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- Norte Energia e Fundação Guamá desenvolvem sistema inovador para regulação de frequência do sistema elétrico brasileiro
Projeto vai integrar fontes renováveis e armazenamento rápido para solucionar desafios operacionais da matriz energética nacional Norte Energia e Fundação Guamá desenvolvem sistema inovador para regulação de frequência do sistema elétrico brasileiro Um projeto-piloto que será implantado no Complexo Hidrelétrico Belo Monte, no Pará, vai desenvolver um Sistema Inteligente de Gestão de Aproveitamento Energético como solução para a regulação de frequência do Sistema Interligado Nacional (SIN), utilizando fontes renováveis e armazenamento em supercapacitores. O sistema é fruto de um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação financiado pela Norte Energia, concessionária da Usina, e representa uma solução inédita para os desafios operacionais do setor elétrico brasileiro. A pesquisa será realizada pela Fundação de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Sustentável Guamá, por meio do Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon), vinculado à Universidade Federal do Pará e residente do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, o primeiro parque tecnológico em operação na Amazônia Brasileira. O projeto vai incorporar geração solar fotovoltaica e armazenamento de energia em supercapacitores para atuar de forma coordenada com a geração hidrelétrica, visando a regulação de frequência do sistema elétrico. A Norte Energia investirá cerca de R$ 11 milhões no projeto-piloto que prevê a instalação de uma usina solar na hidrelétrica Belo Monte, o desenvolvimento de um sistema de monitoramento online com relatórios e estatísticas, a instalação de um banco de supercapacitores e a criação de uma plataforma computacional voltada para operadores. Tudo isso será integrado à operação da hidrelétrica com o objetivo de aprimorar a regulação da frequência do SIN. A iniciativa reforça a dimensão da importância de Belo Monte para a segurança energética do Brasil, já que a hidrelétrica desempenha um papel fundamental para a estabilidade do SIN, especialmente diante da crescente inserção de fontes intermitentes como solar e eólica. “Nosso compromisso é com o pioneirismo no setor e com o desenvolvimento de soluções que garantam a segurança e a qualidade do fornecimento de energia para o país”, enfatiza Andreia Antloga do Nascimento, gerente de PDI da Norte Energia. A parceria com a Fundação Guamá nos permitirá aliar a sustentabilidade, por meio do uso de fontes renováveis e do armazenamento rápido, à eficiência operacional de uma usina tão estratégica como Belo Monte”, afirma. Inovação na Amazônia a serviço do setor elétrico A motivação para o desenvolvimento da pesquisa está na mudança de perfil do setor elétrico brasileiro. O país está usando cada vez mais fontes intermitentes como a solar e a eólica, cuja geração depende do sol e de vento e que não são capazes de controlar a frequência da energia elétrica. Manter a estabilidade da frequência para evitar falhas no sistema elétrico é uma tarefa hoje atribuída às hidrelétricas, o que tem provocado maior desgaste nos equipamentos destas usinas. O Sistema Inteligente de Gestão de Aproveitamento Energético que será desenvolvido em Belo Monte vai utilizar e armazenar a energia solar em supercapacitores, um tipo de bateria muito rápida. Assim, será possível auxiliar no controle da frequência de energia de forma mais eficiente do que o sistema atual. “O projeto é muito inovador e vai ser um marco na regulação de frequência da geração hidráulica de grande porte com as fontes intermitentes, fotovoltaica e eólica, entrando em massa no sistema elétrico nacional”, afirma Emília Tostes, coordenadora do Ceamazon. O resultado esperado é a geração de dados técnicos e científicos que podem contribuir com pesquisas e políticas públicas, promovendo a implantação de uma planta piloto para regulação de frequência e o pioneirismo com o desenvolvimento de uma nova tecnologia no setor energético. Norte Energia e Fundação Guamá desenvolvem sistema inovador para regulação de frequência do sistema elétrico brasileiro
- A Fórmula Energética Perfeita = Solar + Baterias (Bess)
Por Daniel Lima - ECOnomista A Fórmula Energética Perfeita = Solar + Baterias (Bess) O que podemos aprender com os EUA Os parques solares junto com as baterias estão aumentando mais rápido do que nunca nos EUA, permitindo o crescimento recorde da energia solar e a redução do uso de combustíveis fósseis. Em 2024, pela primeira vez, dois estados geraram mais de 30% de sua eletricidade anual a partir da energia solar. A Califórnia gerou 32%, acima dos 28% em 2023, enquanto Nevada saltou de 26% para 31%. Já o Texas, ultrapassou a Califórnia em capacidade solar em larga escala (centralizada) em 2024. As baterias são um divisor de águas Elas podem armazenar eletricidade durante períodos de alta geração solar, normalmente ao meio-dia, e disponibilizar essa energia para atender à alta demanda durante os picos noturnos ou mesmo durante a noite. Em nenhum lugar isso é mais evidente do que na Califórnia, onde um boom de baterias impulsionou a energia solar enquanto reduzia rapidamente o uso de termelétricas a gás. Em abril de 2024, as baterias na Califórnia tornaram-se, pela primeira vez, a maior fonte de eletricidade da rede durante o período noturno. Com as baterias assumindo um terço da demanda noturna a geração de termelétricas a gás foi reduzida em 43% em apenas dois anos. A Fórmula Energética Perfeita = Solar + Baterias (Bess) As baterias são essenciais para o aumento da energia solar, permitindo que ela atenda à crescente demanda por energia e substituindo a geração de termelétricas a gás e a carvão. Nos EUA, em 2024, para cada 1 MW de energia solar está sendo adicionado 3 MW de armazenamento em baterias. Na Califórnia, em apenas quatro anos, o estado passou de 0,6 GW de baterias em larga escala, em 2020, para 11,7 GW, em 2024, 45% de todo o Bess dos EUA. No ano passado, foi instalada 3,8 GW de capacidade de bateria em comparação com 2,5 GW de energia solar. A Fórmula Energética Perfeita = Solar + Baterias (Bess) Outros estados americanos estão correndo para recuperar o atraso. Em 2024, o Texas instalou 7,5 GW de baterias. O Arizona (2,1 GW) e Nevada (1,1 GW) também tiveram um grande crescimento. As baterias estão remodelando rapidamente a rede dos EUA, abrindo caminho para um maior crescimento solar. Em 2024 foram batidos todos os recordes com a instalação nos EUA de 36 GW de nova capacidade solar, sendo, 31 GW em grandes parques solares e 5 GW em geração distribuída (sobre os telhados), juntamente com 10 GW de baterias. No geral, as baterias representaram um terço das adições solares. Espera-se que essa proporção atinja 60% este ano. Marco histórico de energia limpa A energia proveniente das fontes eólica e solar (17%) ultrapassam a do carvão (15%), um marco histórico de eletricidade limpa nos EUA. A chave está nas baterias e o estado da Califórnia é um bom exemplo disso. A geração solar aumentou 18% no primeiro semestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado e a descarga de baterias cresceu 63%, permitindo cobrir até um terço da demanda máxima noturna. O impacto foi fulminante: a produção das termelétricas a gás caiu 43% em apenas dois anos. Contra todas as probabilidades e em plena era Trump na Casa Branca a Califórnia está provando que a luz do sol pode vencer as trevas da noite. A fórmula não tem mistério: muita capacidade de armazenamento por baterias e geração de energia fotovoltaica e uma gestão cada vez mais precisa da demanda. O resultado é que o gás natural, por décadas o rei do pico noturno, está perdendo terreno rapidamente. Durante o verão, em 41 dias, a rede elétrica da Califórnia conseguiu atender toda a demanda exclusivamente com energia solar, eólica e hidrelétrica, às vezes por mais de nove horas consecutivas. Em alguns dias, a oferta renovável ultrapassou 140% da demanda, com os excedentes exportados para os estados vizinhos. Era o que poderia estar acontecendo no Nordeste brasileiro se tivéssemos redes de transmissão adequadas a geração . A operadora da rede californiana permitiu a arbitragem de preços armazenando quando a energia é abundante e barata, vendendo em horários caros e a participação em serviços de regulação, reservando parte da capacidade armazenada para os chamados "horários críticos" da tarde, substituindo as turbinas a gás das termelétricas que costumavam dominar esse período. A função estratégica da Geração Distribuída (sobre os telhados) Dois fatores contribuíram para o êxito. Por um lado, os telhados solares já produzem o equivalente a 13% da eletricidade vendida na Califórnia, reduzindo a demanda diurna da rede e, quando combinados com baterias domésticas, também diminuindo a demanda noturna. Por outro lado, o programa Demand-Side Grid-Support (DSGS) resultou em uma das maiores usinas virtuais do mundo, com mais de 200 MW operacionais e 720 MW de baterias de clientes. No verão de 2024, foi ativado 16 vezes durante ondas de calor e testou seu efeito estabilizador. O Brasil tem toda condição de seguir o mesmo caminho. Impacto nos preços O resultado mais imediato para os consumidores é a redução dos preços. As energias renováveis reduziram o custo no atacado: o preço à vista caiu 53% em relação ao ano anterior e muitos setores do meio-dia registraram preços negativos, amortecidos pelo fato de as baterias já absorverem 15% da demanda nesses horários. A Fórmula Energética Perfeita = Solar + Baterias (Bess) Mas isso não significa que está tudo resolvido, pois a Califórnia ainda enfrenta desafios. A rede precisa continuar aprimorando sua flexibilidade: transferir a energia hidrelétrica para o período noturno, acelerar a energia eólica offshore e fortalecer a gestão da demanda são etapas essenciais. O Brasil e o paradoxo energético Enquanto a Califórnia vence a batalha contra a energia fóssil, o Brasil vive o paradoxo oposto: produz mais energias renováveis do que nunca, mas não sabe aproveitá-las integralmente. O problema não é a falta de sol ou vento, mas sim o armazenamento e a flexibilidade. Sem baterias ou bombeamento hidráulico suficientes, a rede elétrica não tem uma reserva para transferir o excedente do horário de pico do meio-dia para o horário de pico da noite. A Fórmula Energética Perfeita = Solar + Baterias (Bess) O governo brasileiro, mesmo que tardiamente, está reagindo com os leilões de reserva de capacidade. Este ano foi para as térmicas e hidrelétricas e no ano que vem deverá vir o do armazenamento por baterias. Segundo informes do MME o governo pensa em leiloar 2 GW de armazenamento. Isso representa um bom começo, mas soluções estruturais construção de redes, mais baterias, armazenamento hidráulico, microrredes e gerenciamento da demanda deverão ser prioridades do governo para os próximos anos. Falta "regulação adequada" para as baterias Após divulgação do resultado da consulta pública, a agência reguladora ainda "nada na maionese" na regulação das baterias. Apenas recentemente divulgou os documentos e estudos necessários aos sistemas de armazenamento de energia elétrica (SAE) instalados juntos com centrais geradoras. A lista é a seguinte: 1. Arranjo geral do empreendimento contendo a delimitação da poligonal do sistema de armazenamento de energia e da rede de interesse restrito, partindo da subestação coletora da central até o ponto de conexão, conforme modelo disponível no site da ANEEL. 2. Estudo técnico com estimativa de injeção anual de energia elétrica associada ao empreendimento, incluindo perfil de operação previsto, eficiência global do sistema, potência de descarga, capacidade de armazenamento, descrição da tecnologia e dos equipamentos adotados. 3. Licença ambiental compatível com as características técnicas do projeto. 4. Contrato de Uso do Sistema de Transmissão (Cust) celebrado junto ao ONS e, se for o caso, Contrato de Uso do Sistema de Distribuição (Cusd) celebrado com a distribuidora, acompanhados do parecer de acesso ou documento equivalente. 5. Sumário Executivo para emissão de outorga. Dois caminhos, uma lição A Califórnia deverá tingir 80% de energias renováveis até 2028. Este índice o Brasil já alcançou há bastante tempo. A moral da história é clara: a Califórnia prova que não são necessários milagres ou tecnologias futuristas: energia solar, eólica, hidrelétrica e armazenamento em baterias são suficientes para derrubar o uso de combustíveis fósseis na geração de eletricidade. No Brasil, por outro lado, sem capacidade de armazenamento e gerenciamento suficientes, as energias renováveis não podem cumprir o seu papel de descarbonizar o setor elétrico. O caminho é claro; a questão é a vontade para se chegar lá. Sobre o autor: Economista com MBA em Arquitetura, Construção e Gestão de Construções Sustentáveis, Daniel Lima construiu uma carreira plural e estratégica, atuando nos setores público, privado e terceiro setor. Com ampla experiência em projetos sustentáveis e captação de recursos nacionais e internacionais, Daniel se destacou como Coordenador Geral do PRODETUR Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste, onde liderou iniciativas de impacto regional. Atualmente, é especialista e consultor em energia solar, Diretor de BESS da GVD Energia, CEO da Agrosolar Investimentos Sustentáveis, e Conselheiro da Energia Verde do Brasil – EVBIO, contribuindo para a transição energética e o fortalecimento da economia verde no país. Seu trabalho une visão econômica, inovação tecnológica e compromisso ambiental pilares essenciais para um futuro mais justo e sustentável. A Fórmula Energética Perfeita = Solar + Baterias (Bess)
- Brasil estabelece novas regras para integração de sistemas de armazenamento com geradores de energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) publicou recentemente orientações detalhadas para a instalação e operação de sistemas de armazenamento de energia conectados a centrais geradoras. As novas diretrizes têm como objetivo assegurar que essas tecnologias funcionem com segurança, eficiência e confiabilidade dentro da rede elétrica nacional. Brasil estabelece novas regras para integração de sistemas de armazenamento com geradores de energia De acordo com a ANEEL, os documentos abordam aspectos técnicos fundamentais, como requisitos de proteção, monitoramento, compatibilidade com diferentes tipos de geradores e procedimentos para manutenção preventiva. O regulador enfatiza que a correta integração desses sistemas é essencial para evitar riscos à rede e garantir a estabilidade do fornecimento de energia. Especialistas do setor destacam que a regulamentação chega em um momento estratégico, à medida que o Brasil expande a adoção de soluções de armazenamento, impulsionadas pelo crescimento das fontes renováveis, como solar e eólica. “O armazenamento é um elemento-chave para viabilizar a flexibilidade da rede e maximizar o aproveitamento de energia limpa”, explica um executivo do setor. As orientações da ANEEL também incluem recomendações sobre o dimensionamento dos sistemas, protocolos de operação em situações de emergência e critérios de performance. A expectativa é que essas medidas facilitem a entrada de novos players no mercado de armazenamento, além de incentivar investimentos em tecnologias inovadoras que apoiem a transição energética do país. Com a publicação dessas diretrizes, o Brasil avança no fortalecimento de sua infraestrutura elétrica, alinhando-se a tendências globais de integração de baterias e outras soluções de armazenamento de energia com centrais geradoras, promovendo maior confiabilidade e segurança para consumidores e empresas. Brasil estabelece novas regras para integração de sistemas de armazenamento com geradores de energia
- China impõe novas restrições à exportação de baterias e materiais críticos e o setor global de energia reage
A disputa tecnológica entre China e Estados Unidos ganha um novo capítulo. Pequim anunciou um pacote de restrições à exportação de baterias de íon-lítio e de materiais estratégicos usados em sua produção, em uma medida que já movimenta todo o ecossistema global de armazenamento de energia e mobilidade elétrica. China impõe novas restrições à exportação de baterias e materiais críticos e o setor global de energia reage Em resposta, Washington aplicou tarifas adicionais de até 100% sobre baterias e componentes chineses intensificando uma guerra comercial que pode redefinir o equilíbrio industrial do setor. O que está em jogo As novas regras chinesas afetam quatro categorias-chave: Células e pacotes de baterias com densidade ≥300 Wh/kg Materiais de cátodo LFP com densidade ≥2,5 g/cm³ e ≥156 mAh/g Materiais de ânodo de grafite , incluindo misturas sintéticas e naturais Equipamentos de produção voltados à fabricação de células, ânodos e cátodos Segundo especialistas, a decisão mira diretamente tecnologias de alta densidade energética , essenciais para aplicações em veículos elétricos, drones e sistemas de defesa , áreas consideradas estratégicas para o domínio tecnológico chinês. Impacto desigual no mercado global Apesar do tom restritivo, o efeito imediato sobre o setor de armazenamento de energia em escala de rede deve ser limitado. A maior parte das células LFP utilizadas em grandes projetos de storage com densidade entre 180 e 190 Wh/kg ainda está fora do escopo da restrição. Essas células continuam elegíveis para exportação, o que deve preservar o abastecimento de sistemas de armazenamento em países fora dos EUA. Já o impacto sobre a fabricação de baterias fora da China é mais profundo. As novas regras atingem diretamente a exportação de materiais catódicos e anódicos , dificultando o acesso de gigafábricas em construção na Europa e nos Estados Unidos a insumos críticos. O risco é que esses projetos se tornem montadoras , e não fabricantes plenos , caso o fornecimento de componentes de base permaneça concentrado na Ásia. Tarifas americanas e a dependência estrutural Nos EUA, a reação foi imediata: o governo anunciou tarifas extras de 100% sobre importações chinesas de baterias e células. A medida, no entanto, não resolve a dependência estrutural da cadeia de suprimentos, e pode até elevar custos para integradores e desenvolvedores de projetos de armazenamento no curto prazo.Com a redução da competitividade nos Estados Unidos, especialistas avaliam que os fabricantes chineses devem redirecionar excedentes para outros mercados , beneficiando desenvolvedores da América Latina, Europa e África. A médio e longo prazo, Washington tenta impulsionar a produção doméstica de materiais e células , mas o desafio é enorme: reconstruir décadas de know-how industrial acumulado pela China. O renascimento do íon de sódio Um possível efeito colateral positivo dessa disputa é o impulso à tecnologia de baterias de íon de sódio (Na-ion) , que vem ganhando espaço como alternativa mais acessível e menos dependente de insumos controlados por Pequim. Essas baterias compartilham formatos prismáticos com as de lítio, mas utilizam carbono duro em vez de grafite sintético , e contam com sódio abundante e barato no mundo todo.Nos Estados Unidos, empresas como a Peak Energy já investem em soluções verticais baseadas nessa tecnologia, apostando em uma transição que pode redesenhar o mercado global de armazenamento de energia. Conclusão A combinação de restrições chinesas e tarifas americanas inaugura uma nova fase da corrida global por autonomia tecnológica no setor de baterias.Entre desafios e oportunidades, a disputa sinaliza que o futuro da energia assim como o das grandes cadeias industriais será definido tanto pela inovação quanto pela geopolítica. China impõe novas restrições à exportação de baterias e materiais críticos e o setor global de energia reage
- MP 1.304/2025: o novo marco que pode redefinir o equilíbrio de poder no setor energético brasileiro
Brasília, Outubro de 2025 A Medida Provisória 1.304, editada pelo governo federal em julho, acendeu um intenso debate sobre o futuro da energia no Brasil. MP 1.304/2025: o novo marco que pode redefinir o equilíbrio de poder no setor energético brasileiro Apresentada como instrumento para conter o aumento das tarifas e reorganizar subsídios, a MP também expõe uma disputa crescente nos bastidores: quem comandará o próximo ciclo de expansão energética os grupos tradicionais das fontes fósseis ou a nova geração de empresas de energia limpa ? O que é a MP 1.304/2025 A MP 1304 busca reduzir os impactos tarifários ao consumidor de energia elétrica , ajustando leis do setor elétrico e de gás natural.Entre os principais pontos, estão: Limitação dos repasses para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) , que financia subsídios e programas de universalização; Criação do Encargo de Complemento de Recursos (ECR) , para compensar eventuais lacunas de financiamento; Reforço à contratação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em substituição às térmicas inflexíveis; Novas regras para comercialização do gás natural da União , via leilões públicos organizados pela PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.). Mercado energético em transição: uma disputa de modelos O texto da MP surge em meio a uma reconfiguração do mercado energético brasileiro . De um lado, grandes grupos com forte presença em térmicas e contratos inflexíveis pressionam por estabilidade regulatória e manutenção de subsídios.De outro, novos players em energia renovável empresas solares, eólicas, hidrelétricas de pequeno porte e cogeração qualificada ganham espaço político e econômico e exigem uma regulação mais moderna, eficiente e transparente . Esses agentes defendem a redução dos encargos que penalizam fontes limpas e pedem simplificação nas regras de licenciamento, transmissão e comercialização .O argumento é direto: o sistema atual, criado em um contexto de predominância fóssil, encarece artificialmente as renováveis e desestimula investimentos em inovação . “A MP 1304 é uma chance histórica de corrigir distorções. Precisamos de um ambiente competitivo, com previsibilidade e menos travas burocráticas”, afirma um executivo de uma das maiores empresas eólicas do Nordeste, sob anonimato. Com custos de geração cada vez mais baixos e tecnologias mais maduras, os novos grupos renováveis estão dispostos a desafiar o modelo de dependência de contratos de térmicas .Além disso, defendem uma transição mais equilibrada , na qual o gás natural cumpra papel de fonte de apoio e não de bloqueio à expansão da matriz limpa. Bastidores e tensões políticas O debate em torno da MP 1304 revelou alianças e rupturas entre setores antes alinhados.Térmicas e distribuidoras tradicionais veem risco na reconfiguração dos encargos, temendo perda de contratos e previsibilidade de receita.Já os defensores das renováveis apostam em um novo ciclo de competitividade , com abertura de mercado livre e revisão das tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST e TUSD). Nos bastidores do Congresso, a disputa envolve não apenas as fontes energéticas, mas também o controle de fluxos financeiros bilionários do setor — desde a CDE até os repasses regulados pela Aneel e os fundos de amortização das distribuidoras. O que pode mudar na prática Consumidores : devem sentir alívio parcial nas tarifas, caso o teto de repasses da CDE seja mantido. Investidores : esperam mais previsibilidade regulatória, essencial para destravar novos projetos renováveis. Empresas fósseis : podem enfrentar desvalorização de ativos e readequação de contratos de longo prazo. Gás natural : tende a se reposicionar como elemento de transição, com abertura do mercado e maior competitividade. O futuro em disputa A MP 1304 pode marcar o início de uma nova era energética no Brasil .Ela propõe reorganizar a estrutura de custos e abrir espaço para que a transição energética ganhe força econômica e institucional , reduzindo o peso de subsídios cruzados e incentivando a eficiência de mercado. Mas o resultado dependerá de sua tramitação no Congresso , do equilíbrio entre interesses e, principalmente, da capacidade de o país definir um modelo de energia que combine competitividade, sustentabilidade e segurança . Enquanto isso, os novos players das renováveis continuam ampliando sua influência e, pela primeira vez, não apenas como protagonistas tecnológicos, mas também como força política no centro das decisões sobre o futuro energético brasileiro . MP 1.304/2025: o novo marco que pode redefinir o equilíbrio de poder no setor energético brasileiro
- Rio Grande do Norte amplia liderança solar com novo complexo fotovoltaico de 117,5 MW
Com investimento de R$ 569 milhões, o Complexo Dunamis marca mais um passo estratégico do Novo PAC para fortalecer a geração limpa no Nordeste. Rio Grande do Norte amplia liderança solar com novo complexo fotovoltaico de 117,5 MW O Brasil segue acelerando sua transição energética com a entrada em operação do Complexo Fotovoltaico Dunamis , no Rio Grande do Norte um dos estados com maior potencial solar do país. O empreendimento, que integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) , recebeu um investimento estimado em R$ 569 milhões e adiciona 117,5 megawatts (MW) de capacidade instalada ao sistema elétrico nacional. Composto por 36 unidades geradoras , o projeto está dividido em quatro usinas Dunamis I, II, III e IV e reforça o papel do Nordeste como protagonista na geração de energia renovável no Brasil. A nova estrutura é capaz de atender o consumo médio de cerca de 150 mil residências , contribuindo para a redução das emissões de CO₂ e para o avanço das metas de descarbonização do país. “O Rio Grande do Norte vem consolidando uma matriz energética cada vez mais sustentável, com destaque para a energia solar e eólica. O Complexo Dunamis representa a continuidade dessa transformação estrutural”, destacou o Ministério de Minas e Energia em comunicado. Além do impacto ambiental positivo, o projeto também gera empregos diretos e indiretos , estimulando a economia local e fortalecendo a cadeia produtiva de equipamentos solares, serviços de engenharia e logística na região. Com este novo empreendimento, o Brasil ultrapassa a marca de 37 GW de potência instalada em energia solar , segundo dados da ANEEL , consolidando-se entre os maiores mercados fotovoltaicos do mundo. Rio Grande do Norte amplia liderança solar com novo complexo fotovoltaico de 117,5 MW
- Ming Yang anuncia megainvestimento de £1,5 bilhão para instalar fábrica de turbinas eólicas na Escócia
A gigante chinesa de energia renovável Ming Yang Smart Energy confirmou planos para investir 1,5 bilhão de libras na construção de uma fábrica de turbinas eólicas no norte da Escócia um dos maiores aportes industriais já realizados por uma empresa asiática no setor de energia britânico. Ming Yang anuncia megainvestimento de £1,5 bilhão para instalar fábrica de turbinas eólicas na Escócia O projeto, que aguarda aprovação final do governo do Reino Unido , prevê a instalação de um complexo industrial totalmente integrado voltado à produção de pás, naceles e sistemas eletrônicos de turbinas de grande porte. O Porto de Ardersier , próximo a Inverness , foi selecionado como local preferencial para receber a unidade, embora outros terrenos ainda estejam sendo avaliados pela companhia. Três fases de expansão e foco na energia offshore flutuante A nova planta será construída em três etapas , com a primeira fase exigindo £750 milhões em investimentos e início de produção previsto para o final de 2028 . Essa etapa concentrará a fabricação dos principais componentes mecânicos das turbinas. Na segunda fase , a Ming Yang pretende expandir a estrutura para atender à indústria eólica offshore flutuante um segmento em rápida ascensão no Reino Unido e Europa. Já a terceira fase adicionará linhas de produção de sistemas de controle, eletrônicos de potência e componentes de automação , consolidando a fábrica como um hub tecnológico completo para o setor. 3 mil empregos e fortalecimento da cadeia de suprimentos europeia De acordo com projeções iniciais, o empreendimento poderá gerar até 1.500 empregos diretos em sua primeira fase, com outros 1.500 postos adicionais à medida que o projeto avança. O objetivo é criar uma cadeia de fornecimento local robusta e reduzir a dependência de importações asiáticas de componentes eólicos. “Esta será a primeira unidade de fabricação de turbinas totalmente integrada do Reino Unido , reforçando nosso compromisso com a transição energética europeia”, afirmou um porta-voz da empresa. Parceria estratégica com a britânica Octopus Energy O anúncio do investimento vem logo após a parceria firmada em setembro entre a Ming Yang e a Octopus Energy , uma das maiores desenvolvedoras de energia limpa do Reino Unido. O acordo prevê o uso de turbinas Ming Yang em projetos que somam até 6 GW de capacidade instalada , ampliando significativamente o portfólio de energia eólica britânico. Um novo capítulo para a indústria eólica europeia Com a expansão planejada na Escócia, a Ming Yang se posiciona como um dos principais atores globais da transição energética , reforçando a presença chinesa em mercados estratégicos fora da Ásia. O projeto também deve impulsionar a indústria eólica offshore europeia , especialmente no segmento de plataformas flutuantes , que promete ser o próximo grande salto tecnológico do setor. Sobre o EnergyChannel Group O EnergyChannel Group é um hub de comunicação multiplataforma especializado em energia, sustentabilidade, mobilidade e construção inovadora . O grupo reúne portais de notícias, produções audiovisuais e séries documentais voltadas à transição energética global. Ming Yang anuncia megainvestimento de £1,5 bilhão para instalar fábrica de turbinas eólicas na Escócia
- Setor de biomassa alerta para riscos operacionais e perdas financeiras com cortes de geração no Brasil
Associações do setor enviam carta à Aneel alertando que o desligamento forçado de usinas Tipo III pode causar instabilidade técnica, prejuízos econômicos e impacto na cadeia produtiva da bioenergia. Setor de biomassa alerta para riscos operacionais e perdas financeiras com cortes de geração no Brasil As principais entidades representativas da bioenergia no Brasil Abiogás , Cogen e Unica enviaram uma carta conjunta ao diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manifestando preocupação com os efeitos do curtailment (corte de geração) imposto a usinas Tipo III movidas a biomassa . Segundo as entidades, o procedimento, que reduz ou interrompe temporariamente a geração de energia, tem provocado instabilidade operacional nas usinas durante o processo de ressincronização com a rede elétrica , além de comprometer a segurança técnica e financeira dos empreendimentos. Essas usinas, geralmente vinculadas à indústria sucroenergética ou a outros processos agroindustriais, operam de forma integrada à produção principal como a fabricação de etanol, açúcar ou biogás. O corte forçado, portanto, não representa apenas uma perda na venda de energia, mas também interrompe fluxos produtivos essenciais , podendo causar danos mecânicos e desperdício de matéria-prima . “A biomassa é uma fonte estratégica para o equilíbrio do sistema elétrico, pois oferece energia despachável e sustentável. O corte das usinas Tipo III desconsidera essa função e coloca em risco a operação e a competitividade do setor”, afirmam as associações na carta encaminhada à Aneel. Além das consequências técnicas, as entidades alertam para o impacto financeiro direto . Como grande parte dessas usinas está conectada em contratos de geração distribuída ou no mercado livre, a interrupção afeta a receita dos produtores e a previsibilidade do suprimento energético regional . O pleito conjunto solicita à Aneel uma revisão dos critérios de corte aplicados às usinas Tipo III , com o objetivo de preservar a estabilidade da rede e a sustentabilidade econômica das operações bioenergéticas . O movimento reforça o papel da biomassa no mix energético brasileiro , em especial no contexto da transição energética e da busca por fontes firmes e renováveis capazes de apoiar a expansão solar e eólica. Setor de biomassa alerta para riscos operacionais e perdas financeiras com cortes de geração no Brasil
- Senado prepara debate sobre custos da energia e futuro do armazenamento no Brasil
O relator da Medida Provisória 1.304, senador Eduardo Braga, propôs audiências públicas para discutir o aumento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), os desafios da expansão do mercado livre e o papel estratégico do armazenamento e do curtailment na matriz nacional. Matéria completa – EnergyChannel O debate sobre o futuro do setor elétrico brasileiro deve ganhar novos capítulos no Senado nas próximas semanas. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) , relator da Medida Provisória 1.304 , solicitou à Comissão Mista a realização de três audiências públicas para aprofundar temas considerados críticos para o equilíbrio e a competitividade da matriz energética nacional. Entre os assuntos em pauta estão o crescimento acelerado da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) encargo que financia políticas públicas e subsídios no setor, os impactos da abertura do mercado livre de energia e as novas fronteiras tecnológicas representadas pelo armazenamento de energia e pelo gerenciamento do curtailment (redução de geração em momentos de excesso de oferta). Braga destacou que as discussões devem reunir representantes do governo, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), de distribuidoras, geradores e especialistas independentes. O objetivo, segundo ele, é “ construir um consenso técnico e político sobre o modelo de financiamento e regulação do setor elétrico diante das profundas transformações que estão em curso”. Custos crescentes e novas soluções Nos últimos anos, a CDE tem sido um dos principais pontos de pressão nas tarifas de energia. O fundo que custeia, entre outros itens, subsídios às fontes renováveis e descontos tarifários ultrapassou a marca de R$ 40 bilhões anuais , impactando consumidores residenciais e industriais. Paralelamente, a transição energética e a rápida expansão da geração distribuída solar têm trazido novos desafios operacionais, como o curtailment em regiões de alta produção e baixa capacidade de escoamento. Especialistas apontam que sistemas de armazenamento podem se tornar uma solução estratégica para equilibrar a oferta e a demanda, reduzindo perdas e otimizando o uso da infraestrutura elétrica. Debate sobre o futuro do mercado livre Outro tema que deve ganhar destaque nas audiências é a ampliação do mercado livre de energia , que permite que consumidores escolham seus fornecedores. O modelo, que já representa mais de 40% do consumo nacional , está em fase de expansão e deve ser aberto gradualmente a consumidores de menor porte até o fim da década. Segundo Braga, “ a abertura do mercado precisa ser acompanhada de um debate transparente sobre os custos e os benefícios sociais do setor elétrico , garantindo que a competição não comprometa a sustentabilidade econômica do sistema”. Expectativa e próximos passos As audiências públicas serão realizadas nas próximas semanas, com cronograma a ser divulgado pela Comissão Mista. A expectativa é que os encontros subsidiem o parecer final do relator sobre a MP 1.304, que deverá definir diretrizes importantes para o financiamento da CDE , a modernização regulatória do setor elétrico e o incentivo a tecnologias de armazenamento e gestão inteligente da rede . A proposta promete influenciar diretamente o rumo das políticas energéticas do Brasil, num momento em que o país busca equilibrar crescimento econômico , segurança energética e sustentabilidade ambiental . Senado prepara debate sobre custos da energia e futuro do armazenamento no Brasil
- Brasil se prepara para o primeiro grande leilão de baterias e mira 2 GW em armazenamento de energia
Nova secretaria de Eletromobilidade e Conselho Nacional de Política Energética devem reforçar a estratégia do governo para acelerar a transição energética e integrar fontes renováveis. Brasil se prepara para o primeiro grande leilão de baterias e mira 2 GW em armazenamento de energia O Brasil está prestes a dar um passo histórico na modernização de sua matriz elétrica. O Ministério de Minas e Energia (MME) projeta que o primeiro leilão dedicado exclusivamente a sistemas de armazenamento por baterias poderá contratar até 2 gigawatts (GW) de capacidade instalada, marcando o início de uma nova era para o setor elétrico nacional. O anúncio foi feito pelo ministro Alexandre Silveira , que destacou o papel estratégico do armazenamento de energia no equilíbrio entre oferta e demanda e na expansão das renováveis, especialmente solar e eólica. “O leilão de baterias será um marco na nossa política energética, garantindo segurança, estabilidade e eficiência no sistema”, afirmou o ministro. Avanço institucional: Eletromobilidade e planejamento integrado Além do leilão, o MME prepara duas novas estruturas que reforçam a agenda da transição energética brasileira: a Secretaria de Eletromobilidade , voltada à integração de veículos elétricos na matriz, e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) reformulado, que deve ampliar sua atuação sobre temas como descarbonização, eficiência energética e inovação tecnológica. Essas medidas se alinham ao compromisso do Brasil de alcançar neutralidade de carbono até 2050 , ao mesmo tempo em que ampliam o papel do país como potência verde e hub de tecnologia limpa na América Latina. Armazenamento: o novo pilar da transição energética O armazenamento de energia é considerado essencial para a consolidação das fontes renováveis intermitentes. No Brasil, onde a geração solar e eólica já ultrapassa 35 GW, o uso de baterias promete estabilizar o fornecimento, reduzir custos com termelétricas e evitar sobrecargas na rede. Especialistas apontam que o modelo do leilão deve considerar não apenas o preço da energia armazenada, mas também os serviços prestados ao sistema — como regulação de frequência, reserva de capacidade e suporte à rede em horários de pico. Mercado em expansão e oportunidades para investidores Empresas de energia, fabricantes de baterias e investidores internacionais acompanham de perto o movimento. O mercado brasileiro pode se tornar um dos maiores polos de armazenamento energético da América Latina , impulsionando tanto a produção local de equipamentos quanto a atração de novas tecnologias. Para o EnergyChannel, esse leilão representa um divisor de águas: o momento em que o Brasil começa a construir, de forma estruturada, a infraestrutura energética do futuro baseada em flexibilidade, eficiência e baixo impacto ambiental. Brasil se prepara para o primeiro grande leilão de baterias e mira 2 GW em armazenamento de energia
- China estabelece metas firmes até 2035 e mira 3,6 TW em solar e eólica
Em uma virada estratégica rumo à transição energética, a China definiu pela primeira vez uma meta absoluta de redução de emissões para toda a sua economia um movimento que pode redefinir seu papel no palco climático global. Durante discurso virtual perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Xi Jinping anunciou as novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do país, com foco em neutralidade climática e energias renováveis. ( en.cppcc.gov.cn ) China estabelece metas firmes até 2035 e mira 3,6 TW em solar e eólica Principais compromissos anunciados Redução líquida de gases de efeito estufa (GEE) em 7% a 10% em relação ao pico de emissões, até 2035. ( Instituto de Recursos Mundiais ) Atingir participação de mais de 30% de fontes não fósseis no mix energético nacional. ( PV Tech ) Elevar a capacidade instalada de geração solar e eólica para 3,6 TW (terawatt), ou seja, mais de seis vezes o nível registrado em 2020. ( PV Tech ) Expandir os estoques florestais do país para mais de 24 bilhões de metros cúbicos como mecanismo de sequestro de carbono. ( Instituto de Recursos Mundiais ) Transformar veículos elétricos e de nova energia na maioria das vendas futuras de automóveis. ( Instituto de Recursos Mundiais ) Segundo o governo chinês, essas metas deverão sustentar tanto o compromisso com o Acordo de Paris como a ambição nacional de atingir neutralidade de carbono até 2060 . O tamanho do desafio Embora audaciosa, a meta de 3,6 TW em energias solar + eólica exige um esforço de expansão contínua até 2035. A China, que já possui cerca de 1,4 TW de capacidade instalada combinada (solar + eólica) até o fim de 2024, precisará sustentar taxas médias de adição de novas usinas de 150 a 180 GW por ano. A meta de redução de emissões entre 7% a 10% em relação ao pico é uma novidade: até então, o país vinha definindo metas relativas (intensidade de carbono por unidade de PIB, por exemplo). Esse é o primeiro compromisso absoluto de corte para toda a economia chinesa. Analistas apontam que o intervalo proposto é relativamente modesto quando comparado às expectativas climatológicas globais, mas também acreditam que a China pode superar esse patamar, dado o ritmo acelerado de implantação de renováveis no país. Repercussões e implicações globais Como principal emissor mundial de CO₂, os compromissos da China carregam especial peso para o cumprimento das metas globais de aquecimento abaixo de 1,5 °C. Organismos como o World Resources Institute saudaram a iniciativa como um passo relevante especialmente por incluir gases além do CO₂ e por definir uma meta absoluta de corte. ( Instituto de Recursos Mundiais ) No entanto, algumas entidades de monitoramento climático, como o Climate Action Tracker, consideram os novos alvos “altamente insuficientes” para manter o alinhamento com cenários compatíveis com 1,5 °C. ( climateactiontracker.org ) Para o setor energético, a decisão reforça a tendência global de migração para modelos de geração renovável e eletrificação do transporte. Empresas que atuam nos segmentos de energia limpa, armazenamento e infraestrutura de rede terão novas janelas de oportunidade especialmente para expandir linhas de transmissão, integrar fontes variáveis e investir em inovação tecnológica. Expectativas até 2030 e o papel da COP30 Com a COP30 programada para novembro no Brasil, o anúncio chinês chega num momento estratégico. Espera-se que outras grandes economias apresentem seus novos NDCs até 2035, e os compromissos da China podem exercer pressão diplomática adicional. Para 2030, a China já cumpriu antecipadamente sua meta de 1,2 TW em solar + eólica seis anos antes do prazo estipulado. A atenção global agora recai sobre os mecanismos de implementação: como o país vai estruturar políticas regulatórias, financiamento verde, leilões de energia e mecanismos de mercado de carbono para concretizar esses objetivos. Resta saber se os anúncios servirão de base para ações ambiciosas e entregas concretas nos próximos anos. China estabelece metas firmes até 2035 e mira 3,6 TW em solar e eólica
- Mercado de Criptomoedas Entra em Colapso Após Nova Escalada Tarifária de Trump Contra a China
Mais de US$ 770 milhões em posições são liquidadas em 24 horas, com Ethereum e Bitcoin liderando as perdas, em meio ao aumento das tensões sobre minerais de terras raras. Mercado de Criptomoedas Entra em Colapso Após Nova Escalada Tarifária de Trump Contra a China O mercado global de criptomoedas registrou uma das maiores correções do trimestre nesta quinta-feira (10), após o ex-presidente norte-americano Donald Trump anunciar planos para ampliar tarifas sobre produtos chineses, citando o domínio da China na produção de minerais de terras raras elementos estratégicos para a indústria tecnológica e energética. De acordo com dados da Coinglass , mais de US$ 771 milhões foram liquidados nas últimas 24 horas, sendo US$ 613 milhões provenientes de posições longas, o que indica uma forte pressão vendedora em meio à incerteza geopolítica. O Ethereum (ETH) liderou as perdas, com US$ 233 milhões em liquidações, seguido pelo Bitcoin (BTC) , que registrou US$ 180 milhões . Juntas, as duas principais criptomoedas responderam por mais da metade das perdas totais do mercado. Pressão geopolítica e efeito dominó O novo discurso de Trump, que destacou o “controle hostil” da China sobre 69% da produção global de terras raras , provocou reação imediata entre investidores. O político republicano afirmou que pretende impor “tarifas maciças” e adotar contramedidas para proteger a segurança econômica dos Estados Unidos. As declarações impactaram diretamente o sentimento do mercado tanto no setor de commodities quanto no universo digital. Altcoins como Litecoin e Zcash , que vinham apresentando alta nas últimas semanas, inverteram completamente a tendência após o anúncio, com perdas de dois dígitos em poucas horas. Efeito em corretoras e traders Mais de 200 mil investidores foram forçados a encerrar posições, segundo levantamento da Coinspeaker . A maior liquidação individual ocorreu no par BTC/USD da corretora Hyperliquid , com valor nominal de US$ 11,6 milhões . A Hyperliquid, conhecida por oferecer contratos perpétuos com alta alavancagem, vem ganhando espaço entre grandes investidores institucionais as chamadas “baleias” do mercado cripto. No entanto, a volatilidade extrema registrada após as falas de Trump demonstrou novamente o risco de exposição excessiva em momentos de instabilidade geopolítica. O que vem a seguir Com o aumento das tensões entre Washington e Pequim, analistas preveem um período de maior instabilidade nos mercados digitais e tradicionais. O foco agora se volta para os próximos pronunciamentos da equipe de Trump e eventuais reações da China. Enquanto isso, traders e fundos de investimento mantêm cautela, ajustando posições e buscando refúgio em ativos considerados mais estáveis, como o ouro e títulos do Tesouro americano. Mercado de Criptomoedas Entra em Colapso Após Nova Escalada Tarifária de Trump Contra a China











