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  • China acelera transição elétrica: de 50% para 80% das vendas de carros elétricos em tempo recorde

    EnergyChannel – 09/08/2025 A China está prestes a redefinir o ritmo global da mobilidade elétrica. O país, que já domina a produção e a adoção de veículos elétricos (VEs), deve encerrar 2025 com 50% de participação dos elétricos e híbridos plug-in  nas vendas de novos automóveis — uma meta que, segundo previsões oficiais, só seria alcançada na década de 2030. China acelera transição elétrica: de 50% para 80% das vendas de carros elétricos em tempo recorde Essa antecipação histórica não é obra do acaso. É o resultado de uma estratégia industrial integrada , que combina crescimento econômico, redução da poluição urbana, fortalecimento da segurança energética e um ecossistema robusto de produção e inovação. Do incentivo à liderança mundial O mercado chinês avançou pelas etapas de adoção dos VEs em velocidade recorde: De 5% para 15%  das vendas em poucos anos, impulsionado por incentivos fiscais e facilidades como prioridade na emissão de placas nas grandes cidades. De 15% para 40%  em tempo ainda menor, com ajuda de uma guerra de preços entre fabricantes nacionais que levou modelos elétricos para faixas de preço populares. Em 2024 , os veículos elétricos e híbridos plug-in superaram os a combustão nas vendas mensais, fechando o ano com quase metade do mercado . Enquanto na maioria dos países essas fases se estendem por décadas, na China o processo foi comprimido para poucos anos e a próxima meta, 80% de participação , já está no horizonte. O que sustenta o avanço O salto de 40% para 80% poderá acontecer em três a cinco anos , caso as políticas atuais sejam mantidas. Entre os fatores decisivos: Incentivo fiscal até 2025 , com redução gradual até 2027. Programa de troca  que concede até RMB 20 mil  (cerca de R$ 14 mil) para quem substitui um carro a combustão por um elétrico já com 10 milhões de adesões  até maio de 2025. Expansão acelerada da infraestrutura  de carregamento e estações de troca de baterias. Pressão competitiva  num mercado doméstico altamente saturado, forçando inovação e queda de preços. Impacto além do volante Hoje, cerca de 1 em cada 10 carros nas ruas da China já é elétrico . Se as projeções se confirmarem, 1 em cada 3 veículos  será movido a bateria até 2030. Isso terá efeitos profundos: Redução da demanda por gasolina  em áreas urbanas, alterando a economia de postos de combustíveis. Conversão de postos  por petrolíferas estatais em hubs de recarga rápida e serviços de energia. Mudança no setor de manutenção automotiva , com queda nos serviços de motor a combustão e crescimento na demanda por diagnósticos elétricos, pneus e reparos estruturais. O modelo chinês como referência global A transição acelerada da China está virando case de estudo internacional . Enquanto a Europa avança de forma consistente e os EUA enfrentam políticas federais que desaceleram o setor, o gigante asiático mostra que escala, políticas públicas coordenadas e incentivos direcionados podem transformar um mercado inteiro em menos de uma década. Se mantiver o ritmo, a China não apenas cumprirá suas metas climáticas antes do previsto, mas também ditará o padrão de competitividade global na indústria automotiva deixando pouco espaço para países que ainda tratam os veículos elétricos como tecnologia de nicho. China acelera transição elétrica: de 50% para 80% das vendas de carros elétricos em tempo recorde

  • EPA cancela programa “Solar para Todos” e ameaça acesso de famílias de baixa renda à energia limpa nos EUA

    EnergyChannel – 09/08/2025 EPA cancela programa “Solar para Todos” e ameaça acesso de famílias de baixa renda à energia limpa nos EUA O governo Trump deu mais um passo em direção ao desmonte das políticas de incentivo à energia renovável nos Estados Unidos. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) confirmou que está encerrando o programa Solar for All  (“Solar para Todos”), que destinaria US$ 7 bilhões  para projetos de energia solar comunitária e instalação de painéis solares em residências de famílias de baixa e média renda em todo o país. A decisão ameaça diretamente mais de 900 mil lares , além de colocar em risco milhares de empregos na cadeia produtiva da energia limpa. A medida também reacende o embate entre defensores da transição energética e um governo federal alinhado aos interesses dos combustíveis fósseis. O que está em jogo O Solar for All  foi criado para reduzir contas de luz, gerar empregos locais e acelerar a descarbonização da matriz elétrica. Dos US$ 7 bilhões aprovados, apenas US$ 53 milhões já haviam sido aplicados, segundo dados da Atlas Public Policy. Muitos projetos estavam prontos para iniciar a execução. Com o cancelamento, a EPA pretende recuperar os recursos já prometidos a 60 organizações e agências estaduais . A justificativa oficial é de que a agência “não tem mais autoridade legal” para administrar o programa nem fundos apropriados para mantê-lo. Reação imediata A decisão gerou forte resistência de líderes políticos, organizações ambientais e representantes da indústria solar: Bernie Sanders , senador e criador do programa, classificou a medida como “ilegal” e “insana”: “Num momento em que famílias estão sufocadas pelo alto custo da energia e o planeta enfrenta eventos climáticos extremos, eliminar este programa é um ato de sabotagem contra o interesse público.” Sheldon Whitehouse , senador democrata e presidente do Comitê de Meio Ambiente do Senado, afirmou que a decisão “vai aumentar custos, reduzir a confiabilidade da rede elétrica e favorecer megadoadores da indústria fóssil”. Sach Constantine , diretor executivo da Vote Solar, alertou que “comunidades inteiras que se preparavam para iniciar obras agora estão abandonadas, e milhares de empregos locais serão perdidos”. Disputa judicial à vista Organizações beneficiadas já haviam obtido decisões judiciais impedindo o congelamento dos recursos. Agora, entidades como o Southern Environmental Law Center  prometem levar o novo corte ao tribunal. Especialistas em políticas públicas alertam que, se confirmada, essa ação se somará a uma série de movimentos do governo Trump para reverter investimentos previstos na Lei de Redução da Inflação (IRA) , incluindo cortes de créditos tributários para energia solar e eólica e bloqueios à geração renovável em terras federais. Impacto no setor e no consumidor Além do impacto direto sobre a população de baixa renda, analistas afirmam que a decisão compromete metas climáticas e enfraquece a competitividade dos EUA no setor de energia limpa. A Solar Energy Industries Association (SEIA)  reforça que a energia solar já é uma das fontes mais baratas disponíveis e que os subsídios gerariam bilhões de dólares em investimentos para estados de diferentes espectros políticos. Mobilização nacional Em resposta, movimentos como o Sun Day  intensificam campanhas para defender o acesso à energia limpa. A data de 21 de setembro de 2025  será marcada por atos em todo o país, pedindo expansão da energia solar, eólica e sistemas de armazenamento. “Cancelar o Solar para Todos é escolher mais poluição, contas mais altas e menos opções para quem mais precisa. A sociedade americana quer e apoia a energia limpa — e essa mobilização vai crescer”, afirmou Jamie Henn, porta-voz do Sun Day. EPA cancela programa “Solar para Todos” e ameaça acesso de famílias de baixa renda à energia limpa nos EUA

  • Parceria estratégica entre Sungrow e Grupo Roca: R$ 500 milhões para 400 MWh em soluções de armazenamento para o mercado C&I

    Acordo de R$ 500 milhões entre Sungrow e Grupo Roca marca avanço na energia C&I com 400 MWh em baterias BESS. Parceria estratégica entre Sungrow e Grupo Roca: R$ 500 milhões para 400 MWh em soluções de armazenamento para o mercado C&I   Brasil, 9 de agosto de 2025 Em um movimento inédito e estratégico para o mercado de energia brasileiro, a chinesa  Sungrow , líder global em soluções de energia fotovoltaica e armazenamento, firmou um  acordo de fornecimento de sistemas BESS (Battery Energy Storage System)  com a  MOBS Armazenagem de Energia e Mobilidade  e a  TCCOM Comercializadora de Energia , ambas pertencentes ao  Grupo Roca . A parceria estabelece a base para um ambicioso plano de implantação de  400 MWh em armazenamento de energia nos próximos três anos , voltados exclusivamente para o mercado  comercial e industrial (C&I) .   O acordo representa um  marco na história do setor elétrico nacional , consolidando o avanço de tecnologias de armazenamento em larga escala em um mercado que ainda engatinha no uso estratégico de baterias. Diferentemente de países com matriz elétrica mais diversificada, o Brasil inicia agora um novo capítulo na transição energética, onde a  armazenagem de energia assume papel central na estabilidade da rede, redução de picos de consumo e diminuição da dependência de geradores movidos a combustível fóssil . Parceria estratégica entre Sungrow e Grupo Roca: R$ 500 milhões para 400 MWh em soluções de armazenamento para o mercado C&I   A  expectativa de investimento é de R$ 500 milhões , cifra que por si só já sinaliza a seriedade e o potencial transformador do projeto. O foco é oferecer soluções inteligentes e completas de armazenamento para médias e grandes empresas, com aplicações que vão desde  arbitragem de energia e otimização tarifária  até  resiliência energética, backup e suporte à qualidade de fornecimento .   "Acreditamos que esta parceria representa mais do que uma simples colaboração comercial — é um movimento estratégico que alavanca a maturidade do setor elétrico brasileiro rumo a um futuro mais limpo, eficiente e tecnologicamente avançado", afirma  Rafael Ribeiro, Country Manager da Sungrow Brasil . "O armazenamento é o elo que faltava entre geração renovável, consumo inteligente e estabilidade da rede. Agora, ele está chegando com força ao Brasil." Parceria estratégica entre Sungrow e Grupo Roca: R$ 500 milhões para 400 MWh em soluções de armazenamento para o mercado C&I  Destaca-se também o apoio estratégico da Sungrow ao Complexo UFV Várzea da Palma I, II e III, que possui uma capacidade instalada total de 182 MWp. A parceria da Sungrow inclui fornecimento de tecnologia de ponta, suporte na implementação e na otimização do desempenho das usinas, além de contribuir para o fortalecimento da matriz energética sustentável na região. Essa iniciativa reforça o compromisso da empresa com a expansão de energias renováveis e o fortalecimento de sua presença no mercado brasileiro de energia solar.   O Grupo Roca — conglomerado brasileiro com atuação em diversos elos da cadeia energética — inclui ainda a  AXS Energia , empresa que já soma  mais de 350 MWp em geração distribuída  e utiliza inversores Sungrow como principal tecnologia em seu portfólio. A experiência da AXS em engenharia, operação e desenvolvimento de projetos é uma base sólida para viabilizar a expansão dos sistemas BESS no país.   Para o  Grupo Roca , a parceria também representa um passo firme na consolidação de sua posição como protagonista da nova matriz elétrica brasileira. “A MOBS nasce com o propósito de liderar soluções de armazenamento e mobilidade elétrica. Com esse acordo, aliamos nossa força de execução à tecnologia de ponta da Sungrow, criando um ecossistema robusto para o mercado C&I”, explica  Roberto Stadler, diretor executivo do Grupo Roca .   A  TCCOM , comercializadora do grupo qualificada pela ANEEL, desempenhará papel estratégico na prospecção e estruturação de projetos junto a sua carteira de clientes em todo o Brasil, com demandas crescentes por soluções que otimizem o consumo e tragam previsibilidade aos custos energéticos.   Além da entrega de sistemas, o acordo prevê  engenharia, comissionamento, operação e manutenção (O&M)  local dos equipamentos pela MOBS, bem como participação conjunta em eventos do setor, capacitações técnicas e ações comerciais voltadas à educação do mercado.   Sobre a Sungrow   A  Sungrow Power Supply Co., Ltd. , líder global em tecnologia de energia renovável, é pioneira em soluções de energia sustentável há mais de 28 anos. Em dezembro de 2024, a Sungrow instalou 740 GW de conversores eletrônicos de energia em todo o mundo. A empresa é reconhecida como a número 1 mundial em remessas de inversores fotovoltaicos (S&P Global Commodity Insights) e a empresa de armazenamento de energia mais rentável do mundo (BloombergNEF).   Presente em mais de 150 países, a empresa oferece soluções completas que impulsionam a transição energética com confiabilidade, eficiência e inovação.   Sobre a TCCOM e a MOBS   A  TCCOM Comercializadora de Energia Ltda.  é uma empresa do  Grupo Roca , autorizada pela ANEEL como Comercializadora Tipo 1, com atuação nacional no mercado livre de energia, incluindo o segmento varejista de alta tensão. Fundada em 2023, a TCCOM tem como foco oferecer soluções personalizadas para empresas que buscam eficiência energética, previsibilidade de custos e integração com novas tecnologias, como sistemas de armazenamento de energia em baterias (BESS).   A  MOBS Armazenagem de Energia e Mobilidade Ltda.  também integra o Grupo Roca e tem como missão acelerar a adoção de soluções de armazenamento e mobilidade elétrica no Brasil. A MOBS atua no desenvolvimento, fornecimento, instalação e operação de sistemas BESS voltados ao mercado comercial, industrial e, futuramente, infraestrutura pública. Com uma abordagem tecnológica e orientada à performance, a MOBS busca ser referência nacional em projetos de armazenamento inteligente e sustentável. Parceria estratégica entre Sungrow e Grupo Roca: R$ 500 milhões para 400 MWh em soluções de armazenamento para o mercado C&I

  • Brasil Atrasado no Armazenamento de Energia Pode Perder Até 11% da Geração Renovável

    País desperdiça oportunidades estratégicas enquanto gigantes globais avançam em baterias Brasil Atrasado no Armazenamento de Energia Pode Perder Até 11% da Geração Renovável Enquanto o mundo acelera o passo rumo a uma matriz energética confiável e limpa, o Brasil ainda patina em uma das peças-chave da transição energética: o armazenamento. Em 2024, o país instalou apenas 269 MWh  de baterias estacionárias uma cifra modesta diante dos 5,6 GW  de potência solar adicionada no mesmo período. Para se ter ideia, hoje o Brasil conecta mais de 20 MWp de energia solar por dia , mas armazena quase nada disso. O resultado? Energia perdida. E o alerta é grave: estudos apontam que, até 2035 , o Brasil poderá desperdiçar até 11% da geração renovável no Nordeste  por falta de infraestrutura de armazenamento. Não é mais uma questão técnica, é uma decisão estratégica nacional. Mundo avança e rápido Em contraste com o ritmo lento brasileiro, países como Austrália, Estados Unidos e Alemanha  já tratam o armazenamento como prioridade industrial e energética. Apenas no primeiro trimestre de 2025 , os australianos destinaram US$ 2,4 bilhões  à construção de baterias de grande porte. Nos EUA, a capacidade instalada de armazenamento ultrapassou 12 GW  (ou 37 GWh ), com custos já abaixo dos US$ 300/kWh . Na Alemanha, o volume de grandes sistemas saltou impressionantes 910% em um ano . O sucesso desses países não veio por acaso. Todos combinaram regulação clara , política industrial robusta  e coordenação entre níveis de governo . O Brasil, apesar de contar com vantagens naturais e estruturais únicas como sol abundante, vento constante, hidrelétricas com reservatórios, biomassa, gás natural  e uma das maiores reservas de lítio do mundo ainda carece de escala, incentivos e cadeia industrial estruturada . Cadeia travada e potencial desperdiçado Hoje, os impostos sobre baterias no Brasil ultrapassam 80% . A política de conteúdo local é tímida. E, embora tenhamos minas de lítio estratégicas em Minas Gerais, a maior parte do insumo é exportada sem agregação de valor . Isso cria um paradoxo: temos os recursos, mas não temos o mercado. Atrair fabricantes e consolidar um ecossistema nacional de armazenamento vai exigir mais do que boas intenções. É preciso criar demanda, oferecer previsibilidade regulatória e lançar políticas industriais reais com incentivos sólidos e visão de longo prazo. Os primeiros sinais e o desafio do timing Há movimentações no radar. Um leilão de reserva de capacidade para armazenamento  está previsto para o segundo semestre de 2025. A Petrobras  já começa a estudar sua entrada no setor. Mas o tempo joga contra. Cada GWh de bateria instalado hoje representa: Energia que deixará de ser desperdiçada Apagões que poderão ser evitados Geração solar e eólica que poderá ser melhor aproveitada Empregos e tecnologia sendo gerados em solo nacional A pergunta que o setor precisa responder não é mais se  devemos investir em armazenamento. A questão agora é: vamos liderar essa transformação ou continuaremos exportando apenas sol, vento e lítio? O futuro da energia e da economia digital será definido por quem sabe armazenar o que produz . E o Brasil tem tudo para ser esse país. Mas precisa agir. Já. Brasil Atrasado no Armazenamento de Energia Pode Perder Até 11% da Geração Renovável

  • Radar MME: Governo Federal prioriza gás, biocombustíveis e obras políticas enquanto inovação energética segue em segundo plano

    Levantamento inédito revela que, no primeiro semestre de 2025, o Ministério de Minas e Energia concentrou esforços em combustíveis fósseis e infraestrutura com apelo eleitoral, deixando tecnologias emergentes e transição energética em segundo plano. Radar MME: Governo Federal prioriza gás, biocombustíveis e obras políticas enquanto inovação energética segue em segundo plano O primeiro semestre de 2025 expôs, com números concretos, um desequilíbrio estratégico na condução da agenda energética brasileira. Dados do novo Radar MME levantamento exclusivo que monitora os compromissos oficiais do Ministério de Minas e Energia mostram que o ministro Alexandre Silveira manteve seu foco nos setores tradicionais, com ênfase em gás natural, petróleo e biocombustíveis. Iniciativas ligadas à inovação, descarbonização ou transição energética representaram apenas uma fração mínima das ações ministeriais. De janeiro a junho, 28% de todos os compromissos oficiais do ministro estiveram relacionados ao setor elétrico. No entanto, dentro dessa fatia, quase metade concentrou-se em combustíveis fósseis ou em soluções de baixa inovação, como o uso ampliado de etanol e biodiesel. Gás e biocombustíveis no centro da estratégia Dois programas vêm liderando as prioridades da pasta em 2025: o E30 , que pretende elevar a mistura de etanol na gasolina para 30%, e o aguardado Gás para Todos , previsto para ser lançado em 5 de agosto. Ambos foram amplamente discutidos em eventos e reuniões bilaterais com agentes públicos e privados, sinalizando o forte apelo político e econômico da agenda. A presença do ministro em inaugurações e anúncios de obras com forte caráter simbólico e visibilidade regional também foi destaque. Apesar de importantes para a infraestrutura energética, essas ações parecem mirar resultados de curto prazo, com claro viés eleitoral. Transição energética? Só no discurso Enquanto o mundo acelera investimentos em energia limpa, hidrogênio verde, baterias e digitalização da rede, o Brasil parece caminhar na contramão da inovação. O Radar MME revela que apenas uma pequena parcela dos compromissos do Ministério envolveu temas como fontes renováveis avançadas, armazenamento de energia ou eficiência energética. Esse descompasso chama atenção em um momento estratégico para o país. O Brasil possui vantagens competitivas globais uma matriz energética limpa, grande potencial em fontes renováveis e recursos minerais como o lítio. No entanto, falta coordenação institucional e visão de longo prazo para transformar esses ativos em oportunidades industriais. Minas tem ministro, mas energia ainda não tem rumo A frase que ecoa nos bastidores de Brasília — "Minas tem ministro, mas a energia não" ganha novo significado à luz dos dados revelados. O Ministério segue cumprindo sua função institucional, mas parece não liderar um projeto claro para o futuro energético do Brasil. A predominância de ações voltadas ao setor fóssil e a baixa interlocução com áreas ligadas à inovação e sustentabilidade indicam uma agenda desconectada dos desafios globais. Com a COP30 se aproximando e a competitividade energética cada vez mais ligada à inovação e à descarbonização, a ausência de protagonismo do MME nesse campo pode custar caro ao Brasil tanto em reputação internacional quanto em oportunidades perdidas. Radar MME: Governo Federal prioriza gás, biocombustíveis e obras políticas enquanto inovação energética segue em segundo plano

  • Brasil amplia mistura de biocombustíveis em meio à pressão internacional e alta do petróleo

    São Paulo  – Entrou em vigor, nesta semana, a nova regra que aumenta o percentual de etanol na gasolina e de biodiesel no diesel comercializado no Brasil. A medida, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em junho, chega em um momento de forte instabilidade no mercado global de combustíveis e de valorização do barril de petróleo, ampliando seu peso estratégico. Brasil amplia mistura de biocombustíveis em meio à pressão internacional e alta do petróleo A partir de agora, a gasolina vendida no país terá 30% de etanol anidro  (antes eram 27%), enquanto o diesel passa a contar com 14% de biodiesel  (ante 12%). Segundo o governo federal, a mudança tem potencial para reduzir a dependência de importações e estimular a produção nacional de biocombustíveis. Impacto nos preços ainda é incerto Durante a aprovação da medida, o governo estimou uma possível redução de até R$ 0,11 por litro  no preço da gasolina. Porém, cálculos do setor indicam números mais modestos: a Fecombustíveis  projeta queda de apenas R$ 0,02  no custo de distribuição, enquanto para o diesel há previsão de aumento médio de R$ 0,02 . A entidade lembra que os preços dos biocombustíveis estão diretamente ligados a fatores agrícolas e climáticos, o que pode gerar variações significativas entre regiões. “As alterações de preços podem não ocorrer exatamente como previsto, pois dependem de múltiplos fatores de mercado”, destacou a federação em nota. Contexto global: petróleo em alta e tensão geopolítica O aumento nas misturas acontece em um cenário de alta volatilidade internacional. O barril do Brent para outubro fechou a última quinta-feira a US$ 71,70 , após semanas de valorização impulsionadas por riscos geopolíticos e ameaças comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Trump indicou que poderá aplicar tarifas secundárias contra países que consomem petróleo e derivados da Rússia caso a guerra na Ucrânia persista medida que pode atingir o Brasil, hoje um dos maiores importadores de diesel russo. Apesar disso, o petróleo brasileiro ficou de fora do pacote de tarifas de 50% anunciado pelos EUA contra produtos nacionais. O etanol, no entanto, pode ser afetado, o que acende alerta no setor sucroenergético. Agenda regulatória e transição energética Paralelamente, o governo desbloqueou parte dos recursos para agências reguladoras, permitindo à ANP  retomar monitoramentos e à Aneel  reavaliar prioridades para o segundo semestre. O movimento é visto como essencial para dar previsibilidade ao mercado de energia em um momento de transição. No setor de mobilidade sustentável, os emplacamentos de ônibus elétricos  cresceram no primeiro semestre de 2025, reforçando a diversificação da matriz de transporte. O que está em jogo A ampliação das misturas de biocombustíveis é mais do que uma medida ambiental. Trata-se de uma estratégia econômica e geopolítica para reduzir vulnerabilidades diante de crises externas, ao mesmo tempo em que fortalece cadeias produtivas internas. O desafio será equilibrar competitividade, previsibilidade regulatória e estímulo à inovação fatores decisivos para que o Brasil mantenha protagonismo na transição energética global. Brasil amplia mistura de biocombustíveis em meio à pressão internacional e alta do petróleo

  • Acordo histórico redefine a matriz energética da Europa e fortalece dependência dos EUA

    Por EnergyChannel – 08/08/2025 O resort Turnberry, na Escócia, foi palco de um encontro que pode entrar para a história geopolítica e energética do século XXI. No último dia 27 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para formalizar um acordo que, oficialmente, tratava de tarifas comerciais, mas que, nos bastidores, redesenhou as relações estratégicas entre Washington e Bruxelas. Acordo histórico redefine a matriz energética da Europa e fortalece dependência dos EUA Embora o anúncio público tenha se concentrado na aplicação de uma tarifa unificada de 15% sobre a maioria das exportações europeias para os EUA um número apresentado como um “mal necessário” para evitar taxas de até 50% ameaçadas por Trump, o verdadeiro impacto está em outra frente: a energia. US$ 1,35 trilhão em três anos: a nova ponte energética transatlântica O compromisso não escrito, mas confirmado posteriormente, prevê que a União Europeia destinará aproximadamente US$ 1,35 trilhão  aos Estados Unidos até 2028. Deste total, US$ 750 bilhões  serão para importação de energia incluindo gás natural liquefeito (GNL), petróleo e componentes nucleares e outros US$ 600 bilhões  para investimentos diretos em tecnologia e defesa. A medida consolida a substituição do gás russo pelo GNL norte-americano, mas a um custo mais alto para o consumidor europeu. Diferente do fornecimento via gasodutos russos, o GNL exige liquefação, transporte marítimo e regaseificação, etapas que encarecem o produto. Em 2024, o preço médio do gás dos EUA para a Europa chegou a € 48/MWh , contribuindo para a disparada das contas de energia no continente. Impacto direto: mais caro para o cidadão, mais pressão para as indústrias Especialistas alertam que o efeito imediato recai sobre famílias e pequenas e médias empresas (PMEs), incapazes de absorver a alta de custos. Países como Alemanha, Itália e Áustria já registram ondas de falências  em setores industriais que dependiam de energia barata para manter competitividade. A situação é ainda mais crítica no Leste Europeu. Polônia, Hungria, Eslováquia e Bulgária, historicamente dependentes do gás russo de baixo custo, enfrentam aumentos mais acentuados e perda de atratividade industrial, com empresas migrando para regiões fora da União Europeia em busca de energia mais acessível. Mudança de dependência: de Moscou para Washington A relação da Europa com a Rússia sempre foi majoritariamente energética, sem um alinhamento político profundo. Já com os Estados Unidos, o vínculo é mais abrangente, envolvendo defesa, tecnologia e influência institucional . Analistas veem o movimento como uma troca de uma dependência pela outra mas desta vez com menor poder de barganha. Um caminho alternativo era possível? Diversos analistas defendem que a UE poderia ter adotado uma política de contenção estratégica  com a Rússia, mantendo canais comerciais e usando a interdependência como ferramenta de influência, em vez de romper quase todos os laços econômicos. A comparação com a política da Arábia Saudita em relação ao Irã é recorrente: Riad mantém equilíbrio delicado, evitando ruptura total e garantindo espaço de negociação. O papel da Arábia Saudita nesse novo tabuleiro Embora a maior parte do petróleo saudita vá para a Ásia, a reconfiguração europeia abre espaço para Riad se posicionar como fornecedor complementar para o Ocidente. O volume do acordo EUA-UE lembra o pacote de US$ 600 bilhões  fechado entre Arábia Saudita e Estados Unidos em março deste ano, mas com uma diferença crucial: no caso saudita, o movimento foi estratégico e voluntário não resultado de pressão tarifária. Conclusão: um acordo de tarifas que é, na verdade, sobre energia e poder O Acordo de Turnberry  ficará marcado como muito mais que um ajuste comercial. Ele sinaliza uma nova fase de influência dos EUA sobre a Europa, com consequências diretas para competitividade industrial, segurança energética e equilíbrio geopolítico global. Enquanto Washington consolida seu papel como fornecedor-chave e receptor de investimentos europeus, o bloco europeu enfrenta o desafio de manter sua soberania estratégica e sua posição na economia global agora em um cenário de energia mais cara e dependência reforçada. Acordo histórico redefine a matriz energética da Europa e fortalece dependência dos EUA

  • NOTA TÉCNICA CONJUNTA Nº 13/2025: AVANÇOS E DESAFIOS NA REGULAMENTAÇÃO DO ARMAZENAMENTO DE ENERGIA NO BRASIL

    A recente publicação da Nota Técnica Conjunta nº 13/2025 marca um avanço importante na agenda regulatória do setor elétrico brasileiro, sobretudo por definir diretrizes claras para a incorporação dos Sistemas de Armazenamento de Energia (SAE)  ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Ao fazer uma leitura técnica do documento, ao qual contribuímos por meio da COC Energia e Engenharia,  percebo que, embora ainda incipiente em termos de normatização final, a nota sinaliza com clareza uma abertura regulatória para novos modelos de negócio baseados em armazenamento. Isso inclui iniciativas que vêm sendo desenvolvidas por autoprodutores de energia, consórcios industriais e empreendedores do Ambiente de Contratação Livre (ACL). NOTA TÉCNICA CONJUNTA Nº 13/2025: AVANÇOS E DESAFIOS NA REGULAMENTAÇÃO DO ARMAZENAMENTO DE ENERGIA NO BRASIL Além disso, vejo que o documento consolida entendimentos já colhidos na Consulta Pública nº 39/2023 e antecipa pontos que serão tratados no segundo ciclo do roadmap regulatório, previsto para até janeiro de 2026, o que reforça a importância estratégica desse movimento para o futuro do setor. Para mim, essa Nota Técnica é uma indicação clara de que o setor está caminhando para incorporar inovação e flexibilidade, abrindo espaço para que o armazenamento de energia se torne um componente fundamental da matriz energética brasileira. Cronograma do  Roadmap  Regulatório: Ciclo Período Principais Temas 1º Ciclo 2023 a 2025 Regulação de SAE (exceto UHR ciclo aberto), conceitos, outorga, acesso à rede, ajustes de barreiras. 2º Ciclo 2026 SAE como ativo de transmissão/distribuição, mitigação de  curtailment , UHR ciclo aberto/semifechado, revisão de procedimentos. 3º Ciclo A partir 2027 Aprimoramentos em comercialização, agregadores de serviços, simulação de impactos. DEFINIÇÕES E MODELO DE CLASSIFICAÇÃO DOS SAE Um dos maiores avanços trazidos pela Nota Técnica Conjunta nº 13/2025 foi eliminar a incerteza jurídica sobre “o que é” um Sistema de Armazenamento de Energia (SAE) perante a lei. No caso do SAE Autônomo , a decisão de enquadrá-lo como Produtor Independente de Energia (PIE) amparada pelo Parecer nº 89/2025 da Procuradoria Federal junto à ANEEL representa um marco regulatório. Esse reconhecimento estabelece a equivalência funcional do SAE com um gerador, já que ambos injetam potência e prestam serviços sistêmicos à rede. Com isso, o SAE passa a contar com um regime jurídico robusto e conhecido, facilitando o acesso a contratos, financiamentos e à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Para o SAE Colocalizado , ou seja, projetos que adicionam baterias a uma usina existente (solar, eólica etc.), o processo regulatório foi significativamente simplificado: em vez de uma nova e complexa outorga, a inclusão do armazenamento será tratada como uma mera alteração de características técnicas do ativo original. Essa medida reduz burocracia, tempo e custos, tornando mais ágil a integração de soluções de armazenamento a parques geradores já operacionais. No caso das Usinas Hidrelétricas Reversíveis , apenas o modelo de ciclo fechado que não utiliza recursos hídricos da União — foi regulamentado neste momento, com outorga simplificada via autorização. Já os modelos de ciclo aberto e semiaberto, que possuem implicações jurídicas e ambientais mais complexas, foram postergados para o segundo ciclo do roadmap regulatório, permitindo que sejam tratados com a devida cautela. A nota também propõe uma estrutura funcional  para os SAE baseada em três frentes: Tecnológica  – com neutralidade entre diferentes soluções, como baterias de lítio, sistemas de ar comprimido e volantes de inércia; Operacional  – abrangendo funções que vão do nível de rede ao nível do consumidor, incluindo suporte à frequência, despacho e controle de rampa; Regulatória  – classificando os SAE como ativos híbridos, capazes de atuar tanto como carga quanto como geração, o que exige uma abordagem normativa específica. Além disso, o documento define de forma clara as categorias colocalizado , híbrido  e autônomo , tratando com distinção os casos em que há compartilhamento de infraestrutura de conexão, transformadores ou sistemas de medição com outras fontes de geração, como solar e eólica. FLEXIBILIDADE OPERACIONAL E INTEGRAÇÃO AO SIN A NT 13/2025 aponta para a integração plena dos SAE ao Planejamento da Expansão  e à Operação do Sistema . Um ponto técnico relevante é o reconhecimento do armazenamento como solução para: Redução de perdas técnicas  e custos com swap entre submercados; Deslocamento de energia em horários de pico de PLD ; Melhoria dos níveis de tensão e frequência em redes de distribuição congestionadas ; Participação no Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) , algo até então restrito a térmicas e grandes hidrelétricas. O documento também introduz a possibilidade de aplicação de curvas de capacidade para SAE  em termos de carga e descarga, o que pode criar critérios objetivos para sua inserção em leilões, mecanismos de reserva e até no atendimento à demanda em sistemas isolados. ENTRAVES TARIFÁRIOS E A PROMESSA DE MODERNIZAÇÃO O eixo tarifário concentrou as definições regulatórias de maior impacto e relevância estratégica, refletindo diretamente na viabilidade econômica dos projetos com SAE. A “Dupla Tarifação” (TUST/TUSD)  – A ANEEL manteve a cobrança da tarifa de uso da rede tanto na carga quanto na descarga dos SAE, justificando que se tratam de dois serviços distintos que utilizam a infraestrutura em momentos e sentidos diferentes. Contudo, a agência introduziu uma flexibilização relevante na contratação do Montante de Uso (MUST/MUSD): usinas com SAE poderão contratar uma demanda de injeção até 20% menor (para projetos novos) ou reduzir a demanda já contratada em 5% ao ano. Essa medida permite que o gerador use o SAE para “aparar” picos de geração, otimizando o uso da rede e reduzindo o custo fixo do “pedágio”. Isenção de Encargos sobre Consumo A decisão mais transformadora foi reconhecer que os SAE não são consumidores finais. A energia absorvida é classificada como “consumo funcional”, insumo necessário à sua operação. Assim, os SAE ficarão isentos de encargos setoriais atrelados ao consumo, como CDE, Proinfa, ESS, EER e ERCAP. Essa medida corrige uma distorção que inviabilizaria a maioria dos projetos, destravando o potencial econômico do armazenamento no Brasil. Obrigações Mantidas Como PIE, o SAE autônomo continuará sujeito à Taxa de Fiscalização (TFSEE) e, quando aplicável, aos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), garantindo isonomia com os demais agentes de geração. COMERCIALIZAÇÃO E NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO A Nota Técnica Conjunta nº 13/2025 abre as portas para modelos de negócio mais sofisticados, alinhados com as práticas de mercados desenvolvidos. Ao formalizar os Sistemas de Armazenamento de Energia (SAE) como Produtores Independentes de Energia (PIE), a ANEEL legitima a arbitragem de preços , operação que consiste em carregar energia quando o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) está baixo e descarregar quando está alto prática consolidada em mercados como o da Califórnia (CAISO) e do Reino Unido (National Grid), mas até então inexistente no Brasil. O documento também reconhece a viabilidade do empilhamento de receitas , considerado a chave para a viabilidade financeira dos projetos. Com isso, um mesmo ativo poderá acumular receitas de múltiplas fontes, como: Mercado de Energia : venda direta e arbitragem de PLD; Serviços Ancilares : controle primário de frequência, controle de tensão e fornecimento de inércia sintética; Mercados de Capacidade : participação em leilões para garantir potência disponível, como o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP); Redução de perdas ou de encargos ; Certificados de capacidade e flexibilidade  (ainda em estudo pela CCEE e ONS). A NT 13/2025 também propõe formalizar a participação de SAE colocalizados a consumidores no Programa de Resposta da Demanda , permitindo que usem suas baterias para modular o consumo e ofertar flexibilidade ao sistema. Essa medida cria uma oportunidade inédita para autoprodutores e comercializadores no Ambiente de Contratação Livre (ACL) operarem com mais liberdade, vendendo energia em momentos estratégicos e diversificando suas fontes de receita. IMPACTOS POSITIVOS PARA A AUTOPRODUÇÃO DE ENERGIA A nota também abre caminhos interessantes para modelos de Autoprodução de Energia, como os propostos por consórcios industriais, cooperativas e empresas de médio porte no ACL. Primeiramente, há menção clara à necessidade de simplificar o processo de outorga para projetos com SAE, especialmente para aqueles colocalizados com geração renovável.  A burocracia tem sido uma das maiores barreiras à entrada de novos agentes no setor, e a sinalização de simplificação — com revisão dos Procedimentos de Rede — atende diretamente aos empreendedores que apostam na autoprodução por locação, reduzindo riscos regulatórios e custos indiretos. Além disso, a possibilidade de comercializar energia armazenada no ACL representa uma nova fronteira para os autoprodutores. Em vez de simplesmente consumir sua energia gerada, o autoprodutor poderá, estrategicamente, armazenar excedentes e revendê-los em momentos de PLD elevado, criando receitas adicionais e flexibilidade comercial. Essa inovação aproxima o Brasil do modelo já consolidado em mercados maduros como o da Califórnia. Outro ponto que favorece diretamente a autoprodução é o empilhamento de receitas.  A possibilidade de prestar serviços ancilares à rede (como controle de frequência) sem perder o direito de comercializar a energia armazenada abre uma nova dinâmica de negócio, especialmente rentável para autoprodutores com SAE colocalizados em regiões de alta volatilidade de preço. Por fim, a inclusão dos SAE no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) e os estudos para a criação de mapas de capacidade regionalizados permitem que investidores antecipem locais prioritários para a instalação de sistemas de armazenamento, favorecendo autoprodutores que pretendem se estabelecer em áreas críticas do SIN — como o Nordeste e parte do Centro-Oeste. UMA AGENDA EM CONSTRUÇÃO: O QUE AINDA FALTA? Apesar dos avanços, é importante ressaltar que muitos pontos-chave foram remetidos para o segundo ciclo do roadmap regulatório , o que significa que ainda há lacunas normativas importantes . Entre os aspectos que merecem detalhamento, destacam-se: A padronização de métricas de desempenho para SAE  (como taxa de perdas e tempo de resposta); A criação de sandboxes regulatórios  para testar modelos operacionais e comerciais com consórcios de autoprodução; E a revisão definitiva dos critérios de acesso e outorga , para que a simplificação proposta se torne realidade. Enquanto isso, é fundamental que os agentes de mercado continuem participando ativamente das consultas públicas, contribuindo com experiências práticas e modelos de negócio viáveis, sobretudo os desenvolvidos fora do eixo tradicional de grandes geradores e distribuidoras. CONCLUSÃO A Nota Técnica Conjunta nº 13/2025 representa, sem dúvidas, um passo relevante e estratégico para a modernização da matriz elétrica brasileira . Embora ainda não seja normativa, ela pavimenta o caminho para a inserção estruturada do armazenamento de energia no setor elétrico, oferecendo um conjunto de sinalizações positivas para o investidor privado. Para os autoprodutores e empreendedores do ACL , especialmente os que operam com modelos inovadores como locação de ativos e consórcios de energia renovável, o documento traz perspectivas reais de ganhos econômicos, regulatórios e operacionais desde que os pontos indicados avancem para regulamentações claras e aplicáveis. Cabe agora aos formuladores de política pública, à ANEEL, ao MME e à EPE transformarem essas diretrizes em regras objetivas, que garantam segurança jurídica, isonomia regulatória e estímulo ao investimento em inovação energética no país . NOTA TÉCNICA CONJUNTA Nº 13/2025: AVANÇOS E DESAFIOS NA REGULAMENTAÇÃO DO ARMAZENAMENTO DE ENERGIA NO BRASIL

  • Ameaça tarifária dos EUA acende alerta no setor elétrico: ONS avalia revisão extraordinária da carga

    Crescimento acelerado de data centers e tensões globais impulsionam demanda por energia no Brasil Ameaça tarifária dos EUA acende alerta no setor elétrico: ONS avalia revisão extraordinária da carga EnergyChannel, Brasília O impacto das novas tarifas comerciais anunciadas pelo governo dos Estados Unidos está ultrapassando fronteiras. No Brasil, a possibilidade de reflexos indiretos já mobiliza o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que estuda uma revisão extraordinária das projeções de carga de energia elétrica para os próximos meses. A medida é considerada diante da perspectiva de aumento significativo na demanda energética, impulsionada por fatores estruturais e conjunturais. Entre eles, destaca-se a previsão de instalação de até 1 gigawatt (GW)  em novos data centers no país nos próximos anos um movimento que pode redefinir o perfil do consumo nacional de eletricidade. Data centers: novo vetor de demanda energética Com a consolidação do Brasil como hub estratégico de tecnologia e armazenamento de dados na América Latina, o setor de data centers se tornou uma peça central no planejamento energético nacional. De acordo com fontes do setor, a estimativa é de que novas instalações, algumas já em fase de construção, entrem em operação até 2030, exigindo soluções de fornecimento estáveis, seguras e sustentáveis. “O crescimento dos data centers não é mais uma tendência é uma realidade que exige respostas imediatas de toda a cadeia elétrica” Efeitos colaterais do “tarifaço” de Trump Ainda que a alta na carga esteja mais relacionada a fatores internos, o ONS também monitora os desdobramentos da política tarifária dos EUA, que reacendeu incertezas no comércio global. Com a imposição de novas tarifas sobre produtos estratégicos embora o petróleo tenha sido excluído há temores de impactos indiretos sobre cadeias produtivas e investimentos internacionais no Brasil. Essas incertezas podem alterar os fluxos de importação, influenciar decisões de grandes consumidores industriais e afetar os projetos energéticos, especialmente os de grande porte. ONS busca antecipar cenários e evitar riscos sistêmicos O plano de revisão extraordinária da carga tem como objetivo principal antecipar eventuais gargalos e garantir que o sistema elétrico nacional esteja preparado para diferentes cenários tanto de expansão acelerada quanto de choques externos. Segundo técnicos do ONS, o foco será ajustar as projeções à nova realidade de consumo mais intensivo, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde se concentram os principais polos de TI e infraestrutura crítica. Ameaça tarifária dos EUA acende alerta no setor elétrico: ONS avalia revisão extraordinária da carga

  • Primeiros voos com combustível solar marcam nova era para a aviação sustentável

    Tecnologia suíça promete reduzir em até 99% as emissões de CO₂ e inaugura fase histórica nos céus da Europa Primeiros voos com combustível solar marcam nova era para a aviação sustentável Hamburgo (Alemanha) – agosto de 2025 Pela primeira vez na história da aviação comercial, uma aeronave de passageiros decolou utilizando um combustível solar sintético quase neutro em carbono . O marco foi protagonizado pela companhia aérea SWISS , que realizou um voo entre Hamburgo e Zurique com parte da energia fornecida por um novo tipo de querosene sustentável, desenvolvido pela empresa suíça Synhelion . O feito representa muito mais do que uma inovação tecnológica: é um divisor de águas na corrida global por alternativas reais aos combustíveis fósseis no setor aéreo, um dos mais difíceis de descarbonizar. Energia solar líquida: o nascimento de um novo combustível A Synhelion  produziu e entregou 190 litros do combustível solar ao Aeroporto de Hamburgo , que foram integrados diretamente ao sistema de abastecimento convencional sem qualquer necessidade de adaptação na infraestrutura existente. A solução não apenas reduz radicalmente as emissões de carbono, mas também demonstra viabilidade técnica imediata  para uso em larga escala. O combustível foi gerado na planta de demonstração DAWN , localizada em Jülich, no oeste da Alemanha. Ali, um sistema de energia solar concentrada  alimenta um processo termoquímico inovador , que transforma dióxido de carbono capturado e hidrogênio em combustíveis líquidos, como gasolina, diesel e querosene de aviação. Ao contrário dos biocombustíveis tradicionais, a tecnologia da Synhelion é 100% alimentada por calor solar armazenado e utilizado para manter a produção ativa 24 horas por dia , independentemente das condições climáticas. Emissões quase zero: o impacto climático da nova tecnologia Com emissões líquidas até 99% menores  do que os combustíveis fósseis, o combustível solar representa uma das alternativas mais promissoras para a aviação sustentável. O chamado syncrude  (petróleo sintético) é refinado em instalações convencionais e pode ser utilizado em qualquer motor a jato já existente. Segundo a Synhelion, a colaboração com a SWISS e o Grupo Lufthansa  deve se intensificar nos próximos anos, com novas entregas programadas e o aumento gradual da capacidade de produção. “Acreditamos que o combustível solar será uma peça-chave na descarbonização da aviação. A tecnologia está pronta agora, o desafio é escalar”, afirmou um porta-voz da empresa. Aviação verde: desafios e próximos passos Embora os volumes atuais de produção ainda sejam limitados, o potencial de expansão é considerável. A planta DAWN está sendo ampliada, e os testes comerciais devem evoluir para rotas regulares nos próximos dois anos. O custo ainda é um fator de atenção: como toda tecnologia emergente, os combustíveis solares são atualmente mais caros que os convencionais. No entanto, especialistas apontam que a redução de preços virá com o ganho de escala  e com incentivos regulatórios , como taxação de carbono e políticas de estímulo à aviação sustentável. O que muda a partir de agora A estreia do combustível solar na aviação comercial simboliza um novo horizonte para o setor e para a transição energética global. A integração entre inovação tecnológica, políticas climáticas e infraestrutura logística mostra que a descarbonização da aviação está mais próxima da realidade do que nunca . O EnergyChannel acompanhará de perto os próximos passos da Synhelion, da Lufthansa Group e de todas as iniciativas que estão redefinindo o futuro do transporte aéreo mundial. Primeiros voos com combustível solar marcam nova era para a aviação sustentável

  • Mercado internacional respira aliviado com exclusão do petróleo na nova rodada de tarifas dos EUA

    Decisão dos EUA em manter o petróleo fora da lista de tarifas ameniza tensões no setor energético global Mercado internacional respira aliviado com exclusão do petróleo na nova rodada de tarifas dos EUA EnergyChannel, cobertura internacional O anúncio recente do governo dos Estados Unidos de não incluir o petróleo na nova rodada de tarifas sobre importações foi recebido com evidente alívio pelo mercado global de energia. A medida, que integra uma série de sanções econômicas voltadas a setores estratégicos, sinaliza uma postura cautelosa de Washington diante da importância geopolítica e econômica do petróleo no cenário internacional. A decisão ocorre em um momento de grande sensibilidade para o setor, marcado por oscilações de preços, tensões em cadeias de suprimento e debates intensos sobre segurança energética. Especialistas ouvidos pelo EnergyChannel   avaliam que a exclusão do petróleo foi estratégica para evitar instabilidades em um mercado já pressionado por conflitos e pela transição energética em curso. “Qualquer movimento brusco envolvendo tarifas sobre petróleo teria impactos imediatos nos preços internacionais e nas relações com parceiros comerciais-chave”, analisa o consultor energético. Interesses econômicos e estabilidade interna em jogo Além das considerações geopolíticas, há um claro interesse doméstico por trás da medida. Com o preço da gasolina ainda sendo um fator sensível na economia americana, aumentar custos de importação de petróleo poderia gerar efeitos negativos diretos sobre o consumidor final. Fontes do setor afirmam que a medida também busca preservar o equilíbrio na oferta e na demanda interna. O papel do Brasil e da América Latina A exclusão do petróleo da lista de tarifas também favorece países exportadores da América Latina, como o Brasil. O mercado vê espaço para ampliar acordos bilaterais e garantir maior protagonismo na segurança energética global, sobretudo em um momento em que as grandes potências buscam diversificar suas fontes de suprimento. Mercado internacional respira aliviado com exclusão do petróleo na nova rodada de tarifas dos EUA

  • Mercado solar da América do Norte em alerta: cortes de subsídios, fusões e bilhões em novos investimentos redefinem o setor

    Crise política ameaça programa “Solar para Todos” nos EUA enquanto gigantes como Meta, Schroders e Bluewave movimentam bilhões em energia limpa EnergyChannel – América do Norte O setor de energia solar fotovoltaica nos Estados Unidos e Canadá vive um momento decisivo. Com pressões políticas, avanços corporativos e novos fluxos de investimento, o cenário atual mistura incertezas regulatórias com uma crescente aceleração de negócios em grande escala. Em destaque, está o possível cancelamento de até US$ 7 bilhões em subsídios do programa federal “Solar for All” , que mira em comunidades de baixa renda. A medida, caso confirmada, pode gerar um forte impacto na estratégia de democratização da energia limpa no país. Colorado avança, enquanto Washington recua Na contramão das incertezas em nível federal, o estado do Colorado  segue fortalecendo seu compromisso com fontes renováveis. O governo local anunciou a priorização de novos projetos de energia solar e eólica , sinalizando estabilidade regulatória para investidores e desenvolvedores regionais. Meta fecha novo PPA com Pine Gate Renewables O setor corporativo continua aquecido. A gigante da tecnologia Meta , controladora do Facebook e Instagram, firmou um contrato de compra de energia (PPA)  com a desenvolvedora Pine Gate Renewables . A parceria viabilizará novos parques solares dedicados ao abastecimento de data centers, reforçando o compromisso da empresa com sua meta de neutralidade de carbono. Investimentos e aquisições sacodem o mercado A gestora Schroders Greencoat , especializada em ativos de energia renovável, confirmou um novo aporte na infraestrutura solar norte-americana , com aquisição de ativos da JERA Nex , braço da gigante japonesa de energia. Outro destaque é a decisão judicial nos EUA que autorizou a venda de ativos da Sunnova Energy , uma das maiores fornecedoras de sistemas solares residenciais do país, em meio a um processo de reorganização financeira. Já a Statkraft , estatal norueguesa de energia, concluiu a venda da subsidiária Enerfin Canada , reforçando uma tendência de consolidação e foco estratégico em outros mercados. BlueWave garante US$ 247 milhões para projetos solares e armazenamento A empresa norte-americana BlueWave , focada em soluções solares distribuídas e armazenamento de energia, anunciou a captação de US$ 247 milhões  para expansão de seus projetos nos Estados Unidos. A rodada de financiamento atraiu grandes fundos e reforça o apetite do mercado financeiro por ativos verdes. Hanwha Q Cells enfrenta barreiras alfandegárias sob nova lei dos EUA Por outro lado, tensões geopolíticas e preocupações com direitos humanos voltaram à tona com relatos de que a alfândega dos EUA ( CBP ) estaria retendo remessas da Hanwha Q Cells  sob a Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado de Uigures (UFLPA) . A medida reforça o cerco contra componentes fotovoltaicos com possíveis vínculos à exploração laboral na China e pode impactar a cadeia de suprimentos no curto prazo. Análise EnergyChannel: o que está em jogo para o setor solar? O possível corte do programa "Solar for All" representa mais que uma questão orçamentária. Ele pode desacelerar a inclusão energética em comunidades vulneráveis e gerar reflexos negativos na geração distribuída. Por outro lado, a movimentação de grandes players como Meta, Schroders e BlueWave indica que o setor corporativo e financeiro mantém forte confiança na energia solar como eixo estratégico da transição energética . O mercado segue dividido entre avanços locais e entraves federais — um equilíbrio delicado que exigirá visão estratégica e capacidade de adaptação por parte dos atores da cadeia fotovoltaica. Mercado solar da América do Norte em alerta: cortes de subsídios, fusões e bilhões em novos investimentos redefinem o setor

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