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- TSUNESS apresenta soluções inovadoras em microinversores e armazenamento de energia com foco no mercado brasileiro
Direto de Xangai, China — A TSUNESS, referência global em soluções MLPE (Module Level Power Electronics), marcou presença na SNEC 2025, a maior feira de energia solar do mundo, revelando ao mercado novas tecnologias em microinversores e sistemas de armazenamento híbrido, com foco estratégico para expansão na América Latina — especialmente no Brasil. TSUNESS apresenta soluções inovadoras em microinversores e armazenamento de energia com foco no mercado brasileiro No estande da marca, a empresa apresentou a nova linha de microinversores monofásicos e trifásicos, projetados para atender desde instalações residenciais de pequeno porte até usinas fotovoltaicas de maior escala. A solução, que cobre potências entre 300W e 3.3kW, inclui modelos otimizados para um, dois, quatro ou seis módulos, oferecendo flexibilidade e eficiência para projetos de diferentes perfis. Segundo Victor Curi Segato, Head of LATAM da TSUNESS, a grande aposta está na versatilidade dos equipamentos: “Oferecemos ao integrador brasileiro opções de conectividade via Wi-Fi ou RS485 — ou ambas — o que garante redundância e controle total da usina. Com uma DTU integrada ao medidor inteligente, é possível implementar a funcionalidade Zero Grid, evitando injeção na rede quando necessário e possibilitando o gerenciamento completo da geração e consumo de energia”, destacou em entrevista exclusiva ao EnergyChannel. A tecnologia já é utilizada em países como China, Malásia e Tailândia, e a expectativa da marca é ampliar essa oferta para o mercado brasileiro nos próximos meses. Soluções híbridas e armazenamento residencial no radar da TSUNESS Outro destaque apresentado pela empresa é o Micro Hybrid Storage Unit , uma solução all-in-one que combina microinversor e sistema de armazenamento em um único equipamento compacto e de fácil instalação — produto que também está sendo preparado para o mercado brasileiro. TSUNESS apresentou alternativas de armazenamento Além do modelo híbrido, a TSUNESS apresentou alternativas de armazenamento AC, ampliando seu portfólio para atender residências e comércios que necessitam de soluções independentes de armazenamento de energia. Com esta ampliação, a marca reforça sua estratégia de transição: de especialista global em microinversores para provedora completa de sistemas de energia inteligente. “É um passo natural para a TSUNESS, que nasceu com foco total em MLPE, ingressar agora no segmento de storage. Essa evolução tecnológica nos permite atender as novas demandas do mercado — não só na China, mas em regiões de forte expansão, como o Brasil e toda a América do Sul”, comentou Segato. TSUNESS apresenta soluções inovadoras em microinversores e armazenamento de energia com foco no mercado brasileiro Mercado brasileiro em prioridade global Executivos da matriz reforçaram durante o evento a importância estratégica da América Latina nos planos da empresa. Segundo a direção global da TSUNESS, o Brasil é visto como um dos mercados mais promissores do mundo para a adoção de tecnologias de microinversores e armazenamento residencial. “Nossa missão é democratizar o acesso a soluções energéticas inteligentes, acessíveis e de alta eficiência. O Brasil, com seu potencial solar imenso e mercado de energia distribuída em crescimento acelerado, é peça-chave nessa visão”, afirmou um dos porta-vozes da empresa em conversa com o EnergyChannel. Análise EnergyChannel: A entrada da TSUNESS no segmento de storage e a diversificação de seu portfólio reforçam a tendência global de sistemas híbridos e soluções integradas. No Brasil, onde o mercado de geração distribuída avança rapidamente, a oferta de microinversores inteligentes combinados a baterias pode ser um diferencial importante para integradores que buscam flexibilidade e maior controle energético em seus projetos. TSUNESS apresenta soluções inovadoras em microinversores e armazenamento de energia TSUNESS apresenta soluções inovadoras em microinversores e armazenamento de energia com foco no mercado brasileiro
- JA Solar aposta em inovação tecnológica e mira expansão no mercado brasileiro de armazenamento de energia
Direto de Xangai, China — A JA Solar apresentou na SNEC 2025, uma das maiores feiras globais de energia renovável, uma série de inovações que reafirmam sua estratégia para manter a liderança em soluções fotovoltaicas e, agora, também em armazenamento de energia. Entre os destaques, a fabricante revelou um vidro antipoeira exclusivo e novos módulos de alta potência, além de reforçar sua atenção ao mercado latino-americano, especialmente o Brasil. JA Solar aposta em inovação tecnológica e mira expansão no mercado brasileiro de armazenamento de energia Tecnologia proprietária para ganho real de eficiência Um dos diferenciais revelados pela empresa é o vidro com tecnologia patenteada antipoeira, que reduz significativamente o acúmulo de partículas na superfície dos módulos. De acordo com a JA Solar, a solução será integrada à linha de produção ainda este ano e promete ganhos concretos de eficiência ao longo da operação dos sistemas, especialmente em regiões de clima seco ou com alta concentração de poeira — um avanço que pode beneficiar projetos instalados em boa parte do território brasileiro. “Esse vidro proporciona uma diferença visível na quantidade de sujeira acumulada em comparação aos módulos convencionais, o que significa mais eficiência e menos necessidade de limpeza frequente”, explicou Gabriel Magdalon, Country Manager da JA Solar no Brasil, em entrevista exclusiva ao EnergyChannel. Novos módulos de até 700W e soluções para diferentes ambientes A fabricante chinesa também destacou sua linha de módulos TopCon de última geração, com potências que variam de 630W a mais de 700W, pensados para atender desde usinas de grande porte até aplicações específicas, como ambientes com alta umidade, regiões litorâneas com maresia, áreas sujeitas à neve ou até locais industriais com exposição a amônia. JA Solar aposta em inovação tecnológica e mira expansão no mercado brasileiro de armazenamento de energia “A JA desenvolve produtos sob medida para cada condição climática ou aplicação industrial. Isso permite oferecer módulos que não só entregam alta performance e eficiência, mas também longa durabilidade em ambientes adversos — desde desertos até granjas”, ressaltou Magdalon. rmazenamento de energia entra no radar da JA Solar Outro movimento estratégico da empresa é a entrada decidida no mercado de armazenamento de energia. A JA Solar revelou na feira suas novas soluções de storage, voltadas tanto para geração centralizada quanto para usos comerciais, industriais e residenciais. A expectativa é que essas soluções também cheguem ao mercado brasileiro nos próximos meses. JA Solar aposta em inovação tecnológica e mira expansão no mercado brasileiro de armazenamento de energia “O mercado latino-americano, especialmente o Brasil, é hoje uma prioridade para a JA Solar em storage. Estamos avaliando as melhores soluções para atender as demandas locais, seja em grandes projetos, seja no segmento residencial”, destacou o executivo. Além dos produtos, a empresa prometeu reforçar a estrutura de suporte técnico, comercial e de pós-venda no Brasil, de olho no crescimento da demanda por sistemas híbridos e armazenamento no país. Brasil no centro da estratégia global Durante o evento, a equipe da matriz da JA Solar recebeu representantes do time brasileiro, que reforçaram a importância do mercado nacional para a estratégia global da companhia. Segundo Magdalon, o Brasil concentra hoje o maior volume de negócios da JA Solar na América Latina e será peça-chave na expansão da linha de storage da marca. “Nosso compromisso com o mercado brasileiro vai além do fornecimento de produtos. Queremos estar presentes com suporte completo — da pré-venda ao pós-venda — e com soluções customizadas para o perfil e os desafios do país”, concluiu. JA Solar aposta em inovação tecnológica e mira expansão no mercado brasileiro de armazenamento de energia Análise EnergyChannel: A aposta da JA Solar em armazenamento mostra que o mercado global está amadurecendo para soluções integradas — módulos e baterias lado a lado. Para o Brasil, país com forte geração solar distribuída, essa combinação pode ser decisiva para enfrentar os desafios de estabilidade e eficiência energética nos próximos anos. JA Solar aposta em inovação tecnológica e mira expansão no mercado brasileiro de armazenamento de energia JA Solar aposta em inovação tecnológica e mira expansão no mercado brasileiro de armazenamento de energia
- Parcerias Estratégicas: o motor invisível da transição energética a infraestrutura invisível da transição
Nos avanços da transição energética global, da expansão da energia solar fotovoltaica ao desenvolvimento de cadeias de hidrogênio verde e complexos eólicos offshore, há um componente tão fundamental quanto subestimado: as parcerias estratégicas. Elas são o ponto de conexão entre tecnologia, capital, regulação e escala. Mais do que uma formalidade, representam a infraestrutura invisível que permite que projetos energéticos ganhem viabilidade técnica, econômica e política. Parcerias Estratégicas: o motor invisível da transição energética a infraestrutura invisível da transição A transição energética deixou de ser uma pauta restrita à inovação tecnológica ou à disponibilidade de financiamento. Trata-se, hoje, de uma dinâmica complexa e interdependente, na qual nenhum ator, seja governo, empresa, startup, investidor ou academia, possui, isoladamente, todos os recursos necessários para conduzir projetos transformadores em larga escala. Nesse cenário, as parcerias passam a ser mecanismos essenciais de articulação multissetorial, que destravam gargalos históricos e aceleram o avanço de soluções sustentáveis. Segundo a IRENA (2024), mais de 70% dos projetos de energia renovável em países emergentes envolvem algum grau de cooperação interinstitucional ou internacional. Isso mostra que a transição energética do século XXI é, acima de tudo, uma construção coletiva. O novo ecossistema colaborativo da energia A atual configuração do setor energético exige um redesenho completo das relações institucionais, comerciais e tecnológicas que sustentam a cadeia de valor. A transição energética não pode mais ser conduzida com modelos de gestão fragmentados ou estratégias isoladas. A complexidade dos desafios, desde a descarbonização da matriz até a segurança energética e a integração de novas tecnologias, impõe a necessidade de governança colaborativa e articulação multissetorial contínua. Governos nacionais e subnacionais atuam sob pressão crescente para atingir metas climáticas ambiciosas, como as previstas no Acordo de Paris e em compromissos assumidos na COP28. Ao mesmo tempo, fundos de investimento e instituições financeiras vêm reorientando suas carteiras para ativos sustentáveis e exigem maior transparência e desempenho ESG nos projetos apoiados. Já as empresas incumbentes do setor elétrico enfrentam a urgência de reconfigurar seus portfólios diante de novos riscos regulatórios, mudanças de comportamento dos consumidores e avanços tecnológicos disruptivos. Nesse ambiente, startups e scale-ups emergem como polos de inovação com propostas tecnológicas ágeis, mas que frequentemente dependem de alianças estratégicas para viabilizar escala e acesso a mercados. Esse cenário complexo e dinâmico deu origem a um ecossistema colaborativo multifacetado, onde diferentes atores interagem de forma interdependente e, muitas vezes, assimétrica. Entre os principais agentes envolvidos, destacam-se: Produtores de energia renovável, atuando em segmentos como solar, eólica, bioenergia, pequenas centrais hidrelétricas e hidrogênio verde; Fabricantes de equipamentos e sistemas de armazenamento, com foco em baterias, eletrolisadores, inversores e tecnologias de grid inteligente; Setor financeiro, incluindo bancos de desenvolvimento, fundos climáticos, investidores institucionais e fintechs de impacto; Agências reguladoras e formuladores de política pública, responsáveis por criar o ambiente institucional que garante previsibilidade e segurança jurídica; Universidades, centros de pesquisa e think tanks, que contribuem com conhecimento técnico, modelos de simulação e validação científica; Grandes consumidores industriais, especialmente nos setores chamados hard-to-abate , como siderurgia, cimento, petroquímica, papel e celulose, que demandam soluções energéticas sob medida. Nenhum desses agentes, por si só, detém todos os elementos necessários para liderar um projeto energético robusto, inovador e escalável. É justamente nesse ponto que as parcerias estratégicas se consolidam como estruturas essenciais de cooperação e cocriação. Elas não apenas distribuem funções, responsabilidades e riscos, como também geram sinergias que aumentam a eficiência operacional, a credibilidade institucional e a resiliência dos projetos frente a incertezas políticas, tecnológicas e econômicas. Além disso, as parcerias se tornaram um vetor importante de conformidade regulatória e viabilização econômica, especialmente em contextos que envolvem fontes intermitentes, novos modelos de comercialização de energia e critérios ESG rigorosos. Em um mundo cada vez mais multipolar e regulado, a capacidade de articular soluções em rede será determinante para o sucesso dos atores do setor. Os desafios reais da colaboração Embora as parcerias estratégicas se consolidem como estruturas fundamentais para a transição energética, sua construção e manutenção envolvem desafios complexos e multifatoriais, que variam conforme o contexto geográfico, regulatório e institucional. Em mercados em desenvolvimento, como o brasileiro, essas dificuldades tendem a ser mais acentuadas devido a fatores estruturais, históricos e normativos. Entre os principais entraves, destacam-se: Alinhamento de interesses e horizontes de tempo : Os parceiros de um projeto raramente compartilham as mesmas expectativas de retorno, tolerância ao risco ou ciclos de investimento. Enquanto investidores institucionais buscam previsibilidade e retornos de médio prazo, startups priorizam inovação acelerada e validação tecnológica. Já agentes públicos costumam operar com ciclos políticos curtos e metas de impacto social, o que pode gerar desalinhamentos estratégicos. Governança compartilhada e poder decisório : Um dos pontos mais sensíveis em parcerias multissetoriais é a definição de estruturas claras de governança. Ausência de processos transparentes de tomada de decisão, instâncias de revisão periódica e canais para resolução de impasses pode levar à paralisação de iniciativas ou à perda de confiança entre os envolvidos. A governança deve garantir equilíbrio entre representatividade e agilidade. Ambiente regulatório instável ou fragmentado : Mudanças inesperadas em programas de incentivos, subsídios, regras de conexão à rede ou marcos de geração distribuída impactam diretamente a confiança entre os parceiros. No Brasil, por exemplo, revisões frequentes nos leilões de energia ou na legislação que rege o mercado livre geram incertezas que afetam a modelagem financeira e jurídica de novos projetos. Integração tecnológica e operacional : Projetos de transição energética frequentemente exigem a combinação entre tecnologias emergentes (como baterias, hidrogênio verde ou redes inteligentes) e infraestruturas tradicionais. Essa integração demanda não apenas planejamento técnico detalhado, mas também acordos sobre propriedade intelectual, protocolos de interoperabilidade e cronogramas de desenvolvimento coordenados. Assimetria de conhecimento e de capacidade de execução : Muitas parcerias envolvem atores de naturezas muito distintas — como multinacionais com grande capacidade técnica e startups locais com inovação ágil, mas poucos recursos; ou governos municipais atuando com empresas internacionais. Nesses casos, é necessário um esforço deliberado de alinhamento cultural, institucional e técnico, para garantir fluidez na comunicação e eficiência na execução. Barreiras jurídicas e culturais : Parcerias internacionais também enfrentam entraves ligados a diferentes culturas jurídicas, linguagens técnicas e normas de compliance. A falta de padronização contratual e de práticas comuns pode gerar insegurança e atrasos na estruturação de joint ventures, consórcios ou acordos bilaterais. É importante destacar que esses desafios não invalidam o modelo colaborativo. Pelo contrário: eles reforçam a importância de desenhar estruturas contratuais modernas, com mecanismos flexíveis de adaptação, além de investir em governança sólida e transparente. A clareza dos objetivos, o compartilhamento equilibrado de riscos e a institucionalização de canais de diálogo contínuo são elementos essenciais para o sucesso de qualquer parceria no setor energético. Onde as parcerias aceleram o setor Mesmo diante de um ambiente regulatório desafiador e de processos decisórios complexos, o histórico recente evidencia que parcerias estratégicas bem estruturadas têm o potencial de desbloquear gargalos e acelerar significativamente a implementação da transição energética. Quando bem concebidas, essas alianças atuam como catalisadores de projetos de alto impacto, ampliando o alcance, a viabilidade e a sustentabilidade das iniciativas. Entre os benefícios mais recorrentes, destacam-se: Captação de capital de longo prazo , especialmente relevante para projetos com alto CAPEX (investimento de capital), como usinas híbridas que combinam geração solar e armazenamento, plantas de hidrogênio verde que demandam infraestrutura de eletrolisadores e logística dedicada, ou ainda redes de transmissão inteligente que conectam novas fontes renováveis a centros urbanos e industriais. Parcerias entre empresas e instituições financeiras multilaterais, por exemplo, têm permitido acesso a financiamentos em condições mais competitivas e com prazos mais adequados ao ciclo de maturação desses empreendimentos. Compartilhamento e diluição de riscos , tanto operacionais quanto financeiros, regulatórios ou tecnológicos. Quando diferentes agentes entram em um projeto com expertise complementar, é possível distribuir responsabilidades de forma mais eficiente e robusta, reduzindo a exposição de cada parceiro e tornando o projeto mais resiliente a variações externas. Aceleração da curva de aprendizado tecnológico , com ganhos expressivos em eficiência e tempo. Através da colaboração entre startups, universidades, institutos de pesquisa e empresas tradicionais, ocorre transferência de conhecimento em tempo real, desenvolvimento conjunto de soluções inovadoras e adoção mais rápida de tecnologias emergentes, como sistemas de armazenamento em larga escala, softwares de previsão meteorológica aplicados a energia eólica, ou modelos de precificação dinâmica no mercado livre. Maior legitimidade institucional e social , fator crítico em projetos com forte interface pública ou impactos locais relevantes. Em concessões, leilões, licitações e projetos com financiamento público, a composição de consórcios diversos, que incluem atores com histórico comprovado, tende a elevar a confiança dos órgãos reguladores e das comunidades envolvidas. Parcerias com universidades e instituições locais também aumentam o capital social do projeto e facilitam processos de licenciamento e aceitação. Expansão para novos mercados , sobretudo por meio de alianças transnacionais . Empresas que estabelecem parcerias com players já inseridos em outras geografias conseguem navegar com mais segurança pelas diferenças legais, culturais e logísticas, reduzindo o tempo de entrada e os custos de adaptação regulatória. Isso é especialmente importante em setores como o de hidrogênio verde, que exige construção de cadeias logísticas integradas e cooperação internacional para certificação, transporte e comercialização. Casos emblemáticos ao redor do mundo demonstram como essa lógica tem se consolidado. Na Europa, consórcios público-privados foram essenciais para destravar projetos de eólica offshore nos mares do Norte e Báltico, combinando expertise técnica, financiamento de longo prazo e suporte político. No Oriente Médio, iniciativas lideradas por coalizões multinacionais viabilizaram megausinas de hidrogênio com apoio direto de fundos soberanos e acordos de compra antecipada. Já na América Latina, destacam-se projetos híbridos de energia solar com baterias em regiões de baixa confiabilidade elétrica, desenvolvidos em parceria entre empresas privadas, centros de pesquisa locais e organismos multilaterais. Esses exemplos comprovam que parcerias bem estruturadas funcionam como mecanismos de transformação sistêmica, com impacto que vai além da viabilidade individual de um projeto, elas contribuem para o fortalecimento da infraestrutura institucional, técnica e regulatória dos países onde são implementadas. Em mercados em transição como o Brasil, essa abordagem tem potencial para acelerar a inserção de novas tecnologias, atrair capital estrangeiro, desenvolver a indústria nacional e ampliar a segurança energética em regiões vulneráveis. Como estruturar parcerias estratégicas eficientes Para que uma parceria estratégica no setor de energia cumpra seu papel como catalisadora de projetos transformadores, não basta apenas reunir os atores certos. É necessário estruturar os acordos com base em princípios sólidos, mecanismos de governança claros e uma visão de longo prazo. A ausência desses elementos tende a gerar desalinhamentos que comprometem não apenas a eficácia do projeto, mas também sua viabilidade financeira e política. A seguir, destacam-se cinco pilares essenciais para a estruturação de parcerias eficazes no contexto da transição energética: Visão estratégica compartilhada desde a origem , com definição clara de objetivos comuns, metas quantitativas e qualitativas, e KPIs (indicadores-chave de desempenho) acompanhados por todos os parceiros. A falta de uma visão convergente pode gerar atritos ao longo do projeto, especialmente quando há mudanças de cenário econômico ou político. Governança ágil, transparente e equilibrada , que permita tanto a tomada de decisão em tempo hábil quanto a representação justa dos interesses dos envolvidos. Isso inclui a criação de comitês de coordenação, instâncias de revisão estratégica, mecanismos de mediação de conflitos e planos de continuidade em caso de saída de algum parceiro. Mapeamento prévio e mitigação de riscos legais, regulatórios e institucionais , especialmente em países com marcos normativos em constante evolução. Avaliações jurídicas integradas e análise de cenários político-regulatórios são fundamentais para a segurança do investimento. Em alguns casos, contratos de longo prazo (PPAs), seguros de risco regulatório ou garantias de crédito de agências multilaterais podem ser integrados à estrutura da parceria. Compromisso com o desenvolvimento local e com a geração de valor social , que se reflita não apenas na contratação de fornecedores e mão de obra locais, mas também em ações estruturadas de capacitação profissional, apoio à inovação regional e diálogo com comunidades. Projetos energéticos inseridos em contextos periféricos ou em territórios com infraestrutura limitada devem considerar estratégias de inclusão e impacto positivo duradouro. Flexibilidade contratual e institucional , permitindo que a parceria evolua ao longo do tempo. A natureza dinâmica do setor energético, com mudanças tecnológicas, novos modelos de negócios, alterações regulatórias e avanços em financiamento verde, exige que os contratos e arranjos de parceria contemplem mecanismos de revisão e readequação periódica. Na prática, um dos elementos mais determinantes que observei em projetos bem-sucedidos foi justamente a capacidade de adaptação progressiva do modelo de parceria. Iniciativas que incluíram cláusulas de reavaliação estratégica a cada 24 meses, por exemplo, mostraram-se mais resilientes diante de oscilações de mercado, evolução de tecnologias ou mudanças nas prioridades institucionais dos envolvidos. Além disso, o papel do Estado e das instituições públicas é fundamental como garantidores da estabilidade e da confiança necessárias para a cooperação intersetorial. Governos que oferecem marcos regulatórios claros, previsibilidade normativa e instrumentos de mitigação de risco, como garantias soberanas, leilões com regras estáveis ou políticas públicas de fomento à inovação, estimulam fortemente o apetite do setor privado. Países como Chile, Alemanha e Austrália têm se destacado nesse sentido, mostrando que o alinhamento entre política pública e iniciativa privada é um fator crítico para a consolidação de ecossistemas energéticos sustentáveis. Por fim, vale ressaltar que a construção de parcerias estratégicas eficientes não é um evento pontual, mas um processo contínuo, que demanda investimento em relacionamento institucional, cultura de colaboração e aprendizagem mútua entre os atores. A nova competência crítica A transição energética não será liderada exclusivamente por quem domina a tecnologia de ponta, nem por quem detém acesso privilegiado ao capital. Cada vez mais, o fator determinante para o sucesso estará na capacidade de articulação entre diferentes atores, setores e níveis institucionais. Em um cenário global marcado por metas climáticas ambiciosas, marcos regulatórios em evolução e crescentes exigências socioambientais, a habilidade de construir pontes, entre interesses públicos e privados, inovação e escala, curto e longo prazo, torna-se central. As parcerias estratégicas deixaram de ser uma alternativa ou diferencial competitivo. Elas se tornaram uma competência crítica, indispensável à governança dos novos modelos energéticos. Ao atuar como mecanismos de coordenação, divisão de riscos, alavancagem de conhecimento e distribuição de responsabilidades, essas alianças promovem a viabilidade de projetos em ambientes desafiadores e aceleram a implantação de soluções transformadoras em energia limpa. O verdadeiro diferencial competitivo na próxima década será de quem souber criar, nutrir e adaptar ecossistemas colaborativos, com estruturas flexíveis, metas compartilhadas e governança sólida. Essa capacidade exige visão sistêmica, inteligência institucional e fluência em contextos diversos, técnicos, jurídicos, sociais e financeiros. Além disso, à medida que a transição energética avança para setores mais complexos, como transporte pesado, indústria de base e agricultura, cresce a necessidade de articulação entre múltiplas cadeias produtivas e políticas públicas setoriais. Portanto, não se trata apenas de implementar novas tecnologias energéticas, mas de construir arranjos institucionais que sustentem a transformação de longo prazo. Se a transição energética do século XXI é, de fato, uma jornada coletiva, os líderes mais bem posicionados serão aqueles capazes de promover alianças confiáveis, replicáveis e escaláveis. Essa é a nova lógica do setor energético, e quem dominá-la, inevitavelmente, terá um papel central na configuração da economia de baixo carbono global. Sobre a autora: Laís Víctor é especialista em energias renováveis e diretora executiva de parcerias, com 14 anos de atuação no setor de energia. Sua atuação inclui o desenvolvimento de negócios, estruturação de alianças estratégicas e apoio à atração de investimentos para projetos de transição energética, com foco na construção de ecossistemas sustentáveis e inovação no mercado global de renováveis. Fontes de referência: BloombergNEF (BNEF). Energy Transition Investment Trends 2024 . Bloomberg New Energy Finance, 2024. International Energy Agency (IEA). World Energy Outlook 2023 . Paris: IEA, 2023. International Renewable Energy Agency (IRENA). World Energy Transitions Outlook 2023: 1.5°C Pathway . Abu Dhabi: IRENA, 2023. Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD). Effective Governance of Public-Private Partnerships . Paris: OECD Publishing, 2012. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Parcerias para Infraestrutura Sustentável na América Latina . Washington, D.C.: BID, 2022. PPP Knowledge Lab – Banco Mundial. Public-Private Partnership Frameworks and Best Practices . Banco Mundial, 2021. Parcerias Estratégicas: o motor invisível da transição energética a infraestrutura invisível da transição
- Evento reforça maturidade do Brasil na agenda do hidrogênio e da captura de carbono
Conferências técnicas mostram avanços regulatórios, novos projetos e integração global para acelerar a transição energética Evento reforça maturidade do Brasil na agenda do hidrogênio e da captura de carbono Com uma programação técnica intensa, engajamento de especialistas nacionais e internacionais e uma plateia de milhares de profissionais reunidos no Rio de Janeiro, o Hydrogen Expo South America e o Carbon Capture Expo South America encerraram suas atividades com um saldo positivo: o Brasil está mais preparado, e mais conectado, para liderar a nova economia de baixo carbono e do hidrogênio. Realizados nos dias 11 e 12 de junho, os dois eventos somaram 3 mil inscrições, 70 expositores e 40 horas de conteúdo técnico e estratégico. A agenda de debates colocou em evidência o avanço institucional, regulatório e tecnológico do país nas frentes de hidrogênio de baixa emissão e captura e armazenamento de carbono (CCS). As conferências promovidas em paralelo à feira, o Hydrogen Conference e o CCS Tech Summit, reforçaram o papel estratégico do Brasil na transição energética global. Evento reforça maturidade do Brasil na agenda do hidrogênio e da captura de carbono Debate mais maduro e colaborativo sobre o CCS Para Nathália Weber, da CCS Brasil e curadora técnica do CCS Tech Summit, esta foi a edição mais madura do evento até agora. “Nas primeiras edições, a gente precisava nivelar conhecimento entre os atores. Agora, vimos um debate aprofundado, técnico e colaborativo, com todos os stakeholders, ou seja, governo, empresas, academia e sociedade civil, sentados à mesma mesa.” Segundo Nathália, um dos marcos mais importantes do setor em 2024 foi a aprovação do marco legal do CCS. “Essa vitória permitiu abrir novas frentes de regulamentação, com envolvimento direto da iniciativa privada e acolhimento técnico da agência reguladora. Avançamos também nas discussões sobre licenciamento ambiental, e vários estados mostraram publicamente os progressos que fizeram nesse tema”, comemorou. Evento reforça maturidade do Brasil na agenda do hidrogênio e da captura de carbono A CCS Brasil também apresentou um estudo de benchmarking internacional construído de forma colaborativa com representantes do setor público e privado. “Conseguimos lançar as bases institucionais e abrir espaço para perspectivas novas e urgentes. Isso torna o debate do próximo ano ainda mais promissor, especialmente dentro da plataforma Hyvolution, que amplia o alcance global da pauta”, observou Nathália. Economia do hidrogênio se concretiza e entra em rota global Na avaliação de Ansgar Pinkowski, da agência Neue Wege e curador técnico da conferência de hidrogênio, o principal avanço desta edição foi mostrar que a economia do hidrogênio já deixou o campo da promessa e começa a se concretizar. “Em dois dias, vimos projetos sólidos sendo apresentados por empresas da indústria, tecnologias maduras sendo implementadas, portos se preparando para exportar, cadeias logísticas se organizando e países avançando em paralelo com o Brasil”, pontuou. Para ele, o maior desafio agora é manter a perseverança diante do tempo que esse processo ainda exige. Evento reforça maturidade do Brasil na agenda do hidrogênio e da captura de carbono Nova fase: Hyvolution Brazil Ansgar também anunciou que, a partir de 2026, os dois eventos passam a se chamar Hyvolution Brazil. Trata-se da principal plataforma global de hidrogênio, promovida pela GL events Exhibitions, já consolidada na França, Chile e Canadá. A primeira edição brasileira do Hyvolution será realizada nos dias 26 e 27 de agosto de 2026, no Riocentro, no Rio de Janeiro. A expectativa é de reunir 6 mil visitantes qualificados, mais de 800 congressistas e 100 marcas expositoras de 14 países. “É um passo importante para integrar o Brasil a uma agenda verdadeiramente global. A realização do evento próximo ao Hyvolution Chile vai atrair mais empresas internacionais e ampliar as oportunidades para o país”, destacou Ansgar. “Vamos ampliar conexões, atrair novos projetos e acelerar a troca de conhecimento com o mundo. Essa é a missão”, concluiu. Sobre a GL events Exhibitions A GL events Exhibitions é uma empresa da multinacional francesa GL events – um dos principais players do mercado de eventos no mundo, presente em 27 países. Importante catalisadora de negócios com a organização e promoção de eventos B2B e B2C, é responsável pela realização de congressos, festivais e feiras representativas em diversos segmentos da economia: Bienal do Livro Rio e Bienal do Livro Bahia, no Mercado Editorial; Brasil Brau, no universo Cervejeiro; Congresso e Feira Estetika, o evento mais importante de Estética, Saúde, Beleza e Bem-estar da América Latina; e ExpoPostos &Conveniência, maior evento do setor de combustíveis e conveniência da América Latina. Atenta às necessidades dos seus públicos, desenvolve produtos que estimulam o contato dos visitantes com as principais tendências e novidades, incentivando discussões de conteúdo relevantes, interação e networking, além da geração de negócios. Evento reforça maturidade do Brasil na agenda do hidrogênio e da captura de carbono
- Resíduos como fonte de energia: congresso realizado em Florianópolis mobiliza especialistas e poder público
Evento organizado pela Associação Brasileira de Energia de Resíduos (ABREN) reuniu mais de 200 participantes e discutiu tecnologias limpas, inclusão social, reciclagem, valorização energética e políticas públicas para destravar o setor em Santa Catarina e no Brasil Resíduos como fonte de energia: congresso realizado em Florianópolis mobiliza especialistas e poder público Florianópolis (SC), 13 de junho de 2025 – Transformar desafios ambientais em soluções sustentáveis para energia, inclusão e desenvolvimento. Essa foi a tônica do 6º Congresso de Energia de Resíduos , promovido pela Associação Brasileira de Energia de Resíduos (ABREN) nos dias 5 e 6 de junho, em Florianópolis. O evento reuniu representantes do setor público, iniciativa privada, academia e movimentos sociais para discutir os rumos da gestão de resíduos em Santa Catarina e no Brasil. O painel de abertura do evento contou com a presença de autoridades como Emerson Stein , secretário de Meio Ambiente e Economia Verde de Santa Catarina, Paulo Bornhausen , secretário Executivo de Articulação Internacional de Santa Catarina, e representantes da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), da Messe München Brasil e da ABREN. O presidente executivo da associação, Yuri Schmitke , reforçou o potencial brasileiro para gerar energia a partir dos resíduos. “Temos o potencial de transformar até 70% do diesel consumido e 40% da eletricidade brasileira com energia proveniente de resíduos. O que falta é articulação e ação para colocar esse potencial em prática.” Reciclagem e valorização energética: caminhos complementares para uma economia circular Um dos principais consensos do evento foi de que a reciclagem e a valorização energética (Waste-to-Energy, em inglês) não competem entre si – ao contrário, são soluções complementares dentro de uma gestão integrada de resíduos. Enquanto os materiais recicláveis devem ser recuperados com eficiência por meio da coleta seletiva e triagem, os rejeitos que não têm reaproveitamento podem ser transformados em energia e outros subprodutos, fechando o ciclo da matéria. O papel dos catadores de resíduos recicláveis foi amplamente reconhecido. Representantes do Movimento Nacional dos Catadores (MNCR) e da Federação Catarinense de Catadores (FECCAT) destacaram a importância da formalização e da valorização do trabalho de quem atua na linha de frente da reciclagem no Brasil. “Nós somos agentes ambientais e protagonistas da economia circular”, afirmou Dorival Rodrigues , liderança do MNCR. Já o presidente da Federação Recicla SC, Thiago Neves , reforçou a necessidade de profissionalização, melhoria da infraestrutura e formalização de contratos com o poder público. “A reciclagem não é só ambientalmente correta. Ela é social, econômica e parte fundamental da política de resíduos”, destacou. Licenciamento e governança: caminhos para destravar o setor de resíduos Técnicos da EBP Brasil, Atmosplan e do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC) participaram do painel sobre licenciamento ambiental, destacando a importância de normas claras, previsíveis e alinhadas aos padrões internacionais para viabilizar projetos de recuperação energética. Os participantes reforçaram que o desenvolvimento de novas plantas precisa caminhar lado a lado com segurança jurídica e eficiência administrativa. Já o painel sobre os Planos Estaduais de Resíduos Sólidos (PERS) abordou os desafios da implementação prática desses instrumentos. A professora Maria Eduarda Bezerra , da UFSC, lembrou que “os planos precisam sair do papel com metas factíveis, articulação entre entes públicos e financiamento estruturado”. Biogás e biometano: novas oportunidades em energia limpa As soluções tecnológicas baseadas na digestão de resíduos orgânicos também tiveram destaque durante o congresso. Adílson Lima , representante da H2A Ambiental, apresentou plantas que produzem biometano, fertilizantes e CO₂ purificado, com retorno econômico e ambiental positivo. “A partir de resíduos, estamos gerando energia renovável e reduzindo emissões com tecnologia nacional e resultados concretos”, afirmou. Diego Alveno , da Apolo Energia, compartilhou a experiência da empresa com plantas modulares e gasodutos virtuais em operação no Sul do Brasil. “Nosso objetivo é levar o biometano onde ele é necessário, aproveitando a matéria de forma plena e eficiente”, explicou. Diversidade de porta-vozes e debates qualidifcados Ao longo dos dois dias de evento, o 6º Congresso de Energia de Resíduos, realizado pela ABREN e organizado pela Porthus Eventos, contou com a participação de mais de 30 palestrantes, de diferentes regiões do Brasil, entre técnicos, gestores, acadêmicos e representantes da sociedade civil. Os painéis abordaram temas como educação ambiental, mercado de carbono, instrumentos de financiamento e inovação, sempre com foco na integração entre soluções técnicas e sociais para a gestão de resíduos. Sobre o 6º Congresso de Energia de Resíduos: A 6ª edição do Congresso de Energia de Resíduos é uma realização da Associação Brasileira de Energia de Resíduos (ABREN) e da Porthus Eventos. O evento tem como objetivo fomentar a recuperação energética de resíduos, buscando alternativas para a destinação dos resíduos sólidos e a geração de energia limpa. O congresso pretende apresentar alternativas de gestão de resíduos sólidos urbano, comerciais, industriais e da agropecuária, trazer atualização tecnológica e oportunizar intercâmbio de informações entre inciativa pública e privada. São prioridades do evento: Apresentar atualização tecnológica para melhor aproveitamento de resíduos; Estimular o poder público a interagir com especialistas na busca de soluções regionais; Estimular o uso de energias renováveis através de resíduos sólidos; Debater interesses econômicos, sociais e ambientais; Contribuir para o desenvolvimento sustentável de nossa sociedade; Democratizar técnicas sobre novas alternativas em energias renováveis; Obter uma visão estratégica para cada prefeitura ou indústria; Apresentar contribuições acadêmicas e projetos científicos no setor; Identificar oportunidades de investimentos e regiões potenciais. Sobre a ABREN: A Associação Brasileira de Energia de Resíduos (ABREN) é uma entidade nacional, sem fins lucrativos, que tem como missão promover a interlocução entre a iniciativa privada e as instituições públicas, nas esferas nacional e internacional, e em todos os níveis governamentais. A ABREN representa empresas, consultores e fabricantes de equipamentos de recuperação energética, reciclagem e logística reversa de resíduos sólidos, com o objetivo de promover estudos, pesquisas, eventos e buscar por soluções legais e regulatórias para o desenvolvimento de uma indústria sustentável e integrada de tratamento de resíduos sólidos no Brasil. A ABREN integra o Global Waste to Energy Research and Technology Council (Global WtERT), instituição de tecnologia e pesquisa proeminente que atua em diversos países, com sede na cidade de Nova York, Estados Unidos, tendo por objetivo promover as melhores práticas de gestão de resíduos por meio da recuperação energética e da reciclagem. O Presidente Executivo da ABREN, Yuri Schmitke, é o atual Vice-Presidente LATAM do Global WtERT e Presidente do WtERT – Brasil. Conheça mais detalhes sobre a ABREN acessando o site , Linkedin , Facebook , Instagram e YouTube da associação. Resíduos como fonte de energia: congresso realizado em Florianópolis mobiliza especialistas e poder público
- Um Passo à Frente no Armazenamento por Baterias
Por Daniel Lima - ECOnomista O futuro das baterias pode estar prestes a mudar drasticamente, e a China está liderando essa revolução. Com uma velocidade impressionante, a tecnologia de íons de sódio está saindo dos laboratórios e entrando na produção em larga escala, trazendo uma nova era de inovação energética. Um Passo à Frente no Armazenamento por Baterias No início deste ano, a CATL, maior fabricante de baterias do mundo, anunciou que suas primeiras baterias comerciais de íons de sódio entrarão em produção ainda este ano. Essa mudança representa um avanço significativo em relação às tradicionais baterias de íons de lítio, abordando desafios como degradação, tempo de carregamento e segurança. Por que as baterias de íons de sódio são revolucionárias? Vida útil estendida: Capazes de suportar mais de 10.000 ciclos de carga e descarga sem degradação significativa. Carregamento ultrarrápido: Podem recarregar de 30% a 80% em apenas meia hora, mesmo sob temperaturas extremas de -30°C. Maior segurança: Testes rigorosos, incluindo penetração de pregos e compressão, comprovaram que essas baterias não pegam fogo, diferentemente das versões de íons de lítio. Densidade energética competitiva: Com 175 Wh/kg, superam muitas baterias LFP convencionais, que apresentam cerca de 150 Wh/kg. Sustentabilidade e custo reduzido: O sódio é 1.000 vezes mais abundante que o lítio na crosta terrestre, sendo mais barato e menos tóxico, tornando a produção mais acessível e ambientalmente sustentável. Impacto global e futuro energético Essa inovação pode remodelar toda a indústria de armazenamento de energia. A redução da dependência do lítio possibilita uma democratização da produção de baterias, além de diminuir os impactos ambientais causados pela extração de recursos. Setores como armazenamento estacionário de energia e veículos elétricos podem se beneficiar enormemente dessa tecnologia, acelerando a transição para fontes mais limpas. Com tantos benefícios, será que estamos testemunhando o início do fim das baterias de íons de lítio? O caminho está aberto para novas possibilidades, e a resposta pode surgir mais cedo do que imaginamos. Um Passo à Frente no Armazenamento por Baterias
- PERDAS DE ENERGIA NO BRASIL: O PESO DA INEFICIÊNCIA QUE TODOS PAGAMOS
O setor elétrico brasileiro, em 2024, mais uma vez mostrou uma face preocupante: as perdas de energia, que alcançaram 14,0% da energia injetada nas redes de distribuição. Isso corresponde a um volume colossal de 84,8 TWh, energia suficiente para abastecer vários estados brasileiros por meses, mas que foi literalmente desperdiçada entre geração e consumo final. Dividem-se essas perdas em 44,6 TWh (7,4%) de perdas técnicas e 40,2 TWh (6,6%) de perdas não técnicas. Esses números são inaceitáveis em um setor que movimentou mais de R$ 400 bilhões em receitas em 2024 e impactam diretamente tarifas, encargos e a competitividade econômica do país. AS PERDAS TÉCNICAS: UM MAL FÍSICO, MAS AMPLIFICADO PELA INFRAESTRUTURA PRECÁRIA As perdas técnicas são inevitáveis: decorrem do transporte da energia, da resistência dos cabos, perdas em transformadores e subestações. Em 2024, o custo tarifário dessas perdas foi de R$ 11,2 bilhões, valor que acaba incorporado nas contas de todos os consumidores. O problema não é só que elas existam, mas seu tamanho: no Norte, o índice foi de 10,2%; no Nordeste, 8,4%; no Centro-Oeste, 7,1%; no Sudeste, 6,2%; e no Sul, 5,7%. PERDAS DE ENERGIA NO BRASIL: O PESO DA INEFICIÊNCIA QUE TODOS PAGAMOS Essas diferenças mostram como a infraestrutura desigual do país amplifica as perdas. Redes longas, equipamentos antigos e baixa densidade populacional aumentam os desperdícios. Em países da OCDE, as perdas técnicas raramente ultrapassam 5%. AS PERDAS NÃO TÉCNICAS: O RETRATO DO DESCASO E DO CRIME O verdadeiro escândalo do setor são as perdas não técnicas, que somaram 40,2 TWh e custaram ao setor cerca de R$ 10,3 bilhões em 2024. A ANEEL reconheceu R$ 7,1 bilhões como perdas eficientes para repasse às tarifas, o que corresponde a 2,85% da receita requerida ou 9,22% da Parcela B. O restante (cerca de R$ 3,2 bilhões) foi prejuízo direto das distribuidoras. Concessionárias como Light (RJ) e Amazonas Energia (AM) são líderes absolutas do desperdício, com 34,1% das perdas não técnicas nacionais. Outras concessionárias com grande contribuição para o problema são Equatorial Pará (PA), Enel RJ, Celpe (PE), Enel CE, Coelba (BA) e Neoenergia PE. PERDAS DE ENERGIA NO BRASIL: O PESO DA INEFICIÊNCIA QUE TODOS PAGAMOS Como visto no gráfico, as perdas não técnicas estão concentradas no Norte (19,5%) e Nordeste (13,5%) da energia injetada, enquanto no Sul o índice cai para 4,8%. COMO O CONSUMIDOR LIVRE É IMPACTADO Engana-se quem pensa que o consumidor livre está imune a essas perdas. Apesar de não arcar diretamente com a compra da energia perdida, ele sofre os efeitos colaterais em diversas frentes. As TUST e TUSD, tarifas de uso do sistema, são calculadas considerando o volume total de energia transportada, incluindo o excesso necessário para compensar as perdas. Isso significa que o consumidor livre está pagando para utilizar uma rede ineficiente. Além disso, as perdas aumentam o custo sistêmico, levando o Operador Nacional do Sistema a acionar fontes caras (como usinas térmicas) para cobrir o déficit, pressionando o PLD e os encargos setoriais como o ESS, que são repassados ao mercado como um todo. Ou seja, o consumidor livre paga, sim — na forma de encargos mais altos e tarifas de acesso infladas pela ineficiência. EVOLUÇÃO DAS PERDAS E A AÇÃO DA REGULAÇÃO Desde 2008, o país reduziu as perdas não técnicas no mercado de baixa tensão de 16,2% para 10,6%. Mas essa evolução tem sido lenta, como mostra o gráfico a seguir. PERDAS DE ENERGIA NO BRASIL: O PESO DA INEFICIÊNCIA QUE TODOS PAGAMOS O modelo de regulação por incentivos da ANEEL, baseado em benchmarking e ranking de complexidade, não tem produzido o impacto necessário. As glosas, embora crescentes (de R$ 1 bilhão em 2012 para R$ 3 bilhões em 2024), não conseguiram reduzir substancialmente as perdas reais. O QUE DEVERIA ESTAR SENDO FEITO A resposta para o problema das perdas de energia no Brasil está em ações integradas , firmes e urgentes. A modernização das redes , com uso de medidores inteligentes , telemetria , fiscalização eletrônica e automação , já não é mais uma opção: é uma obrigação imediata diante da magnitude do desperdício e do impacto nas tarifas. O Brasil já dispõe das tecnologias e dos modelos regulatórios necessários para reduzir essas perdas; o que falta é execução concreta e compromisso real com resultados. PERDAS DE ENERGIA NO BRASIL: O PESO DA INEFICIÊNCIA QUE TODOS PAGAMOS A ANEEL deve vincular a renovação das concessões e os direitos tarifários ao cumprimento de metas reais e anuais de redução de perdas , É inaceitável que concessionárias sigam operando com níveis tão altos de perdas sem contrapartidas rigorosas para manter seus contratos e benefícios. Por sua vez, o poder público precisa atuar na raiz do problema , com políticas estruturantes de inclusão social , regularização fundiária e acesso formal à energia elétrica . A exclusão social e a precariedade urbana não podem continuar servindo como justificativa para o colapso de um sistema que deveria ser eficiente, justo e sustentável . Onde há pobreza extrema, o furto de energia muitas vezes é visto como uma necessidade e não como crime, e por isso a solução exige um esforço conjunto entre Estado, regulador e empresas. Não podemos continuar repassando ao consumidor regular o custo da ineficiência e da conivência com o desperdício. CONCLUSÃO O relatório de 2024 escancara um problema estrutural do setor elétrico brasileiro. As perdas de energia, especialmente as não técnicas, são um fardo para todos: consumidores cativos e livres, empresas e o próprio desenvolvimento econômico do país. Não há mais espaço para complacência. É preciso modernizar as redes, endurecer os mecanismos regulatórios, atrelar metas de redução ao direito de operar e envolver o Estado em ações que combatam as causas sociais do furto de energia. Cada megawatt perdido por ineficiência ou crime é um megawatt pago por quem faz o certo. Isso precisa mudar. Fonte: Relatório Perdas de Energia Elétrica na Distribuição 2024/2025, Superintendência de Gestão Tarifária e Regulação Econômica – ANEEL. PERDAS DE ENERGIA NO BRASIL: O PESO DA INEFICIÊNCIA QUE TODOS PAGAMOS
- DESAFIOS CRÍTICOS PARA OS LEILÕES DE RESERVA DE CAPACIDADE NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO
Ao ler alguns artigos e informações neste final de semana, resolvi manifestar-me sobre os desafios enfrentados pelos leilões de reserva de capacidade (LRCap) no Brasil. O país vive um momento decisivo para o Sistema Interligado Nacional (SIN), que precisa equilibrar a crescente participação de fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica, enquanto garante a segurança e a estabilidade da rede elétrica. Nesse contexto, os leilões de energia são ferramentas estratégicas para contratar potência e capacidade, mas enfrentam obstáculos técnicos, políticos e regulatórios que podem comprometer o futuro do setor elétrico. DESAFIOS CRÍTICOS PARA OS LEILÕES DE RESERVA DE CAPACIDADE NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO A DIVERSIDADE DE FONTES E A NECESSIDADE DE PLANEJAMENTO O Ministério de Minas e Energia (MME), por meio do secretário de Energia Elétrica, Gentil Nogueira, defende a inclusão de diversas fontes nos leilões, como termelétricas a gás natural e biodiesel, hidrelétricas (com eficientização de usinas existentes e possível retomada de obras) e sistemas de armazenamento por baterias. No entanto, a afirmação de Nogueira de que há espaço para todas as fontes soa excessivamente simplista e desconexa da realidade. A ausência de um planejamento claro e a falta de priorização estratégica entre tecnologias podem gerar ineficiências e atrasos, comprometendo a segurança energética do país. Os leilões de reserva de capacidade, inicialmente previstos para 27 de junho de 2024, foram adiados devido a disputas judiciais envolvendo regras do certame. Essas controvérsias, lideradas por setores como o agronegócio (biodiesel) e empresas de gás natural, como a Eneva, evidenciam a dificuldade de alinhar interesses econômicos e técnicos, o que reforça a necessidade de um planejamento mais robusto e transparente. O PAPEL DAS BATERIAS E OS RISCOS DE ATRASOS Os sistemas de armazenamento de energia (BESS) são fundamentais para gerenciar a intermitência de fontes renováveis, armazenando energia excedente em momentos de alta produção e liberando-a em períodos de maior demanda. Contudo, o leilão de baterias, anunciado em 2023, enfrenta barreiras significativas. Além disso, a decisão do governo de priorizar o leilão de termelétricas antes das baterias, influenciada por pressões políticas do setor de gás natural, adia a adoção de tecnologias cruciais para a transição energética. A demanda inicial por baterias no leilão é estimada em 1 GW, modesta frente aos 16,7 GW de capacidade termelétrica instalada. Projeções da BloombergNEF apontam que, entre 2029 e 2034, o Brasil poderá adicionar mais de 1 GW de baterias por ano, destacando seu potencial. No entanto, a indefinição sobre a data do leilão frustra o setor, que permanece sem perspectiva de demanda no mercado regulado. DISPUTAS NO LEILÃO DE TERMELÉTRICAS Dividido em três certames (termelétricas, pequenas hidrelétricas e baterias), o leilão de reserva de capacidade foi marcado por conflitos. A inclusão de regras que favoreciam usinas a biodiesel, como maior agilidade no acionamento e a remoção do teto do Custo Variável Unitário (CVU), gerou questionamentos judiciais de empresas como a Eneva, enquanto o setor de biodiesel, representado pela Raízen, também buscou vantagens. Essas disputas culminaram no cancelamento do leilão de junho de 2024, expondo fragilidades como a falta de oferta firme de biodiesel e preocupações com a autenticidade do combustível. O MME avalia realizar um certame específico para biodiesel, mas especialistas alertam que o adiamento pode agravar o déficit de potência em 2025. A ABERTURA DE MERCADO E O RISCO DE DESESTABILIZAÇÃO O MME aposta na eficientização da oferta e na mudança de comportamento do consumidor por meio da Medida Provisória (MP) 1.300, que prevê a abertura do mercado de energia, com tarifas horárias e digitalização do consumo. A ideia é que os consumidores programem eletrodomésticos, como máquinas de lavar, para horários de energia mais barata, reduzindo a necessidade de potência adicional. Contudo, a afirmação de Gentil Nogueira de que a digitalização permitirá tais ajustes é ingênua e carece de coerência com a realidade. Sem uma campanha robusta de educação e infraestrutura para orientar os consumidores, a abertura do mercado pode ser um tiro no pé, desestabilizando o setor elétrico. A falta de preparo do consumidor para lidar com tarifas horárias pode levar a picos de consumo inesperados, sobrecarregando o SIN e comprometendo a eficiência almejada. DESAFIOS REGULATÓRIOS E PERSPECTIVAS A incerteza regulatória, agravada pelo término do mandato do diretor da Aneel responsável pela regulamentação das baterias, Ricardo Tili, sem a finalização do trabalho, intensifica os desafios. A ausência de uma data clara para o leilão de baterias e a priorização de termelétricas, influenciada por interesses políticos, atrasam a transição para um sistema mais sustentável. Markus Vlasits, presidente da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae), critica a postergação dos leilões, afirmando que “não há lógica técnica nem política” em priorizar termelétricas em detrimento de baterias. Entretanto, não podemos introduzir um novo sistema “a toque de caixa”. Ao ler alguns artigos e informações neste final de semana, resolvi manifestar-me sobre os desafios enfrentados pelos leilões de reserva de capacidade (LRCap) no Brasil. O país vive um momento decisivo para o Sistema Interligado Nacional (SIN), que precisa equilibrar a crescente participação de fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica, enquanto garante a segurança e a estabilidade da rede elétrica. Nesse contexto, os leilões de energia são ferramentas estratégicas para contratar potência e capacidade, mas enfrentam obstáculos técnicos, políticos e regulatórios que podem comprometer o futuro do setor elétrico. A DIVERSIDADE DE FONTES E A NECESSIDADE DE PLANEJAMENTO O Ministério de Minas e Energia (MME), por meio do secretário de Energia Elétrica, Gentil Nogueira, defende a inclusão de diversas fontes nos leilões, como termelétricas a gás natural e biodiesel, hidrelétricas (com eficientização de usinas existentes e possível retomada de obras) e sistemas de armazenamento por baterias. No entanto, a afirmação de Nogueira de que há espaço para todas as fontes soa excessivamente simplista e desconexa da realidade. A ausência de um planejamento claro e a falta de priorização estratégica entre tecnologias podem gerar ineficiências e atrasos, comprometendo a segurança energética do país. Os leilões de reserva de capacidade, inicialmente previstos para 27 de junho de 2024, foram adiados devido a disputas judiciais envolvendo regras do certame. Essas controvérsias, lideradas por setores como o agronegócio (biodiesel) e empresas de gás natural, como a Eneva, evidenciam a dificuldade de alinhar interesses econômicos e técnicos, o que reforça a necessidade de um planejamento mais robusto e transparente. O PAPEL DAS BATERIAS E OS RISCOS DE ATRASOS Os sistemas de armazenamento de energia (BESS) são fundamentais para gerenciar a intermitência de fontes renováveis, armazenando energia excedente em momentos de alta produção e liberando-a em períodos de maior demanda. Contudo, o leilão de baterias, anunciado em 2023, enfrenta barreiras significativas. Além disso, a decisão do governo de priorizar o leilão de termelétricas antes das baterias, influenciada por pressões políticas do setor de gás natural, adia a adoção de tecnologias cruciais para a transição energética. A demanda inicial por baterias no leilão é estimada em 1 GW, modesta frente aos 16,7 GW de capacidade termelétrica instalada. Projeções da BloombergNEF apontam que, entre 2029 e 2034, o Brasil poderá adicionar mais de 1 GW de baterias por ano, destacando seu potencial. No entanto, a indefinição sobre a data do leilão frustra o setor, que permanece sem perspectiva de demanda no mercado regulado. DISPUTAS NO LEILÃO DE TERMELÉTRICAS Dividido em três certames (termelétricas, pequenas hidrelétricas e baterias), o leilão de reserva de capacidade foi marcado por conflitos. A inclusão de regras que favoreciam usinas a biodiesel, como maior agilidade no acionamento e a remoção do teto do Custo Variável Unitário (CVU), gerou questionamentos judiciais de empresas como a Eneva, enquanto o setor de biodiesel, representado pela Raízen, também buscou vantagens. Essas disputas culminaram no cancelamento do leilão de junho de 2024, expondo fragilidades como a falta de oferta firme de biodiesel e preocupações com a autenticidade do combustível. O MME avalia realizar um certame específico para biodiesel, mas especialistas alertam que o adiamento pode agravar o déficit de potência em 2025. A ABERTURA DE MERCADO E O RISCO DE DESESTABILIZAÇÃO O MME aposta na eficientização da oferta e na mudança de comportamento do consumidor por meio da Medida Provisória (MP) 1.300, que prevê a abertura do mercado de energia, com tarifas horárias e digitalização do consumo. A ideia é que os consumidores programem eletrodomésticos, como máquinas de lavar, para horários de energia mais barata, reduzindo a necessidade de potência adicional. Contudo, a afirmação de Gentil Nogueira de que a digitalização permitirá tais ajustes é ingênua e carece de coerência com a realidade. Sem uma campanha robusta de educação e infraestrutura para orientar os consumidores, a abertura do mercado pode ser um tiro no pé, desestabilizando o setor elétrico. A falta de preparo do consumidor para lidar com tarifas horárias pode levar a picos de consumo inesperados, sobrecarregando o SIN e comprometendo a eficiência almejada. DESAFIOS REGULATÓRIOS E PERSPECTIVAS A incerteza regulatória, agravada pelo término do mandato do diretor da Aneel responsável pela regulamentação das baterias, Ricardo Tili, sem a finalização do trabalho, intensifica os desafios. A ausência de uma data clara para o leilão de baterias e a priorização de termelétricas, influenciada por interesses políticos, atrasam a transição para um sistema mais sustentável. Markus Vlasits, presidente da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae), critica a postergação dos leilões, afirmando que “não há lógica técnica nem política” em priorizar termelétricas em detrimento de baterias. Entretanto, não podemos introduzir um novo sistema “a toque de caixa”. DESAFIOS CRÍTICOS PARA OS LEILÕES DE RESERVA DE CAPACIDADE NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO
- Primeiro projeto piloto de energia eólica offshore flutuante do Brasil é apresentado em parceria com o Sindienergia-RS
Tecnologia japonesa e consórcio internacional escolhem o Rio Grande do Sul para impulsionar a transição energética nacional.Durante o evento de apresentação, firmou-se uma Carta de Intenções , formalizando o compromisso com a estruturação do projeto e a busca conjunta por fontes de financiamento. Primeiro projeto piloto de energia eólica offshore flutuante do Brasil é apresentado em parceria com o Sindienergia-RS PORTO ALEGRE (RS) - O Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul ( Sindienergia-RS ) sediou nesta sexta-feira (13/06) a apresentação oficial do Aura Sul Wind, o primeiro projeto piloto de energia eólica offshore flutuante do Brasil . Liderada pela empresa japonesa JB Energy, a iniciativa é fruto de um consórcio internacional, que reúne empresas, entidades e governos, prevendo a instalação de uma plataforma em águas profundas, próximo ao porto, da cidade de Rio Grande (RS) , para iniciar a sua fase de testes a partir de 2030 .A novidade representa um passo inicial importante rumo à estruturação da indústria brasileira de energia eólica offshore, com foco em fundações flutuantes. “É um marco não apenas para o setor, mas para toda a economia do Sul. Este projeto reforça a posição do Rio Grande do Sul como polo estratégico de inovação e transição energética no Brasil”, afirma Daniela Cardeal , presidente do Sindienergia-RS , entidade que também integra o consórcio. Plataforma flutuante: tecnologia validada internacionalmente e adaptada ao Brasil A plataforma flutuante a ser utilizada no projeto é baseada na tecnologia Raijin FOWT ® (floating offshore wind turbine) , desenvolvida no Japão, país onde projetos pilotos de plataforma para eólica offshore flutuante já operam com sucesso desde 2013. Projetada para águas profundas (acima de 50 metros), onde fundações fixas não são viáveis, a Raijin FOWT ® se destaca por sua estrutura modular de concreto armado . Uma alternativa que reduz em até 50% tanto o custo quanto o tempo de construção , além de 50% da emissão de carbono, quando comparada a estruturas similares em aço. “A grande vantagem deste sistema flutuante, a Raijin FOWT ®, é a facilidade na construção e instalação da fundação, e o uso de concreto, material que o Brasil domina tecnologicamente e produz em larga escala, o que reduz os tempos e custos de realização. Isso também ativa uma cadeia produtiva local e acelera a industrialização do setor offshore no Brasil”, explica Rodolfo Gonçalves - especialista em energia eólica offshore, conselheiro da JB Energy e professor da Universidade de Tóquio, no Japão -, que liderou a apresentação técnica do projeto e idealizou a formação do consórcio. Além de permitir a montagem em terra e o reboque da plataforma até o local de operação - o que diminui riscos e despesas, essa tecnologia elimina a necessidade de grandes estaleiros especializados e pode ser montada em áreas portuárias. A instalação das plataformas em regiões mais afastadas da costa onde as águas são mais profundas implica em menor impacto ambiental e visual. A durabilidade da estrutura, com mais de 30 anos de vida útil, e a baixa manutenção em ambiente marinho completam os diferenciais. Por que o Rio Grande do Sul? O estado do RS foi escolhido por reunir condições excepcionais para o offshore flutuante , como fortes regimes de vento, águas profundas próximas à costa e portos estruturados - em especial o Porto de Rio Grande , que será fundamental para a montagem e operação da plataforma. A localização também oferece proximidade com centros consumidores e integração com o sistema elétrico nacional. Etapas e articulação institucional O projeto será desenvolvido em quatro fases: estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental; projeto executivo; construção e monitoramento da plataforma; e, por fim, a fase comercial. O investimento estimado até a conclusão do piloto é de US$ 100 milhões . A meta é validar a tecnologia, testar a cadeia local de suprimentos e preparar o caminho para implantações em escala - que podem movimentar milhões em recursos, além do alto potencial na geração de empregos.Além do Sindienergia-RS e da JB Energy , o consórcio é formado por Ming Yang Smart Energy Group (fornecedora de turbinas), Portos RS (infraestrutura portuária e operações), Technomar Engenharia (monitoramento em tempo real de condições ambientais e operações), Blue Aspirations Brazil (sensoriamento para monitoramento ambiental) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) . O projeto conta ainda com apoio da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias) e do Governo Federal (por meio do Ministério da Pesca e Aquicultura ). O Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a prefeitura Municipal de Rio Grande também estão entre os convidados para apoiar a iniciativa.Durante o evento, as entidades firmaram uma Carta de Intenções , formalizando o compromisso com a estruturação do projeto e a busca conjunta por fontes de financiamento. “Esse é o primeiro passo de um processo transformador. Com a expertise internacional e a força produtiva do Sul, o Brasil pode se tornar protagonista global em energia eólica offshore flutuante”, apontou Rodolfo Gonçalves . Programa Portos Verdes O Projeto Aura Sul Wind integra o Programa Portos Verdes, iniciativa que consolida o compromisso do Rio Grande do Sul com a descarbonização dos modais logísticos e a transição energética. Ao unir esforços entre Portos RS e Sindienergia-RS, o programa fortalece o papel estratégico do Estado na logística voltada à geração de energia eólica near e offshore, posicionando a região como referência na atração de investimentos sustentáveis. Mais do que um avanço tecnológico, trata-se de um movimento alinhado às metas globais de neutralidade de carbono, em que a infraestrutura portuária se torna catalisadora de um novo modelo de desenvolvimento: limpo, competitivo e conectado com o futuro da matriz energética brasileira. Primeiro projeto piloto de energia eólica offshore flutuante do Brasil é apresentado em parceria com o Sindienergia-RS
- Japão avança em armazenamento de energia com megaprojeto de baterias em Fukushima
A cidade de Soma, na província japonesa de Fukushima, será palco de um dos maiores projetos de armazenamento de energia da Ásia. A iniciativa da desenvolvedora de renováveis Gurīn Energy contará com um sistema de baterias de íon-lítio (BESS) fornecido pela francesa Saft, subsidiária da TotalEnergies, reforçando a infraestrutura elétrica do país em um momento estratégico para a transição energética japonesa. Japão avança em armazenamento de energia com megaprojeto de baterias em Fukushima O empreendimento prevê mais de 1 gigawatt-hora (GWh) de capacidade instalada em armazenamento, suficiente para fornecer 240 megawatts (MW) de potência por até quatro horas consecutivas. Com início de construção programado para 2026, o projeto tem como meta oferecer maior flexibilidade à rede elétrica nacional, permitindo o equilíbrio entre oferta e demanda energética, além de reduzir perdas e desperdícios associados à geração renovável. Armazenamento: a peça que faltava para as renováveis no Japão O desafio da integração de fontes como solar e eólica à matriz japonesa está no fornecimento intermitente dessas energias. Sistemas robustos de armazenamento surgem como solução essencial para compensar oscilações na geração e evitar o desperdício de energia limpa em períodos de baixa demanda — problema conhecido como curtailment . O projeto em Fukushima representa um passo importante para o Japão alcançar sua meta de ter entre 40% e 50% da matriz elétrica composta por fontes renováveis até 2040, contra os atuais 27%. O país também mira a neutralidade de carbono até 2050. Para viabilizar o projeto, a Saft fornecerá uma solução completa de armazenamento, que inclui não apenas as baterias de íon-lítio, mas também sistemas de conversão de energia, gestão de potência e uma plataforma avançada de supervisão baseada em inteligência artificial — o I-Sight Cloud. O pacote prevê ainda instalação, comissionamento e manutenção do sistema no local. Parceria estratégica para um novo cenário energético O projeto marca uma colaboração significativa entre a Saft e a Gurīn Energy, uma das principais desenvolvedoras de ativos renováveis do continente asiático, com presença em mercados como Indonésia, Singapura, Coreia do Sul e Tailândia. Para Vincent Le Quintrec, diretor de Vendas e Marketing de Sistemas de Armazenamento da Saft, a Ásia se consolida como um mercado chave para a expansão global da companhia. “Estamos orgulhosos em contribuir para este projeto que terá papel decisivo no futuro energético do Japão”, afirmou. Já para Ushio Okuyama, country manager da Gurīn Energy no Japão, a iniciativa representa um divisor de águas para a rede elétrica japonesa. “Nosso projeto em Fukushima trará mais estabilidade e flexibilidade não só para a região, mas para todo o sistema energético do país”, destacou. O papel do armazenamento no futuro da energia O investimento em armazenamento em larga escala não apenas viabiliza a expansão das renováveis no Japão, como também serve de referência para outros mercados asiáticos em busca de soluções para descarbonização e segurança energética. Para o EnergyChannel, este movimento revela uma tendência global irreversível: o armazenamento de energia como elemento estratégico para qualquer país que deseje acelerar sua transição energética com segurança e eficiência. Japão avança em armazenamento de energia com megaprojeto de baterias em Fukushima
- TotalEnergies aposta em inteligência artificial para acelerar transição energética global
A multinacional francesa TotalEnergies deu mais um passo estratégico em sua jornada rumo à digitalização e à descarbonização de suas operações. A empresa anunciou uma parceria com a Mistral AI, startup europeia especializada em inteligência artificial generativa, com o objetivo de desenvolver soluções digitais inovadoras para otimizar seus processos industriais, ampliar o uso de energias renováveis e oferecer novos serviços aos consumidores. TotalEnergies aposta em inteligência artificial para acelerar transição energética global O acordo prevê a criação de um laboratório conjunto de inovação em inteligência artificial, reunindo especialistas das duas companhias. A proposta é utilizar tecnologias avançadas de IA não apenas para aumentar a eficiência de ativos industriais e reduzir emissões de CO₂, mas também para apoiar o trabalho de mil pesquisadores da TotalEnergies na busca por novas fontes de energia de baixo carbono. Além disso, soluções digitais devem ser desenhadas para melhorar a experiência dos clientes e incentivá-los a adotar práticas de consumo energético mais sustentáveis. “A inteligência artificial deixou de ser uma promessa distante e já impacta diretamente setores estratégicos da indústria de energia. Essa iniciativa reforça a aposta da TotalEnergies em tecnologia como um dos pilares da transição energética”, afirma Patrick Pouyanné, presidente e CEO da companhia. A parceria prevê também o desenvolvimento de plataformas voltadas à operação de usinas renováveis, bem como o estudo de infraestruturas digitais que garantam a soberania tecnológica europeia — uma preocupação crescente no cenário global. Um novo capítulo digital para a TotalEnergies Embora a TotalEnergies já aplicasse inteligência artificial em processos como manutenção preditiva e análise de dados geológicos, a nova colaboração com a Mistral AI amplia o escopo de uso da tecnologia para toda a cadeia energética. A expectativa é acelerar o desenvolvimento de soluções para energia solar, eólica, biogás e hidrogênio verde, além de novas ferramentas de gestão para seus consumidores. Com uma unidade própria dedicada à inovação digital — a Digital Factory — a TotalEnergies já desenvolveu mais de uma centena de soluções tecnológicas, incluindo aplicações baseadas em machine learning e IA generativa. São iniciativas que prometem transformar não apenas a operação das plantas da empresa, mas o relacionamento com clientes e parceiros. Europa busca autonomia tecnológica Outro ponto estratégico da parceria é a discussão sobre a adoção de infraestrutura de IA própria pela TotalEnergies, em linha com os esforços europeus para reduzir a dependência de plataformas tecnológicas de fora do continente. Para a Mistral AI, esse movimento também representa a oportunidade de demonstrar como suas soluções podem impactar positivamente o setor energético. “A colaboração com a TotalEnergies é uma demonstração clara do potencial transformador da inteligência artificial em uma indústria crítica como a de energia. Estamos comprometidos em levar inovação para todas as etapas, do laboratório ao consumidor final”, afirma Arthur Mensch, CEO da Mistral AI. O acordo reforça a posição da TotalEnergies como uma das gigantes globais dispostas a liderar a transição energética combinando inovação digital e compromisso ambiental. Se você quiser, posso também preparar uma versão resumida para LinkedIn ou um roteiro para vídeo curto (Reel/Short) com base nesta matéria. Deseja que eu faça? TotalEnergies aposta em inteligência artificial para acelerar transição energética global
- GoodWe recebe delegação da América do Sul na China
A GoodWe recebeu na segunda-feira (09), uma delegação com mais de 70 participantes da América do Sul, incluindo distribuidores, integradores, investidores e arquitetos. A visita teve como objetivo estreitar laços e apresentar as mais recentes tecnologias da empresa. GoodWe recebe delegação da América do Sul na China A delegação começou com uma visita à nova sede da GoodWe na cidade de Suzhou, inaugurada em novembro do ano passado. O edifício sustentável é um exemplo da tecnologia BIPV (Building Integrated Photovoltaics) da empresa, que é responsável por gerar mais de 80% da energia consumida no local. Os participantes também tiveram a oportunidade de conhecer o showroom da empresa e ver todo o portfólio de produtos, incluindo inversores, baterias, BIPV e bombas para troca de calor. No segundo dia, a delegação visitou a fábrica da GoodWe na cidade de Guangde, onde puderam ver de perto o processo de manufatura dos equipamentos. Além disso, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a casa inteligente da empresa, onde puderam ver os equipamentos instalados e em pleno funcionamento. O CEO da empresa, Daniel Huang, afirmou ter enorme satisfação em compartilhar as mais recentes tecnologias e soluções inovadoras da marca. “Essa visita é um exemplo da nossa dedicação em estreitar laços e construir parcerias sólidas com nossos clientes e parceiros. Estamos ansiosos para trabalhar juntos e encontrar soluções inovadoras para os desafios energéticos da América do Sul” , diz Huang. “A América do Sul é uma região com um enorme potencial para liderar a transição para uma matriz energética mais sustentável. Com a abundância de recursos naturais, como o sol, temos a oportunidade de desenvolver soluções inovadoras e eficientes para atender às nossas necessidades energéticas. A GoodWe está comprometida em contribuir para essa transição, oferecendo soluções de energia solar e armazenamento que sejam eficientes, confiáveis e acessíveis”, ressalta Fabio Mendes, vice-presidente da GoodWe. Lançamentos e parcerias Nos dias seguintes, a delegação visitou o estande da GoodWe e teve a oportunidade de ver as mais recentes tecnologias em lançamento na China. A visita também contou com a presença do Senador por Mato Grosso, Wellington Fagundes, que também é presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), na oportunidade, o parlamentar deu início a tratativas com a empresa para estabelecer parcerias que fortaleçam a formação técnica e ampliem o acesso à energia limpa em quatro instituições públicas de ensino superior — UFMT, UNEMAT, UFR e IFMT, todas em Mato Grosso. A proposta do senador é equipar os campi com tecnologias de ponta, criando ambientes integrados de capacitação prática em sistemas fotovoltaicos e baterias de lítio. “Estamos conectando nossas universidades ao que há de mais avançado no mundo. Essa articulação com a GoodWe é um passo importante para formar jovens talentos e garantir um futuro energético mais limpo e acessível”, afirmou Fagundes. Sobre a GoodWe A GoodWe é uma empresa líder em tecnologia de energia solar e armazenamento, e sua presença na América do Sul é fundamental para o desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras na região. A empresa está comprometida em trabalhar com parceiros locais para promover a adoção de energias renováveis e reduzir a dependência de fontes de energia fósseis. GoodWe recebe delegação da América do Sul na China












