top of page

Publicidade

Resultados da busca

2434 resultados encontrados com uma busca vazia

  • Agrovoltaica em canaviais: Valmont Solar aposta em nova fronteira para energia e agricultura sustentável

    Por Ricardo Honório, Jornalista especializado em Energia Renovável – EnergyChannel A integração entre agricultura e energia solar deixou de ser apenas uma tendência futurista para se tornar uma realidade concreta e estratégica. Agrovoltaica em canaviais: Valmont Solar aposta em nova fronteira para energia e agricultura sustentável A tecnologia da agrovoltaica , que combina geração fotovoltaica e produção agrícola no mesmo espaço, vem ganhando escala em diferentes partes do mundo. Agora, essa modalidade se apresenta como uma oportunidade de transformar a produção de cana-de-açúcar no Brasil , um dos principais polos do setor sucroenergético mundial. Entre as empresas que lideram esse movimento está a Valmont Solar , que aposta em soluções avançadas de trackers e sistemas inteligentes para tornar a convivência entre plantações e energia solar não apenas viável, mas também altamente produtiva. A cana-de-açúcar sob os painéis solares Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)  desenvolveram um estudo pioneiro em um canavial experimental que integra painéis fotovoltaicos ao cultivo tradicional. O resultado surpreendeu: a produtividade do colmo da cana-de-açúcar foi 43,2% maior  em áreas com painéis do que em áreas convencionais. Esse aumento foi atribuído ao microclima criado pela presença dos módulos solares, que ajudam a controlar o excesso de radiação, otimizam a fotossíntese e reduzem o estresse hídrico da planta. Além da biomassa agrícola, o sistema também se mostrou altamente eficiente em geração elétrica, atingindo mais de 9.000 kWh mensais  em média. Para estados como Alagoas, que concentram mais de 324 mil hectares de cana distribuídos em 67 municípios , os resultados abrem caminho para uma revolução: produzir energia limpa sem reduzir a área agrícola disponível. Agrovoltaica em canaviais: Valmont Solar aposta em nova fronteira para energia e agricultura sustentável A experiência internacional e a visão da Valmont A agrovoltaica já demonstrou resultados relevantes em países como Japão, Alemanha, França e Itália. Durante a primeira temporada da série documental Expedição Solar , a equipe do EnergyChannel esteve no Japão e registrou exemplos inovadores de como agricultores locais utilizam a tecnologia para garantir renda adicional sem abrir mão da produção de alimentos. Esse material será apresentado em vídeo dentro desta reportagem. Agrovoltaica em canaviais: Valmont Solar aposta em nova fronteira para energia e agricultura sustentável No cenário europeu, a Valmont Solar  tem papel de destaque. A empresa participa do projeto SYMBIOSYST , consórcio interdisciplinar que busca soluções de baixo custo e alto impacto para expandir a competitividade da energia fotovoltaica em áreas agrícolas. Na Itália, a companhia implantou trackers de última geração em uma fazenda de frutas, equipados com o Convert Control System . O sistema permite monitorar parâmetros críticos do solo e do clima — como umidade, irradiância e temperatura —, além de ajustar automaticamente a inclinação dos painéis ao longo do dia. Assim, as culturas recebem a quantidade ideal de luz e sombra, reduzindo evaporação e preservando recursos hídricos. “Nosso compromisso é mostrar que a energia solar não precisa competir com a agricultura. Pelo contrário, pode ser uma aliada na busca por maior produtividade e sustentabilidade” , afirmou Giuseppe Demofonti , consultor sênior da Valmont Solar. O futuro da cana-de-açúcar com a energia solar Especialistas destacam que a aplicação da agrovoltaica em larga escala exige projetos adaptados a cada realidade local, considerando fatores como clima, tipo de solo e práticas agrícolas. No caso da cana-de-açúcar, os benefícios vão além da produtividade: Eficiência no uso da terra : energia e agricultura ocupando o mesmo espaço. Resiliência climática : mitigação de extremos de calor e redução do estresse hídrico. Sustentabilidade econômica : geração de duas fontes de receita para o agricultor. Expansão de renováveis : avanço da matriz solar sem comprometer áreas de produção alimentar. De acordo com estudos internacionais, já existem 2,8 GW de capacidade instalada em agrovoltaica no mundo , com destaque para China, Japão, Coreia do Sul e Europa. O Brasil, maior produtor de cana do planeta, desponta como candidato natural a integrar esse ranking nos próximos anos. Uma oportunidade para o agronegócio brasileiro Com a crescente pressão global por energia limpa e a busca por novas soluções para aumentar a eficiência agrícola, a agrovoltaica desponta como um dos caminhos mais promissores para o agronegócio brasileiro . A Valmont Solar , com sua expertise em trackers e soluções integradas, já se posiciona para ser parceira estratégica desse movimento. O setor sucroenergético, que historicamente tem papel central na matriz renovável com a produção de etanol e biomassa, agora pode somar também a geração solar como ativo competitivo e sustentável. “Não se trata de substituir modelos, mas de criar um ecossistema onde a energia e a agricultura se fortalecem mutuamente”, destacou Demofonti. Conclusão: o Brasil no epicentro da agrovoltaica O experimento em Alagoas é apenas a ponta do iceberg. Com escala agrícola continental, insolação abundante e um dos maiores mercados de cana-de-açúcar do mundo, o Brasil reúne todos os elementos para se tornar referência internacional em agrovoltaica aplicada a culturas tropicais . Seja pela pesquisa científica, pela inovação tecnológica de empresas como a Valmont Solar , ou pela capacidade empreendedora do agronegócio nacional, o país pode liderar a próxima fase da integração entre energia e agricultura — uma fase em que a cana-de-açúcar não será apenas combustível para mover veículos, mas também energia limpa para iluminar cidades. 👉 Essa reportagem integra a cobertura especial do EnergyChannel  sobre Agrovoltaica no Brasil . Trechos em vídeo da série documental Expedição Solar – Temporada 1 Agrovoltaica em canaviais: Valmont Solar aposta em nova fronteira para energia e agricultura sustentável

  • ABEE aposta na Eletromobilidade e lança cursos para capacitação de engenheiros eletricistas

    Brasília, 9 de setembro de 2025  – A transição energética e o avanço da mobilidade elétrica estão abrindo novas frentes de atuação para engenheiros em todo o Brasil. ABEE aposta na Eletromobilidade e lança cursos para capacitação de engenheiros eletricistas Atenta a esse movimento, a Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (ABEE Nacional)  lançou um programa de capacitação voltado à Eletromobilidade, com cursos introdutórios e presenciais planejados em parceria com o Sistema Confea/Crea e Mútua . O objetivo é preparar profissionais da Engenharia Elétrica para atuar em um dos mercados que mais crescem no mundo: o de veículos elétricos e suas infraestruturas. A iniciativa foi apresentada durante o I Congresso Brasileiro da Modalidade Elétrica (CBME) , realizado em agosto no Espírito Santo, e já atraiu a atenção de engenheiros de diferentes regiões do país. ABEE aposta na Eletromobilidade e lança cursos para capacitação de engenheiros eletricistas Formação acessível e em expansão O primeiro módulo do programa é um curso introdutório em formato EaD , com três horas de duração e valor simbólico de R$ 49,90. Segundo o presidente da ABEE, Ricardo Nascimento , trata-se de um passo inicial para uma formação continuada. “Estamos cumprindo o nosso papel de valorização profissional e oferecendo a oportunidade para que engenheiros tenham o primeiro contato com a Eletromobilidade. Esse curso básico abre caminho para capacitações presenciais mais completas, que incluirão práticas laboratoriais e estarão alinhadas às normas técnicas e às diretrizes do setor”, destacou Nascimento. Além do curso introdutório, a ABEE já programou módulos presenciais em diferentes estados  e está elaborando conteúdos técnicos de apoio, como cartilhas sobre recarga de veículos elétricos, uso de baterias em residências e boas práticas em condomínios. ABEE aposta na Eletromobilidade e lança cursos para capacitação de engenheiros eletricistas Segurança e utilidade pública Um dos focos da associação é orientar também a sociedade sobre os riscos do uso inadequado de baterias e carregadores. Para isso, estão sendo desenvolvidas cartilhas de utilidade pública, que trarão orientações sobre carros, motos, bicicletas e patinetes elétricos , além de capacitações específicas voltadas a síndicos de condomínios. “Muitas vezes, moradores carregam suas baterias em casa sem qualquer cuidado técnico, o que pode gerar riscos. Queremos trazer informação segura e ao mesmo tempo ampliar a atuação dos engenheiros especializados nesse setor”, completou o presidente da ABEE. Reconhecimento no setor O tema da Eletromobilidade foi destaque no CBME, que contou com palestras do diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa Neto , e da diretora de Programa da Secretaria Executiva do Ministério de Minas e Energia, Bianca Alencar Braga . O debate também será levado a outras instâncias, como o Colégio de Presidentes , que se reúne em Porto Alegre ainda em setembro, além das plenárias do Confea e do Crea-PA. Papel social e técnico das associações Para além da capacitação profissional, a ABEE reforça seu caráter de entidade de utilidade pública, com atuação sem fins lucrativos. “Nosso compromisso é duplo: orientar a sociedade e garantir que engenheiros estejam cada vez mais preparados para lidar com as novas demandas da mobilidade elétrica, sempre de acordo com normas e diretrizes oficiais”, concluiu Nascimento. Confira; ABEE aposta na Eletromobilidade e lança cursos para capacitação de engenheiros eletricistas

  • Liderança feminina e inovação marcam o Congresso Brasileiro Mulheres da Energia 2025

    São Paulo  – O setor de energia brasileiro deu mais um passo rumo à diversidade e à inovação com a realização do 4º Congresso Brasileiro Mulheres da Energia , evento que reuniu lideranças femininas, especialistas e executivas para debater o futuro da transição energética sob a ótica da inclusão e da tecnologia. Liderança feminina e inovação marcam o Congresso Brasileiro Mulheres da Energia 2025 A conferência, que já se consolidou como uma das principais iniciativas do país voltadas à equidade de gênero no setor, destacou como a participação feminina é essencial para impulsionar criatividade, produtividade e competitividade nas empresas de energia . Quebra de paradigmas no setor Historicamente dominado por homens, o mercado de energia ainda enfrenta desafios relacionados à equidade. Para muitas executivas presentes, a representatividade feminina nos painéis foi um marco simbólico e inspirador. Liderança feminina e inovação marcam o Congresso Brasileiro Mulheres da Energia 2025 “É raro ver conferências em que as mulheres ocupam a maioria dos espaços de fala. No setor energético, isso é ainda mais transformador. Esses encontros mostram às profissionais mais jovens até onde podem chegar em suas carreiras”, destacou uma das participantes. O ambiente diverso foi apontado não apenas como uma questão de justiça social, mas também como estratégia de inovação empresarial , refletindo a sociedade de forma mais inclusiva e moderna. Tecnologia como motor da transição energética Além da pauta de liderança, o congresso também trouxe discussões sobre tecnologias emergentes aplicadas ao setor elétrico , incluindo inteligência artificial, digitalização e soluções sustentáveis. Liderança feminina e inovação marcam o Congresso Brasileiro Mulheres da Energia 2025 Uma das apresentações de destaque abordou como a IA pode tornar o sistema elétrico mais eficiente e inteligente , apoiando não apenas a operação da rede, mas também iniciativas em saúde, educação, preservação de biomas e desenvolvimento econômico em comunidades. Inspiração e impacto prático Segundo as organizadoras, a cada edição o congresso amplia sua relevância não apenas como espaço de debate, mas como plataforma de negócios e conexões estratégicas . Muitos projetos e parcerias firmados entre empresas nasceram justamente a partir dos encontros promovidos nas edições anteriores. “É emocionante ver o crescimento do evento, tanto em número de participantes quanto na qualidade dos debates. A troca de experiências entre mulheres que já são referência no setor cria um impacto duradouro e inspira novas gerações”, ressaltou uma das palestrantes. Uma agenda que veio para ficar Com painéis, palestras e networking direcionados ao fortalecimento da presença feminina no setor energético , o Congresso Mulheres da Energia 2025  reforça a importância de manter o tema no centro das transformações da matriz energética brasileira. Ao unir liderança feminina e inovação tecnológica , o evento mostra que a transição energética não é apenas sobre novas fontes e modelos de negócios, mas também sobre novas vozes que estão moldando o futuro da energia no Brasil . Liderança feminina e inovação marcam o Congresso Brasileiro Mulheres da Energia 2025 Liderança feminina e inovação marcam o Congresso Brasileiro Mulheres da Energia 2025 Nota Este material faz parte da cobertura exclusiva do Congresso Brasileiro das Mulheres da Energia, realizada em parceria com a EnergyChannel. Todas as entrevistas e reportagens foram especialmente produzidas para o nosso evento e fazem parte do legado que estamos construindo juntas. 💜⚡

  • CRISE DA GOLD ENERGIA EXPÕE FALHAS NO MERCADO E AUMENTA ALERTA SOBRE RISCOS DAS COMERCIALIZADORAS

    Por Arthur Oliveira | Artigo de Opinião O mercado livre de energia (ACL), que registrou a migração de 26 mil consumidores em 2024, expõe fragilidades cada vez mais graves. Muitas comercializadoras, inclusive ligadas a grandes bancos, inflacionam artificialmente o volume negociado com lastro financeiro insuficiente, derrubando preços e pressionando geradores colocando-os à beira da falência. Consumidores atraídos por contratos “milagrosamente” baratos acabam pagando a conta quando essas empresas quebram. É exatamente esse o pano de fundo que explica a crise da Gold Energia. Créditos | ANEEL | CRISE DA GOLD ENERGIA EXPÕE FALHAS NO MERCADO E AUMENTA ALERTA SOBRE RISCOS DAS COMERCIALIZADORAS A situação da empresa nas operações do mercado livre vinha sendo acompanhada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que deliberou pela operação balanceada da comercializadora em novembro do ano passado, após seu fator de alavancagem subir expressivamente pela posição descoberta em outubro de 2024 e ao longo de 2025. A degradação da situação financeira levou a Gold a descumprir contratos no mercado livre já nos últimos meses de 2024. Em março deste ano, o problema atingiu o mercado regulado, com descumprimento de contratos com a Cooperativa Regional de Distribuição de Energia do Litoral Norte (Copernort) e com a Cooperativa de Eletrificação da Região do Alto Paraíba (Cedrap). Em maio, a inadimplência se estendeu para os Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEArs), firmados em leilões de energia existente com distribuidoras. Um dos pontos críticos foi a falha da comercializadora em aportar as garantias financeiras previstas na contabilização de maio. Esse descuido resultou em um custo de cerca de R$ 17 milhões, valor repassado às cooperativas e distribuidoras que estavam do outro lado dos contratos. Foram diretamente afetadas as distribuidoras Enel São Paulo, Enel Ceará, Equatorial Pará, Equatorial Maranhão, Light, CPFL Jaguarí, Enel Rio, Equatorial Piauí, Energia Paraíba, EDP São Paulo e Energisa Rondônia. Como destacou o diretor da ANEEL, Fernando Mosna, “a diferença de custo pela compra da energia poderá significar impactos tarifários para cooperados e consumidores cativos das concessionárias, respectivamente”. Para Mosna, a gravidade do caso não pode ser ignorada. Ele lembrou que a crise da Gold se soma a episódios recentes, como a recuperação judicial da 2W e o default superior a R$ 1 bilhão da própria Gold no mercado livre. Em sua fala, chegou a comparar a atuação da comercializadora com o “jogo do tigrinho”, criticando a postura de assumir riscos desmedidos e deixar a conta para os consumidores quando o castelo desmorona. Diante de todos esses fatos, a ANEEL tomou a decisão de revogar a outorga da Gold Energia e autorizou a adoção de medidas para cobrar os prejuízos. A agência destacou que sua atuação nesse caso ganha ainda mais relevância pelo contexto de abertura do mercado livre, justamente em um momento em que a credibilidade e a segurança dos agentes precisam ser reforçadas para que situações como essa não voltem a se repetir. A crise da Gold deixa claro que energia não surge do nada. Construir uma usina solar, eólica ou hidrelétrica exige bilhões em financiamento, juros altos e retorno garantido ao investidor. Quando comercializadoras operam com preços artificialmente baixos e sem garantias físicas robustas, criam desequilíbrios que corroem a confiança no setor e afastam capital produtivo. Sem preços justos, investidores desistem, e a expansão da oferta fica comprometida. O episódio da Gold mostra que não se trata de um caso isolado, mas de um ciclo de instabilidade que ameaça todo o setor. Regular o mercado com firmeza, exigindo garantias físicas, certificados de origem e transparência nas transações, é essencial para evitar que novas crises prejudiquem consumidores e inviabilizem a expansão da geração no Brasil. CRISE DA GOLD ENERGIA EXPÕE FALHAS NO MERCADO E AUMENTA ALERTA SOBRE RISCOS DAS COMERCIALIZADORAS

  • Geração Distribuída e Reformas do Setor Elétrico: ABGD Analisa MP 1300 e MP 1304

    São Paulo, 2025 –  A recente instalação da comissão mista da MP 1300 , que trata da reforma do setor elétrico, e a expectativa para a MP 1304, que discute o teto da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) , reacendeu o debate sobre o futuro da geração distribuída (GD)  no Brasil. Para discutir os impactos dessas medidas provisórias, o EnergyChannel promoveu um bate-papo exclusivo com lideranças do setor: Carlos Evangelista , presidente da ABGD , e Raquel Rocha , diretora de regulatório da associação, mediado por Noemi Araujo , especialista em Relações Institucionais e Governamentais. Avanços e desafios das medidas provisórias Carlos Evangelista destacou que a instalação da comissão mista da MP 1300 é um marco aguardado há meses. “Havia uma indefinição desde maio sobre a instalação da MP e se ela caducaria. Agora, temos um avanço com sinalização de acordo entre governo e parlamentares”, explicou. Evangelista ressaltou que a MP 1300 traz benefícios claros para a geração distribuída , mas também pontos de atenção. Entre os aspectos positivos, citou incentivos como a tarifa social de isenção de até 80 kWh, que beneficia camadas específicas da população. No entanto, alertou que algumas emendas podem distorcer a visão sobre GD e gerar insegurança regulatória. Geração Distribuída e Reformas do Setor Elétrico: ABGD Analisa MP 1300 e MP 1304 Raquel Rocha detalhou que, apesar do número expressivo de emendas (cerca de 600), a maior parte não altera diretamente a MMGD (Micro e Minigeração Distribuída) , mas sim dispositivos relacionados à CDE e à modernização da tarifa de energia. “O texto principal da MP praticamente não impacta a MMGD. O que se observa é uma tentativa de modificar parâmetros contábeis e tarifários, que podem trazer retrocessos e afetar a segurança jurídica do setor”, disse. Geração distribuída como solução, não problema Um dos pontos centrais da conversa foi esclarecer que a geração distribuída não é responsável por problemas técnicos no sistema elétrico , mas sim parte da solução para a transição energética. Evangelista reforçou que o crescimento da GD, com mais de 3,8 milhões de sistemas instalados atendendo cerca de 20 milhões de brasileiros, fortalece a resiliência e capilaridade do setor elétrico . Raquel Rocha explicou que a política pública da GD nasceu em 2012 com o objetivo de aproximar a geração da carga, permitindo que o consumidor produza e consuma sua própria energia. “Quando olhamos para a MMGD, vemos que o consumidor investiu recursos próprios para abater sua carga, diferente da geração centralizada, que entrega energia em larga escala. Penalizar a GD seria injusto e juridicamente inviável”, afirmou. Riscos das emendas e necessidade de governança Entre os riscos destacados pelos especialistas estão cortes contábeis ou físicos na GD, mudanças no faturamento e possível concentração de controle nas distribuidoras, que podem gerar assimetrias no mercado. Evangelista defendeu a criação de uma governança sólida e moderna para proteger consumidores e investidores. “É preciso olhar para frente, equilibrar o crescimento do setor e garantir segurança jurídica. Intervenções radicais ou arbitrárias só prejudicam o desenvolvimento”, alertou. Raquel Rocha reforçou que a ABGD tem atuado para desmistificar informações equivocadas , apresentar soluções técnicas e propor incentivos para o consumidor, inclusive por meio de sistemas de armazenamento (BES) integrados à GD. “Nosso papel é mostrar que existem alternativas viáveis e exequíveis que permitem continuar o crescimento do setor de forma equilibrada”, explicou. Democratização do acesso à energia Para ambos, a GD representa uma ferramenta de democratização do setor elétrico , permitindo que qualquer consumidor, independentemente de recursos, participe da transição energética, reduza custos e contribua para a mitigação de bandeiras tarifárias. Evangelista comparou a situação à evolução da internet, destacando que sistemas distribuídos oferecem resiliência e independência. Próximos passos Com a MP 1304 prevista para instalação, os próximos 20 a 60 dias serão decisivos para definir o rumo das medidas provisórias. A ABGD continuará atuando junto a seus associados e a órgãos reguladores para garantir que a micro e minigeração distribuída seja tratada como solução e não como problema , defendendo equilíbrio entre inovação, investimento e segurança jurídica. A aprovação da MP 1300 pela Comissão Mista e a inserção do texto na Ordem do Dia do Plenário da Câmara, que trata da... Próximos passos Com a MP 1300 em pauta no Plenário essa semana e a Comissão Mista destinada a apreciar a MP 1.304 já instalada, os próximos dias serão decisivos para definir o rumo do futuro do setor. Em especial, destacamos que todas as 600 emendas à MP 1300 foram rejeitadas pelo relator, Deputado Fernando Filho, no âmbito da Comissão. No entanto, o texto aprovado - na forma de Projeto de Lei de Conversão (PLV 4/2025), permitie a imposição unilateral de modalidades tarifárias pela ANEEL, sem regulamentação clara e objetiva, gerando um nível de insegurança regulatória incompatível com a atratividade de novos investimentos, especialmente na opção por gerar ou não sua própria energia, onde a previsibilidade tarifária é fator decisivo. Por isso, a ABGD junto a outras entidades solicitam aos parlamentares a supressão do § 10 do art. 3º da Lei nº 9.427/1996, alterado pelo art.1° do PLV para que a adoção das modalidades tarifárias seja sempre facultativa, preservando os direitos e liberdade de escolha dos consumidores e assegurando a estabilidade regulatória indispensável ao bom funcionamento do setor elétrico. “Nosso foco é garantir que todos os consumidores tenham liberdade de escolha e que o setor continue crescendo de forma sustentável, sem apontar culpados, mas oferecendo soluções construtivas” , concluiu Evangelista. Geração Distribuída e Reformas do Setor Elétrico: ABGD Analisa MP 1300 e MP 1304

  • Mercado de Baterias e Armazenamento de Energia: Insights da Intersolar 2025

    Por Ricardo Honório – Jornalista especializado em Energia Renovável | EnergyChannel Mercado de Baterias e Armazenamento de Energia: Insights da Intersolar 2025 Na última edição da Intersolar South America 2025 , o EnergyChannel conversou com especialistas do setor de geração distribuída sobre as tendências em armazenamento de energia e soluções integradas para sistemas fotovoltaicos. O bate-papo reuniu Sydney Ipiranga , engenheiro eletricista, CEO da Energia Plus Brasil  e Diretor Técnico da ABGD , e Aurélio de Andrade Souza , Conselheiro e Diretor de Relações Internacionais da ABGD – Associação Brasileira de Geração Distribuída. Mercado de Baterias e Armazenamento de Energia: Insights da Intersolar 2025 Profissionalização do mercado Segundo Sydney Ipiranga, a feira mostrou um perfil de público mais profissional: “Nas edições anteriores, era comum ver muito público final. Hoje, o evento é focado em fabricantes, integradores e profissionais do setor buscando não apenas novas soluções, mas também oportunidades de networking e parcerias estratégicas”. Aurélio complementa: “É impressionante observar negociações acontecendo em tempo real. Contratos, vendas e desenvolvimento de novas parcerias estão acontecendo constantemente no evento”. Crescimento do setor de armazenamento Um dos destaques da Intersolar 2025 foi o aumento significativo de soluções de armazenamento de energia. “Praticamente 80% dos expositores apresentam baterias e carregadores para veículos elétricos”, afirma Sydney. “Isso não é por acaso: além da geração solar fotovoltaica, essas soluções agregam valor às instalações, oferecendo resiliência e segurança energética”. A transição energética e as mudanças regulatórias também impulsionam o uso de baterias. Segundo Aurélio: “Armazenar energia é uma estratégia essencial para evitar penalidades da rede elétrica e garantir backup em caso de falhas. A bateria se tornou um caminho sem volta”. Diversidade de tecnologias e soluções integradas O mercado está se diversificando: químicas de lítio, sódio e outras tecnologias  permitem aplicações específicas para diferentes necessidades. Além disso, a integração de sistemas evoluiu. “Hoje, praticamente todas as soluções são plug-and-play. O inversor conversa com a bateria, permitindo operação eficiente, grid zero e autoconsumo inteligente”, explica Sydney. Aurélio destaca a importância dessas soluções diante de eventos climáticos extremos: “Chuvas, tempestades e quedas de energia em São Paulo mostram que ter uma bateria instalada não é luxo, é necessidade. Energia mais cara é, na realidade, não ter energia quando se precisa”. Redução de custos e acessibilidade Outro ponto importante abordado no evento é a queda expressiva de preços dos equipamentos . Sydney relata: “Um sistema solar completo, excluindo instalação, caiu de R$ 4-5 para cerca de R$ 1,20 por watt-pico. Baterias seguem a mesma tendência. Hoje, um kit com bateria custa praticamente o que custava só o sistema solar há três anos”. Essa redução torna a energia solar com armazenamento cada vez mais viável, tanto economicamente quanto tecnicamente. Aplicações práticas das baterias Aurélio detalha as múltiplas formas de uso das baterias: Arbitragem de energia:  armazenar energia em horários de baixa tarifa para consumo posterior, reduzindo custos. Backup de cargas críticas:  garantir fornecimento durante interrupções. Autoconsumo e grid zero:  maximizar o uso de energia gerada localmente e reduzir dependência da rede elétrica. Ele também esclarece a diferença entre instalação atrás e à frente do medidor . “Atrás do medidor, a instalação é totalmente permitida e regulamentada. Na frente do medidor, a regulamentação ainda está em desenvolvimento e deve ser concluída entre 2026 e 2027”. Capacitação prática: cursos para profissionais Para preparar o mercado para essa transformação, a Energia Plus Brasil , em parceria com a ABGD, oferece cursos 100% práticos sobre dimensionamento de sistemas com baterias. Sydney explica: “O curso começa com análise de carga, passa pelo dimensionamento com softwares de mercado e culmina na elaboração do projeto completo. Além disso, oferecemos 30 dias de mentoria para suporte técnico”. Aurélio reforça: “É uma oportunidade única para profissionais aprenderem a projetar soluções reais de armazenamento de energia, aplicáveis em residências, indústrias e comércios”. Conclusão A Intersolar 2025 confirma o amadurecimento do setor de energia solar e armazenamento no Brasil. Com soluções mais acessíveis, integradas e adaptáveis, o mercado segue em expansão, impulsionado por inovação, regulação e a necessidade crescente de resiliência energética. Profissionais que buscam capacitação prática e atualização tecnológica encontram nos cursos da Energia Plus Brasil  e da ABGD um caminho seguro para se posicionarem de forma estratégica neste cenário dinâmico. Mercado de Baterias e Armazenamento de Energia: Insights da Intersolar 2025

  • Huawei apresenta soluções de carregamento ultrarrápido e armazenamento de energia no Brasil

    Por Ricardo Honório, especial para o EnergyChannel Durante a Intersolar South America 2025, em São Paulo, a Huawei Digital Power destacou inovações que prometem acelerar a transição energética brasileira. Entre os avanços, a companhia apresentou um sistema de carregamento ultrarrápido para veículos elétricos, capaz de abastecer um veículo elétrico em menos de cinco minutos, além de novas soluções de armazenamento de energia para aplicações residenciais, comerciais e de grande escala. Huawei apresenta soluções de carregamento ultrarrápido e armazenamento de energia no Brasil O EnergyChannel  conversou com Roberto Valer, PhD e CTO da Huawei Digital Power Brasil , que detalhou as estratégias da empresa e o impacto esperado dessas tecnologias no setor. Huawei apresenta soluções de carregamento ultrarrápido e armazenamento de energia no Brasil Carregamento ultrarrápido: menos de cinco minutos Segundo Valer, um dos principais gargalos da eletromobilidade é o tempo de recarga e a infraestrutura necessária para atender à demanda crescente. A tecnologia apresentada pela Huawei promete resolver esse desafio: Huawei apresenta soluções de carregamento ultrarrápido e armazenamento de energia no Brasil “Estamos trazendo ao Brasil uma solução que permite carregar veículos elétricos em menos de cinco minutos. Mesmo que o carro não seja preparado para esse nível de potência, o sistema é compatível e adapta o carregamento de acordo com a bateria do veículo”, explica o executivo. A tecnologia se torna especialmente estratégica em um momento em que o país começa a discutir políticas de incentivo e expansão da infraestrutura de eletromobilidade. Huawei apresenta soluções de carregamento ultrarrápido e armazenamento de energia no Brasil Energia solar e baterias: integração estratégica A Huawei aposta em um ecossistema integrado de energia solar, armazenamento e carregamento elétrico . Em países como a China, baterias são utilizadas para equilibrar tarifas ao longo do dia. No Brasil, a proposta é adaptada: Huawei apresenta soluções de carregamento ultrarrápido e armazenamento de energia no Brasil “Assinamos um memorando de entendimento com a Prefeitura de São Paulo e a SPTrans para instalar baterias que forneçam potência, viabilizando a expansão de carregadores na cidade”, afirma Valer. Esse modelo busca superar os entraves de infraestrutura elétrica, facilitando a ampliação da rede de recarga em centros urbanos. Soluções residenciais e comerciais: segurança em destaque No segmento residencial, a empresa destaca inversores preparados para baterias há mais de uma década. Agora, com a queda dos preços e a necessidade de backup de energia , a demanda tende a crescer. Huawei apresenta soluções de carregamento ultrarrápido e armazenamento de energia no Brasil A Huawei reforça também o compromisso com a segurança: as baterias passam por testes rigorosos de pressão e impacto para evitar incidentes. Além disso, a empresa apresentou sua tecnologia Huawei Smart String , aplicada ao BESS, que permite carregar e gerenciar individualmente cada módulo de bateria, maximizando a eficiência e prolongando a vida útil do sistema. Utility scale: arbitragem de energia e redução de diesel No mercado de grande escala, as aplicações ganham força em regiões como Pará, Tocantins e Bahia, onde há grande diferença entre tarifas de ponta e fora de ponta. A tecnologia também substitui o consumo de diesel em áreas remotas ou sistemas isolados. Huawei apresenta soluções de carregamento ultrarrápido e armazenamento de energia no Brasil “Em vez de desperdiçar a energia gerada por usinas solares e eólicas em momentos de baixa demanda, as baterias permitem armazenar e utilizar essa energia em horários estratégicos. Essa será uma realidade cada vez mais comum no Brasil”, afirma Valer. Microgrids e projetos off-grid A Huawei também investe em soluções de grid forming e microgrids , essenciais para regiões isoladas, como a Amazônia, onde o diesel ainda é amplamente utilizado. Um dos projetos recentes foi a instalação de um sistema 100% renovável em um hotel amazônico, eliminando totalmente o uso de diesel. “O impacto é enorme. Além da redução de custos e logística, o benefício ambiental é imediato: menos poluição e uma operação energética sustentável em plena floresta”, comenta Valer. Pesquisa, inovação e futuro Com um dos maiores times globais de P&D do setor, a Huawei se destaca pelo desenvolvimento contínuo de novas tecnologias. A empresa ocupa o top 6 mundial em investimentos em pesquisa  e lidera o ranking global de registro de patentes. “Nosso compromisso não é apenas repetir o que já foi feito, mas melhorar constantemente, adaptando cada tecnologia ao contexto local”, conclui Valer. Huawei apresenta soluções de carregamento ultrarrápido e armazenamento de energia no Brasil

  • Sol Agora e Descarbonize Soluções: Financiamento e Tecnologia Aceleram a Expansão da Energia Solar no Brasil

    Por Ricardo Honório – Jornalista especializado em Energia Renovável, direto da Intersolar South América 2025 Sol Agora e Descarbonize Soluções: Financiamento e Tecnologia Aceleram a Expansão da Energia Solar no Brasil No terceiro dia da Intersolar South América 2025, em São Paulo, o EnergyChannel conversou com *Antonio Nuno Verças, CEO da Descarbonize Soluções, empresa responsável pelas operações do ecossistema de distribuição, pela captação de clientes para integradores parceiros do grupo e peo financiamento pela Sol Agora*. Em entrevista exclusiva, o executivo destacou como a integração entre distribuição, financiamento e tecnologia tem impulsionado o acesso à energia solar no Brasil. Segundo Nuno, a Sol Agora nasceu como um dos pilares do ecossistema da Descarbonize Soluções. A empresa atua como uma fintech dedicada a financiar sistemas fotovoltaicos em todo o país. “Já superamos a marca de R$ 1,8 bilhão em financiamentos em menos de três anos , com uma operação enxuta de apenas 35 colaboradores altamente apoiados em tecnologia”, destacou o CEO. Sol Agora e Descarbonize Soluções: Financiamento e Tecnologia Aceleram a Expansão da Energia Solar no Brasil Financiamento acessível e disciplina no mercado O modelo da Sol Agora  se diferencia por ir além das operações internas do grupo. A fintech possui um portfólio com mais de 50 distribuidores parceiros. “Isso mostra que somos uma plataforma de mercado. Mantemos regras rígidas: quem atua com qualidade permanece; quem não entrega excelência é retirado da plataforma”, explicou Nuno. Apesar da preocupação com inadimplência, o maior desafio não está no crédito, mas sim na execução das instalações. “Nosso índice de inadimplência é baixo. O problema maior é quando o integrador não conclui a instalação. Nesse caso, a operação vira risco para todos. Por isso, exigimos profissionalismo e atenção técnica dos parceiros”, reforçou. Mercado residencial lidera, mas o comercial é a próxima fronteira Hoje, a maior parte do financiamento da Sol Agora está concentrada em sistemas residenciais . A queda de até 70% nos custos dos equipamentos tornou a energia solar ainda mais competitiva. “É muito mais barato trocar a conta de luz por um financiamento solar. A lógica é simples: pagar por algo que gera economia imediata”, explicou o executivo. Já o setor comercial ainda é pouco explorado, mas representa grande potencial. “O pequeno e médio empresário ainda não foi suficientemente impactado por campanhas de comunicação bem direcionadas. Restaurantes, mercados e lojas poderiam reduzir custos e ainda ter segurança energética com o uso de baterias solares, especialmente em casos de falhas na rede ”, acrescentou. Combate à desconfiança e fortalecimento da confiança do consumidor Para Nuno, um dos grandes desafios do setor ainda é a desconfiança do consumidor final . “Muitas vezes, instalações mal feitas prejudicam a imagem do mercado como um todo. O solar é hoje a solução mais econômica, mas o cliente precisa ter confiança. Nosso papel é garantir que o integrador parceiro leve excelência em cada projeto” , destacou. Sol Agora e Descarbonize Soluções: Financiamento e Tecnologia Aceleram a Expansão da Energia Solar no Brasil Um ecossistema em expansão Com a Descarbonize Soluções e Sol Agora, Nuno acredita que o ecossistema criado pela companhia tem um papel fundamental no processo de descarbonização do Brasil. “O cliente final nunca é nosso concorrente. Pelo contrário, geramos oportunidades para nossos parceiros e ajudamos a organizar o mercado”, concluiu. Sol Agora e Descarbonize Soluções: Financiamento e Tecnologia Aceleram a Expansão da Energia Solar no Brasil

  • Jonfra Green aposta em inovação e integração de sistemas para acelerar a transição energética

    Por EnergyChannel – Intersolar South America 2025 | Entrevista conduzida por Peter Salles Geib, Diretor-Geral de Soluções de Armazenamento de Energia da Saft para o Brasil e América Latina Jonfra Green aposta em inovação e integração de sistemas para acelerar a transição energética Durante a Intersolar South America 2025, em São Paulo, o EnergyChannel  conversou com dois líderes que estão na linha de frente da inovação em engenharia e energia sustentável no Brasil: Ana Flávia Matheus , fundadora da unidade de negócios Green  do Grupo Jonfra, e Daniel Ferro , engenheiro ambiental responsável pelo desenvolvimento de projetos híbridos e de armazenamento de energia (BESS) na companhia. Com mais de três décadas de atuação no setor industrial, a Jonfra  expandiu sua expertise em automação e soluções para hidrelétricas, avançando nos últimos anos para a integração de fontes renováveis, eficiência energética e armazenamento. Essa transformação deu origem à Jonfra Green , unidade dedicada a projetos de energia limpa e inovação em sustentabilidade. Jonfra Green aposta em inovação e integração de sistemas para acelerar a transição energética Formação e propósito: o caminho da engenharia para a transição energética A trajetória de Ana Flávia  é marcada por um propósito claro: unir tecnologia e sustentabilidade. Engenheira de Energia formada pela Universidade Federal de Itajubá e mestre em Ciências Ambientais pela UFSCar, ela construiu sua carreira com foco em soluções que conectam indústria e renováveis. “A universidade foi um divisor de águas, porque me permitiu enxergar a conexão entre teoria, prática e propósito. A sustentabilidade deixou de ser apenas uma pauta acadêmica para se tornar um compromisso industrial e social”,  destacou. Já Daniel Ferro , engenheiro ambiental pela UNESP e pós-graduando em Gestão de Projetos pela USP/Esalq, reforça que o aprendizado contínuo é a chave para entregar inovação de forma prática e aplicável. “Nunca podemos parar de estudar. A busca por conhecimento transforma não só o profissional, mas o impacto que podemos gerar na sociedade e na transição energética”,  afirmou. A evolução da Jonfra: de automação a soluções completas em energia Fundada em 1991, a Jonfra nasceu como uma empresa de automação industrial voltada principalmente para hidrelétricas. Hoje, consolidou-se como fornecedora de soluções completas de engenharia, incluindo: Eficiência energética e modernização de usinas Geração fotovoltaica e híbrida (solar, eólica, hídrica) Integração de baterias e sistemas de armazenamento (BESS) Fornecimento de equipamentos para grandes obras de infraestrutura Esse reposicionamento fortaleceu a presença da empresa em um momento estratégico: o da transição energética no Brasil. “O mercado não busca apenas produtos, mas soluções completas. Nosso diferencial está em assumir o ciclo inteiro do projeto, da engenharia à entrega final, garantindo eficiência e inovação”,  explicou Ana Flávia. Reconhecimento e práticas de sustentabilidade O trabalho da Jonfra Green tem sido reconhecido nacionalmente. Em 2025, a empresa recebeu dois prêmios de destaque: o Schneider Sustainability Awards  e o Prêmio FINEP de Inovação , que valorizaram sua atuação em inovação tecnológica, ESG e transição energética. Além das conquistas externas, a empresa aplica internamente práticas sustentáveis que vão desde a geração solar própria  até o uso de biocombustíveis, reciclagem e compostagem . “Muitas empresas falam de sustentabilidade, mas não a praticam. Nós acreditamos em ser exemplo, mostrando que é possível reduzir a pegada de carbono também dentro de casa”,  destacou Daniel. Perspectivas: energia, saneamento e reindustrialização Para os próximos 5 a 10 anos, a Jonfra projeta ampliar sua atuação em soluções integradas que combinem energia renovável, armazenamento e automação de processos industriais e de saneamento . “Queremos ser referência em engenharia e energia, entregando inovação e resiliência para setores estratégicos como saneamento, agroindústria e geração elétrica”,  reforçou Ana Flávia. Segundo Daniel, a aposta em resiliência energética  será determinante: “O armazenamento em baterias está revolucionando a matriz energética. Ele garante confiabilidade e qualidade no fornecimento, algo essencial para o Brasil e a América Latina.” Inspiração para os jovens profissionais Encerrando a entrevista, Ana Flávia e Daniel deixaram uma mensagem inspiradora para os jovens que desejam construir carreira no setor de energia: “Mantenham-se em movimento. Mesmo quando o caminho não parecer claro, sigam buscando capacitação e propósito. O movimento constante abre portas”,  aconselhou Ana Flávia. “Resiliência é essencial. Estudem, inovem e não desistam diante dos desafios. A transição energética precisa de profissionais comprometidos e preparados”,  complementou Daniel. Jonfra Green aposta em inovação e integração de sistemas para acelerar a transição energética

  • Euro Tubos reforça protagonismo em estruturas para usinas solares e anuncia galvanização própria em São Paulo

    Por Ricardo Honório, jornalista especializado em Energia Renovável | EnergyChannel Euro Tubos reforça protagonismo em estruturas para usinas solares e anuncia galvanização própria em São Paulo A Intersolar South America 2025 , realizada em São Paulo, foi palco de grandes lançamentos e debates sobre o futuro da energia solar no Brasil. Entre os destaques, a Euro Tubos  apresentou ao público suas soluções em estruturas para usinas fotovoltaicas e anunciou um passo estratégico que promete fortalecer ainda mais sua atuação no setor: a construção de sua própria unidade de galvanização a fogo , localizada em Araçariguama (SP), com inauguração prevista para dezembro. O EnergyChannel conversou com Cícero André de Souza , fundador e diretor da empresa, que compartilhou detalhes sobre a trajetória da Euro Tubos, seus diferenciais técnicos e a visão de futuro no mercado de geração renovável. Estrutura: o alicerce invisível da geração solar Quando se fala em energia solar, os módulos fotovoltaicos e os inversores costumam ser os protagonistas. No entanto, como destaca Cícero, nada disso funciona sem uma estrutura confiável e durável . “A responsabilidade de uma usina solar começa pela estrutura. Se ela não tiver resistência mecânica garantida, o risco é perder módulos inteiros e comprometer o investimento. Uma placa pode ser substituída, um inversor também, mas a estrutura, se falhar, paralisa toda a operação por semanas ou meses”, explicou o empresário. A Euro Tubos se especializou justamente nesse ponto crucial, oferecendo estruturas galvanizadas a fogo  com garantia de até 30 anos . Segundo Cícero, a durabilidade real pode ultrapassar os 90 anos, superando inclusive a vida útil dos próprios módulos fotovoltaicos. “Nosso compromisso é entregar segurança. Trabalhamos com galvanização certificada, seguindo normas rígidas, para garantir que a usina opere sem risco de falhas estruturais”, acrescentou. Euro Tubos reforça protagonismo em estruturas para usinas solares e anuncia galvanização própria em São Paulo Presença consolidada no setor solar Fundada há oito anos, a Euro Tubos atua há quatro anos de forma direta no setor de energia solar e já contabiliza mais de 200 MW em estruturas instaladas no Brasil . Durante a Intersolar South America 2025 , a empresa fechou novos contratos que somam outros 5 MW  em projetos de geração, reforçando sua presença no mercado nacional. A marca conquistou credibilidade por atender clientes de diferentes regiões do país, adaptando cada projeto às condições específicas de topografia e regime de ventos . “Cada região tem suas particularidades. No Nordeste, por exemplo, temos estruturas otimizadas para altas temperaturas e vento constante. No Sul, desenvolvemos soluções reforçadas para suportar rajadas intensas. O projeto é personalizado de acordo com o mapa de vento e as condições de terreno enviadas pelo cliente”, explicou Cícero. Soluções completas em infraestrutura fotovoltaica Embora o foco principal sejam as estruturas para usinas de solo, a Euro Tubos diversificou sua linha de produtos, oferecendo um portfólio completo em infraestrutura : Postes para iluminação pública e monitoramento de usinas ; Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (para-raios) de até 25 metros ; Eletrodutos de PVC e metálicos , para condução segura de cabos elétricos; Projetos personalizados  com responsabilidade técnica (ART), desenvolvidos de acordo com a realidade de cada terreno. Cícero reforça que a Euro Tubos não atua na venda de módulos ou inversores, nem realiza montagem das usinas. O diferencial está em entregar a infraestrutura sob medida , garantindo que o integrador ou o investidor tenha uma base sólida e segura para instalar os equipamentos. Investimento estratégico: galvanização própria em Araçariguama Um dos anúncios mais importantes feitos durante a Intersolar South America foi a construção da nova unidade de galvanização a fogo  da Euro Tubos. Localizada em Araçariguama (SP) , a fábrica será 100% própria e entrará em operação em dezembro deste ano. Com isso, a empresa passa a ter controle total sobre um dos processos mais críticos da sua linha de produção, assegurando padronização de qualidade e cumprimento de prazos . “O segredo do sucesso está em três pilares: produto especificado, preço negociado e entrega no prazo. A galvanização própria vai garantir que nenhum desses pontos seja comprometido”, destacou Cícero. Qualidade que gera confiança e novos negócios Durante a feira, clientes de diferentes estados visitaram o estande da Euro Tubos e compartilharam experiências positivas com as estruturas já instaladas. Para Cícero, esse é o reflexo direto da filosofia da empresa: entregar qualidade como principal argumento de vendas. “Quando entregamos excelência, conquistamos novos projetos. Esse é o caminho que tem nos colocado entre os principais fornecedores de estruturas para o setor solar no Brasil”, concluiu o fundador. Euro Tubos e o futuro do setor solar Com o mercado de energia solar em franca expansão no Brasil, a Euro Tubos se prepara para atender uma demanda crescente de usinas de médio e grande porte. A aposta da empresa é clara: investir em resistência, personalização e confiabilidade  para se consolidar como referência nacional em infraestrutura fotovoltaica. A participação na Intersolar South America 2025  reforça esse posicionamento, mostrando que, por trás de cada módulo solar instalado, existe uma estrutura robusta que garante não apenas eficiência energética, mas também segurança para os investidores. Euro Tubos reforça protagonismo em estruturas para usinas solares e anuncia galvanização própria em São Paulo

  • O CURTAILMENT NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO: ENTENDENDO AS LIMITAÇÕES ESTRUTURAIS

    Por Arthur Oliveira O Setor Elétrico Brasileiro, percebo está atravessando uma fase de transformação acelerada, impulsionada pela expressiva expansão das fontes renováveis variáveis, especialmente eólica e solar. Sob meu ponto de vista, essa transição é essencial para consolidar uma matriz energética mais sustentável, mas, infelizmente, expõe gargalos estruturais que se refletem no fenômeno do curtailment, ou restrição/corte da geração de energia. O CURTAILMENT NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO: ENTENDENDO AS LIMITAÇÕES ESTRUTURAIS Entendo que o curtailment não é apenas um problema conjuntural, mas sim um sintoma claro da defasagem entre a capacidade de geração e a infraestrutura de transmissão. Seus impactos se refletem diretamente na segurança operacional e na eficiência econômica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Para ilustrar, em agosto de 2024, os cortes de geração renovável atingiram 26,4% da energia que poderia ter sido gerada , enquanto a fonte solar sofreu perdas de 37,9% em diversos estados. Destaco que, sob minha perspectiva, o problema central não reside nas fontes renováveis, mas na evidente falta de planejamento e investimentos adequados em transmissão. Além disso, os prejuízos financeiros decorrentes do curtailment têm sido substanciais para os geradores e comercializadores de energia. Entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, as perdas financeiras associadas à energia renovável não despachada ultrapassaram R$ 2 bilhões , refletindo a crescente recorrência do fenômeno. Essa transição de um problema pontual para um desafio estrutural  levou os operadores a incorporarem projeções de curtailment entre 2% e 10% nos modelos de viabilidade de projetos.  Esses cortes, que afetaram principalmente a região Nordeste, comprometeram contratos no mercado livre e aumentaram a incerteza no retorno sobre investimentos. Empresas como Voltalia, Engie Brasil Energia, SPIC Brasil, Auren Energia, CPFL Energia, Echoenergia, Alupar entre outras  foram particularmente afetadas pelo curtailment em 2024, sofrendo perdas significativas em suas operações e enfrentando impactos financeiros relevantes  devido às restrições de geração impostas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O CURTAILMENT E SEUS IMPACTOS QUANTIFICADOS O curtailment, ou “corte”, consiste na redução deliberada da produção de energia elétrica por usinas geradoras, mesmo quando estas possuem capacidade plena. Além de limitar a integração de fontes renováveis ao sistema, o curtailment impõe impactos financeiros significativos aos geradores. Quando ocorre o corte de geração, os produtores precisam adquirir a quantidade equivalente de energia no Mercado de Curto Prazo (MCP) para cumprir suas obrigações contratuais, a preços definidos pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Além disso, os cortes recorrentes afetam a média anual de geração das usinas eólicas e solares, levando à degradação de suas garantias físicas, atualmente suspensas. No Brasil, o foco está no Nordeste, especialmente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, que lideram em número de cortes. Ressalto que a causa central não é a intermitência dessas fontes, mas sim a limitação da infraestrutura de transmissão, que impede que a energia seja escoada adequadamente para os centros de consumo ou outras regiões do Sistema Interligado Nacional (SIN). O CURTAILMENT NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO: ENTENDENDO AS LIMITAÇÕES ESTRUTURAIS   O Gráfico acima ilustra o curtailment da geração solar no Brasil no período de abril a dezembro de 2024. Observa-se um aumento constante na quantidade de geração fotovoltaica restringida, com destaque para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, que foram particularmente afetadas durante os períodos de maior incidência solar. Em diversos momentos, os valores de corte superaram 300 MWmed, refletindo limitações sistêmicas na capacidade de gerenciamento do excedente de energia durante as horas centrais do dia. Causas Estruturais e Operacionais Defasagem na Expansão da Transmissão:  Observando o panorama, verifico que a expansão da capacidade de geração, impulsionada pelos leilões de energia e pelo crescimento da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), tem superado o ritmo de ampliação e reforço da rede de transmissão. O ONS informa que a MMGD já ultrapassou 38 GW de capacidade instalada e projeta atingir 58 GW até 2029, operando sem supervisão direta, o que, a meu ver, adiciona complexidade significativa à estabilidade do SIN. Restrições de Confiabilidade:  Eventos como a perturbação de 15 de agosto de 2023 evidenciaram vulnerabilidades. Percebo que o desempenho de usinas eólicas e solares durante contingências ficou aquém do previsto nos modelos matemáticos, obrigando o ONS a ajustar os limites de intercâmbio entre regiões para garantir a segurança operacional. Essa medida, embora necessária, aumentou o curtailment por confiabilidade, especialmente no Nordeste. Superoferta Localizada:  Em determinadas regiões, como o Nordeste, a concentração de usinas renováveis gera produção acima da demanda local e da capacidade de escoamento das linhas de transmissão. Observo que essa energia, embora disponível, não pode ser injetada no SIN, resultando em cortes significativos. Em agosto de 2024, os cortes de geração renovável atingiram 26,4%, com a fonte solar registrando perdas de 37,9%, e em alguns estados, reduções superiores a 40%. Inadequação dos Modelos de Usinas:  Avalio que a discrepância entre o desempenho real das usinas e os modelos matemáticos fornecidos pelos agentes geradores causou impactos expressivos. Nos leilões de transmissão de 2023 e 2024, com investimentos de R$ 37,4 bilhões e R$ 18,0 bilhões, respectivamente, não foram previstos reforços específicos para lidar com problemas de estabilidade de tensão, pois esses desafios não haviam sido identificados na modelagem disponível. O curtailment provoca perdas financeiras expressivas para os geradores, que deixam de comercializar a energia produzida. Entendo que isso representa também desperdício de recursos energéticos e compromete a atratividade de novos investimentos em fontes renováveis. Apenas 2% dos cortes são efetivamente compensados financeiramente, mesmo em casos de indisponibilidade externa, devido a limitações regulatórias e franquias horárias anuais. É inegável que o crescimento da capacidade instalada de usinas eólicas, fotovoltaicas e, principalmente, MMGD no SIN foi expressivo. Em agosto de 2023, o SIN contava com cerca de 60 GW dessas três fontes. Desde então, o crescimento conjunto foi de aproximadamente 30 GW, representando um aumento de 50% em fontes variáveis, concentrado majoritariamente na região Nordeste e acima do crescimento da carga do SIN no mesmo período. SMART GRIDS, BESS E A URGÊNCIA DOS INVESTIMENTOS EM TRANSMISSÃO A solução para o curtailment não se restringe à construção de novas linhas de transmissão, mas envolve também a modernização da infraestrutura existente com tecnologias avançadas, como as Smart Grids. Essas redes inteligentes permitem integrar geração, transmissão, distribuição e consumo, monitorando e controlando o fluxo de energia em tempo real. Dessa forma, é possível direcionar a energia de maneira mais eficiente, equilibrando oferta e demanda, e gerenciar a MMGD, que atualmente opera sem supervisão direta do ONS. Infelizmente, essa solução ainda é economicamente cara e inviável. Os sistemas de armazenamento por baterias, conhecidos como BESS (Battery Energy Storage Systems), oferecem maior flexibilidade ao sistema, permitindo reduzir a necessidade de termelétricas e absorver excedentes de geração renovável. Embora ainda não sejam totalmente economicamente viáveis, as projeções indicam que se tornarão verdadeiramente sustentáveis em cerca de quatro ou cinco anos, contribuindo para a mitigação do curtailment. Apesar dessas tecnologias emergentes, o caminho mais imediato e econômico é o investimento em linhas de transmissão que interliguem os submercados, permitindo o escoamento eficiente da energia. A limitação atual do sistema não está na geração, mas na capacidade de escoamento. Estudos da EPE e do ONS indicam reforços essenciais para acomodar o crescimento das renováveis e manter a segurança do SIN. A implementação de Smart Grids e a expansão das linhas de transmissão exigem planejamento de longo prazo e investimentos robustos. A ausência de sinais de preço estruturais e a baixa remuneração da flexibilidade dificultam o investimento privado. Cabe ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à ANEEL criar um ambiente regulatório estável, com segurança jurídica e previsibilidade, atraindo capital para modernização do setor. ASPECTOS REGULATÓRIOS E A COMPENSAÇÃO DO CURTAILMENT Considero que a regulamentação do curtailment e a compensação financeira aos geradores são temas de intenso debate no setor elétrico. É fundamental destacar que curtailment e constrained-off não são sinônimos: o curtailment ocorre por limitações estruturais ou econômicas e não gera ressarcimento, enquanto o constrained-off, regulamentado pela RN 1.030/2022 da ANEEL, refere-se a cortes impostos pelo ONS para garantir a segurança e confiabilidade do SIN, sendo passível de compensação financeira. A RN 1.030/2022 estabelece regras para compensação, dividindo os cortes em categorias. Contudo, percebo que apenas uma pequena fração dos cortes é efetivamente compensada financeiramente, o que gera imprevisibilidade e desestimula novos investimentos. Na minha avaliação, o setor deveria simplificar as categorias de corte e definir claramente a responsabilidade pela confiabilidade elétrica entre geradores e consumidores, promovendo maior previsibilidade e reduzindo disputas regulatórias. Além disso, a ausência de desenho técnico robusto e sinais de preço adequados impede que os agentes invistam de forma eficiente. A regulamentação precisa abordar esses pontos para garantir otimização, eficiência e segurança do SIN. Nesse contexto, enxergo a emenda proposta pelo Deputado Arnaldo Jardim à Medida Provisória nº 1.300/2025 como uma excelente alternativa para reduzir os prejuízos do curtailment. Infelizmente, não foi incorporada no parecer final do relator da MP. A proposta permitiria que os agentes de geração fossem compensados por perdas financeiras comprovadas decorrentes de cortes motivados por restrições operativas, por meio de mecanismo concorrencial centralizado, operacionalizado pela CCEE, com validação e certificação da ANEEL. Os títulos representativos das perdas financeiras poderiam ser utilizados pelo comprador para estender o prazo da outorga do empreendimento participante do MRE, limitado a sete anos , e a cessão desses títulos implicaria a renúncia a quaisquer reivindicações judiciais ou administrativas sobre as perdas. Eventuais valores excedentes seriam destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). CONCLUSÃO O Sistema Elétrico enfrenta desafios estruturais significativos na infraestrutura de transmissão, que limitam o aproveitamento pleno do potencial das fontes renováveis. O curtailment é consequência direta da defasagem entre geração e capacidade de escoamento. Entendo que a modernização da rede por meio de Smart Grids, a adoção gradual de BESS e, sobretudo, investimentos robustos em transmissão são essenciais para garantir segurança, confiabilidade e eficiência do SIN.  A atuação coordenada do MME, ANEEL, ONS, EPE e agentes privados é fundamental para criar um ambiente regulatório estável e atrativo para investimentos, viabilizando a expansão necessária da infraestrutura elétrica. Somente com planejamento, investimentos e regulação adequados, acredito que o Brasil poderá se consolidar como líder na transição energética global, aproveitando plenamente seu vasto potencial em energia limpa e sustentável. Fonte: - ONS. Diagnóstico e Perspectiva da Evolução dos Cortes de Geração no Brasil. GT Cortes de Geração, Maio de 2025. - ONS. Relatório Executivo do Programa Mensal de Operação. PMO Setembro 2025. - ONS – OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO. Conjunto de dados públicos: restrição de geração por curtailment (constrained-off). - ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Resolução Normativa nº 1.030, de 26 de julho de 2022. Dispõe sobre os procedimentos para apuração e pagamento de restrição de operação por Constrained-off de usinas eólicas e solares. O CURTAILMENT NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO: ENTENDENDO AS LIMITAÇÕES ESTRUTURAIS

  • O avanço do curtailment e o desperdício da energia renovável

    Por Laís Víctor – Especialista em energias renováveis e Diretora executiva Em um momento em que o mundo clama por soluções sustentáveis, o Brasil se orgulha com razão de sua liderança em energias renováveis. Em 2024, mais de 85% da matriz elétrica nacional já vinha de fontes limpas, principalmente hídrica, solar e eólica, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Mas por trás dos recordes de geração, cresce um problema incômodo e ainda pouco debatido: o curtailment. Sim, estamos falando do desperdício de uma energia que lutamos tanto para produzir. O avanço do curtailment e o desperdício da energia renovável De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em 2022 o país desperdiçou cerca de 4,7 TWh de energia eólica e solar, volume equivalente ao consumo anual de 2,3 milhões de residências ou de uma cidade inteira do porte de Brasília. E esse número não para de crescer: em 2023, os níveis de corte de geração chegaram a quase 6% da energia eólica produzida no Nordeste, uma das regiões mais promissoras do mundo para esse recurso (ONS, 2023). Esse paradoxo expõe uma contradição estrutural. De um lado, celebramos a abundância do sol e dos ventos, atraindo bilhões em investimentos e colocando o Brasil entre os cinco maiores produtores de energia eólica onshore do planeta (IRENA, 2023). De outro, convivemos com o contrassenso de desligar turbinas e limitar a produção solar porque a rede elétrica não consegue absorver tudo o que é gerado. A pergunta que não quer calar é: como é possível gerar eletricidade limpa em escala recorde e, mesmo assim, não a usar? Em tempos de crise climática, cada megawatt desperdiçado não é apenas uma perda econômica é também uma oportunidade perdida de reduzir emissões e acelerar a transição energética. O paradoxo da abundância O Brasil vive uma expansão acelerada da geração solar e eólica, impulsionada por investimentos privados, incentivos regulatórios e avanços tecnológicos. Só em 2024, a energia eólica ultrapassou 30 GW de capacidade instalada, enquanto a solar já soma 37 GW, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Isso coloca o país entre os seis maiores produtores de energia renovável do mundo, segundo a IRENA (2023), com destaque absoluto para o Nordeste, que sozinho concentra mais de 90% da capacidade eólica nacional (ABEEólica, 2024). Mas há um paradoxo incômodo: essa abundância não chega integralmente ao consumidor final. Enquanto os ventos do Nordeste e do Sul giram turbinas em níveis recordes e o sol intenso ilumina parques solares em Goiás, Minas Gerais e Bahia, parte significativa dessa energia é cortada antes mesmo de ser aproveitada. O motivo é simples e estratégico: a rede elétrica de transmissão não acompanhou o ritmo da expansão da geração. Segundo dados do ONS (2023), os gargalos de escoamento no Nordeste têm levado ao desligamento temporário de usinas eólicas e solares em momentos de pico, porque o sistema não consegue absorver toda a produção. Isso significa não apenas desperdício de energia limpa, mas também perda de receita para investidores e consumidores que poderiam estar pagando menos pela eletricidade. Esse cenário revela uma contradição estrutural: somos capazes de gerar energia limpa em abundância, mas presos a uma infraestrutura pensada para o século passado centralizada, pouco flexível e lenta para se adaptar a um setor em rápida transformação. Enquanto comemoramos recordes de megawatts instalados, seguimos convivendo com a ironia de não conseguir utilizá-los plenamente. Consequências invisíveis e custosas Os impactos do curtailment vão muito além dos megawatts desperdiçados. Trata-se de um efeito em cascata que afeta toda a cadeia energética. Para os empreendedores, significa perda de receita, incerteza nos contratos e maior dificuldade em atrair capital para novos projetos. Para o setor como um todo, reduz a competitividade das fontes renováveis frente a alternativas fósseis, justamente no momento em que o Brasil poderia consolidar sua posição de liderança global. Em 2023, a ABEEólica estimou que as perdas econômicas decorrentes do curtailment chegaram a R$ 1 bilhão, considerando receitas não realizadas e compensações contratuais. Esse valor não é apenas um número abstrato: ele reflete contratos descumpridos, fluxo de caixa comprometido e maior percepção de risco pelos investidores. Em outras palavras, o custo invisível é pago em confiança e previsibilidade ativos centrais para qualquer setor de infraestrutura. Para o consumidor, os efeitos também são diretos. Cada megawatt perdido poderia reduzir o preço médio da energia no mercado regulado ou evitar o acionamento de termelétricas. Segundo a ANEEL (2023), o acionamento dessas usinas em períodos de escassez aumenta significativamente a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), encarecendo a tarifa paga pelos brasileiros. Além disso, o uso das térmicas eleva as emissões de gases de efeito estufa, contradizendo a narrativa de uma transição energética limpa. Na prática, desperdiçar energia renovável significa prorrogar a dependência de fontes fósseis caras, poluentes e ineficientes. E mais: mina a credibilidade da transição energética brasileira. Afinal, como convencer investidores e a sociedade de que estamos preparados para liderar a descarbonização se continuamos jogando fora justamente a energia que deveria ser o motor desse futuro? Estamos jogando contra nós mesmos? Se por um lado o Brasil se posiciona como uma potência em energia renovável, por outro enfrenta uma contradição estrutural: produz mais eletricidade limpa do que consegue aproveitar. Cada vez que o sol nasce forte no semiárido nordestino ou o vento sopra com vigor no litoral sul, parte dessa energia corre o risco de ser desperdiçada porque não temos como armazenar, transmitir ou distribuir tudo o que foi gerado. Essa limitação não é inédita. Países que avançaram rapidamente na geração renovável também enfrentaram gargalos semelhantes, mas encontraram soluções. A Alemanha, por exemplo, sofreu com altos índices de curtailment na década passada, mas investiu pesadamente em sistemas de flexibilidade. Hoje, conta com mais de 8 GW de capacidade instalada em baterias de armazenamento e adota mecanismos de mercado que remuneram a flexibilidade da rede, segundo a IEA (2023). A China é outro caso emblemático. Em 2016, o país chegou a registrar taxas de curtailment acima de 17% na geração eólica, principalmente em regiões remotas como Xinjiang e Gansu. A resposta foi robusta: expansão das linhas de transmissão de ultra-alta tensão, implementação de redes inteligentes e criação de leilões específicos para contratação de flexibilidade. O resultado? Em 2022, o índice de desperdício caiu para menos de 3%, segundo a National Energy Administration (NEA) chinesa. O Brasil, no entanto, ainda engatinha nesse debate. Temos projetos-piloto de armazenamento e estudos sobre redes inteligentes, mas nenhuma política pública estruturada para atacar o problema de frente. Continuamos comemorando recordes de capacidade instalada sem encarar a pergunta central: de que adianta gerar mais se não conseguimos usar o que já produzimos? O que está em jogo O curtailment é muito mais do que uma falha técnica ou um detalhe operacional: ele representa um risco estratégico de grandes proporções. Quando uma parte relevante da energia gerada é descartada, não se perdem apenas megawatts. Perde-se confiança, competitividade e credibilidade. Para investidores, o problema é direto. Cada corte de geração ameaça contratos de compra e venda de energia (PPAs), reduz margens de retorno e eleva a percepção de risco do mercado. A BloombergNEF (2023) já alertava que países com alta penetração de renováveis e pouca capacidade de integração acabam espantando capital estrangeiro, justamente por não oferecerem previsibilidade. No Brasil, os cortes de energia renovável já resultaram em disputas contratuais e reavaliação de investimentos futuros. Para consumidores, o impacto também é concreto. Cada megawatt desperdiçado poderia aliviar tarifas ou reduzir a necessidade de acionar termelétricas. O ONS (2023) mostrou que, em determinados períodos de pico, até 6% da energia eólica do Nordeste foi cortada. Ao mesmo tempo, térmicas caras e poluentes seguiram em operação, aumentando o custo repassado à tarifa final e elevando emissões de CO₂. E, em um plano mais amplo, o desperdício mina a credibilidade da transição energética brasileira. Não basta bater recordes de megawatts instalados e celebrar rankings internacionais. O verdadeiro desafio está em transformar essa capacidade em energia efetivamente consumida algo que exige enfrentar gargalos de transmissão, acelerar investimentos em armazenamento e digitalizar a rede para torná-la mais inteligente e responsiva. O futuro da energia não está apenas em gerar mais, mas em integrar melhor. Da produção ao consumo, é preciso construir um sistema flexível, descentralizado e preparado para cenários de alta variabilidade climática e de demanda. Ignorar isso é arriscar que a grande vantagem competitiva do Brasil sua abundância em fontes renováveis se transforme em um problema de credibilidade e perda de oportunidades. Desperdício é escolha O avanço do curtailment não pode ser tratado como um detalhe técnico ou uma consequência inevitável da expansão renovável. Ele é um sinal de alerta sistêmico. Não representa um fracasso da energia limpa pelo contrário, é a prova de sua força e crescimento. O que fracassa, na verdade, é o modelo de integração que não acompanhou essa evolução. Como especialista que já esteve no campo, acompanhando obras, lidando com licenciamento e agora atuando na estratégia do setor, posso afirmar com clareza: o desperdício de energia limpa é uma escolha. É resultado de decisões políticas adiadas, de investimentos mal planejados e de uma visão ainda fragmentada da cadeia energética. Não faltam sol, vento ou tecnologia. Falta coragem de encarar a transição como algo sistêmico e de longo prazo. As oportunidades estão diante de nós, e o Brasil precisa agir com estratégia. É urgente acelerar os leilões de capacidade, fundamentais para dar segurança ao sistema e valorizar a flexibilidade. Ao mesmo tempo, o país deve investir em armazenamento, seja em baterias, hidrogênio verde ou soluções híbridas, garantindo que cada megawatt gerado seja realmente aproveitado no momento certo. Outro passo indispensável é fortalecer a digitalização da rede, com redes inteligentes, sensores em tempo real e maior descentralização da operação, tornando o sistema mais ágil e preparado para responder a eventos extremos. Por fim, é necessário avançar em novos modelos de comercialização, que permitam maior flexibilidade na gestão da demanda e previsibilidade para investidores, criando um ambiente mais sólido e confiável para a expansão das renováveis. Enquanto países como Alemanha e China reduzem drasticamente seus níveis de curtailment com políticas integradas e tecnologias de ponta, nós seguimos desperdiçando aquilo que mais deveríamos valorizar: a chance de acelerar a transição energética com inteligência, previsibilidade e impacto real. A provocação que deixo é simples: vamos continuar comemorando recordes de geração sem conseguir aproveitar toda essa energia, ou vamos finalmente assumir a responsabilidade de transformar abundância em eficiência? O futuro da transição energética no Brasil não será decidido pela quantidade de turbinas ou painéis instalados, mas pela capacidade de construir um sistema resiliente, integrado e preparado para entregar a energia limpa que já temos em mãos. Sobre a autora   Laís Víctor é especialista em energias renováveis e diretora executiva de parcerias, com 14 anos de atuação no setor de energia. Sua atuação inclui o desenvolvimento de negócios, estruturação de alianças estratégicas e apoio à atração de investimentos para projetos de transição energética, com foco na construção de ecossistemas sustentáveis e inovação no mercado global de renováveis.  O avanço do curtailment e o desperdício da energia renovável

EnergyChannel

एनर्जी चैनल ब्राज़ील

अंतर्राष्ट्रीय चैनल

प्रत्येक देश में समर्पित संवाददाता।

 

हमारी सेवाएँ:
वेबसाइट और ऐप के साथ 10 देशों में व्यापक डिजिटल उपस्थिति
अंतर्राष्ट्रीय टीवी और वेबटीवी प्रसारण
अंतर्राष्ट्रीय ऊर्जा नवाचार वर्षपुस्तिका
एनर्जी चैनल अकादमी

 

हमारे चैनल:
वैश्विक
चीन
इटली
मेक्सिको
ब्राज़ील
भारत
फ़्रांस
जर्मनी
संयुक्त राज्य अमेरिका
दक्षिण कोरिया

 

ऊर्जा क्षेत्र में नवीनतम नवाचारों और रुझानों से अवगत रहने के लिए हमें फ़ॉलो करें!

ग्राहक सेवा केन्द्र

फ़ोन और व्हाट्सएप
+55 (11) 95064-9016

 

ईमेल
info@energychannel.co

 

हम जहाँ थे

अव. फ़्रांसिस्को मताराज़ो, 229 - सुइट 12, पहली मंजिल - अगुआ ब्रांका नेबरहुड | पर्डिज़ेस बिजनेस सेंटर कॉन्डोमिनियम बिल्डिंग - साओ पाउलो - एसपी, 05001-000

QuiloWattdoBem

और जानें

हमारे बारे में

उपभोक्ता गाइड

सदस्यता

हमसे संपर्क करें

सहायता

साइट मैप

संबंधित लिंक

समाचार

स्थायित्व

 

नवीकरणीय ऊर्जा

विद्युत गतिशीलता

हाइड्रोजन

 

ऊर्जा भंडारण

​​

EnergyChannel Group - Especializada em notícias sobre fontes renováveis

Todos os direitos reservados. |  Av. Francisco Matarazzo, 229 - conjunto 12 Primeiro Andar - Bairro - Água Branca | Edifício Condomínio Perdizes Business Center - São Paulo - SP, 05001-000

bottom of page