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- Brasil prepara primeiro leilão de baterias para fortalecer segurança energética e integrar renováveis
O governo brasileiro dará um passo inédito na modernização da matriz elétrica nacional com o lançamento do primeiro leilão de sistemas de armazenamento por baterias (BESS) , previsto para dezembro de 2025 , segundo anúncio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira . Brasil prepara primeiro leilão de baterias para fortalecer segurança energética e integrar renováveis A medida marca o início de uma nova etapa na transição energética do país, com foco em flexibilidade, estabilidade e integração de fontes renováveis intermitentes como solar e eólica. “Vamos realizar o primeiro leilão de baterias do Brasil ainda neste ano. Será um marco para o setor elétrico e um instrumento essencial para aumentar a confiabilidade do sistema”, declarou Silveira durante evento setorial. O leilão de BESS faz parte da estratégia do governo para melhorar a resposta do sistema nacional a picos de demanda e oscilações de geração , especialmente em um cenário de crescente participação das renováveis. A iniciativa também visa reduzir custos com despacho de térmicas e mitigar riscos de apagões , após episódios recentes que reforçaram a necessidade de maior resiliência da rede. Nos bastidores, o Ministério de Minas e Energia (MME) tem discutido com a ANEEL e o ONS o modelo regulatório e os critérios técnicos do certame, que deverá definir tanto o formato de contratação da capacidade de armazenamento quanto as áreas prioritárias para instalação das baterias . A expectativa é que a licitação envolva projetos-piloto em regiões estratégicas , como o Nordeste, onde a geração solar e eólica já ultrapassa a demanda em vários momentos do dia. A introdução de leilões voltados especificamente a armazenamento coloca o Brasil em sintonia com mercados globais que vêm acelerando investimentos em tecnologias BESS para viabilizar a descarbonização da matriz elétrica. Países como Austrália, Estados Unidos e Reino Unido já realizam certames dedicados a sistemas de baterias, com ganhos significativos de estabilidade e eficiência energética. Além do impacto técnico, o movimento promete abrir um novo nicho de negócios no setor elétrico , atraindo fabricantes de baterias, desenvolvedores de projetos e investidores internacionais interessados no potencial do mercado brasileiro. “O armazenamento de energia é a peça que faltava para consolidar a revolução renovável no Brasil. Esse leilão é apenas o começo”, disse um executivo do setor ouvido pelo EnergyChannel . O primeiro leilão de baterias representa, assim, mais do que uma nova etapa regulatória — é um marco histórico na transição energética nacional , sinalizando que o Brasil começa a estruturar os instrumentos necessários para sustentar o crescimento das fontes limpas com estabilidade, eficiência e visão de futuro. Brasil prepara primeiro leilão de baterias para fortalecer segurança energética e integrar renováveis
- Brasil Avança em Padronização Fotovoltaica: ABNT Publica Novas Normas de Qualidade para Módulos Solares
As normas ABNT NBR IEC 61215-1-1 e 61215-2 traduzem referências internacionais e fortalecem o controle de qualidade e segurança no mercado fotovoltaico brasileiro. Brasil Avança em Padronização Fotovoltaica: ABNT Publica Novas Normas de Qualidade para Módulos Solares 15 de outubro de 2025 – São Paulo, Brasil O setor solar brasileiro dá um novo passo rumo à padronização e à qualidade. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou hoje duas novas normas voltadas ao desempenho e confiabilidade dos módulos fotovoltaicos: ABNT NBR IEC 61215-1-1 e ABNT NBR IEC 61215-2 , traduções oficiais das referências internacionais IEC 61215-1-1 e IEC 61215-2 , que tratam da avaliação de projeto e testes de qualificação de módulos solares . As novas publicações, somadas à ABNT NBR IEC 61215-1 publicada em 2024, representam um marco importante para a indústria solar no país, uma vez que aproximam o Brasil dos padrões internacionais de desempenho, reforçando a segurança e a durabilidade dos equipamentos utilizados em sistemas de geração fotovoltaica. Normas de Qualidade: o que muda com a 61215 Segundo o engenheiro *João Souza, responsável técnico da Ecori Energia Solar , a série IEC 61215 é referência global em testes de qualidade de módulos fotovoltaicos. “A 61215 define os critérios que um módulo precisa cumprir para ser considerado de qualidade. São 21 testes que avaliam desde resistência mecânica e estabilidade de potência até desempenho sob condições ambientais extremas”, explica Souza. A nova norma *ABNT NBR IEC 61215-1-1* aplica-se especificamente a *módulos de silício cristalino, tecnologia dominante que representa mais de 90% do mercado nacional. Já a **ABNT NBR IEC 61215-2* descreve *os procedimentos de ensaio*, ou seja, como cada teste deve ser realizado e como comprovar a conformidade. Impacto para fabricantes, distribuidores e consumidores A adoção das normas brasileiras deve fortalecer a cadeia fotovoltaica ao criar um referencial técnico nacional para avaliação da qualidade dos módulos algo que até pouco tempo atrás dependia exclusivamente das normas internacionais IEC e do INMETRO. “Essas publicações não resolvem de imediato o problema dos módulos falsificados ou de baixa durabilidade, mas oferecem uma ferramenta robusta para fiscalização e proteção do consumidor”, ressalta João Souza . Hoje, o processo de registro de módulos no *Inmetro* ainda é baseado em um número limitado de ensaios (cerca de cinco), enquanto as normas 61215 preveem 21 testes específicos. Segundo o engenheiro, a expectativa é que o Inmetro atualize sua portaria nos próximos anos, exigindo que os fabricantes adotem o conjunto completo de ensaios definidos nas novas NBRs. Mercado em alerta: o papel do consumidor na mudança Apesar do avanço normativo, o desafio da fiscalização e da conscientização do mercado permanece. O Brasil ainda enfrenta a presença de módulos “fake power ”, equipamentos que não entregam a potência nominal prometida. Souza reforça que a responsabilidade também é do comprador final: “ O consumidor precisa saber que essas normas nacionais já estão em vigor e exigir do fornecedor que o módulo tenha certificação conforme a ABNT NBR IEC 61215. Isso garante mais segurança e evita prejuízos futuros ”, alerta o especialista. Fortalecimento da base técnica e segurança jurídica A publicação das normas nacionais também tem implicações legais. O Código de Defesa do Consumidor estabelece que produtos e serviços devem seguir as normas da ABNT, o que reforça a obrigatoriedade de sua observância no setor elétrico. “ Ter uma norma brasileira traz respaldo jurídico e técnico. A partir de agora, o mercado fotovoltaico conta com uma referência nacional clara para qualidade ”, destaca Souza. Próximos passos: rumo à certificação completa Com a tradução das normas IEC 61215-1-1* e *IEC 61215-2 , somadas à tradução da norma IEC 61215-1 , o Brasil cobre mais de 90% das tecnologias utilizadas em módulos solares. O próximo passo será a tradução das séries **IEC 61730 , voltadas especificamente à segurança elétrica dos módulos etapa essencial para consolidar a base normativa nacional. “Estamos quase na metade do caminho. Já temos a norma de qualidade consolidada; falta agora completar a parte de segurança”, conclui João Souza. Resumo técnico: • Publicação : 15/10/2025 • Normas : ABNT NBR IEC 61215-1-1 e ABNT NBR IEC 61215-2 • Foco : Qualificação e ensaios de módulos fotovoltaicos de silício cristalino • Base : Traduções das normas internacionais IEC 61215-1-1 e 61215-2 • Impacto : Padronização nacional, fortalecimento da qualidade e apoio à fiscalização do mercado solar brasileiro 💡 EnergyChannel Internacional é um hub global de comunicação especializado em energia, sustentabilidade, mobilidade e construção inovadora . Leia mais em energychannel.co Brasil Avança em Padronização Fotovoltaica: ABNT Publica Novas Normas de Qualidade para Módulos Solares Brasil Avança em Padronização Fotovoltaica: ABNT Publica Novas Normas de Qualidade para Módulos Solares
- Alemanha aposta em nova fronteira verde: programa bilionário impulsiona a descarbonização com captura de carbono
Por EnergyChannel Internacional A Alemanha deu um passo decisivo rumo à neutralidade climática ao anunciar um programa inédito de US$ 7 bilhões voltado à descarbonização industrial com o uso de tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS) . Alemanha aposta em nova fronteira verde: programa bilionário impulsiona O plano, apresentado pelo Ministério da Economia, integra o maior pacote de apoio já direcionado aos setores industriais de alta emissão do país — aço, cimento, vidro e produtos químicos com foco em preservar a competitividade sem abrir mão das metas climáticas. Indústria pesada no centro da transição O novo programa amplia os chamados “Contratos de Proteção Climática” , mecanismo criado pelo governo para financiar a transição de empresas que enfrentam custos elevados na adoção de tecnologias limpas. Agora, pela primeira vez, a CCS entra oficialmente na lista de soluções elegíveis uma aposta que reflete a crescente aceitação da tecnologia na Europa como ferramenta essencial para o caminho ao net zero . Segundo o Ministério, as companhias interessadas terão até 1º de dezembro para submeter projetos. A primeira rodada de licitações está prevista para ocorrer em 2026 , após a aprovação do orçamento e da Comissão Europeia, que avalia a compatibilidade do programa com as regras de auxílio estatal do bloco. Contratos de 15 anos e metas obrigatórias Os contratos terão validade de 15 anos , oferecendo às empresas uma garantia de estabilidade financeira frente às oscilações dos custos de energia e dos créditos de carbono.Em troca, as participantes deverão cumprir metas mensuráveis de redução de emissões , sob monitoramento contínuo. O modelo de seleção seguirá o formato de leilão reverso vence quem apresentar maior redução de CO₂ ao menor custo público por tonelada evitada . Essa abordagem pretende maximizar o impacto climático dos investimentos e garantir o uso eficiente dos recursos públicos. CCS ganha espaço na política energética europeia Embora ainda envolta em debates ambientais e regulatórios, a captura e armazenamento de carbono vem ganhando força como solução para os chamados “setores de difícil descarbonização” , onde alternativas como eletrificação direta ou hidrogênio verde ainda não são economicamente viáveis. O plano alemão surge no momento em que a União Europeia prepara novas diretrizes para a infraestrutura de transporte e armazenamento de CO₂ , parte de uma estratégia continental de gestão de carbono. A meta é criar um mercado europeu integrado de captura e armazenamento , capaz de conectar emissões industriais a locais seguros de estocagem subterrânea em diferentes países. Competitividade e clima: um equilíbrio delicado Com esse pacote, Berlim reforça sua posição de liderança na corrida pela indústria verde europeia , buscando equilibrar crescimento econômico e neutralidade climática . A expectativa é que a medida estimule uma nova onda de investimentos em inovação, tornando o setor industrial alemão um modelo global de transição sustentável com base em tecnologia . “A transição energética industrial exige coragem e visão de longo prazo. A CCS não é uma solução isolada, mas uma ponte essencial para garantir que a descarbonização avance sem sacrificar empregos e competitividade”, destacou uma fonte do ministério à imprensa local. Sobre o EnergyChannel O EnergyChannel Group é um hub internacional de comunicação multiplataforma especializado em energia, sustentabilidade, mobilidade e construção inovadora .Saiba mais em: www.energychannel.co Alemanha aposta em nova fronteira verde: programa bilionário impulsiona a descarbonização com captura de carbono
- Austrália abre licitação para 5 GW de energia renovável no âmbito do novo leilão CIS
Canberra, 15 de outubro de 2025 O governo australiano lançou hoje a sua 7ª rodada do Capacity Investment Scheme (CIS), abrindo licitação para viabilizar até 5 gigawatts de capacidade renovável no National Electricity Market (NEM) . Austrália abre licitação para 5 GW de energia renovável no âmbito do novo leilão CIS A chamada pública permite o registro de propostas até 25 de novembro de 2025 , e o prazo final para entrega dos projetos é 9 de dezembro de 2025 . ( DCCEEW ) Os resultados estão previstos para serem anunciados em maio de 2026 . Estrutura e exigências do edital O formato adotado para esta rodada é de processo de etapa única : os proponentes devem submeter conjuntamente aspectos técnicos e financeiros em uma única proposta. ( DCCEEW ) A iniciativa busca mitigar riscos para investidores e acelerar o desdobramento dos projetos. Algumas exigências de elegibilidade merecem destaque: Cada proposta deve contemplar pelo menos 30 MW de capacidade instalada. No estado de Victoria , tecnologias solares e híbridas estão excluídas do edital desta vez. A distribuição mínima de alocação por jurisdição inclui 1,7 GW para Nova Gales do Sul (NSW) e 1 GW para Victoria , com os 2,3 GW restantes ainda não definidos. Todos os projetos selecionados devem entrar em operação comercial até 2030 . Contexto estratégico e desafios do CIS O novo leilão reforça o papel central do esquema CIS no plano australiano de transição energética. Por meio de contratos chamados Capacity Investment Scheme Agreements (CISAs) , o governo garante pisos e tetos de receita para os projetos aprovados, proporcionando previsibilidade financeira aos investidores. As licitações anteriores já demonstraram forte apetite do mercado: na 4ª rodada, por exemplo, foram contratados 6,6 GW mais do que os 6 GW inicialmente previstos distribuídos em 20 projetos. Grande parte desses projetos combinou geração solar ou eólica com armazenamento (baterias) para oferecer capacidade despachável ao sistema. Ainda assim, desafios persistem. A recente decisão do governo do estado de Victoria em adiar o leilão para energia eólica offshore evidencia incertezas regulatórias e econômicas que afetam o setor. Além disso, alguns grandes players já anunciaram cancelamentos ou suspensões de projetos em virtude do ambiente global de investimentos. Potencial impacto e respostas do mercado Se bem-sucedido, esse leilão de 5 GW será um marco significativo para a meta de que 82% da matriz elétrica australiana venha de fontes renováveis até 2030. Também acende o alerta para empresas de tecnologia, desenvolvimento, baterias e integração de rede que podem atuar como pilares indispensáveis desses futuros projetos. Fontes do setor já destacam que a preferência por projetos híbridos combinando geração e armazenamento — deve crescer nesta rodada, dada a necessidade de garantir confiabilidade durante períodos de variabilidade na produção. Para agentes interessados, o edital completo e orientações para registro estão disponíveis no portal da AusEnergy Services Ltd. (ASL) , órgão que operacionaliza o CIS em nome do governo federal. ( DCCEEW ) Austrália abre licitação para 5 GW de energia renovável no âmbito do novo leilão CIS
- Nova ferramenta revoluciona o dimensionamento de sistemas híbridos com baterias no Brasil
EnergyChannel News — São Paulo O mercado de geração distribuída (GD) no Brasil vive uma nova fase e ela passa, inevitavelmente, pelo armazenamento de energia. Nova ferramenta revoluciona o dimensionamento de sistemas híbridos com baterias no Brasil Em meio às recentes discussões regulatórias e à crescente necessidade de autonomia elétrica, o engenheiro eletricista Sydney Ipiranga, especialista em energias renováveis, e o engenheiro especialista em eficiência energética de edificações Victor Catrib lançaram uma Planilha de Dimensionamento de Sistemas Híbridos com Baterias , ferramenta que promete simplificar o cálculo e o planejamento de sistemas solares com armazenamento. Nova ferramenta revoluciona o dimensionamento de sistemas híbridos com baterias no Brasil A novidade chega ao mercado com valor promocional de 12 parcelas de R$ 25,75 , disponível com exclusividade no EnergyChannel durante o período de lançamento. Autonomia energética e precisão técnica “O mercado está sinalizando fortemente para os sistemas híbridos com bateria. A bateria é o novo ‘canivete suíço’ das renováveis, pois permite múltiplas aplicações da estabilidade de rede ao autoconsumo inteligente”, explica Sydney Ipiranga. Segundo ele, a ferramenta foi desenvolvida para atender profissionais que precisam de precisão técnica e agilidade em um cenário regulatório cada vez mais desafiador. “Não é mais uma receita de bolo como o solar tradicional. O armazenamento exige entender o perfil real de carga do cliente e as variáveis de cada aplicação.” Cálculo completo: da bateria ao inversor A planilha realiza automaticamente o cálculo de todos os parâmetros essenciais para o dimensionamento de sistemas híbridos , incluindo: Profundidade de descarga (DoD) e eficiência de ciclo completo (RTE) ; Degradação e ciclagem de baterias (6.000 ciclos ou mais) ; Comparação entre químicas (LiFePO₄, NMC, NCA, NIBs) ; Configurações de BMS centralizado ou modular ; Dimensionamento do inversor (Low/High Voltage, Potência Nominal, EPS e Pico) ; Tempo de suporte a picos de 2 a 60 segundos . Além disso, o sistema oferece um banco de dados completo e atualizado , com: Dados climáticos de todas as cidades brasileiras; Curvas de carga horária das distribuidoras (grupos A4, B1, B2 e B3); Lista de eletrodomésticos com consumo certificado pelo INMETRO/PROCEL ; Base de inversores híbridos e baterias de lítio disponíveis no mercado nacional. Ferramenta criada para o mercado brasileiro Victor Catrib reforça que a ferramenta foi totalmente customizada para a realidade brasileira , utilizando dados locais e fabricantes que atuam no país. “Pegamos informações de bancos de dados do Procel, curvas de carga da Aneel, dados meteorológicos e fichas técnicas dos principais fabricantes. Tudo consolidado em um único ambiente, com rigor técnico e foco em agilidade.” Segundo ele, o diferencial está na possibilidade de o profissional realizar simulações rápidas e confiáveis , seja para um cliente residencial, comercial ou industrial. “O integrador pode oferecer orçamentos preliminares de forma ágil, mesmo sem visita presencial, com base em dados médios confiáveis de consumo.” Independência energética e futuro da GD O lançamento acontece em um momento decisivo para o setor. Após intensas discussões sobre as Medidas Provisórias 1300, 1304 e 1307 , o segmento de geração distribuída busca caminhos para garantir previsibilidade e sustentabilidade.“Com a bateria, o consumidor finalmente conquista independência real. A concessionária deixa de ser o ponto de dependência e passa a ser apenas um backup. Essa é a verdadeira transição para a autonomia energética”, afirma Sidney Ipiranga. Oferta especial de lançamento A Planilha de Dimensionamento de Sistemas Híbridos com Baterias está disponível por tempo limitado, com valor promocional de 12x de R$ 25,75 durante o período de lançamento.Profissionais e empresas interessados podem adquirir o produto diretamente no link disponível abaixo da matéria, com acesso imediato à ferramenta. Nova ferramenta revoluciona o dimensionamento de sistemas híbridos com baterias no Brasil 🔗 Acesse aqui a Planilha de Dimensionamento de Sistemas Híbridos com Baterias Oferta válida até o final de outubro. Sobre o EnergyChannel Group O EnergyChannel Group é um hub de comunicação multiplataforma internacional especializado em energia, sustentabilidade, mobilidade e construção inovadora , com presença em português, inglês e espanhol.Acompanhe entrevistas, reportagens e análises exclusivas sobre as principais transformações do setor energético global. Nova ferramenta revoluciona o dimensionamento de sistemas híbridos com baterias no Brasil
- Apagão expõe vulnerabilidade da rede elétrica e acelera debate sobre sistemas inteligentes e armazenamento de energia
O blecaute que atingiu várias regiões do Brasil nesta terça-feira (14) voltou a acender o alerta sobre a fragilidade da infraestrutura elétrica nacional. Embora a origem do problema tenha sido localizada um incêndio em uma subestação de alta tensão no Paraná o impacto foi sentido em todo o país, revelando a falta de redundância e resiliência no sistema de transmissão. Apagão expõe vulnerabilidade da rede elétrica e acelera debate sobre sistemas inteligentes e armazenamento de energia Para José João Cunha Filho, CEO da Fotus Distribuidora Solar , o episódio é um lembrete de que a modernização da rede elétrica deve ser tratada como prioridade estratégica. “Falhas pontuais não deveriam causar apagões de grandes proporções. Isso acontece porque ainda há poucos mecanismos de contingência e redundância efetiva entre os elos do sistema”, avalia. Por que é importante agir De acordo com Cunha Filho, a construção de uma rede elétrica mais estável passa pelo mapeamento contínuo dos chamados pontos críticos — áreas urbanas e rurais onde há alta concentração de consumo e dependência de infraestrutura específica. Quando um desses pontos falha, os efeitos se espalham rapidamente, comprometendo hospitais, indústrias, sistemas de transporte e serviços públicos essenciais. “Monitorar e prevenir falhas nesses nós estratégicos é vital. A adoção de *sensores inteligentes, **inspeções preditivas* e *monitoramento em tempo real* pode antecipar anomalias e evitar que pequenos incidentes se tornem colapsos sistêmicos”, explica o executivo. A vantagem do BESS Entre as soluções tecnológicas mais promissoras está o *armazenamento de energia em baterias (BESS – Battery Energy Storage System), capaz de transformar o modo como o sistema elétrico responde a emergências. A tecnologia permite criar **microrredes autônomas*, conhecidas como “ilhas energéticas”, que continuam operando mesmo quando o sistema interligado falha. “ Com BESS, hospitais, data centers e residências podem manter a operação contínua durante um apagão, utilizando energia previamente acumulada. Essa autonomia reduz o impacto social e econômico das interrupções ”, destaca Cunha Filho. Apagão expõe vulnerabilidade da rede elétrica e acelera debate sobre sistemas inteligentes e armazenamento de energia Simulações e planos de contingência Outro ponto enfatizado pelo CEO da Fotus é a importância de *simulações periódicas de estresse* e *planos de contingência integrados* para clientes críticos. Esses exercícios ajudam a testar a capacidade de resposta das concessionárias e dos grandes consumidores, ajustando protocolos com base em situações reais. “ Não basta reagir ao problema. É preciso antecipar, planejar e garantir que, diante de qualquer imprevisto, a energia continue chegando onde ela é indispensável ”, reforça. Em perspectiva O apagão de outubro deixa claro que o desafio da segurança energética vai além da geração ele está na inteligência da gestão e na rapidez da resposta. À medida que o Brasil avança em energia renovável e digitalização do setor, investir em *resiliência, inovação e armazenamento* torna-se essencial para manter o país energizado, mesmo diante do inesperado. Apagão expõe vulnerabilidade da rede elétrica e acelera debate sobre sistemas inteligentes e armazenamento de energia
- Profissionais do Setor Solar São Convidados a Votar no “Ranking Solar EnergyChannel” — Uma Iniciativa Global de Reconhecimento às Melhores Empresas da Indústria Fotovoltaica
Uma Votação Global para Fortalecer o Setor Solar O EnergyChannel, hub internacional de comunicação especializado em energia, sustentabilidade e inovação, acaba de lançar o Ranking Solar EnergyChannel uma iniciativa global que convida profissionais do setor a escolher os melhores fabricantes e fornecedores da indústria fotovoltaica mundial . Profissionais do Setor Solar São Convidados a Votar no “Ranking Solar EnergyChannel” — Uma Iniciativa Global de Reconhecimento às Melhores Empresas da Indústria Fotovoltaica O objetivo é simples e poderoso: reconhecer as empresas que mais contribuem para o avanço da energia solar , valorizando qualidade, inovação e compromisso com o cliente. Convite Aberto a Profissionais do Setor A votação é aberta a engenheiros, integradores, distribuidores, consultores e clientes finais que atuam no segmento solar. Cada participante poderá votar uma única vez , garantindo a transparência do processo por meio de validação de CPF (ou documento equivalente, no caso de outros países). 🏆 Categorias em Disputa Os votantes poderão eleger os melhores fabricantes e fornecedores em dez categorias essenciais do ecossistema solar: Inversores Inversores Híbridos Microinversores Módulos Fotovoltaicos Estruturas Baterias e Sistemas BESS Softwares de Monitoramento Sistemas de Limpeza de Módulos Cabos e Conectores Distribuidores de Equipamentos 📅 Cronograma Abertura da votação: 17 de setembro de 2025 Encerramento: 9 de dezembro de 2025 Anúncio dos resultados: 10 de dezembro de 2025, no portal e nas redes oficiais do EnergyChannel 💡 Por Que Participar O Ranking Solar EnergyChannel é mais do que uma votação — é uma forma de valorizar o trabalho das empresas que constroem o futuro da energia limpa .Ao votar, cada profissional ajuda a dar visibilidade às marcas que entregam confiança e qualidade , fortalecendo toda a cadeia de valor da energia solar. Além disso, a lista anual dos vencedores se tornará uma referência para integradores, consumidores e investidores em busca de fornecedores com excelência comprovada pelo próprio mercado. 🔗 Participe Agora A votação é aberta, gratuita e global .👉 Acesse o link oficial do Ranking Solar https://www.energychannel.co/rankingsolar Profissionais do Setor Solar São Convidados a Votar no “Ranking Solar EnergyChannel” — Uma Iniciativa Global de Reconhecimento às Melhores Empresas da Indústria Fotovoltaica
- Brasil acelera na eletromobilidade: governo prepara secretaria exclusiva para acompanhar alta no consumo de energia
Com mais de 215 mil veículos elétricos licenciados em 2024, o país vive um salto na demanda por eletricidade e se mobiliza para estruturar uma política nacional de mobilidade elétrica. Brasil acelera na eletromobilidade: governo prepara secretaria exclusiva para acompanhar alta no consumo de energia O avanço dos veículos elétricos no Brasil está começando a redesenhar o cenário energético nacional. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), o licenciamento de veículos eletrificados cresceu de apenas 1,9 mil unidades em 2020 para mais de 215 mil em 2024 , um aumento exponencial que reforça a urgência de integrar o transporte sustentável ao planejamento elétrico do país. A resposta do governo vem na forma de uma nova estrutura institucional: a Secretaria Nacional de Eletromobilidade , proposta em estudo pelo MME para coordenar políticas públicas, infraestrutura de recarga e integração com as distribuidoras de energia. A medida busca garantir que o crescimento da frota elétrica ocorra de maneira equilibrada com a expansão da capacidade de geração e transmissão. “O Brasil está em um momento decisivo. A eletromobilidade deixou de ser uma tendência e passou a ser uma realidade que exige planejamento energético, industrial e urbano”. Energia limpa e novos desafios Embora os veículos elétricos contribuam para a redução das emissões de carbono, o impacto sobre o consumo de energia elétrica é cada vez mais perceptível. Segundo estimativas de especialistas do setor, a demanda adicional provocada pela eletrificação da frota pode crescer mais de 10% até 2030 , dependendo do ritmo de adoção e da ampliação da rede de recarga pública e privada. Distribuidoras de energia já observam aumento pontual no consumo residencial — especialmente em regiões onde o número de carregadores domésticos cresce rapidamente. O desafio é preparar a infraestrutura elétrica para evitar sobrecargas e garantir tarifas competitivas. O papel do Brasil na transição global Com uma matriz elétrica composta por cerca de 85% de fontes renováveis , o Brasil desponta como um dos países mais bem posicionados para expandir sua frota elétrica de forma sustentável. A combinação entre energia limpa, incentivos fiscais estaduais e avanço tecnológico da indústria automotiva cria um ambiente favorável para o crescimento do setor. Empresas automotivas e startups de infraestrutura de recarga também se mobilizam. Montadoras anunciam fábricas locais de veículos híbridos e elétricos, enquanto companhias de energia investem em redes de carregamento rápido nas principais rodovias. Brasil acelera na eletromobilidade: governo prepara secretaria exclusiva para acompanhar alta no consumo de energia
- SkyRail da BYD: o ambicioso monotrilho verde que ainda busca seu caminho
Após investir mais de US$ 1 bilhão no desenvolvimento de monotrilhos elétricos, a BYD tenta transformar o SkyRail em um novo símbolo de mobilidade sustentável mas o projeto enfrenta lentidão na adoção e estruturas ainda subutilizada. SkyRail da BYD: o ambicioso monotrilho verde que ainda busca seu caminho A gigante chinesa BYD , conhecida mundialmente pela liderança em veículos elétricos e baterias de íon-lítio, também sonha em revolucionar o transporte urbano sobre trilhos. Com o SkyRail , um sistema de monotrilhos elétricos de baixa emissão, a empresa apostou em uma visão ousada: oferecer uma solução de mobilidade limpa, silenciosa e economicamente acessível para cidades congestionadas e poluídas. Lançado oficialmente em 2016, o projeto recebeu investimentos superiores a US$ 1 bilhão e foi apresentado como uma alternativa sustentável aos metrôs e ônibus tradicionais. O sistema, totalmente elétrico e automatizado, prometia reduzir custos de construção, minimizar o impacto urbano e gerar emissões quase nulas. No entanto, quase uma década depois, o retorno desse investimento ainda não se concretizou. Diversas linhas e estruturas permanecem ociosas , e as expansões internacionais previstas não avançaram no ritmo esperado. Em algumas cidades chinesas, os monotrilhos funcionam parcialmente, com trechos limitados e demanda abaixo do projetado. Mesmo assim, o fundador da empresa, Wang Chuanfu , mantém o discurso otimista. Ele continua a apresentar o SkyRail como uma “ solução verde para o futuro da mobilidade urbana ”, destacando que a transição para sistemas elétricos integrados é inevitável nas grandes cidades. O desafio, segundo especialistas, está em convencer governos e investidores de que o modelo pode ser escalável e competitivo frente a outros modais sustentáveis, como os ônibus elétricos , sistemas de VLT e até redes de transporte por hidrogênio , que ganham força em países como Japão e Alemanha. Além da China, o SkyRail chegou a ser anunciado em projetos no Brasil, Egito e Filipinas , mas boa parte das iniciativas segue em fase de planejamento ou sem avanço prático. Em 2023, a BYD voltou a enfatizar o potencial do monotrilho como parte do seu ecossistema de mobilidade elétrica que inclui desde carros de passeio e caminhões até soluções para transporte público e armazenamento de energia. Enquanto o setor de veículos elétricos da empresa bate recordes de vendas globais, o SkyRail permanece como um lembrete dos riscos de inovar em áreas complexas de infraestrutura urbana. Ainda assim, para a BYD, o projeto continua sendo uma vitrine tecnológica e uma aposta de longo prazo na transformação das cidades em ambientes inteligentes, interconectados e de baixo carbono . SkyRail da BYD: o ambicioso monotrilho verde que ainda busca seu caminho
- Brasil como vetor da integração energética sul-americana
Por Laís Víctor – Especialista em energias renováveis e Diretora executiva Brasil como vetor da integração energética sul-americana A urgência climática, combinada à crescente pressão internacional por metas concretas de descarbonização, tem transformado profundamente a forma como os países pensam e estruturam seus sistemas energéticos. Na América do Sul, essa transformação passa, necessariamente, por uma pergunta estratégica: será possível construir uma rede energética regional integrada, segura e limpa, que atenda às demandas ambientais, sociais e econômicas do presente e do futuro? O Brasil, com sua matriz elétrica majoritariamente renovável e uma geografia que favorece a produção em larga escala de energia solar, eólica e hidrelétrica, está em posição privilegiada para liderar esse processo. Mas liderança regional em energia não se limita à capacidade de geração. Ela exige articulação política, visão estratégica, vontade de cooperação e, principalmente, ação coordenada entre governos, reguladores, investidores e empresas. A integração energética sul-americana, portanto, vai além de uma escolha técnica. Trata-se de uma oportunidade concreta para o Brasil exercer influência positiva, fortalecer laços comerciais e diplomáticos, reduzir custos sistêmicos e impulsionar um modelo de desenvolvimento mais resiliente. Neste artigo, abordarei como a interconexão elétrica entre países, os acordos bilaterais em andamento e os desafios técnicos e regulatórios moldam esse cenário. E porque, agora, mais do que nunca, o Brasil precisa assumir um papel de liderança ativa na construção do futuro energético da região. Panorama das interconexões elétricas existentes O Brasil já conta com interconexões elétricas operacionais com diversos países sul-americanos entre eles Uruguai, Argentina, Paraguai e Venezuela. Essas ligações, que somam mais de 6 GW de capacidade instalada segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foram projetadas originalmente para garantir segurança energética em momentos críticos, mas hoje se revelam como ativos estratégicos diante de um novo cenário: a transição para uma matriz regional mais limpa, flexível e integrada. Brasil como vetor da integração energética sul-americana Um dos exemplos mais emblemáticos dessa cooperação é a Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu, compartilhada com o Paraguai. Além de seu papel histórico na segurança energética dos dois países, Itaipu é também um símbolo de integração energética bem-sucedida. A energia gerada na usina é transmitida para o Sudeste brasileiro por meio do sistema HVDC Itaipu, que utiliza corrente contínua para garantir maior eficiência e menor perda técnica na longa distância até o estado de São Paulo. Em outros pontos da fronteira, como no Sul do país, a interconexão com o Uruguai permite o intercâmbio em tempo real de energia, especialmente em momentos de pico de geração renovável de um dos lados. Já com a Argentina, os fluxos têm ocorrido de forma pontual, geralmente em contextos de escassez hídrica ou sobrecarga do sistema argentino, revelando uma dinâmica de complementaridade que ainda pode ser bastante ampliada. Estudos publicados pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL/UFRJ), no documento “Integração elétrica internacional do Brasil”, apontam que essas conexões têm sido utilizadas com frequência abaixo do seu potencial. Os fatores que contribuem para essa subutilização são variados desde gargalos técnicos na infraestrutura de transmissão até limitações regulatórias e ausência de mecanismos tarifários regionais bem definidos. O próprio Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2034), elaborado pela EPE, indica que a expansão da malha de transmissão brasileira não tem ocorrido no mesmo ritmo das oportunidades de integração regional. A falta de planejamento conjunto entre países e a carência de investimentos estruturantes para modernizar e ampliar essas conexões podem comprometer o papel do Brasil como hub energético continental. Em outras palavras, o Brasil já possui a base técnica e institucional para atuar como protagonista regional, mas ainda precisa superar os desafios que impedem o pleno aproveitamento dessa rede de interligações. A questão não é apenas ampliar a infraestrutura, mas também alinhar regras, sincronizar decisões e, acima de tudo, estabelecer uma visão compartilhada de futuro energético para a América do Sul. Oportunidades para exportação de excedentes renováveis O avanço das fontes renováveis no Brasil, sobretudo solar e eólica, tem ampliado significativamente a geração de energia limpa além da demanda nacional em determinados períodos. Essa dinâmica cria um cenário cada vez mais favorável à exportação de excedentes para países vizinhos, reforçando o papel do Brasil como fornecedor estratégico de eletricidade renovável na América do Sul. Atualmente, as exportações de energia elétrica ocorrem principalmente com Argentina e Uruguai, por meio das interligações já existentes nas regiões Sul e Centro-Oeste. Essas exportações são mais frequentes em momentos de vertimento dos reservatórios ou em períodos de elevada geração hidrelétrica, quando o sistema brasileiro atinge capacidade acima das necessidades internas. Vale destacar que o excedente renovável brasileiro não se limita à geração hídrica. Em 2023, a geração por biomassa atingiu 24 mil gigawatts-hora (GWh) , frente aos 22 mil GWh registrados em 2022, sinalizando crescimento consistente em uma fonte que, embora menos visada, tem papel importante na diversificação e estabilidade da matriz. Essa expansão reflete o potencial do setor sucroenergético, do biogás e de resíduos agrícolas como fontes complementares à base renovável nacional. No caso das regiões Norte e Nordeste, onde a produção solar e eólica tem crescido em ritmo acelerado, o desafio principal está em viabilizar a escoação dessa energia até os centros de consumo ou exportação. Estimativas da EPE, confirmadas por análises recentes da MegaWhat, apontam que a liberação de cerca de 4 gigawatts (GW) de nova capacidade de transmissão será fundamental para destravar projetos já outorgados e permitir a expansão da geração renovável voltada ao mercado externo. Esses investimentos são essenciais para evitar o chamado “estrangulamento de rede” e garantir a fluidez dos fluxos energéticos tanto internos quanto internacionais. Diante desse cenário, cresce o interesse de países como a Argentina, que enfrentam limitações em suas capacidades de geração e buscam reduzir a dependência de fontes fósseis. A energia exportada pelo Brasil, por ser limpa, abundante e, muitas vezes, mais barata, torna-se uma alternativa competitiva para abastecer mercados regionais que precisam avançar em suas metas de transição energética. A construção de uma agenda comercial estruturada, com contratos de médio e longo prazo, poderia transformar esses fluxos ainda pontuais em um mercado regional robusto de energia renovável, promovendo estabilidade, previsibilidade e ganhos mútuos. Para isso, no entanto, será necessário avançar na integração regulatória, criar mecanismos de precificação justos e adotar modelos contratuais que ofereçam segurança jurídica às partes envolvidas. Em resumo, o Brasil não apenas tem excedentes renováveis crescentes ele tem, sobretudo, a oportunidade de convertê-los em influência estratégica e liderança regional em energia limpa. Acordos bilaterais em andamento O avanço da cooperação energética regional tem ganhado novo fôlego com a retomada de diálogos diplomáticos e técnicos entre o Brasil e seus países vizinhos. A integração elétrica deixou de ser apenas um tema de contingência para emergências energéticas e passou a ser considerada uma estratégia permanente de fortalecimento regional. Nesse contexto, os acordos bilaterais se consolidam como instrumentos práticos e fundamentais para viabilizar trocas energéticas mais eficientes, previsíveis e alinhadas com as metas de transição energética. Recentemente, o Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), anunciou a abertura de estudos para avaliar novas possibilidades de interligação com a Bolívia . A proposta envolve principalmente a conexão de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e sistemas isolados localizados em regiões de fronteira, com o objetivo de atender áreas carentes de infraestrutura e, ao mesmo tempo, permitir fluxos de energia exportável para o país vizinho. Trata-se de uma oportunidade relevante tanto do ponto de vista energético quanto geopolítico, pois reforça a presença brasileira em áreas estratégicas da Amazônia Legal e contribui para o desenvolvimento regional. Com o Uruguai , a integração é a mais consolidada da região. Há um intercâmbio ativo em tempo real, sustentado por infraestrutura moderna e por um histórico de cooperação técnica contínua. Essa parceria tem sido particularmente útil nos momentos em que a geração renovável intermitente, como solar e eólica, exige maior flexibilidade e respaldo no suprimento. No caso da Argentina , os diálogos têm se intensificado com foco na ampliação da capacidade de interconexão elétrica entre os dois países. O objetivo é criar condições estruturais para que o Brasil possa exportar energia de forma mais recorrente e em volumes superiores, especialmente quando suas ofertas forem mais competitivas que a geração térmica argentina, fortemente dependente do gás natural. A crise energética enfrentada pela Argentina em anos recentes tem impulsionado esse movimento, abrindo espaço para a construção de uma agenda conjunta de segurança energética. Paralelamente, observa-se também uma aproximação no setor de gás natural. Projetos como a extensão do gasoduto Néstor Kirchner até a fronteira brasileira ou o desenvolvimento de hubs de GNL no Sul do país reforçam a perspectiva de uma integração energética mais ampla, que combine eletricidade e gás natural como vetores complementares. Essa abordagem integrada fortalece a segurança do suprimento regional e amplia o portfólio de soluções disponíveis para a transição energética. No entanto, apesar desses avanços, os acordos bilaterais ainda não atingem escala plena. Um dos principais entraves é a inexistência de mecanismos padronizados de compensação e tarifação pelo uso das redes transfronteiriças. Cada país adota regras e metodologias distintas para cálculo de tarifas, o que dificulta a previsibilidade e a atratividade dos contratos de intercâmbio. Além disso, há assimetrias regulatórias significativas envolvendo desde critérios de despacho até exigências ambientais e fiscais que impõem barreiras operacionais e jurídicas à integração em larga escala. Superar essas barreiras depende de uma atuação conjunta entre governos, agências reguladoras e operadores dos sistemas. A criação de fóruns técnicos permanentes, o compartilhamento de dados operacionais e o desenvolvimento de modelos de contratos binacionais mais flexíveis podem ser caminhos viáveis para acelerar essa agenda. A construção de confiança institucional entre os países será o ativo mais importante para que os acordos deixem de ser pontuais e passem a compor uma política energética regional articulada e duradoura. Obstáculos técnicos e regulatórios Embora o potencial de integração energética regional seja promissor, sua concretização plena ainda esbarra em uma série de desafios técnicos e regulatórios que precisam ser enfrentados com pragmatismo, coordenação política e visão de longo prazo. Mais do que questões operacionais, trata-se de construir um arcabouço institucional capaz de sustentar um mercado regional de energia renovável seguro, competitivo e confiável. Um dos principais entraves é o desalinhamento regulatório entre os países sul-americanos. Cada sistema elétrico possui suas próprias regras para contratação de energia, definição de tarifas, estrutura de garantias e incentivos à geração renovável. Essa heterogeneidade torna complexa a formulação de contratos transfronteiriços, pois compromete a previsibilidade e dificulta o equilíbrio de riscos entre as partes. Por exemplo, enquanto o Brasil utiliza leilões centralizados para expansão da oferta, outros países operam com sistemas de contratos bilaterais ou subsídios diretos à geração local. Outro ponto crítico é o custo de transmissão associado às longas distâncias e ao cruzamento de fronteiras. Para permitir o intercâmbio eficiente de energia entre países, são necessários investimentos robustos em linhas de alta tensão, subestações conversoras e tecnologias que minimizem perdas técnicas. Esses projetos exigem planejamento conjunto, alinhamento de cronogramas e definição clara de quem arca com os custos e como serão remunerados os ativos transfronteiriços o que, até hoje, ainda não foi padronizado na região. A padronização operativa também representa um desafio significativo. Sistemas nacionais operam com distintos níveis de confiabilidade, critérios de despacho, frequências nominais e esquemas de proteção. Em uma rede interconectada, essas diferenças podem gerar instabilidades e riscos operacionais. Garantir a sincronia entre sistemas que combinam fontes variáveis (como solar e eólica) com fontes estáveis (como hidrelétricas) exige protocolos técnicos harmônicos e interoperabilidade entre os Centros de Operação dos Sistemas (COS) de cada país. No campo institucional, a viabilização de financiamentos internacionais é outro gargalo. Projetos de integração regional envolvem riscos políticos, cambiais e regulatórios, o que muitas vezes afasta investidores privados. Para contornar isso, é fundamental que instituições multilaterais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Corporação Andina de Fomento (CAF) e o Banco Mundial participem ativamente do desenho e financiamento dessas iniciativas. Além de recursos, essas entidades oferecem credibilidade, capacidade técnica e instrumentos para mitigar riscos. Ainda, os próprios contratos internacionais de intercâmbio precisam ser aprimorados. A ausência de mecanismos claros de garantias, penalidades e compensações monetárias dificulta a comercialização de energia em bases sustentáveis. A experiência da Usina de Itaipu mostrou que é possível estruturar modelos binacionais de sucesso, mas replicar isso para outras fronteiras requer arcabouços legais específicos e diplomacia ativa. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), por sua vez, define atualmente as modalidades possíveis de exportação e importação de energia nos casos do Brasil: intercâmbio por devolução (emergencial), por oportunidade (em momentos de excedente) ou em bases comerciais restritas. Essas categorias, detalhadas no documento normativo IOCG.BR .05, limitam a amplitude da comercialização, uma vez que não preveem, por exemplo, contratos de fornecimento contínuo ou de longo prazo com plena liberdade de precificação e liquidação bilateral. Superar esses entraves exigirá mais do que vontade política. É necessário construir um modelo de governança regional que una competências técnicas, jurídicas e econômicas, com instrumentos adequados para lidar com os diferentes graus de maturidade regulatória entre os países. Apenas com segurança jurídica, alinhamento institucional e uma arquitetura operacional confiável será possível transformar o potencial técnico em realidade econômica para toda a região. O papel do Brasil nos fóruns regionais O Brasil ocupa uma posição geopolítica e energética privilegiada na América do Sul. Como maior gerador e consumidor de energia do continente, e com uma matriz elétrica composta por mais de 80% de fontes renováveis, o país tem não apenas capacidade técnica, mas também responsabilidade estratégica para liderar os debates e iniciativas de integração energética regional. Nos fóruns institucionais como Mercosul, UNASUL e CEPAL , o Brasil tem exercido uma voz ativa nas discussões sobre infraestrutura, segurança energética, cooperação técnica e desenvolvimento sustentável. Esses espaços multilaterais são fundamentais para alinhar agendas entre os países, harmonizar marcos regulatórios e viabilizar projetos de infraestrutura transfronteiriça. Em especial no âmbito do Mercosul, onde já há grupos técnicos formados por representantes de ministérios de energia e agências reguladoras, o Brasil pode impulsionar a criação de instrumentos jurídicos e operacionais para facilitar o comércio de energia elétrica entre os países-membros. Além disso, estudos publicados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), como o relatório Integração Energética Regional , indicam claramente as áreas prioritárias para cooperação técnica e os corredores de transmissão com maior viabilidade econômica. O documento destaca que, para além da infraestrutura, a integração depende de um esforço coordenado para desenvolver modelos institucionais e financeiros robustos, com regras claras, mecanismos de governança e metas compartilhadas de longo prazo. Nesse contexto, o Brasil pode atuar como hub regional de know-how técnico e diplomático, promovendo a padronização de processos, o intercâmbio de boas práticas e a capacitação de operadores, planejadores e reguladores do setor elétrico. O país já possui instituições de excelência como o ONS, a EPE, a ANEEL e centros de pesquisa como o CEPEL capazes de liderar missões técnicas, formar redes de cooperação e fornecer suporte a países com menor capacidade institucional. Em um segundo plano, mas não menos importante, está a atuação brasileira nos fóruns multilaterais de clima e financiamento internacional, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Corporação Andina de Fomento (CAF) e o Banco Mundial. A partir dessas instituições, é possível desenhar mecanismos de crédito e garantias específicos para projetos de integração energética regional, incluindo linhas para expansão de linhas de transmissão, construção de subestações binacionais, modernização de interligações existentes e implantação de tecnologias de medição e controle transfronteiriço. Esses organismos multilaterais também podem apoiar a criação de um “Fundo Regional de Transição Energética Justa”, que canalize recursos para infraestrutura resiliente, com critérios de sustentabilidade e inclusão social, alinhados às metas climáticas do Acordo de Paris. O Brasil, ao assumir protagonismo nessa agenda, reforça sua posição de liderança não apenas técnica, mas também política e institucional na transição energética continental. Por fim, vale destacar que a diplomacia energética brasileira pode e deve atuar de forma propositiva. Em vez de esperar por consensos frágeis, o país pode liderar pela demonstração de viabilidade: apresentando projetos-piloto, mobilizando consórcios binacionais, e oferecendo seu próprio modelo de regulação e operação como referência para harmonização regional. A liderança não precisa ser imposta ela pode ser exercida por influência, coerência e capacidade de entregar resultados. Integração é infraestrutura, mas também decisão O Brasil tem, hoje, uma oportunidade concreta de transformar seu potencial energético em liderança regional. A combinação de matriz renovável consolidada, capacidade de geração excedente e posição geográfica estratégica coloca o país no centro das discussões sobre uma nova fase de integração elétrica sul-americana mais limpa, mais eficiente e mais colaborativa. Mas essa liderança não se impõe apenas com megawatts. Ela se constrói com coordenação diplomática, alinhamento regulatório, investimento em infraestrutura e vontade política. Os dados mostram que as interconexões existem, os excedentes estão disponíveis e os acordos já começaram a se formar. O que falta é transformar esse cenário em política de Estado, com visão de longo prazo e articulação entre governo, setor privado e instituições regionais. Assumir esse protagonismo não é apenas viável. É estratégico. Significa reforçar a segurança energética da região, abrir novos mercados para a energia brasileira, atrair investimentos estrangeiros e consolidar a imagem do Brasil como referência global em transição energética. O momento de avançar é agora com pragmatismo, cooperação e ambição proporcional ao desafio. Sobre a autora Laís Víctor é especialista em energias renováveis e diretora executiva de parcerias, com 14 anos de atuação no setor de energia. Sua atuação inclui o desenvolvimento de negócios, estruturação de alianças estratégicas e apoio à atração de investimentos para projetos de transição energética, com foco na construção de ecossistemas sustentáveis e inovação no mercado global de renováveis. Brasil como vetor da integração energética sul-americana
- Ovelhas sob o sol: a nova fronteira da agricultura solar nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, uma revolução silenciosa está transformando o campo e ela vai muito além da colheita tradicional. Ovelhas sob o sol: a nova fronteira da agricultura solar nos Estados Unidos À medida que a demanda por energia limpa cresce, um número crescente de fazendas rurais tem encontrado uma maneira criativa de unir produção agrícola e geração solar: os “projetos agrovoltaicos”, onde painéis solares dividem espaço com pastagens e... ovelhas. A integração entre energia solar e pecuária está mostrando que é possível produzir eletricidade e alimento no mesmo terreno, sem comprometer a fertilidade do solo ou a tradição agrícola local. Enquanto os painéis captam luz solar para gerar eletricidade, os rebanhos de ovelhas ajudam a controlar naturalmente a vegetação sob as estruturas, substituindo o uso de tratores e herbicidas um exemplo claro de economia circular aplicada ao campo. De acordo com o American Farmland Trust , muitos agricultores veem nessa combinação um caminho para preservar suas terras e diversificar a renda. Em uma pesquisa recente realizada na Virgínia, quase dois terços dos produtores afirmaram que a energia solar é mais adequada para áreas menos produtivas, reduzindo a pressão sobre solos férteis e mantendo a vocação agrícola das propriedades. Os defensores dessa tendência destacam que a energia solar é muito mais eficiente no uso da terra do que os biocombustíveis. Enquanto o etanol consome cerca de 30 milhões de acres de milho nos EUA, um único acre de painéis solares pode gerar a mesma quantidade de energia que 31 acres destinados ao etanol. Além de ser mais produtiva, a energia solar reduz o impacto ambiental, evitando o escoamento de fertilizantes e diminuindo a erosão do solo. Entretanto, a decisão de instalar painéis solares em fazendas ainda envolve dilemas pessoais e culturais. Para muitos produtores, a terra é mais do que um ativo é herança, identidade e legado familiar. A adoção da energia solar, portanto, vem acompanhada de debates sobre equilíbrio: entre tradição e inovação, produção de alimentos e geração de energia, passado e futuro. O que parece certo é que a “nova colheita solar” está lançando as bases de um modelo mais resiliente para a agricultura americana um modelo onde ovelhas e painéis podem, lado a lado, cultivar sustentabilidade. Ovelhas sob o sol: a nova fronteira da agricultura solar nos Estados Unidos
- Brookfield aposta em células de combustível da Bloom Energy para impulsionar data center's de IA com energia limpa
A transição energética do setor digital ganhou um novo impulso. A gestora global Brookfield Asset Management anunciou uma parceria estratégica com a Bloom Energy , empresa californiana especializada em soluções de energia limpa, para expandir o uso de células de combustível de óxido sólido em data center's de inteligência artificial (IA) em todo o mundo. O acordo prevê investimentos de até US$ 5 bilhões na implantação da tecnologia. Imagem apenas ilustrativa, IA - Brookfield aposta em células de combustível da Bloom Energy para impulsionar data center's de IA com energia limpa A colaboração surge em um momento em que o consumo de energia dos data center's especialmente os dedicados à IA cresce de forma exponencial. A solução da Bloom Energy promete uma alternativa sustentável e de alta confiabilidade: sistemas capazes de gerar eletricidade no próprio local, sem depender das redes elétricas tradicionais, com baixo teor de carbono e alta eficiência . “A IA está redefinindo a infraestrutura digital global, e isso exige uma nova abordagem energética”, destacou um porta-voz da Brookfield. “Com a tecnologia da Bloom, conseguimos garantir uma operação contínua e limpa, fundamental para o futuro da computação intensiva.” Fundada em 2001, a Bloom Energy é referência em geração distribuída de energia elétrica e hidrogênio. Suas células de combustível convertem hidrogênio e oxigênio em eletricidade por meio de um processo eletroquímico sem combustão, reduzindo drasticamente as emissões de carbono. A empresa já opera centenas de megawatts em data centers de grandes companhias, como American Electric Power, Equinix e Oracle . Agora, com o aporte da Brookfield, a expectativa é acelerar a implantação global dessas soluções e atender à nova onda de demanda energética provocada pela IA . Brookfield aposta em células de combustível da Bloom Energy para impulsionar data centers de IA com energia limpa












