gerou tensões. Os EUA e a União Europeia passaram a ver o programa como uma ameaça à competitividade global, levantando preocupações sobre práticas desleais , subsídios estatais e transferência forçada de tecnologia . A guerra comercial entre EUA e China, em parte, nasce desse contexto. O que o Brasil pode aprender? O Made in China 2025 não é apenas um caso chinês: é uma aula de planejamento estratégico de longo prazo . Algumas lições para o Brasil: Definir setores prioritários : assim como a China fez, precisamos eleger cadeias estratégicas (como agroindústria sustentável, energias renováveis, biotecnologia, mineração e mobilidade sustentável, por exemplo) e garantir continuidade de políticas públicas. Inovação como política de Estado : investimentos em PD&I não podem depender de ciclos econômicos ou vontades políticas de curto prazo. Integração público-privada : governos, empresas e universidades precisam atuar em rede, acelerando a transformação de pesquisa em inovação de mercado. Formação de talentos : a China investiu fortemente em capacitação técnica. O Brasil também deve preparar sua força de trabalho para indústrias digitais e sustentáveis. Desafios brasileiros: Descontinuidade de políticas públicas , com frequentes mudanças de prioridades a cada ciclo político. Baixo investimento em P&D , comparado a países concorrentes. Fragmentação institucional , dificultando a articulação entre governo, empresas e academia. Oportunidades: Agronegócio sustentável e de alta tecnologia, onde o Brasil já é protagonista e pode avançar em biotecnologia e digitalização. Transição energética , com potencial em bioenergia, hidrogênio verde e mobilidade elétrica. Saúde e biotecnologia , setores em crescimento que podem ser impulsionados pela ciência brasileira. Minerais críticos e estratégicos , como lítio, nióbio, grafite e terras raras, fundamentais para baterias, semicondutores e tecnologias limpas. O Made in China 2025 mostra como a inovação pode ser tratada como estratégia nacional de desenvolvimento . Apesar das críticas e tensões, o plano reforça que quem liderar setores de alta tecnologia terá influência não apenas econômica, mas também geopolítica. Para o Brasil, fica a reflexão: continuaremos como fornecedores de commodities e manufaturas de baixo valor, ou vamos construir nosso próprio “Made in Brazil”, um projeto de país baseado em ciência, tecnologia e inovação? Made in China 2025: o que o Brasil pode aprender com a estratégia industrial chinesa
- BMW apresenta iX5 Hydrogen como obra de arte no Salão de Munique 2025
Munich, Alemanha – A BMW revelou mais um capítulo de sua histórica relação com arte e inovação durante o IAA Mobility 2025, apresentando um de seus carros-piloto iX5 Hydrogen transformado em obra de arte. A pintura “Simply, 2025”, criada pelo artista Alvaro Barrington, envolve o veículo em um design que combina estética contemporânea e tecnologia de ponta. BMW apresenta iX5 Hydrogen como obra de arte no Salão de Munique 2025 O iX5 Hydrogen é parte de uma frota piloto global limitada a menos de 100 unidades, utilizada pela BMW desde 2023 em testes em diferentes regiões e condições climáticas. O objetivo é coletar dados reais sobre desempenho da célula de combustível, eficiência no reabastecimento e usabilidade diária, preparando o terreno para o primeiro modelo de produção movido a hidrogênio da marca, previsto para 2028. A arte de Barrington estreou no Art Basel em junho, onde os veículos da frota iX5 Hydrogen foram usados como transporte VIP da BMW. A iniciativa celebra os 50 anos da série BMW Art Cars , tradição iniciada em 1975 com o BMW 3.0 CSL pintado por Alexander Calder, que posteriormente competiu nas 24 Horas de Le Mans. BMW apresenta iX5 Hydrogen como obra de arte no Salão de Munique 2025 Apesar da transformação estética, a engenharia do iX5 Hydrogen permanece inalterada: o SUV conta com dois tanques de fibra de carbono de 700 bar, com capacidade total de 6 kg de hidrogênio, uma célula de combustível de 125 kW fornecida pela Toyota e uma pequena bateria de buffer para picos de energia. A potência combinada chega a 295 kW (401 cv), permitindo aceleração de 0 a 100 km/h em menos de seis segundos, autonomia WLTP de 504 km e reabastecimento em apenas três a quatro minutos. Com esta iniciativa, a BMW não apenas reforça sua liderança na mobilidade a hidrogênio, como também une arte e tecnologia, transformando cada veículo em um símbolo de inovação e sustentabilidade. BMW apresenta iX5 Hydrogen como obra de arte no Salão de Munique 2025
- Califórnia Elimina Imposto sobre Hidrogênio em Veículos a Partir de 2026
Legislação pioneira visa tornar o hidrogênio competitivo com diesel e veículos elétricos a bateria Califórnia Elimina Imposto sobre Hidrogênio em Veículos a Partir de 2026 Em um passo histórico rumo à expansão do hidrogênio como combustível de transporte, a Califórnia aprovou por unanimidade o Senate Bill 419 , medida que isenta o hidrogênio do imposto estadual sobre vendas e uso a partir de 1º de julho de 2026 . A decisão, apoiada pelo California Hydrogen Coalition (CHC) , ainda depende da assinatura do governador Gavin Newsom , com prazo para aprovação ou veto até 12 de outubro de 2025 . 'A isenção tributária beneficiará o hidrogênio utilizado em veículos elétricos a célula de combustível (FCEVs) e em veículos a motor de combustão interna movidos a hidrogênio , mas não afetará tributos locais nem recursos destinados à infraestrutura de transporte . O benefício terá validade até 1º de julho de 2030 , período durante o qual o estado acompanhará de perto o desempenho do mercado, medindo volumes vendidos e receita no varejo para embasar futuras políticas públicas. Para Teresa Cooke , diretora executiva do CHC, a iniciativa representa "um passo inicial, porém decisivo" para tornar o hidrogênio competitivo frente ao diesel e acelerar sua adoção em larga escala. O CHC reúne grandes players do setor energético, como Shell, Chevron, Toyota, Hyundai, Linde, Air Liquide e FirstElement Fuel . Apesar do entusiasmo do setor, a medida enfrenta críticas de grupos ambientais, incluindo Sierra Club e Natural Resources Defense Council , que alertam que o incentivo pode privilegiar uma tecnologia ainda em estágio inicial, enquanto os veículos elétricos a bateria já apresentam maturidade e eficiência consolidadas. Ainda assim, defensores do hidrogênio destacam que FCEVs são essenciais para descarbonizar transportes de longa distância e de carga pesada , segmentos onde baterias elétricas enfrentam limitações logísticas e de autonomia. A isenção abrangerá apenas o hidrogênio vendido diretamente a consumidores finais em postos de abastecimento ou utilizado em veículos e geradores de energia. Outras formas de consumo do combustível não serão contempladas . Com a medida, a Califórnia reforça sua posição como líder em políticas de incentivo à mobilidade limpa , abrindo caminho para uma maior participação do hidrogênio na matriz energética de transporte e consolidando a tendência global de diversificação tecnológica em prol da descarbonização. Califórnia Elimina Imposto sobre Hidrogênio em Veículos a Partir de 2026
- União Europeia investe €945 milhões em 12 projetos para descarbonizar a aviação comercial
Bruxelas, 29 de setembro de 2025 – A União Europeia anunciou esta semana um impulso significativo à transição energética na aviação: €945 milhões foram destinados a 12 projetos inovadores voltados à redução das emissões de carbono em voos comerciais. O financiamento faz parte da terceira rodada do programa Clean Aviation Joint Undertaking (CAJU) , iniciativa da UE focada em pesquisa e desenvolvimento de soluções limpas para o setor aéreo. União Europeia investe €945 milhões em 12 projetos para descarbonizar a aviação comercial Segundo o conselho de administração da CAJU, os projetos selecionados têm potencial para cortar em até 30% as emissões de gases de efeito estufa da aviação comercial na próxima década. As equipes começarão a desenvolver suas tecnologias em 2026, com os primeiros testes de voo programados para 2028 e 2029. Distribuição do financiamento O montante total de €945 milhões será distribuído entre diferentes categorias de projetos: Aeronaves de curto e médio alcance ultraeficientes: €199 milhões para três projetos. Tecnologias de aeronaves regionais ultraeficientes: €144 milhões para três iniciativas. Áreas de via rápida (Fast Track Areas – FTA): €20 milhões para quatro projetos com soluções técnicas inovadoras e ágeis. Projetos transversais de integração e avaliação de impacto (ACI): €15 milhões para integração de conceitos de aeronaves e análise de resultados. Destaques das aeronaves regionais Entre os projetos regionais, o consórcio PHARES , liderado pela Pratt & Whitney Canada , recebeu €69 milhões para desenvolver um demonstrador de propulsão híbrido-elétrica. O sistema combina o motor turboélice PW127XT com um motor elétrico de 250 kW da Collins Aerospace . A ATR também está entre os protagonistas, com o projeto Demetra , que utilizará um ATR 72-600 em testes de voo para validar seu conceito de aeronave híbrida-elétrica de baixa emissão, o Heracles , planejado para entrar em operação até 2030. A CEO da ATR, Nathalie Tarnaud Laude , destacou: “Pilotar a primeira aeronave regional híbrida-elétrica do mundo até 2030 é mais que uma demonstração tecnológica. É um compromisso concreto com a sustentabilidade e a conectividade na aviação regional.” A Safran Electrical & Power integra a categoria regional com o projeto Osyrys , focado em sistemas híbridos-elétricos para aeronaves. O motor elétrico EngineUs , recentemente certificado pela EASA , será aplicado em plataformas como a família Cassio da VoltAero e o modelo E20 eVTOL da chinesa TCab Tech . Inovação em aeronaves de curto e médio alcance Projetos de aeronaves ultraeficientes incluem: Take Off , da Safran Aircraft Engines, avançando motores de ventilador aberto. Leia , da Airbus, para integração de arquiteturas elétricas híbridas. Unified , da Rolls-Royce, focado em motores totalmente integrados. A Airbus também recebeu um segundo prêmio na categoria ACI para otimização de integração de aeronaves de curto e médio alcance. Fast Track Areas (FTA): acelerando soluções disruptivas A categoria FTA visa tecnologias que podem acelerar a descarbonização do setor. Entre os selecionados estão: LIME (Lithium-based Innovation for Modular Energy) , liderado pela francesa Ascendence , desenvolvendo baterias híbrido-elétricas. Power4Air , da espanhola Skylife Engineering , aprimorando segurança e confiabilidade de sistemas eletrônicos em aeronaves elétricas. Modabat , do Instituto Fraunhofer , focado em baterias modulares e escaláveis para aviação. Crystar , da Universidade Luigi Vanvitelli , projetando tanques criogênicos de hidrogênio líquido para aeronaves futuras. Honeywell lidera inovação em fabricação e IA No Reino Unido, a Honeywell e parceiros lançaram o projeto Strata , com financiamento de £14,1 milhões, aplicando inteligência artificial e manufatura aditiva para modernizar sistemas de controle ambiental e pressão de cabine. O objetivo é acelerar a inovação, reduzir emissões da cadeia de suprimentos e criar processos de produção mais eficientes. O projeto Strata, que vai até maio de 2028, também investirá em digitalização, automação e otimização de materiais, visando reduzir o consumo energético e apoiar a meta de carbono zero na aviação . Caminho para a próxima geração de aviação Com investimentos em propulsão híbrida-elétrica, integração de sistemas avançados, baterias de nova geração e IA aplicada à produção, a União Europeia reforça seu compromisso com a descarbonização da aviação comercial . A expectativa é que os resultados desses projetos transformem a eficiência energética das aeronaves e posicionem a Europa na vanguarda da inovação sustentável global. União Europeia investe €945 milhões em 12 projetos para descarbonizar a aviação comercial
- CATL avalia parcerias estratégicas com fabricantes europeus de baterias para veículos elétricos
A CATL (Contemporary Amperex Technology Co. Limited) , líder mundial na produção de baterias para veículos elétricos, está aberta a discutir joint ventures na Europa não apenas com montadoras, mas também com fabricantes locais de baterias. A sinalização reflete uma estratégia de adaptação ao cenário desafiador do mercado europeu, marcado por custos elevados de energia, escassez de mão de obra qualificada e gargalos nas cadeias de suprimentos. CATL avalia parcerias estratégicas com fabricantes europeus de baterias para veículos elétricos Durante uma conferência recente, o gerente-geral da CATL para a Europa destacou que a companhia enxerga colaboração como caminho inevitável . “Produzir baterias em solo europeu exige altos investimentos e enfrenta barreiras comuns a toda a indústria. Todos compartilham os mesmos obstáculos, por isso acreditamos que a cooperação é essencial”, afirmou. Entre os potenciais parceiros mencionados estão empresas como a Automotive Cells Company (ACC) , iniciativa franco-alemã que busca consolidar a produção de baterias no continente. A abertura da CATL para trabalhar lado a lado com concorrentes evidencia uma nova dinâmica no setor: de rivalidade acirrada para modelos de coopetição , em que colaboração e competição caminham juntas para acelerar a transição energética. Europa como campo estratégico para baterias A decisão de estreitar laços na Europa não é casual. O continente vem intensificando políticas de incentivo à eletrificação e busca reduzir a dependência de importações asiáticas no fornecimento de baterias, considerado segmento crítico para a indústria automotiva e para a transição energética . No entanto, fatores como o alto custo de energia e a falta de especialistas em tecnologia de baterias dificultam a consolidação de uma cadeia de produção competitiva. Nesse contexto, alianças estratégicas entre grandes players globais e fabricantes europeus despontam como alternativa para garantir escala e eficiência. Impacto no setor de veículos elétricos Se concretizadas, as parcerias da CATL podem acelerar o desenvolvimento de fábricas de baterias em solo europeu, fortalecendo a cadeia de valor da mobilidade elétrica. Além disso, a colaboração ajudaria a mitigar riscos de abastecimento e reduzir custos de produção, beneficiando tanto montadoras quanto consumidores finais. O movimento da CATL reforça que, em um mercado de transição energética cada vez mais globalizado, trabalhar em conjunto pode ser mais estratégico do que competir isoladamente . CATL avalia parcerias estratégicas com fabricantes europeus de baterias para veículos elétricos












