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- Baixa tensão com mais liberdade: entenda como pode funcionar o novo modelo de energia
Por Felipe Figueiró – Engenheiro Eletricista e Especialista em Energia Você que está na Baixa Tensão (consumidores menores em volume e custo de energia), já imaginou poder escolher de quem comprar sua energia e ainda pagar menos por ela? Essa realidade está mais perto do que você imagina. É isso que a MP 1.300/2025 quer transformar. Falei sobre ela essa semana, visto que marca o início da abertura do mercado de energia para consumidores de baixa tensão, mesmo ainda sem virar lei, focando na abertura e nas tarifas para os consumidores. Se você ainda não viu, recomendo a leitura para entender o contexto dessa mudança histórica: MP da Energia: o início da revolução na baixa tensão Mas hoje quero ir além da MP. Quero explicar de forma simples e direta o que é o Mercado Livre de Energia e por que isso vai impactar diretamente você, sua empresa e, em breve, até sua casa. Lembrando, mesmo que a MP sofra mudanças, essa leitura é importante. O Mercado Livre de Energia pode libertar o consumidor de baixa tensão. O Mercado Livre já existe, mas agora está se expandindo O Mercado Livre de Energia não é novidade. Ele existe no Brasil há mais de 20 anos, mas sempre foi restrito aos grandes consumidores como indústrias pesadas, shoppings, grandes supermercados e redes hospitalares. Ou seja, quem consome em média ou alta tensão. Inclusive, a abertura total para alta tensão só ocorreu em 2024, onde empresas com menos de 500 kW de demanda (potência contratada) puderam entrar na modalidade varejista, então ainda estamos vivendo mudanças importantes no setor. Essas empresas puderam, ao longo dos anos, negociar contratos diretos de energia bilateralmente , escolhendo de quem comprar, selecionado suas opções no contrato e pagando menos por isso. É como sair do plano tradicional da distribuidora e entrar em um mercado onde o preço e as condições podem ser negociados livremente. Agora, com a MP nº 1.300/2025 , estamos diante de uma virada histórica: A partir de agosto de 2026 , comércios e pequenas indústrias conectadas em baixa tensão também poderão migrar. Em dezembro de 2027 , será a vez das residências entrarem nesse novo modelo. Na prática, o que muda para o consumidor? Mesmo migrando para o Mercado Livre de Energia para Baixa Tensão, nada muda na entrega da energia, visto que ela continua chegando pela mesma rede da distribuidora, com a mesma qualidade de sempre (para o bem ou para o mal). A grande diferença é que você deixa de pagar a conta inteira para a distribuidora e escolhe de quem quer comprar somente a parcela de energia, podendo pagar menos por ela. É como sair de um plano fixo e fechado de telefonia para negociar o melhor preço no mercado, com economia de até 30% na fatura , no modelo atual. E o melhor disso, sem precisar investir em estrutura, trocar equipamentos, mudar sua rotina ou sofrer com as bandeiras tarifárias (que inclusive vão pressionar em 2025 o custo da energia). Basicamente, você passará a ter duas faturas para pagar: A primeira é da distribuidora , conhecida como "custo fio" , que cobre o custo pela energia chegar até você e pela demanda (potência) contratada. A segunda é da comercializadora de energia que você escolher, pagando apenas o valor da energia contratada e consumida naquele mês, conforme seu contrato. Essa divisão deixa claro o que você está pagando, e abre espaço para negociar preços melhores na parte mais flexível que é o custo da energia. Quem pode migrar hoje e como funciona? Atualmente, o acesso continua restrito aos consumidores do Grupo A , aqueles que utilizam média ou alta tensão. Para migrar, o processo leva cerca de 180 dias e envolve algumas etapas técnicas, todas seguindo as regras da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) . Existem dois modelos: Modelo Atacado : o consumidor se torna agente direto da CCEE e cuida da operação. Indicado para quem tem estrutura técnica e consumo elevado. Muitas vezes, conta com o apoio de uma consultoria especializada. Modelo Varejista : mais prático e acessível. A comercializadora cuida de tudo, da burocracia à operação mensal. É, literalmente, a carta facilitada para entrar no mercado livre. Esse é o método que aportará a baixa tensão. Por que isso importa? A abertura da baixa tensão é um passo enorme no setor elétrico brasileiro. Ela representa: Mais liberdade de escolha para todos os perfis de consumidores. Economia real, se manterem as visões de hoje, podemos ter reduções que podem chegar a 30% na conta de luz. Mais concorrência e transparência no setor. Uma visão ampliada do uso de fontes renováveis. A possibilidade real de comparar entre a GD solar e o Mercado Livre de Energia para entender a melhor operação. Um novo papel para o consumidor, que agora tem voz ativa na contratação da sua energia, com vários produtos. E o melhor, essa revolução está chegando na sua conta de luz, seja no seu negócio, seja na sua casa. O Mercado Livre de Energia vai virar realidade para os consumidores de baixa tensão, independente da MP estar em pauta ainda. Opinião do Autor Eu vivo o setor elétrico há pelo menos 11 anos , e vejo o Mercado Livre de Energia não como uma tendência, mas como um movimento irreversível de empoderamento do consumidor. Durante anos, grandes empresas economizaram milhões com liberdade de escolha, enquanto a maioria dos consumidores ainda nem sabia que isso existia. Essa assimetria está prestes a mudar. Agora, estamos diante da democratização dessa vantagem, e ela não é somente sobre economia, é sobre acesso à informação, autonomia, sustentabilidade e decisões mais inteligentes. Quanto mais cedo entendermos o funcionamento desse novo modelo, mais preparados estaremos para aproveitar seus benefícios com inteligência e estratégia. E isso vale para o pequeno comércio, para a indústria de médio porte e, em breve, para as famílias brasileiras. A energia nunca foi só técnica. Ela move negócios, ideias e pessoas. Está diretamente ligada com a produtividade, ao custo operacional, com a sustentabilidade e, cada vez mais, com a nossa liberdade de escolha . E agora, ela também pode ser uma decisão sua. É muito importante que você saiba o que é o Mercado Livre de Energia, como funciona e o que muda na prática. Porque a mudança já começou e quem se informa antes, vai sair na frente. Precisamos de cada vez mais informação e diálogos abertos sobre os impactos dessa transformação e sobre como consumidores, grandes ou pequenos, poderão se beneficiar disso com consciência e clareza. Estar em um ambiente com mais produtos e cada vez mais competitivo, acaba gerando bons frutos e momentos diferentes para cada tipo de consumidor. Baixa tensão com mais liberdade: entenda como pode funcionar o novo modelo de energia Gostou? Comente deixe sua opinião contribua com sua participação aqui no EnergyChannel.
- Em 2024, investimento da SolaX Power em P&D atinge US$ 480 milhões
Os programas de reconhecimento interno, que incentivam e recompensam avanços tecnológicos, resultaram em um aumento anual de 41,96% nas autorizações de patentes de invenção da equipe de P&D Foto: SolaX Power - Em 2024, investimento da SolaX Power em P&D atinge US$ 480 milhões Por Simone Cesário - Assessoria de Imprensa da SolaX Power A área de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) sempre foi uma das prioridades da multinacional SolaX Power. Prova disso, é o investimento no setor, que tem apresentado crescimento ano a ano na empresa. De acordo com o relatório público de ESG, os investimentos em P&D na SolaX chegaram ao marco histórico de mais de US$ 480 milhões em 2024, o que representa mais de 15% da receita da empresa. São quatro grandes centros de P&D da SolaX Power, todos na China, sendo a força de trabalho o coração da empresa, especialmente nessa área. Hoje, os colaboradores de P&D somam mais de 36% da força de trabalho total da empresa, o que representa um aumento anual de 120% nos colaboradores de P&D. A inovação é implementada em todo o processo, incluindo P&D de produtos, design de engenharia, manufatura inteligente e gestão digital, permitindo a atualização contínua das linhas de produtos existentes e a manutenção da iteração de novos produtos. “A SolaX possui um sistema de P&D de três níveis, por meio da colaboração entre o Instituto Central de Pesquisa, o Departamento de Plataforma e as Linhas de Produtos. O Instituto Central de Pesquisa concentra-se em pesquisa tecnológica de ponta, layout de propriedade intelectual de alto valor e avanços tecnológicos essenciais. O Departamento de Plataforma e as Linhas de Produtos operam equipes de P&D responsáveis tanto pelo desenvolvimento de tecnologias comuns e desafiadoras, como pelos negócios e se concentram no desenvolvimento personalizado para diferentes cenários”, explica o gerente de marketing da SolaX Power no Brasil, Valdo Mendes. Vale ressaltar que a valorização dos colaboradores é essencial para manter a eficiência e a motivação da força de trabalho, por isso “a SolaX possui premiações e reconhecimentos internos que incentivam e recompensam avanços tecnológicos, o que resultou em um aumento anual de 41,96% nas autorizações de patentes de invenção, estimulando significativamente a vitalidade inovadora dos talentos de P&D”, pontua. Sobre a SolaX Power - Fundada em 2012, a SolaX Power é consolidada como uma das principais fornecedoras globais de soluções solares e de armazenamento. Sendo uma empresa de capital aberto na Bolsa de Valores de Xangai e uma das fabricantes pioneiras de inversores híbridos na Ásia, a SolaX Power caminha hoje para a sua quinta geração de inversores híbridos. Com mais de 3.000 funcionários em todo o mundo, 100 patentes globais e mais de 1.100 certificações de mercado, a empresa reforça sua posição como líder no setor. Em 2024, investimento da SolaX Power em P&D atinge US$ 480 milhões
- O CLIMA EM 2025 E 2026: OBSERVAÇÕES SOBRE IMPACTOS HIDROLÓGICOS NOS RESERVATÓRIOS E NO PLANEJAMENTO ENERGÉTICO
Por Arthur Oliveira Gostaria de compartilhar algumas observações que fiz ao analisar dados climáticos, pensando nos impactos que podem ocorrer nos reservatórios e no planejamento energético no Brasil e no mundo. Tenho interesse em entender como o clima influencia nossa vida, especialmente no setor de energia, e por isso passei um tempo observando informações disponíveis em sites de meteorologia, como os da Organização Meteorológica Mundial (WMO), do CPTEC/INPE, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), entre outros. Com base no que vi, gostaria de comentar o que pode acontecer em 2025 e 2026, além de dar uma olhada preliminar para 2027, focando em aspectos como chuvas, evapotranspiração e vazões, que afetam diretamente os reservatórios hidrelétricos, fundamentais para a geração de energia no Brasil, onde cerca de 60% da capacidade instalada vem de hidrelétricas, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2024). UMA TENDÊNCIA NEUTRA NO ENOS Ao observar os relatórios da WMO, notei que o El Niño-Oscilação Sul (ENOS) deve se manter em um estado neutro até meados de 2026. Os índices Niño 3.4, Niño 3 e Niño 4, que medem a temperatura da superfície do mar no Pacífico equatorial, estão previstos para ficar dentro de ±0,5°C da média histórica (1993-2009) entre junho e agosto de 2025. No entanto, chamou minha atenção um gradiente leste-oeste nas temperaturas, com anomalias negativas de até -0,8°C na região Niño 4, no Pacífico ocidental, e positivas de +0,6°C na região Niño 1+2, mais próxima da América do Sul, o que parece um pouco com as condições de uma La Niña fraca. No Atlântico, os índices de temperatura do Atlântico Tropical Norte (NTA) e Sul (STA) estão projetados para ficar +0,3°C acima da média, indicando um aquecimento que pode aumentar a evapotranspiração em áreas tropicais. Aqui no Brasil, ao observar os dados da Região 92, disponibilizados pelo CPTEC/INPE, vi que em 2023 houve variações significativas nas chuvas: em abril, choveu 233% acima da média, ou seja, 350 mm contra uma média de 105 mm, enquanto em setembro foi 87,5% abaixo, apenas 12 mm contra 96 mm. Essas variações me fizeram refletir sobre como elas afetam o balanço hídrico, desde a recarga dos reservatórios até a evapotranspiração, que no Nordeste pode chegar a 5-6 mm por dia em meses secos, conforme indicado nos relatórios da ANA (2024). COMO O CLIMA DE 2025 PODE AFETAR OS RESERVATÓRIOS: CHUVAS E EVAPOTRANSPIRAÇÃO Ao analisar os dados para junho a agosto de 2025, notei que as chuvas devem ser 30-40% menores que a média no Atlântico equatorial e no sudeste do Pacífico, com volumes entre 50-70 mm, bem abaixo dos 120 mm históricos. Isso me parece preocupante, pois pode reduzir as vazões em bacias como a do São Francisco, onde as projeções indicam uma queda de 10-15%, de 2.800 m³/s para 2.400 m³/s. No Sudeste, onde vivo, a evapotranspiração deve ser alta, cerca de 4,5 mm/dia, já que as temperaturas estão previstas para ficar 1,5°C acima da média, chegando a 28°C. Isso pode impactar reservatórios como os da Cantareira, que normalmente operam entre 40-50% da capacidade em anos neutros. Por outro lado, observei que no noroeste da América do Sul, como na Amazônia, as chuvas podem ser 20-25% acima da média, cerca de 200 mm contra 160 mm, o que pode aumentar as vazões na bacia do Madeira em até 12%, de 18.000 m³/s para 20.200 m³/s. No entanto, as temperaturas globais entre 60°S e 60°N, previstas para 1,2-1,8°C acima da média, devem aumentar a evapotranspiração em até 10%, o que pode reduzir os ganhos hídricos. No geral, parece que os reservatórios devem se manter estáveis, mas com uma redução média de 5-8% em relação a 2024, especialmente no Sudeste e Nordeste, a menos que sejam feitas adaptações. 2026 - DESAFIOS REGIONAIS À VISTA Para 2026, notei que os dados sugerem a continuidade do ENOS em estado neutro, com os índices Niño variando em ±0,4°C da média. Aqui no Brasil, as projeções indicam uma redução de 5-10% nas chuvas no Sudeste, de 150 mm para 135 mm por mês no verão, enquanto no Sul pode haver um aumento de 8%, de 180 mm para 195 mm. A evapotranspiração, com temperaturas médias de 27°C no Sudeste, pode reduzir os níveis dos reservatórios em mais 3-5%, especialmente na bacia do Paraná. Um estudo que examinei, o modelo GTEP, sugere aumentar a geração eólica em 15% no Nordeste, de 12 GW para 13,8 GW, e reforçar a transmissão para escoar excedentes do Sul, onde a geração hidrelétrica pode crescer 10%, de 45 GW para 49,5 GW. 2027 - POSSÍVEIS SECAS NO HORIZONTE Quando comecei a observar as projeções para 2027, fiquei um pouco preocupado. As previsões são mais incertas, mas modelos globais, como os do IPCC (2023), apontam para uma probabilidade 20% maior de secas severas no Brasil, possivelmente devido a uma transição para La Niña. Se isso se confirmar, as chuvas no Sudeste e Nordeste podem cair 40-50%, de 120 mm para 60-72 mm por mês, o que reduziria os volumes dos reservatórios em 20-25%, de 60% para 45-48% da capacidade. A evapotranspiração, que pode subir 15% e atingir 6,8 mm/dia, tornaria a situação ainda mais desafiadora, exigindo maior uso de fontes como eólica e térmica. IDEIAS PARA LIDAR COM ESSAS MUDANÇAS Depois de observar todos esses dados, penso que o setor elétrico precisa se planejar. O modelo GTEP que analisei sugere aumentar a capacidade eólica em 10-15%, de 20 GW para 23 GW no Nordeste, e investir em linhas de transmissão para escoar 5 GW adicionais do Sul. Também acredito que tecnologias como baterias, com capacidade de 2 GW, podem ajudar a gerenciar picos de demanda. Além disso, construir barragens para regular vazões, aumentando a retenção em 10%, e sistemas de drenagem urbana para evitar perdas por inundações parecem boas estratégias. É PRECISO FICAR ATENTO AO CLIMA Com base nas informações que observei, acredito que o clima em 2025 e 2026 será neutro, com variações regionais que podem reduzir os volumes dos reservatórios em 5-8%, mas sem mudanças drásticas imediatas. A evapotranspiração alta e as chuvas desiguais vão exigir ajustes e planejamento. Para 2027, a possibilidade de secas severas me deixa mais atento, e acho que precisamos monitorar os dados climáticos de perto e nos adaptar às mudanças. O futuro do setor energético depende de decisões bem fundamentadas, e eventos como a COP-30 NÃO irão nos ajudar a construir um caminho mais sustentável. Referências : WMO (2025). Probabilistic Multi-Model Ensemble Forecast (emitido em maio de 2025). CPTEC/INPE (2023). Boxplot de Precipitação Mensal: Região 92 . Moreira, A., et al. (2021). Climate-Aware Generation and Transmission Expansion Planning . European Journal of Operational Research. ANA (2024). Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil . O CLIMA EM 2025 E 2026: OBSERVAÇÕES SOBRE IMPACTOS HIDROLÓGICOS NOS RESERVATÓRIOS E NO PLANEJAMENTO ENERGÉTICO
- EnergyChannel e Climatempo Conexões Apresentam: O Futuro dos Ventos no Nordeste
Olá, leitores do EnergyChannel! Hoje vamos explorar um tema crucial e fascinante: a energia eólica no Brasil, com um enfoque especial no Nordeste. Essa região não só se destaca por suas belezas naturais, mas também por ser um dos polos mais promissores para energia renovável, aproveitando ao máximo os ventos generosos e constantes que sopram por lá. EnergyChannel e Climatempo Conexões Apresentam: O Futuro dos Ventos no Nordeste Em um bate-papo recente, conversamos com Ângelo Ribeiro, da Echoenergia, um especialista respeitado em performance de energia eólica. Com uma trajetória impressionante que inclui formações pela Universidade Federal do Ceará e Stanford, além de uma carreira dedicada ao estudo e desenvolvimento de projetos eólicos e solares, Ângelo compartilhou insights valiosos sobre como o setor tem se adaptado às mudanças climáticas e aos desafios operacionais. Nos últimos anos, a variabilidade climática e eventos extremos têm testado a previsibilidade e as operações de parques eólicos. Tornou-se evidente que a meteorologia não é só uma aliada, mas um componente essencial para a eficiência e segurança na geração de energia. E é aqui que entra uma questão central: como adaptar engenharia e meteorologia para otimizar a performance? Tecnologia e Dados no Centro do Progresso A Echoenergia lidera pelo exemplo, apostando em medições anemométricas sofisticadas para entender profundamente os padrões de vento e integrar isso ao planejamento estratégico de longo prazo. Esse monitoramento não apenas informa sobre a operação diária das turbinas, mas também fundamenta decisões críticas de investimento e desenvolvimento. Ângelo explicou como o uso de tecnologias como redes neurais e machine learning está revolucionando o modo como se faz previsão de energia. Essa combinação de inteligência artificial com dados precisos promete um futuro onde as previsões serão cada vez mais assertivas, oferecendo um mapa mais realista do potencial energético das regiões. O Papel da Colaboração e da Inovação Para além da tecnologia, há um esforço contínuo e necessário de cooperação dentro do setor. A integração de dados meteorológicos entre empresas ainda tem caminhos a percorrer, mas vislumbra-se uma era onde essa abertura poderá oferecer novas oportunidades e reduzir riscos significativos. No enfrentamento das mudanças climáticas, a resiliência das operações se torna uma prioridade. A adaptação de aerogeradores ao clima particular do Nordeste brasileiro, o uso de sistemas de monitoramento em tempo real e estratégias de manutenção preditiva são avanços significativos. Eles não só ampliam a eficiência operacional, mas também asseguram que a energia eólica continue sendo uma peça-chave na matriz energética nacional. Desafios e Oportunidades à Vista Mesmo com esses avanços, desafios como as limitações impostas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) trazem questões complexas de planejamento e operação. No entanto, a Echoenergia se posiciona como um protagonista ativo no diálogo para encontrar soluções equilibradas que possam beneficiar todo o setor. Neste emaranhado tecnológico e de cooperação, uma coisa fica clara: o futuro da energia eólica no Brasil é promissor. Com inovação, planejamento inteligente e colaboração, o Nordeste brasileiro está não apenas pronto para enfrentar os ventos de mudanças, mas para liderar a transição energética de maneira sustentável e eficiente. Fiquem ligados no EnergyChannel para mais atualizações e discussões sobre o futuro da energia sustentável! E aí, qual é o seu ponto de vista sobre o futuro da energia eólica no Brasil? EnergyChannel e Climatempo Conexões Apresentam: O Futuro dos Ventos no Nordeste
- Reduzir o Custo de Produção do H2 de Baixo Carbono exige Inovações Tecnológicas
Por Frederico Freitas Desde o início do ano de 2020, o Brasil vivencia um crescimento significativo no interesse e no desenvolvimento do mercado de hidrogênio. Tal movimentação é impulsionada, principalmente, pela nossa abundância de recursos energéticos naturais que posicionam o nosso país como um potencial líder na produção de energia de baixa emissão. Com metas ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e atingir a neutralidade de carbono até 2050, a União Europeia entendeu que investir em hidrogênio de baixo carbono produzido no Brasil ajuda o velho continente a garantir um suprimento estável e sustentável deste combustível, contribuindo para a transição energética e a redução da dependência de combustíveis fósseis. Reduzir o Custo de Produção do H2 de Baixo Carbono exige Inovações Tecnológicas Entretanto, passados quase cinco anos do que uns chamaram de “o hype do hidrogênio” , alguns projetos no Brasil permanecem em estágios pré decisão final de investimento, mostrando que a implementação desta indústria é um desafio complexo e que não depende, unicamente, de uma grande oferta e baixo custo de energia renovável. Se, no início desta jornada, a falta de um marco regulatório brasileiro era apontada como o grande “entrave” para impulsionar o mercado, esta questão foi superada, em 2024, com a promulgação de Marcos Legais sobre o Hidrogênio, a saber: Lei 14.948 de 02 de agosto de 2024 que Institui o Marco Legal do Hidrogênio de Baixo Carbono; Lei 14.990 de 27 de setembro de 2024 que Institui o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono; Entretanto, e existência de um marco regulatório em si, não garantirá, de imediato, um produto capaz de competir comercialmente com o hidrogênio de origem fóssil. Vejamos alguns aspectos que se entrelaçam com esta questão. A produção deste vetor energético, com baixas emissões e a um preço competitivo, como US$ 1,50/kg , é um dos maiores desafios da economia do hidrogênio de baixo carbono. Esse valor é considerado por alguns especialistas como um marco para tornar o hidrogênio de baixo carbono viável como combustível em larga escala, competindo com fontes de energia convencionais fósseis, adquirindo atratividade e tornando o hidrogênio um produto mercantil, ou seja, deixando de ter sua produção voltada ao consumo direto pelo produtor, no local de uso ou aproveitamento e passar a ser negociado como uma commodity global como o Gás Natural. Alternativamente, o hidrogênio produzido por eletrólise – rota tecnológica predominante nos projetos que estão em desenvolvimento, enfrenta desafios substanciais devido ao seu alto consumo energético. Esse alto consumo energético contribui para o elevado custo de produção do H2 sendo uma barreira para atingir preços competitivos. Além do custo de CAPEX , a energia necessária para o armazenamento e transporte do hidrogênio se apresentam como desafios técnicos e econômicos a transpor. A eventual competição pelo uso da água, em algumas regiões, ainda pode significar barreira adicional à aceitação pública que deve ser equacionada. Fica evidenciado que os desafios associados à produção, armazenamento e transporte de hidrogênio requerem inovações tecnológicas e avanços em materiais para superá-los. Neste sentido, políticas públicas e investimentos significativos em infraestrutura são essenciais para reduzir os custos e tornar o hidrogênio de baixo carbono uma alternativa viável e sustentável. Foi pensando nestas questões que o BNDES e a FINEP tem fomentado algumas Chamadas Públicas visando o desenvolvimento de modelos de negócios para esta nova indústria. Trata-se de uma estratégia muito assertiva que tem como objetivo fomentar Modelos de Negócios que contemplem investimentos na produção e no desenvolvimento tecnológico de Hidrogênio de Baixo Carbono e seus derivados tais como: Combustíveis Sustentáveis para Aviação (Sustainable Aviation Fuel – SAF), Methanol Verde e/ou Fertilizantes Nitrogenados. Ao contar com o apoio governamental, os empreendimentos podem se concentrar mais na inovação e na escalabilidade, minimizando os riscos de falhas técnicas ou de mercado que são comuns em modelos de negócios disruptivos. Ou seja, ao demonstrar interesse e apoio concreto, o setor público atrai a atenção de investidores privados, que passam a enxergar as iniciativas com menor risco e maior potencial de retorno. Isso impulsiona a alavancagem de recursos e estimula a competição saudável, gerando mais soluções criativas, eficientes e sustentáveis. Fique atento às Chamadas Públicas, disponíveis nos sites do BNDES e da FINEP Sobre o autor: Frederico Freitas Engenheiro Eletricista (Univale) , Mestre em Bioenergia (UFPR) , Pós Graduado em Gestão de Negócios (USP/Esalq) , MBA Empresarial para o Setor Elétrico (FISUL) , Certificado PMP® (PMI) e Credenciado PM4R® (BID) ; Especialista em Transição Energética com Formações em Tecnologias e Engenharia do Hidrogênio pela Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio e Hydrogen Power-to-X Brasil por meio da Agência Alemã GIZ Brasil & Ministério de Minas e Energia; Fundador da INFOREDES Green Technologies , Consultoria Estratégica em Transição Energética e Economia de Baixo Carbono; Atuou como Pesquisador Sênior na FGV Energia , na elaboração do Caderno de Hidrogênio publicado pela Fundação Getúlio Vargas em 2023; Professor na Head Energia , primeira EduTech voltada para o setor energético brasileiro e na Escola de Negócios do Setor Elétrico vinculada à Faculdade FISU L;
- Mercado Livre de Energia: A Revolução Silenciosa que Redesenha o Setor Elétrico Brasileiro e Global
Da liberdade de escolha à integração com Geração Distribuída e tecnologias digitais, o Ambiente de Contratação Livre (ACL) transforma a relação dos consumidores com a energia, impulsiona a inovação e define as novas fronteiras da transição energética. Mercado Livre de Energia: A Revolução Silenciosa que Redesenha o Setor Elétrico Brasileiro e Global Por EnergyChannel | 26 de maio de 2025 O setor elétrico mundial atravessa uma era de transformações profundas, e no epicentro dessa revolução encontra-se o Mercado Livre de Energia, conhecido no Brasil como Ambiente de Contratação Livre (ACL). Mais do que uma simples alternativa ao modelo tradicional regulado, o ACL representa um ecossistema dinâmico onde consumidores, geradores e comercializadores negociam energia diretamente, redefinindo relações comerciais, impulsionando a eficiência e abrindo caminho para um futuro energético mais flexível, competitivo e sustentável. No Brasil, esse ambiente já responde por uma parcela significativa do consumo industrial e avança progressivamente para alcançar um universo cada vez maior de consumidores, incluindo pequenas e médias empresas e, futuramente, residências. Compreender o Mercado Livre de Energia é fundamental não apenas para os profissionais do setor, mas também para os consumidores finais que buscam maior controle sobre seus custos e acesso a fontes de energia mais limpas . Este artigo do EnergyChannel mergulha nas nuances do ACL, explorando suas tendências no Brasil e no mundo, analisando vantagens e desvantagens, o impacto crucial da modernização e digitalização, a relação intrínseca com a Geração Distribuída (GD), as opções disponíveis para o consumidor e as projeções para o futuro deste mercado em constante evolução. Mercado Livre de Energia: A Revolução Silenciosa que Redesenha o Setor Elétrico Brasileiro e Global Desvendando o Mercado Livre de Energia (ACL) Em sua essência, o Mercado Livre de Energia, ou ACL, é o ambiente onde a energia elétrica deixa de ser uma commodity com preço regulado e passa a ser um produto negociável . Consumidores elegíveis ganham o poder de escolher de quem comprar sua energia – seja diretamente de um gerador ( usinas hidrelétricas, eólicas, solares, térmicas ) ou de uma empresa comercializadora que atua como intermediária. Essa liberdade se estende às condições contratuais: preço, prazo, volume, fonte de energia (convencional ou incentivada/renovável) e formas de pagamento podem ser customizados de acordo com as necessidades e estratégias de cada consumidor. No Brasil, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) desempenha um papel central, sendo responsável por viabilizar as operações de compra e venda, registrar os contratos, medir o consumo e a geração, e liquidar financeiramente as diferenças no mercado de curto prazo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) regula e fiscaliza as atividades. Historicamente, o acesso ao ACL era restrito a grandes consumidores, mas uma abertura gradual vem ocorrendo. Desde janeiro de 2024, todos os consumidores do Grupo A (conectados em média ou alta tensão) podem migrar, independentemente da demanda contratada, seja diretamente ou através de um comercializador varejista – figura que simplifica a gestão para consumidores menores dentro do ACL. O consumidor no ACL continua conectado à rede da distribuidora local e paga a ela pela utilização da infraestrutura (transporte da energia), mas a fatura referente à energia consumida passa a ser negociada e paga ao fornecedor escolhido no mercado livre. Vantagens e Desvantagens: A Balança da Liberdade Energética A migração para o Mercado Livre de Energia oferece um leque de benefícios potenciais, mas também exige uma gestão mais ativa e consciente por parte do consumidor. A principal vantagem, e motor de muitas migrações, é a redução de custos . Ao negociar diretamente, os consumidores frequentemente conseguem preços mais competitivos do que as tarifas reguladas, que embutem custos da distribuidora e encargos setoriais de forma menos flexível. A previsibilidade orçamentária também é um atrativo, pois os contratos no ACL podem fixar preços por longos períodos, protegendo o consumidor contra a volatilidade das bandeiras tarifárias e reajustes anuais do mercado regulado. A liberdade de escolha não se limita ao preço. Consumidores podem optar por contratar energia de fontes renováveis ( solar, eólica, biomassa, PCHs ), alinhando seu consumo a metas de sustentabilidade e agregando valor à sua marca. Essa escolha por energia limpa, muitas vezes incentivada por descontos nas tarifas de uso do sistema, fortalece a imagem corporativa e contribui para a transição energética. A flexibilidade contratual permite ajustar volumes, prazos e outras cláusulas às necessidades específicas do negócio. Mercado Livre de Energia: A Revolução Silenciosa que Redesenha o Setor Elétrico Brasileiro e Global Contudo, o ACL também apresenta desafios. A complexidade de gestão é maior do que no mercado regulado. O consumidor (ou seu representante) torna-se responsável por gerenciar seus contratos, prever seu consumo e garantir que o volume contratado seja suficiente. Comprar menos energia do que o necessário pode expor o consumidor ao volátil mercado de curto prazo (Preço de Liquidação das Diferenças - PLD) e a penalidades. A volatilidade dos preços no mercado livre, embora possa ser mitigada por contratos de longo prazo, é uma realidade, influenciada por fatores como hidrologia, demanda e oferta. A migração exige uma análise de viabilidade criteriosa e, muitas vezes, a contratação de consultorias especializadas para navegar pelas regras e otimizar as estratégias de contratação. Modernização e Digitalização: Turbinando o Mercado Livre A evolução do Mercado Livre de Energia está intrinsecamente ligada à modernização e digitalização do setor elétrico. Tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Big Data e Blockchain estão revolucionando a forma como a energia é gerenciada, negociada e consumida no ACL. Plataformas digitais de gestão energética permitem aos consumidores monitorar seu consumo em tempo real, analisar padrões históricos e tomar decisões mais assertivas sobre a contratação. Algoritmos de IA podem realizar análises preditivas de consumo e preços, identificando os melhores momentos para contratar energia e otimizando o uso. A automação pode simplificar a gestão de múltiplos contratos e até mesmo realizar negociações baseadas em parâmetros pré-definidos. A IoT possibilita o controle remoto de equipamentos e processos, ajustando o consumo para aproveitar preços mais baixos ou responder a sinais da rede. O Blockchain surge como uma ferramenta para aumentar a transparência e a segurança nas transações e na rastreabilidade da energia renovável (certificados de energia renovável). As redes elétricas inteligentes (Smart Grids) são outro pilar dessa modernização. Ao integrar comunicação digital à infraestrutura física, as smart grids permitem um fluxo bidirecional de informação e energia, facilitando a gestão da demanda, a integração de fontes distribuídas e a resposta rápida a eventos na rede, tornando o sistema mais resiliente e eficiente – fatores cruciais para o bom funcionamento do ACL. Geração Distribuída (GD) e o Mercado Livre: Convergência ou Competição? A Geração Distribuída (GD) – a produção de energia no local de consumo ou próximo a ele, principalmente via painéis solares em telhados – tem sido um fenômeno de crescimento exponencial no Brasil. Inicialmente vista como uma alternativa para consumidores ainda não elegíveis ao ACL ou com perfis de consumo menores, a relação entre GD e Mercado Livre está se tornando cada vez mais simbiótica e, em alguns cenários, competitiva. Para consumidores no ACL, a GD pode ser uma ferramenta complementar. Empresas podem instalar sistemas de geração própria (autoprodução) para abater parte de seu consumo, reduzindo o volume de energia a ser contratado no mercado livre e aumentando sua autonomia. Modelos como a autoprodução remota também ganham espaço. Com a futura abertura total do mercado livre para todos os consumidores, incluindo os residenciais (baixa tensão), surge a questão: o ACL se tornará um concorrente direto da GD? A tendência apontada por especialistas é de convergência e coexistência . O consumidor terá mais opções: contratar 100% no ACL, gerar parte via GD e contratar o restante no ACL, ou mesmo modelos híbridos que combinem GD com armazenamento e participação ativa no mercado. A escolha dependerá de fatores como o perfil de consumo, custo de instalação dos sistemas de GD, tarifas do ACL, incentivos regulatórios e a simplicidade de cada modelo. Empresas que hoje atuam fortemente na GD já se movimentam para oferecer soluções integradas, posicionando-se para atender o consumidor em ambos os ambientes. A competição, no fim, tende a beneficiar o consumidor final, com mais opções e pressão por melhores preços e serviços. Comparativo para o Consumidor: Qual Caminho Seguir? Diante das opções – permanecer no Mercado Regulado (ACR), migrar para o Mercado Livre (ACL) ou investir em Geração Distribuída (GD) – a decisão do consumidor deve ser baseada em uma análise cuidadosa de seu perfil e objetivos: Mercado Regulado (ACR): É a opção padrão, com tarifas definidas pela ANEEL e fornecimento garantido pela distribuidora local. Oferece simplicidade na gestão, mas menor flexibilidade e exposição a bandeiras tarifárias e reajustes anuais. Ideal para consumidores que priorizam a comodidade e não possuem demanda ou estrutura para gerenciar contratos complexos. Mercado Livre (ACL): Indicado para consumidores com demanda mais elevada (atualmente, Grupo A) que buscam redução de custos, previsibilidade orçamentária e/ou acesso a energia renovável. Exige maior envolvimento na gestão ou a contratação de um comercializador varejista/consultoria. O potencial de economia pode ser significativo, mas envolve riscos associados à gestão de contratos e volatilidade de preços (mitigáveis com boa estratégia). Geração Distribuída (GD): Atraente para consumidores de todos os portes que desejam gerar sua própria energia (principalmente solar), reduzir a dependência da rede e obter economia na fatura através da compensação de créditos. Exige investimento inicial (se for geração própria) ou adesão a modelos de assinatura/geração compartilhada. A economia varia conforme a regulação (Lei 14.300) e as tarifas locais. Pode ser combinada com o ACL para otimização. Não existe uma resposta única. A melhor opção depende da análise de viabilidade econômica, perfil de consumo, apetite a risco, objetivos de sustentabilidade e capacidade de gestão de cada consumidor. O Futuro do Mercado Livre: Expansão, Inovação e Desafios O futuro do Mercado Livre de Energia no Brasil e no mundo aponta para uma expansão contínua e uma integração cada vez maior com novas tecnologias e modelos de negócio. A abertura total do mercado para todos os consumidores, incluindo os residenciais, é a principal tendência regulatória no Brasil, prevista para ocorrer progressivamente. Isso democratizará o acesso à escolha do fornecedor e intensificará a competição. A digitalização seguirá avançando, com plataformas mais sofisticadas, uso intensivo de IA para otimização e previsão, e maior automação na gestão e negociação. O armazenamento de energia , especialmente via baterias, ganhará protagonismo, permitindo aos consumidores maior flexibilidade para gerenciar seu consumo, aproveitar variações de preço e aumentar a resiliência. A integração com a Geração Distribuída se aprofundará, com modelos híbridos e soluções que combinem o melhor dos dois mundos. A descarbonização continuará sendo um vetor importante, impulsionando a demanda por energia renovável rastreável e certificada no ACL. Globalmente, mercados maduros como os da Europa e partes dos EUA servem como referência, mostrando a importância de regras claras, infraestrutura robusta (smart grids) e mecanismos eficientes de mercado para garantir a competição e a segurança do fornecimento. Mercados emergentes, como alguns nos Emirados Árabes Unidos, também investem em modelos inovadores, muitas vezes focados em grandes projetos renováveis e integração tecnológica. Os desafios incluem garantir uma regulação estável e previsível que incentive investimentos e proteja os consumidores, modernizar a infraestrutura de rede para lidar com a crescente complexidade (fluxos bidirecionais, intermitência renovável), desenvolver mecanismos de mercado eficientes para serviços ancilares (como inércia e controle de frequência) e garantir a segurança cibernética dos sistemas cada vez mais digitalizados. Em suma, o Mercado Livre de Energia não é apenas uma modalidade de contratação, mas um catalisador para a modernização e a transformação do setor elétrico. Sua expansão e evolução são cruciais para alcançar um futuro energético mais eficiente, competitivo, limpo e centrado nas necessidades e escolhas do consumidor. Mercado Livre de Energia: A Revolução Silenciosa que Redesenha o Setor Elétrico Brasileiro e Global
- SMA apresenta solução de armazenamento de última geração com foco em eficiência, potência e durabilidade
A SMA deu mais um passo estratégico em direção ao futuro da energia com o lançamento da nova solução Sunny Central Storage UP-S , apresentada recentemente a clientes e parceiros em um evento exclusivo. Desenvolvida para atender às crescentes demandas por sistemas de armazenamento robustos e inteligentes, a tecnologia promete redefinir padrões de eficiência e confiabilidade no setor. SMA apresenta solução de armazenamento de última geração com foco em eficiência, potência e durabilidade Durante a apresentação, liderada por Franco Chiarella Tapia , Head de Engenharia de Aplicações da empresa, foram destacados os principais avanços incorporados à nova plataforma. Um dos pontos de maior destaque é a eficiência energética aprimorada , que permite uma otimização significativa no uso de baterias — tanto na quantidade necessária quanto na profundidade de descarga, com impacto direto na performance do sistema. SMA apresenta solução de armazenamento de última geração com foco em eficiência, potência e durabilidade Outro diferencial da Sunny Central Storage UP-S é sua capacidade ampliada de operação em altas temperaturas , fator que viabiliza projetos com menor número de inversores, reduzindo custos e simplificando a engenharia das plantas. Segundo a SMA, isso representa uma economia importante em escala, especialmente em regiões de clima extremo. SMA apresenta solução de armazenamento de última geração com foco em eficiência, potência e durabilidade A tecnologia embarcada utiliza SiC MOSFETs — semicondutores de carbeto de silício — que garantem maior durabilidade dos equipamentos e melhor performance térmica ao longo do tempo. Esse avanço se traduz em um ciclo de vida mais longo e maior confiabilidade operacional. SMA apresenta solução de armazenamento de última geração com foco em eficiência, potência e durabilidade Além disso, a solução oferece reserva térmica estratégica , com capacidade superior para fornecer serviços de estabilidade à rede, como inércia e corrente de falha, contribuindo com a segurança energética em sistemas interconectados. No aspecto financeiro, a solução busca atrair investidores e operadores ao oferecer melhor retorno sobre o investimento (ROI) . A promessa de redução nos custos de CAPEX e OPEX reforça o apelo do sistema como um dos mais competitivos do mercado atual. O evento de lançamento foi também um espaço para troca de ideias entre profissionais do setor, onde se discutiram caminhos para uma transição energética sustentada por inovação tecnológica e parcerias globais. EnergyChannel acompanha de perto os avanços da SMA e seguirá trazendo os principais destaques que impactam a matriz energética global. SMA apresenta solução de armazenamento de última geração com foco em eficiência, potência e durabilidade CONFIRA O VÍDEO DA SMA; https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:7330606580771504128/
- Convert COMPASS: Valmont aposta em inteligência descentralizada para elevar o desempenho de trackers solares
EnergyChannel – São Paulo. Em um setor cada vez mais orientado por performance e digitalização, a Valmont Solar apresenta ao mercado brasileiro o Convert COMPASS, um sistema de supervisão inteligente que promete revolucionar o monitoramento e controle de trackers solares em usinas fotovoltaicas (UFVs) . A tecnologia, que integra sensores, automação e conectividade de ponta, rompe com os modelos tradicionais de SCADA e entrega mais eficiência operacional, autonomia e resiliência para projetos solares em larga escala. Convert COMPASS, um sistema de supervisão inteligente Com DNA modular e engenharia voltada para simplicidade e alta disponibilidade, o Convert COMPASS se diferencia por sua *lógica descentralizada, eliminando a dependência de centrais de comando para manter os trackers operando mesmo em situações de falha na comunicação. O resultado é claro: **menos downtime, mais energia gerada e decisões automatizadas em tempo real.* Diagnóstico autônomo e comandos inteligentes Ao contrário dos sistemas convencionais, o Convert COMPASS vai além do simples monitoramento. A plataforma realiza *auto-diagnósticos, identifica falhas automaticamente e aplica correções no ato*, dispensando intervenção humana para ajustes básicos de performance. Isso permite que equipes de operação e manutenção atuem de forma mais estratégica, apenas quando necessário. Além disso, a solução permite *comandos remotos customizados, como o acionamento automático de posições para manutenção, limpeza ou proteção contra ventos fortes — tudo isso com **anemômetros distribuídos* ao longo da planta (um por caixa de controle), ao invés de sensores centralizados, aumentando a confiabilidade do sistema de segurança climática. Conectividade e suporte remoto: outro diferencial competitivo A comunicação entre os dispositivos acontece via *LoRa*, um protocolo de longo alcance que garante estabilidade mesmo em ambientes amplos e remotos, superando limitações do ZigBee — amplamente utilizado em soluções convencionais. Toda a arquitetura é compatível com interface gráfica moderna, intuitiva e totalmente customizável, permitindo que os operadores acompanhem os dados em tempo real com clareza e agilidade. Outro ponto de destaque é a *capacidade de suporte remoto: a equipe técnica da Valmont pode acessar o sistema de qualquer lugar do mundo, aplicar atualizações e solucionar problemas instantaneamente. Isso representa um ganho importante em **tempo de resposta e redução de custos operacionais*. Mais do que SCADA: uma plataforma de inteligência operacional “Enquanto muitos sistemas ainda operam com base em controle centralizado, o Convert COMPASS oferece um novo patamar de independência e inteligência para usinas fotovoltaicas. A lógica distribuída do sistema garante que cada tracker tenha seu próprio nível de decisão e resposta autônoma, mesmo sem comunicação com a central”, afirma a equipe técnica da Valmont. A integração com infraestrutura robusta — incluindo gateways Ethernet com redundância de rede, computadores industriais com processamento de alto desempenho e proteção elétrica dedicada — reforça o compromisso da empresa com soluções duráveis, seguras e adaptadas à realidade do mercado solar brasileiro. Mais do que SCADA: uma plataforma de inteligência operacional --- EnergyChannel – Informação com profundidade, inovação com credibilidade. Acompanhe as principais tendências do setor de energia, renováveis e tecnologias disruptivas. Convert COMPASS: Valmont aposta em inteligência descentralizada para elevar o desempenho de trackers solares
- Itália acelera expansão de baterias de grande porte, enquanto segmento residencial recua
Por EnergyChannel – 23/05/2025 O mercado italiano de armazenamento de energia está passando por uma transformação significativa. Enquanto os sistemas de baterias de grande porte – conhecidos como BESS (Battery Energy Storage Systems) – ganham espaço em escala exponencial, o avanço no segmento de baterias residenciais, comerciais e industriais (C&I) perde força ao longo de 2024. Segundo dados do setor, a crescente demanda por soluções de grid-scale tem sido impulsionada por metas agressivas de descarbonização, maior integração de fontes renováveis à matriz energética e o aumento da necessidade por estabilidade na rede elétrica. Projetos de BESS com capacidade superior a 10 MW estão liderando os investimentos, com destaque para iniciativas voltadas à compensação da intermitência solar e eólica. Itália acelera expansão de baterias de grande porte, enquanto segmento residencial recua Por outro lado, o segmento de pequeno e médio porte – que inclui residências, comércios e indústrias – tem enfrentado um desaquecimento, reflexo de mudanças regulatórias, redução de incentivos fiscais e incertezas no mercado de energia distribuída. Especialistas apontam ainda para o impacto da inflação e dos custos logísticos sobre o consumidor final. Apesar do recuo pontual nas instalações C&I, analistas seguem otimistas com o potencial do setor como um todo. A expectativa é que, com a revisão de políticas públicas e o amadurecimento tecnológico das soluções de armazenamento, o mercado italiano retome a trajetória de crescimento de forma mais equilibrada entre os diferentes segmentos. O cenário reforça uma tendência global: o armazenamento de energia, sobretudo em larga escala, está se consolidando como peça-chave para a transição energética. A Itália, neste contexto, se posiciona como um dos mercados mais dinâmicos da Europa. Itália acelera expansão de baterias de grande porte, enquanto segmento residencial recua
- MP da energia é o início da revolução na baixa tensão
Por Felipe Figueiró — Especialista em Energia Após anos de debates e pequenos avanços, o setor elétrico brasileiro pode estar prestes a dar um dos seus passos mais transformadores ao nível de volume de cargas. Com a nova Medida Provisória 1.300 de 2025 , publicada pelo governo federal, consumidores de baixa tensão, sendo eles pequenos comércios, indústrias e até residências, começam a enxergar algo inédito que é o direito de escolher de quem comprar sua energia. Antes de celebrar totalmente temos que ter em mente que medidas provisórias têm força de lei imediata, mas não são definitivas. Elas precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional em até 120 dias. Ou seja, há incertezas jurídicas, mas o mercado não está esperando para agir. Consumidores de baixa tensão terão novas oportunidades no mercado de energia. O que muda com a MP: Agosto de 2026: comércios e indústrias conectados em baixa tensão (< 2,3 kV) poderão migrar para o mercado livre. Dezembro de 2027: consumidores residenciais também poderão escolher seus fornecedores. Esse é o maior número de cargas do país. Criação do Supridor de Última Instância (SUI) : um mecanismo para garantir fornecimento mesmo se uma comercializadora quebrar. E por que o foco imediato está no comércio e na indústria de menor porte? Segundo estudo da Abraceel , o Brasil tem cerca de 7 milhões de unidades consumidoras nos segmentos comercial e industrial conectadas em baixa tensão, todas ainda presas a tarifas reguladas e sem direito de escolha do seu fornecedor de energia. Em muitos desses negócios, a conta de luz pode representar de 10% a 25% do custo mensal e quase nenhum deles sabe que isso pode mudar. Esse é o típico cenário onde há dor, mas também enorme potencial de ganho. Lógico que muitas empresas optam pelo sistema de GD remota, mas é preciso entender com a abertura de mercado se esse ainda será o modelo mais vantajoso para o negócio. Visto que teremos mais possibilidades e um número maior de competitividade no mercado de energia para a baixa tensão. A tarifa como produto onde a energia deixa de ser só custo Ter essa MP de mudanças do setor elétrico gera um espaço para que a ANEEL regulamente novas modalidades tarifárias, algo que não é tão explorado abertamente no Brasil. Temos as sandboxes tarifárias , mas não são todos os consumidores que enxergam as mudanças. Principalmente a baixa tensão que teve somente a Tarifa Branca e que não chegou a ter boa recepção pelos consumidores. Então entender e termos novas tarifas, trarão ações mais alinhadas dentro de cada cliente. Na prática, isso transforma a tarifa de energia em uma ferramenta cada vez mais estratégica, em um grupo que não entende seus movimentos, ainda: Tarifa horária (Time-of-Use): preços mais baixos fora dos horários de pico, incentivando o consumo em períodos de menor demanda. Tarifa pré-paga: ideal para pequenos negócios com fluxo de caixa limitado ou para consumidores de baixa renda que precisam controlar melhor seus gastos com energia. Tarifas multipartes: combinam um valor fixo com bônus por desempenho ou constância no consumo, criando estímulos de eficiência. Tarifas locacionais: ajustam os valores conforme a região e a infraestrutura elétrica local, trazendo maior realismo e equilíbrio ao sistema. Com a abertura total e o avanço de modelos tarifários cada vez mais flexíveis, será essencial que os agentes do mercado dominem dados e conheçam profundamente o perfil de consumo dos clientes. A personalização deixará de ser diferencial e se tornará requisito, como já ocorre em setores como telecom, mobilidade e fintechs. Quais são as oportunidades e desafios? Teremos maior digitalização da comercialização, visto que planilhas e contratos manuais está com os dias contados. As plataformas deverão ser 100% digitais, com onboarding cada vez mais fluido e atendimento por chatbot ou consultores que usem tecnologia, só assim para liderar. O cliente quer clareza, visto que ele precisa saber quanto vai pagar, quanto pode economizar e quem é essa empresa que atende ele? O risco e a inadimplência podem estar "sob controle", já que o SUI é um avanço, mas não elimina os riscos. Comercializadoras podem oferecer seguros embutidos, contratos com garantias mínimas ou fornecimento híbrido para conseguir de fato mitigar esse problema frente a uma inadimplência muito grande. É lógico que dados serão um diferencial, pois não basta somente vender energia. É preciso entender o consumo, antecipar comportamentos e precificar com inteligência. O dado será ativo central de qualquer operação. Os clientes necessitam de uma informação clara e que ajudem a entender por que o custo aumentou ou o que seus contratos de energia falam. E um ponto muito maior nisso tudo é que teremos cada vez mais, consumidores que entenderão da sua fatura de energia e poderão ir além do custo, tendo em vista energias limpas, redução de consumo, eficiência energética, entre outros pontos. Mesmo sem garantia de aprovação definitiva, essa MP já cria visões no setor. Ela não somente amplia o acesso ao mercado livre, ela inaugura uma lógica que basicamente é o molde da energia como um produto inteligente e flexível, e não mais como uma fatura imposta para esse público. O comércio e a pequena indústria serão os primeiros a sentir a mudança, logo mais o consumidor residencial. E aí, sim, entramos de vez na era da escolha plenamente livre. Estamos diante de uma das maiores transformações da energia no Brasil desde a criação do mercado livre. O cliente, em maior número, finalmente poderá escolher. E cabe a nós entregarmos não apenas energia, mas autonomia, clareza e confiança. MP da energia é o início da revolução na baixa tensão
- O Grande Paradoxo da Transição Energética: A Jornada dos Guardiões da Luz
Por Daniel Lima – ECOnomista Era uma vez um planeta vibrante chamado Renovália, onde duas forças se preparavam para a grande revolução da energia: os audaciosos Investidores Renováveis e os enigmáticos Arquitetos da Infraestrutura. O Grande Paradoxo da Transição Energética: A Jornada dos Guardiões da Luz Os Investidores estavam empolgados! Haviam descoberto fontes mágicas de energia chamadas Solárium e Ventium, capazes de iluminar cidades sem exaurir os recursos do planeta. Os parques solares e as fazendas eólicas cresciam como florestas encantadas. No entanto, quando tentavam levar essa energia para os cidadãos, algo terrível acontecia: a rede elétrica, velha e cansada, não conseguia distribuir tamanha força. Muitos feixes de luz se perdiam no caminho, sem nunca chegar aos lares das pessoas. Foi então que os Arquitetos da Infraestrutura, anciões que cuidavam das grandes rotas da eletricidade, foram chamados. "Precisamos fortalecer os caminhos da energia!", clamavam os Investidores. Mas os Arquitetos eram lentos, esperando que os governantes de Renovália liberassem os investimentos públicos necessários para reconstruir e modernizar a rede. Afinal, enquanto os recursos privados impulsionavam a geração de energia renovável, tornando real a transição energética, cabia ao setor público garantir que a infraestrutura elétrica acompanhasse esse avanço. A tensão cresceu. De que adiantava a energia renovável se os caminhos estavam fechados? Até que um sábio engenheiro propôs a solução: redes inteligentes, capazes de adaptar o fluxo de energia; super-baterias, que armazenavam o excesso para os momentos de necessidade; interconexões velozes, que permitiam que cada canto do reino recebesse sua parte justa da luz. Mas isso exigiria uma aliança entre os dois grupos e, mais importante, uma maior participação do setor público para financiar e coordenar essa modernização. Porém, os cidadãos de Renovália começaram a questionar o impacto dessa revolução em suas próprias vidas. Com uma rede elétrica modernizada, as tarifas poderiam se tornar mais baratas, pois a energia renovável, quando bem distribuída, reduziria os custos de produção. Além disso, os habitantes perceberam que poderiam gerar sua própria energia, instalando painéis solares em suas casas e tornando-se protagonistas da nova era energética. A transição energética de Renovália não era apenas um sonho dos Investidores ou uma preocupação dos Arquitetos, era o futuro de todos. Era preciso agir, ou a transição poderia fracassar. Agora, a pergunta que ecoa pelas montanhas elétricas: será que no nosso mundo real conseguiremos vencer esse paradoxo e garantir uma energia acessível para todos? O Grande Paradoxo da Transição Energética: A Jornada dos Guardiões da Luz
- Apagão Ibérico: Falha Desencadeia Colapso Energético e Acende Debate sobre Matriz Elétrica
Investigação conjunta entre Espanha e Portugal aprofunda análise sobre falha em cascata que desconectou a Península Ibérica da rede europeia, enquanto especialistas debatem o papel das renováveis e da energia nuclear na estabilidade do sistema. Apagão Ibérico: Falha Desencadeia Colapso Energético e Acende Debate sobre Matriz Elétrica Por EnergyChannel Europa | 24 de maio de 2025 O recente apagão que mergulhou a Península Ibérica na escuridão, afetando milhões de cidadãos em Espanha, Portugal e repercutindo até na França, teve sua origem identificada. Autoridades espanholas confirmaram que uma falha inicial na subestação de Granada foi o estopim para uma sequência de eventos em cascata que culminou em um dos maiores colapsos energéticos da história recente da Europa. A revelação, feita pela Secretária de Estado de Energia da Espanha, Sara Aagesen, direciona as investigações, mas abre um complexo debate sobre a resiliência das redes elétricas em um cenário de crescente integração de fontes renováveis. O incidente, ocorrido em 28 de abril, começou com uma abrupta perda de geração em Granada, seguida, em questão de segundos, por falhas similares em Badajoz e Sevilha. Essa tríade de eventos simultâneos resultou em uma perda vertiginosa de 2,2 gigawatts (GW) de potência da rede espanhola. Como explicou Eduardo Prieto, diretor de operações da Red Eléctrica de España (REE), a operadora do sistema espanhol, essa perda massiva de geração excedeu a "perturbação de referência" utilizada nos planejamentos de segurança da União Europeia. O resultado foi a desconexão automática do sistema elétrico da Península Ibérica do restante da rede europeia, através das interligações nos Pireneus, para proteger o sistema continental, levando ao colapso generalizado em Espanha e Portugal. "Estamos analisando milhões de dados", afirmou Sara Aagesen perante parlamentares, enfatizando a complexidade da investigação em curso. "Continuamos a progredir na identificação de onde ocorreram essas perdas de geração e já sabemos que elas começaram em Granada, Badajoz e Sevilha." Embora a causa raiz da falha inicial em Granada ainda não esteja determinada, as investigações já descartaram hipóteses como um ataque cibernético à REE, um desequilíbrio entre oferta e demanda de energia ou capacidade insuficiente da rede. Aagesen mencionou que a possibilidade de excesso de voltagem está sendo avaliada como um fator contribuinte, e que relatos sobre volatilidade na rede nos dias anteriores ao evento também estão sob escrutínio. Para coordenar os esforços investigativos e aprimorar a resiliência futura, foi estabelecido um grupo de monitoramento conjunto entre Espanha e Portugal. O objetivo é analisar detalhadamente a sequência de falhas e desenvolver mecanismos para prevenir ou mitigar eventos em cascata semelhantes. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, assegurou que "todas as medidas necessárias serão tomadas para garantir que isso não se repita", destacando a gravidade do ocorrido. O impacto do apagão foi imediato e severo. Cidades ficaram sem semáforos, causando caos no trânsito. Sistemas de metrô e trens foram paralisados, deixando milhares de passageiros retidos – só na Espanha, 35 mil pessoas em mais de 100 trens precisaram de auxílio. Redes de telefonia e internet caíram. Caixas eletrônicos ficaram inoperantes, e comércios enfrentaram dificuldades. Hospitais tiveram que recorrer a geradores de emergência, e centenas de pessoas ficaram presas em elevadores – só na região de Madri, foram 286 resgates. A restauração completa do sistema levou horas, exigindo um esforço intenso das operadoras REE e REN (Redes Energéticas Nacionais, de Portugal), que mobilizaram recursos e utilizaram interconexões com França e Marrocos, além da geração de usinas a gás e hidrelétricas. O colapso energético reacendeu um debate fervoroso sobre a composição da matriz elétrica espanhola e a transição energética. Críticos rapidamente apontaram para a crescente participação das energias renováveis, especialmente solar e eólica, como um fator de vulnerabilidade, argumentando que a intermitência dessas fontes e a menor inércia rotacional associada aos seus conversores eletrônicos poderiam comprometer a estabilidade da rede em momentos de perturbação. A discussão sobre o futuro das usinas nucleares na Espanha, cujo descomissionamento gradual está previsto até 2035, também ganhou força. "as usinas nucleares, longe de serem uma solução, foram um problema" No entanto, especialistas e o próprio governo espanhol contestaram essa visão simplista. Pedro Sánchez defendeu veementemente a política de fomento às renováveis, afirmando que elas reduziram os custos de energia e aumentaram a autonomia estratégica do país. Ele rebateu as críticas sobre a energia nuclear, declarando que, durante a crise, "as usinas nucleares, longe de serem uma solução, foram um problema". Sánchez explicou que cinco reatores foram desligados no momento do colapso por decisão das operadoras e que foi necessário desviar energia para manter seus núcleos estáveis. A recuperação, segundo ele, foi viabilizada por outras fontes, não pela nuclear. A questão da inércia da rede, contudo, permanece central. Sistemas elétricos tradicionais contam com a inércia física de grandes geradores síncronos (como turbinas hidráulicas e a vapor de usinas térmicas e nucleares) para resistir a flutuações abruptas de frequência. Fontes renováveis conectadas via conversores eletrônicos não fornecem essa inércia intrinsecamente, embora tecnologias de "inércia sintética" estejam em desenvolvimento e implementação. Especialistas apontam que a gestão de redes com alta penetração de renováveis exige abordagens mais sofisticadas, incluindo o uso estratégico de armazenamento de energia, conversores formadores de rede (grid-forming inverters) e um planejamento robusto das interconexões. formadores de rede (grid-forming inverters) e um planejamento robusto das interconexões O apagão ibérico serve como um estudo de caso crucial para operadores de rede e formuladores de políticas em todo o mundo, especialmente em regiões que avançam rapidamente na descarbonização de suas matrizes elétricas. A análise detalhada das causas e da resposta ao evento fornecerá lições valiosas sobre como garantir a segurança e a confiabilidade do fornecimento de energia na era das renováveis. A investigação conjunta e os relatórios técnicos subsequentes são aguardados com grande expectativa pelo setor energético global. Apagão Ibérico: Falha Desencadeia Colapso Energético e Acende Debate sobre Matriz Elétrica












