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- IA revoluciona o setor de energia e acelera a transição sustentável
Com algoritmos avançados, a IA otimiza consumo, distribuição e eficiência energética, tornando sistemas energéticos mais inteligentes e sustentáveis. Brasil, 6 de outubro de 2025 - Estamos vivendo uma transformação profunda no setor energético. A busca por redução das emissões e por um futuro mais sustentável impulsiona o desenvolvimento de tecnologias que mudam a maneira como a energia é produzida, armazenada e utilizada em todo o mundo. Nesse cenário, destacam-se a inteligência artificial (IA), os sistemas avançados de baterias e a gestão inteligente de energia – ferramentas essenciais para construir uma matriz energética mais limpa, eficiente e resiliente. IA revoluciona o setor de energia e acelera a transição sustentável A inteligência artificial está se consolidando como uma ferramenta indispensável para otimizar sistemas energéticos. Com algoritmos cada vez mais avançados, a IA pode prever padrões de consumo, melhorar a distribuição de energia e reduzir desperdícios. Em usinas solares e eólicas, a IA ajuda a prever a produção com base em condições meteorológicas, permitindo que redes elétricas se preparem para variações. Além disso, a IA está sendo usada para gerenciar redes inteligentes, ou “smart grids”, que integram diferentes fontes de energia e otimizam seu uso de forma dinâmica. Um exemplo prático é o uso de IA em sistemas de demanda-resposta, onde consumidores podem ajustar automaticamente seu consumo com base na disponibilidade de energia renovável. Essa abordagem não apenas melhora a eficiência, mas também reduz os custos para os consumidores e para as distribuidoras. IA revoluciona o setor de energia e acelera a transição sustentável A inteligência artificial tem sido amplamente utilizada no setor de energia solar para otimizar diversos aspectos da geração de energia. Ela permite o monitoramento em tempo real, a previsão de demanda e a detecção de falhas em equipamentos, proporcionando um melhor aproveitamento dos recursos solares. Vamos explorar algumas das aplicações mais relevantes da IA na otimização da geração solar. “O setor de energia solar tem experimentado um crescimento exponencial nos últimos anos. A crescente capacidade instalada ao redor do mundo é impulsionada pelo avanço de novas tecnologias de automação e inteligência artificial, tornando as operações mais eficientes, sustentáveis e inteligentes. O avanço da inteligência artificial, automação e robótica tem sido essencial para melhorar a eficiência da geração solar. Algumas das principais contribuições incluem: sistemas de gestão baseados em IA, manutenção robotizada, integração com armazenamento de energia e novos modelos de controladores de trackers”, afirma Eduardo Aguiar, cofundador da TECSCI, empresa especializada em soluções para energia solar. IA revoluciona o setor de energia e acelera a transição sustentável Entre os principais avanços, destacam-se: Otimização da posição dos painéis solares com base em dados meteorológicos e ambientais, aumentando a eficiência da geração; Previsão de geração de energia , fundamental para o planejamento das usinas e para a estabilidade das redes elétricas; Detecção de falhas e manutenção preditiva , reduzindo paradas inesperadas e aumentando a vida útil dos equipamentos; Integração com baterias de armazenamento , permitindo maior autonomia e menor dependência da rede elétrica convencional. “Como engenheiro especializado em inteligência artificial, tenho acompanhado de perto a transformação digital no setor energético e posso afirmar que estamos apenas no início de uma revolução ainda maior. Os modelos de machine learning que utilizamos hoje para otimização energética evoluem exponencialmente - desde redes neurais profundas para previsão de demanda até algoritmos de reinforcement learning que ajustam dinamicamente a operação de smart grids em tempo real. O que me entusiasma particularmente é a democratização dessas tecnologias: frameworks open-source como TensorFlow e PyTorch, combinados com infraestrutura cloud acessível, permitem que até startups implementem soluções sofisticadas de IA que antes eram exclusivas de grandes corporações”, ressalta Guilherme Carvalho Silva, Engenheiro especialista em IA. IA revoluciona o setor de energia e acelera a transição sustentável IA e a manutenção preditiva em energia eólica Assim como na energia solar, a inteligência artificial também tem papel crucial na energia eólica. Parques eólicos são fundamentais para a transição energética, mas apresentam desafios operacionais devido às condições extremas em que atuam e à complexidade de seus equipamentos. A manutenção preditiva, apoiada em IA e Big Data, permite antecipar falhas em turbinas, geradores e pás antes que afetem a operação. Sensores coletam dados em tempo real, analisados por algoritmos de aprendizado de máquina que identificam padrões e projetam o melhor momento para intervenções. “Precisamos estar atentos aos desafios técnicos que ainda enfrentamos - a qualidade e padronização dos dados de sensores IoT, a latência em sistemas críticos, e principalmente a necessidade de modelos explicáveis que permitam aos operadores entenderem as decisões da IA. A integração entre edge computing e IA embarcada nos próprios equipamentos será fundamental para levarmos essa inteligência até a última milha da rede elétrica, criando um sistema verdadeiramente distribuído e resiliente que é essencial para a transição energética sustentável que tanto precisamos”, diz o engenheiro Guilherme. Os algoritmos de IA podem aprender com dados históricos e se ajustar continuamente às mudanças nas condições do parque eólico. Isso significa que, com o tempo, o sistema se torna mais preciso em suas previsões, permitindo maior otimização da manutenção. Além disso, a IA pode combinar informações sobre o clima, as condições das peças e os padrões de uso para fornecer recomendações precisas sobre o melhor momento para realizar uma intervenção, minimizando o tempo de inatividade desnecessário e maximizando a produção de energia. Com isso, empresas do setor reduzem custos de manutenção, aumentam a disponibilidade das usinas e prolongam a vida útil dos equipamentos, garantindo maior confiabilidade à matriz energética. A convergência entre inteligência artificial, energia solar e eólica representa um movimento estratégico alinhado às metas globais de descarbonização. Ao permitir maior eficiência, redução de custos e previsibilidade, a IA acelera a adoção de energias renováveis em larga escala, ampliando seus benefícios ambientais e econômicos. IA revoluciona o setor de energia e acelera a transição sustentável
- Expansão do etanol de milho exige segurança jurídica e infraestrutura para atrair investimentos bilionários
Nova fronteira da bioindustrialização amplia oportunidades, mas depende de previsibilidade regulatória, licenciamento ambiental ágil e logística eficiente Expansão do etanol de milho exige segurança jurídica e infraestrutura para atrair investimentos bilionários A expansão do etanol de milho para o Matopiba região formada por Tocantins, Maranhão, Bahia e Piauí inaugura uma nova fase da bioindustrialização do agronegócio brasileiro, com novas biorrefinarias, integração de cadeias produtivas e forte apelo sustentável. Mas o avanço dessa fronteira depende de segurança jurídica, infraestrutura e regulação estável para transformar potencial em investimento. Para André Aidar, sócio e head de Direito do Agronegócio do Lara Martins Advogados, doutor e mestre em Agronegócio (UFG), licenciamento ambiental, gestão de recursos hídricos e ordenamento territorial estão entre os principais desafios. “O Matopiba tem ecossistemas sensíveis e regras distintas entre os estados. É preciso harmonizar zoneamentos, garantir regularidade ambiental e previsibilidade regulatória para que as novas usinas sejam viáveis”, alerta. Ele destaca que o RenovaBio e as regras da ANP impõem certificações de eficiência energética e baixa emissão de carbono como requisito para emissão dos CBIOs. “A conformidade regulatória é complexa, mas necessária para o acesso ao mercado de carbono. Ao mesmo tempo, a infraestrutura segue como gargalo: sem estradas, ferrovias e energia estáveis, o custo logístico pode inviabilizar os projetos”, ressalta. Aidar vê na bioindustrialização um vetor de transformação econômica profunda. “As biorrefinarias trazem empregos qualificados, estimulam o setor de serviços e abrem mercados para coprodutos como DDG e óleo, fortalecendo pecuária e avicultura. É a interiorização da indústria: quando bem estruturada, ela diversifica a matriz econômica e aumenta a arrecadação regional.” Mas adverte, “esses ganhos só se concretizam com segurança fundiária, regularidade ambiental e previsibilidade de longo prazo. Sem isso, o capital privado não assume o risco.” Segundo o especialista, o RenovaBio é um marco regulatório consistente, mas a volatilidade dos CBIOs e ajustes frequentes ainda geram incertezas. “O marco legal é bom, mas falta estabilidade na execução. Investimentos bilionários exigem fluxos de receita previsíveis e coordenação entre política energética e ambiental.” Sobre a disputa entre milho e cana, Aidar afirma que o debate não deve ser visto como confronto. “O milho não desbanca a cana ele complementa. A cana é a base histórica e tem vantagens agroclimáticas, mas o milho reduz a sazonalidade e expande a produção em novas regiões. O futuro é de convivência competitiva, com cada matéria-prima liderando aonde for mais eficiente.” Para ele, o desafio é construir um ambiente que combine segurança jurídica, modelos de financiamento sólidos e contratos de fornecimento equilibrados. “A bioindustrialização exige planejamento regulatório e estabilidade institucional. O investidor precisa enxergar um ambiente previsível e confiável. Sem isso, o Brasil perde a chance de consolidar o Matopiba como polo global de bioenergia.” André Aida Fonte : André Aidar, sócio e head de Direito do Agronegócio no Lara Martins Advogados, professor de Direito Comercial e Direito Processual Civil, doutor e mestre em Agronegócio (UFG), especialista em Análise Econômica do Direito (Universidade de Lisboa), Direito Empresarial (FGV) e Direito Processual Civil (UFU). Expansão do etanol de milho exige segurança jurídica e infraestrutura para atrair investimentos bilionários
- Crise hídrica nos EUA: dois terços dos líderes concordam que atualizações na infraestrutura são cruciais
75% dos líderes municipais dos Estados Unidos e mais da metade dos executivos empresariais preveem que os riscos hídricos superem todas as outras ameaças à infraestrutura; No entanto, cerca de metade dos líderes não tem confiança de que os sistemas de água atuais estejam equipados para as exigências futuras. Crise hídrica nos EUA: dois terços dos líderes concordam que atualizações na infraestrutura são cruciais Nova York, outubro de 2025 – Nova pesquisa da Schneider Electric , líder global na transformação digital da gestão de energia e automação, revela que, embora líderes dos Estados Unidos reconheçam a necessidade urgente de gerenciamento de água mais inteligente e modernização de infraestrutura, há uma lacuna significativa e preocupante entre estratégia e execução. À medida que o setor manufatureiro dos EUA - que já responde por mais de 75% do consumo de água em 60 condados¹ - cresce em meio à relocalização e à digitalização, a demanda por água deverá se intensificar. Nesse contexto, somado ao envelhecimento dos sistemas de água, que estão cedendo à pressão, não é surpresa que 60% dos líderes acreditem que os riscos relacionados à água vão superar todas as outras ameaças à infraestrutura e dois terços concordem que as atualizações da infraestrutura hídrica em curto prazo são cruciais. Os EUA lideram o mundo em consumo de água per capita - são 1.802 galões por pessoa. Entretanto, 20% da água tratada, o que representa 7 bilhões de galões - o suficiente para abastecer Nova York por uma semana - são perdidos todos os dias por vazamentos em tubulações, de acordo com o Instituto de Pesquisa de Sustentabilidade da Schneider Electric. Com 260.000 rompimentos de adutoras por ano - um a cada dois minutos -, o custo financeiro e operacional está aumentando, impactando as concessionárias em US$ 6,4 bilhões² em receita perdida e as cidades em US$ 2,6 bilhões¹ em reparos anualmente. “ A água não é somente essencial para a vida - é a espinha dorsal da força econômica dos Estados Unidos. Atualmente, os EUA enfrentam uma grave crise hídrica impulsionada pela redução do fornecimento e por uma infraestrutura obsoleta ”, afirma Sophie Borgne, presidente do Segmento de Água e Meio Ambiente da Schneider Electric. “ A gestão eficaz da água não é uma tarefa fácil, agravada pelas pressões climáticas e populacionais, mas temos uma oportunidade clara e uma responsabilidade coletiva de adotar a automação e estratégias hídricas mais inteligentes para evitar colocar em risco o crescimento econômico e a resiliência urbana .” Desconexão entre estratégia e ação Baseado em insights de mais de 200 tomadores de decisão dos EUA e realizado em parceria com a empresa de pesquisa B2B NewtonX, o estudo mostra que, apesar do amplo reconhecimento dos riscos, a execução está atrasada. Ao mesmo tempo em que nove em cada dez líderes municipais e seis em cada dez líderes empresariais relatam ter uma estratégia hídrica, apenas uma pequena fração a implementa integralmente. Um em cada dez líderes segue consistentemente planos inteligentes de água, citando restrições orçamentárias, pressões operacionais e falta de dados em tempo real como principais barreiras. Preocupações com a segurança cibernética também são importantes, com 25% dos líderes preocupados com as vulnerabilidades do sistema. A pesquisa ainda revela a diferença entre prioridades. Os prefeitos classificam a gestão da água como prioridade média, ao passo que os líderes empresariais não a veem como prioridade, voltando seus esforços para a redução de custos com foco adicional em inteligência artificial (IA) e transformação digital. Soluções digitais geram ROI, mas barreiras impedem o progresso Detecção de vazamentos e gêmeos digitais, por exemplo, geram benefícios comprovados. Estas tecnologias inteligentes proporcionam uma economia de 5% a 10% para quase metade dos líderes municipais e 40% dos executivos empresariais. Modelos de balanço hídrico baseados em IA são capazes de ajudar organizações a identificar até 60% da água não contabilizada e direcioná-la para reuso. No entanto, os esforços de modernização continuam enfrentando múltiplos desafios. Restrições orçamentárias, riscos de segurança cibernética e complexidades operacionais permanecem como as principais barreiras à adoção. Gestores municipais citam lacunas de conhecimento, enquanto o setor privado lida com prioridades conflitantes que impedem o progresso. Conroe, Texas: projeto para resiliência Em 2024, Conroe, no Texas - uma das cidades de crescimento mais rápido dos EUA - anunciou uma modernização de infraestrutura de US$ 50 milhões que inclui a implementação da solução aberta e definida por software da Schneider Electric - o EcoStruxure Automation Expert - para automatizar 19 estações de tratamento de água. A colaboração estabelece um novo padrão para infraestrutura escalável e preparada para o futuro, demonstrando como a transformação digital pode permitir um abastecimento de água mais resiliente e proteger contra a volatilidade climática. A Schneider Electric está ajudando cidades e empresas a digitalizar a infraestrutura hídrica – transformando-a de um risco oculto em uma vantagem estratégica. De soluções de detecção de vazamentos em tempo real a gêmeos digitais que simulam e otimizam o fluxo de água, as tecnologias inteligentes da Schneider reduzem perdas, aumentam a confiabilidade e fortalecem a performance operacional. Metodologia A pesquisa foi encomendada pela Schneider Electric e conduzida pela NewtonX, empresa líder em pesquisas B2B. O levantamento foi realizado em agosto de 2025 visando entender as prioridades estratégicas relacionadas à gestão e à infraestrutura hídrica entre líderes de empresas nos Estados Unidos. O estudo entrevistou um total de 201 líderes, divididos em dois grupos: 159 líderes empresariais seniores (nível de diretoria ou superior) de grandes empresas (com mais de 1.000 funcionários) em setores-chave como Energia e Química, Ciências da Vida e Farmacêutico, e Utilidades/Infraestrutura Pública e outros 42 líderes de governos municipais e estaduais dos EUA com responsabilidade direta sobre a infraestrutura, planejamento e operações públicas. ¹Estudo de referência: Making Every Drop Count: Water Scarcity in Manufacturing . Sobre a Schneider Electric Nosso propósito é criar impacto , capacitando todos para que aproveitem ao máximo nossa energia e recursos , unindo progresso e sustentabilidade. Na Schneider Electric, chamamos isso de “Life Is On” . Nossa missão é sermos o seu parceiro de confiança em sustentabilidade e eficiência . Somos líderes globais em tecnologia industrial , levando expertise e know-how em eletrificação, automação e digitalização para indústrias inteligentes, além de infraestruturas resilientes, data centers preparados para o futuro, edifícios inteligentes e residências intuitivas. Com base em nossa ampla experiência no mercado, fornecemos soluções integradas de internet das coisas (IoT) industrial com inteligência artificial (IA), cobrindo todo o ciclo de vida, assim como automação, software e serviços conectados, entregando gêmeos digitais (digital twins) para permitir o crescimento lucrativo para nossos clientes . Somos uma empresa de pessoas com um ecossistema de 150 mil colaboradores e mais de um milhão de parceiros que operam em mais de 100 países para garantir a proximidade com os nossos clientes e partes interessadas. Abraçamos a diversidade e a inclusão em tudo o que fazemos, guiados pelo nosso propósito significativo de um futuro sustentável para todos . Crise hídrica nos EUA: dois terços dos líderes concordam que atualizações na infraestrutura são cruciais
- MP 1.304 reacende debate sobre encargos, subsídios e futuro da geração distribuída no Brasil
A Medida Provisória 1.304 abre nova discussão sobre encargos e subsídios no setor elétrico, colocando a geração distribuída no Brasil diante de desafios regulatórios e oportunidades para o avanço do armazenamento e da abertura do Mercado Livre de energia. MP 1.304 reacende debate sobre encargos, subsídios e futuro da geração distribuída no Brasil Nova MP traz incertezas e oportunidades para o setor elétrico A Medida Provisória 1.304 , publicada pelo governo federal, voltou a acender o debate em torno da sustentabilidade financeira da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e dos rumos da geração distribuída (GD) no país. A proposta cria um novo encargo setorial e promete alterar a dinâmica de subsídios e custos no sistema elétrico brasileiro um tema que há anos divide agentes, investidores e consumidores. Segundo especialistas ouvidos pelo EnergyChannel , a MP tem potencial de reconfigurar o equilíbrio entre incentivo à energia solar e responsabilidade tarifária. Por outro lado, a falta de clareza sobre seus impactos práticos pode reabrir discussões sensíveis do Marco Legal da Geração Distribuída, aprovado em 2022. Entenda o que muda com a MP 1.304 A medida propõe criar um novo mecanismo de financiamento para a CDE, que hoje concentra recursos destinados a programas como subsídios à tarifa social, universalização do acesso e compensações regionais.Com a nova contribuição, o governo busca diluir custos entre diferentes segmentos do mercado elétrico , incluindo consumidores livres, distribuidores e autoprodutores. Na prática, a mudança pode afetar a previsibilidade regulatória de quem investe em sistemas solares fotovoltaicos e projetos de geração descentralizada justamente o setor que mais cresceu nos últimos cinco anos, impulsionado por políticas de incentivo e avanços tecnológicos. Geração distribuída no Brasil: avanços e novos desafios A geração distribuída no Brasil ultrapassou em 2025 a marca de 29 GW instalados , com mais de 3 milhões de sistemas conectados à rede, segundo dados da Aneel. O modelo consolidou o país entre os líderes mundiais em adoção de energia solar em telhados e pequenas usinas. Entretanto, o rápido crescimento também trouxe pressões sobre o sistema de compensação de créditos , que vem sendo revisto para equilibrar custos entre os consumidores com e sem geração própria. A MP 1.304 reacende essa discussão ao questionar o modelo de subsídios cruzados , em que parte da conta de energia é redistribuída entre diferentes grupos. “O setor vive um ponto de inflexão. Precisamos encontrar um equilíbrio entre promover a transição energética e garantir sustentabilidade econômica e previsibilidade regulatória”, comenta um executivo de uma distribuidora ouvido pela reportagem. Armazenamento e mercado livre ganham protagonismo Entre as oportunidades trazidas pela nova medida, está o avanço de soluções de armazenamento e a expansão do Mercado Livre de energia para consumidores de menor porte. Com a redução dos custos das baterias e a evolução das regras de comercialização, cresce o interesse de empresas e residências em associar geração solar a sistemas híbridos , capazes de reduzir picos de demanda e melhorar a gestão de energia. A abertura gradual do Mercado Livre também cria um ambiente mais competitivo e dinâmico, onde novos modelos de negócio como comunidades de energia e microrredes podem florescer com mais autonomia. O futuro da GD depende de estabilidade regulatória Embora a MP 1.304 ainda precise ser debatida no Congresso, sua simples publicação já sinaliza que o modelo atual de financiamento do setor elétrico será revisto .Para o setor solar e de geração distribuída, o desafio será manter a confiança dos investidores e consumidores , garantindo que a transição para uma matriz mais limpa não seja freada por incertezas de curto prazo. A evolução da geração distribuída no Brasil dependerá, portanto, de regras claras, previsibilidade e incentivo à inovação pilares essenciais para consolidar o país como referência em energia renovável e descentralizada. MP 1.304 reacende debate sobre encargos, subsídios e futuro da geração distribuída no Brasil
- Opep+ amplia produção e mercado volta a cogitar petróleo a US$ 50 por barril
Opep+ amplia produção e mercado volta a cogitar petróleo a US$ 50 por barril Aumento na produção da Opep+ e avanço em negociações internacionais reacendem especulações sobre uma possível queda no preço do petróleo para a faixa dos US$ 50 por barril até 2026. Entenda os fatores que pressionam o mercado. Mercado global reage à nova ofensiva da Opep+ O cenário global de energia vive mais uma reviravolta. A Opep+ anunciou neste domingo (5) que elevará sua produção de petróleo em 137 mil barris por dia a partir de novembro , intensificando o fluxo de oferta no mercado internacional. O movimento, semelhante ao ajuste feito em outubro, marca uma mudança estratégica importante do grupo, que agora adota uma postura mais agressiva para reconquistar participação de mercado . Essa decisão reforça a tendência de maior competição entre os principais produtores globais , em um momento em que a demanda dá sinais de enfraquecimento, especialmente diante de perspectivas econômicas mais cautelosas nos Estados Unidos, China e Europa. Pressão nos preços: analistas veem barril a US$ 50 em 2026 Com a ampliação da oferta e a desaceleração da demanda , analistas do setor começam a projetar um cenário de queda mais acentuada nos preços internacionais. A possibilidade de o barril de Brent recuar para a faixa dos US$ 50 até 2026 já aparece no radar de bancos e consultorias de energia. Na última sexta-feira (3), o Brent fechou a US$ 64,53 , acumulando queda de 6,78% na semana. O WTI , referência nos Estados Unidos, encerrou a US$ 60,88 , com perdas de 7,36% no mesmo período. Tensões geopolíticas e novos produtores aumentam a incerteza Outro fator que contribui para o enfraquecimento das cotações é o avanço das negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza , após o Hamas sinalizar aceitação ao plano de paz proposto pelos Estados Unidos. O cenário geopolítico mais estável tende a reduzir o risco percebido pelos investidores, o que diminui o prêmio de guerra embutido nos preços do petróleo . Paralelamente, o mercado também sente o impacto da expansão da produção fora da Opep+ , com destaque para Guiana, Argentina, Canadá e Brasil , que têm impulsionado suas exportações e contribuído para um ambiente de sobreoferta global . O que esperar daqui para frente O aumento da produção da Opep+ representa um teste de força entre o cartel e os novos players do mercado. Caso o consumo mundial não acompanhe o ritmo de crescimento da oferta, o setor pode enfrentar um ciclo prolongado de preços mais baixos — cenário que afetaria investimentos em exploração e projetos de transição energética. Por outro lado, se o crescimento econômico global se recuperar em 2026, parte dessa pressão poderá ser absorvida, estabilizando os preços em torno dos US$ 60 por barril . Conclusão A estratégia da Opep+ de aumentar gradualmente sua produção sinaliza uma tentativa de reconsolidar influência no mercado global de petróleo , mas traz consigo o risco de empurrar os preços para patamares não vistos desde a pandemia . O equilíbrio entre oferta, demanda e estabilidade geopolítica será determinante para definir o rumo do setor nos próximos meses. 📰 EnergyChannel Portal internacional de notícias especializado em energia, sustentabilidade, mobilidade e construção inovadora. Opep+ amplia produção e mercado volta a cogitar petróleo a US$ 50 por barril
- Hidrogênio verde e neoindustrialização, o Brasil pronto para liderar uma nova revolução energética!
Por Laís Víctor – Especialista em energias renováveis e Diretora executiva Hidrogênio verde e neoindustrialização, o Brasil pronto para liderar uma nova revolução energética! O mundo vive uma corrida histórica em direção à descarbonização, e cada país busca definir qual será o seu papel na nova economia de baixo carbono. Entre as várias tecnologias em disputa, o hidrogênio verde (H2V) emerge como uma das peças mais promissoras e estratégicas. Ele não é apenas uma fonte de energia alternativa, mas um vetor capaz de redefinir indústrias inteiras, criar cadeias produtivas inovadoras e atrair bilhões em investimentos. O Brasil, dono de uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta e de abundância natural incomparável em sol, vento e água, encontra-se diante de uma oportunidade única. A pergunta é clara: seremos protagonistas dessa revolução, construindo valor e tecnologia dentro de casa, ou ficaremos limitados ao papel de exportadores de commodities energéticas? Para que essa decisão se materialize, o país precisa assumir uma agenda sólida de neoindustrialização verde, capaz de estruturar cadeias locais de valor, estimular P&D, criar empregos qualificados e posicionar o Brasil como referência mundial. A seguir, analiso as vantagens competitivas já existentes, os desafios que ainda precisam ser enfrentados e os exemplos internacionais que podem iluminar o caminho. O Brasil já possui vantagens estruturais O ponto de partida para compreender o potencial do Brasil no hidrogênio verde é observar suas bases energéticas. Em 2024, a matriz elétrica nacional alcançou 88,2% de renovabilidade, resultado da consolidação das fontes hídrica, eólica e solar como pilares da geração elétrica, segundo dados da Agência Gov. Esse é um diferencial significativo em relação a outros países industrializados, onde a dependência de combustíveis fósseis ainda é predominante. De acordo com a ANEEL, o país também ultrapassou a marca de 200 GW de capacidade instalada, impulsionado principalmente pela rápida expansão das usinas solares, que vêm se multiplicando em todas as regiões. Essa diversificação fortalece a segurança energética e amplia a resiliência do sistema elétrico. Além disso, a matriz brasileira segue majoritariamente limpa, composta por aproximadamente 55% de hidrelétricas, 14,8% de eólica e 8,4% de biomassa, enquanto o uso de fontes fósseis (gás natural, óleo e carvão) ocupa uma fatia cada vez menor. Quando ampliamos a análise para o balanço energético total, o Brasil continua se destacando. Em 2023, as fontes renováveis representaram 49,1% da Oferta Interna de Energia (OIE), segundo a Agência Gov, um marco que reforça a posição do país como líder mundial na transição para fontes sustentáveis. Esse cenário não apenas demonstra a força da matriz, mas também evidencia a vantagem competitiva brasileira diante da corrida global pela descarbonização. Esses indicadores criam um ambiente extremamente favorável: com abundância de energia limpa, disponibilidade de recursos naturais e custos de geração cada vez mais competitivos, o Brasil já desponta entre os poucos países capazes de produzir hidrogênio verde em larga escala a preços atrativos. Projeções da BloombergNEF indicam que o custo da produção brasileira de H2V pode chegar a US$ 1,47 por quilo até 2030, colocando o país em posição privilegiada para atender tanto a demanda interna quanto os mercados internacionais. Hidrogênio verde e neoindustrialização, o Brasil pronto para liderar uma nova revolução energética! Hidrogênio como vetor de descarbonização industrial Um dos maiores desafios da transição energética global é descarbonizar setores de difícil abatimento de emissões, conhecidos como indústrias de base pesada ( hard-to-abate sectors ). Nessa lista estão a siderurgia, a produção de fertilizantes, a indústria química e o transporte de cargas pesadas em longa distância. Essas áreas são responsáveis por uma parcela significativa das emissões de gases de efeito estufa no mundo e, em muitos casos, não podem ser descarbonizadas apenas pela eletrificação direta. É nesse ponto que o hidrogênio verde (H2V) se apresenta como um verdadeiro divisor de águas, oferecendo soluções tecnológicas capazes de transformar cadeias produtivas inteiras. Na siderurgia, por exemplo, o hidrogênio pode substituir o carvão mineral ou o coque vegetal como agente redutor nos altos-fornos, resultando no chamado “aço verde”. Essa inovação é estratégica porque o setor siderúrgico é hoje um dos maiores emissores industriais de CO₂ no planeta. Países da Europa, pressionados por políticas climáticas rígidas, já iniciaram projetos-piloto em escala industrial para testar essa tecnologia, e clientes globais começam a valorizar produtos com menor pegada de carbono. Para o Brasil, grande produtor de minério de ferro e com vocação exportadora, essa rota representa uma oportunidade única de agregar valor ao produto final, evitando que o país continue preso ao papel de mero exportador de commodities minerais. Na produção de fertilizantes, a amônia verde – sintetizada a partir do hidrogênio verde – vem ganhando protagonismo no debate internacional. Segundo análise publicada pela Revista FT , essa cadeia desperta crescente interesse de mercados que buscam reduzir emissões em suas bases agrícolas e industriais. A Europa e a Ásia já estudam contratos de importação de amônia verde em larga escala, justamente para descarbonizar setores intensivos em insumos agrícolas e químicos. Para o Brasil, que é um dos maiores consumidores de fertilizantes do mundo e ao mesmo tempo fortemente dependente de importações, investir nessa rota tecnológica pode não apenas abrir portas para exportação, mas também reforçar a soberania energética e agrícola nacional. O setor de transporte pesado também desponta como um campo fértil para aplicação do hidrogênio. Enquanto veículos leves podem ser atendidos pela eletrificação via baterias de íon-lítio, os modais de grande porte – caminhões de longa distância, ônibus rodoviários, trens e até navios – enfrentam barreiras relacionadas à densidade energética das baterias. Nesse contexto, as células a combustível de hidrogênio surgem como alternativa promissora, já em fase de testes em corredores logísticos internacionais. Países como Japão e Alemanha investem pesadamente em frotas de ônibus movidos a hidrogênio, e grandes montadoras globais anunciam protótipos de caminhões com essa tecnologia. O Brasil, como país continental, com transporte de cargas altamente dependente do modal rodoviário, teria ganhos expressivos se apostar em corredores verdes de hidrogênio em rotas estratégicas de exportação agrícola e industrial. Assim, o hidrogênio verde não deve ser visto apenas como mais uma fonte energética, mas como uma ponte estratégica entre a matriz elétrica renovável e as indústrias que não podem ser eletrificadas diretamente. Ele é o elo que conecta o potencial limpo da energia solar, eólica e hídrica brasileira com a realidade concreta de setores industriais intensivos em carbono. E, mais importante, é o instrumento que pode transformar desafios climáticos em oportunidades de desenvolvimento econômico e industrial. Estratégia de neoindustrialização: P&D, regulação e capacitação Para transformar o potencial em realidade e não perder espaço na corrida global pelo hidrogênio verde, o Brasil precisa construir não apenas projetos pontuais, mas uma estratégia de Estado que seja consistente, de longo prazo e capaz de articular setor público, iniciativa privada, universidades e investidores internacionais. Essa estratégia deve estar alinhada à agenda de neoindustrialização verde, que vai muito além da simples exportação de moléculas energéticas. Trata-se de estruturar cadeias produtivas completas, gerar empregos qualificados, atrair indústrias de base e posicionar o país como hub tecnológico global. Três eixos centrais são fundamentais para dar sustentação a essa visão: 1. Incentivo robusto a P&D e inovação A pesquisa e o desenvolvimento tecnológico (P&D) são a base de qualquer política industrial sólida em setores emergentes. O Brasil já demonstra passos importantes nesse sentido. Em 2025, o país obteve a 1ª colocação entre 26 países participantes em uma chamada internacional de hubs de hidrogênio, o que abre caminho para a captação de recursos concessionais da ordem de US$ 250 milhões voltados para apoiar projetos de H2V e acelerar a descarbonização industrial. Essa conquista não apenas confere visibilidade, mas demonstra capacidade institucional de liderar a agenda em escala global. Para além do acesso a recursos, é fundamental que o país invista em mapear rotas de produção regionais, identificando vocações energéticas específicas (como o potencial eólico no Nordeste ou a solar no Centro-Oeste), e que estabeleça centros de eletrolisadores e inovação aplicada. Essa integração deve estar ancorada em parcerias com universidades, institutos de pesquisa e empresas do setor. Como destaca estudo do Ipea, o fortalecimento de ecossistemas locais de inovação é decisivo para evitar que o Brasil fique restrito ao papel de exportador e consiga, de fato, internalizar tecnologia, gerar know-how e criar valor. 2. Regulação clara, incentivos e segurança jurídica Nenhum investidor colocará capital em projetos de grande porte sem previsibilidade regulatória. A ausência de um marco legal específico é hoje um dos maiores gargalos ao desenvolvimento do mercado de hidrogênio no Brasil. É urgente avançar em legislações como o PL 725/2022, que busca inserir o hidrogênio de forma explícita na matriz energética nacional e reconhecê-lo como combustível estratégico. Além disso, o Brasil precisa criar mecanismos claros de estímulo ao mercado: incentivos fiscais específicos, linhas de crédito verde com juros diferenciados, mecanismos de garantia de compra (os chamados offtake agreements ) e até mesmo leilões dedicados ao hidrogênio e seus derivados. Essas ferramentas já são aplicadas em outros países para viabilizar economicamente os primeiros grandes projetos, reduzindo riscos e atraindo capital privado. Sem um ambiente regulatório estável e atrativo, dificilmente o Brasil conseguirá competir com hubs internacionais que já oferecem pacotes robustos de incentivos e segurança jurídica. 3. Capacitação técnica e formação de mão de obra (a expandir depois) (O próximo passo seria trabalhar esse terceiro eixo sobre qualificação profissional e educação técnica de forma igualmente detalhada, para fechar a tríade P&D, regulação e capacitação). 4. Formação e qualificação técnica Sem mão de obra habilitada, projetos em escala vão enfrentar grave escassez de profissionais. É vital desenvolver programas de formação técnica e universitária focados nas etapas da cadeia: operação de eletrolisadores, sistemas de compressão, transporte, armazenamento e manutenção. A articulação entre indústria, governo e instituições de ensino superior será decisiva para formar um “polo nacional de competências em hidrogênio”. Casos internacionais que inspiram O hidrogênio verde já não é apenas um conceito em estudos acadêmicos ou protótipos de laboratório. Em várias partes do mundo, ele se transformou em política de Estado, com investimentos bilionários, marcos regulatórios definidos e estratégias industriais que conectam inovação, geração de empregos e competitividade global. Alguns exemplos se destacam e servem de referência para o Brasil. No Chile, o governo vem apostando de forma ousada em projetos localizados no Deserto do Atacama, uma das regiões com maior índice de irradiação solar do planeta. A ideia é aproveitar esse diferencial para produzir hidrogênio a custos extremamente competitivos e consolidar o país como exportador de moléculas limpas para mercados exigentes, como o europeu e o asiático. Além da abundância solar, o Chile estruturou uma política clara de atração de investimentos, estabelecendo metas de produção e criando um plano nacional para hidrogênio verde, o que aumenta a confiança dos investidores internacionais. A Alemanha, por sua vez, assume uma posição distinta, mas igualmente estratégica. Reconhecendo que não dispõe de recursos renováveis suficientes para atender sua própria demanda, o país optou por se tornar um importador global de hidrogênio. Para isso, investe em acordos bilaterais e parcerias com países produtores, inclusive no Brasil, além de financiar o desenvolvimento tecnológico doméstico para uso do H2 em setores industriais e de transporte. Essa postura pragmática mostra que, mesmo sem vantagens naturais, é possível se posicionar como liderança global com base em política externa ativa e visão de longo prazo. O Japão é outro caso emblemático. Pioneiro na criação de uma estratégia nacional de hidrogênio — a Basic Hydrogen Strategy — o país estabeleceu metas claras para uso da molécula em setores de mobilidade e energia. Ônibus, caminhões e até mesmo frotas de veículos leves movidos a célula a combustível já circulam em cidades japonesas. Além disso, o governo incentiva projetos-piloto em geração elétrica com hidrogênio e fomenta parcerias internacionais para garantir fornecimento seguro. O Japão demonstra como a clareza de metas e investimentos consistentes em P&D podem acelerar a entrada de novas tecnologias no cotidiano da população. Esses exemplos têm um ponto em comum: onde há compromisso regulatório, estratégia de longo prazo e políticas consistentes de incentivo, o hidrogênio verde deixa de ser promessa distante e se converte em motor real de competitividade econômica. Para o Brasil, observar essas experiências não significa copiá-las, mas sim adaptar as melhores práticas às suas condições singulares uma matriz elétrica já predominantemente renovável e uma abundância de recursos naturais que poucos países possuem. Desafios a serem superados Se o Brasil apresenta vantagens competitivas inquestionáveis para liderar a agenda do hidrogênio verde, também é verdade que existem barreiras relevantes a serem enfrentadas. Ignorá-las seria subestimar a complexidade dessa transição. O sucesso do H2V no país dependerá da capacidade de superar quatro grandes desafios estruturais. O primeiro deles é o custo de produção. Embora o Brasil tenha uma matriz elétrica limpa e abundante, a produção de hidrogênio em escala comercial ainda envolve altos custos de investimento (CAPEX) em eletrolisadores e sistemas de purificação. Além disso, é necessário garantir acesso contínuo a fontes renováveis com alta disponibilidade, para evitar períodos de intermitência que possam comprometer a competitividade. A redução desses custos depende tanto da inovação tecnológica quanto de políticas de incentivo que viabilizem os primeiros grandes projetos. Outro desafio está na infraestrutura de transporte e logística. Para consolidar o hidrogênio como commodity global, será preciso investir em gasodutos, unidades de liquefação, plantas de amônia verde e portos adaptados para exportação. Sem essa infraestrutura, mesmo que a produção avance, haverá dificuldades em escoar a oferta para os mercados consumidores, sobretudo a Europa e a Ásia. Planejar essa rede logística desde já é essencial para não transformar uma vantagem natural em um gargalo estrutural. A concorrência internacional também é um ponto de atenção. Países como Chile, Arábia Saudita e Austrália já se posicionam agressivamente como hubs globais de produção e exportação de hidrogênio, com pacotes robustos de incentivos e infraestrutura em rápida expansão. Isso significa que o Brasil não pode se dar ao luxo de avançar lentamente. A disputa por investimentos e contratos de fornecimento já começou, e quem chegar primeiro ocupará os mercados mais estratégicos. Por fim, há o tema do escalonamento e financiamento. Projetos de hidrogênio verde em grande porte demandam bilhões de dólares em investimento, exigindo não apenas robustez financeira, mas também estabilidade regulatória. Nenhum investidor se arriscará em um setor sem clareza sobre regras, tributação, incentivos e garantias de demanda. Criar um ambiente de confiança é tão importante quanto a própria tecnologia. Apesar de todos esses obstáculos, o Brasil já mostra sinais de liderança. O país foi destaque em chamadas internacionais para hubs de hidrogênio e poderá acessar fundos internacionais de até US$ 250 milhões para apoiar projetos voltados à descarbonização industrial. Esse reconhecimento internacional é uma prova de que temos potencial, mas também um alerta de que precisamos agir rápido para não desperdiçar uma janela de oportunidade que pode não se repetir. O momento do Brasil é agora O Brasil não pode se contentar em ser apenas um exportador de moléculas de hidrogênio verde. Temos todos os fatores para ir muito além: uma matriz elétrica majoritariamente renovável, abundância de recursos naturais, experiência acumulada em energias limpas e uma visibilidade internacional que nos coloca no centro da transição energética global. Mas, se quisermos de fato assumir protagonismo, precisamos transformar essa vantagem comparativa em uma estratégia de Estado para a neoindustrialização verde. Isso significa atrair indústrias, desenvolver tecnologia nacional, formar mão de obra altamente qualificada e garantir que o hidrogênio seja um vetor de valor agregado, e não apenas uma commodity a ser exportada. É nesse ponto que reside a minha convicção: o hidrogênio verde não é apenas uma solução climática, ele pode ser o motor de uma nova revolução industrial no Brasil, capaz de reposicionar o país nas cadeias globais de valor e gerar desenvolvimento de longo prazo. O desafio é, de fato, gigantesco. Mas se não aproveitarmos agora essa janela histórica, corremos o risco de ver outros países ocuparem o espaço que naturalmente poderia ser nosso. O Brasil tem nas mãos a oportunidade de escrever um novo capítulo da sua história energética e industrial. E, na minha opinião, não se trata de “se” vamos trilhar esse caminho, mas de “quando” teremos coragem política e visão estratégica para fazê-lo. Sobre a autora Laís Víctor é especialista em energias renováveis e diretora executiva de parcerias, com 14 anos de atuação no setor de energia. Sua atuação inclui o desenvolvimento de negócios, estruturação de alianças estratégicas e apoio à atração de investimentos para projetos de transição energética, com foco na construção de ecossistemas sustentáveis e inovação no mercado global de renováveis. Hidrogênio verde e neoindustrialização, o Brasil pronto para liderar uma nova revolução energética!
- Usinas Solares Flutuantes e Mudanças Climáticas: Segurança Estrutural é Desafio e Oportunidade
Usinas solares flutuantes Usinas Solares Flutuantes e Mudanças Climáticas: Segurança Estrutural é Desafio e Oportunidade Com o avanço das mudanças climáticas, cresce a preocupação com a segurança estrutural das usinas solares flutuantes. O EnergyChannel analisa as soluções da Apollo, que desenvolveu um sistema projetado para resistir a ventos extremos, ondas e impactos, elevando o padrão global de confiabilidade em energia solar sobre a água. A nova fronteira da energia solar sobre a água As usinas solares flutuantes estão emergindo como uma das tecnologias mais promissoras da transição energética global. Instaladas sobre reservatórios, lagos e represas, elas aproveitam áreas não utilizadas e reduzem a evaporação da água, além de melhorar a eficiência dos painéis fotovoltaicos devido ao resfriamento natural da superfície aquática. Mas à medida que os eventos climáticos extremos se intensificam ventos violentos, tempestades tropicais e variações de maré, cresce também a dúvida: até que ponto esses sistemas estão preparados para enfrentar as novas condições climáticas globais? Risco climático e segurança dos flutuantes Nos últimos anos, circularam imagens de usinas flutuantes severamente danificadas após episódios de ventos acima de 100 km/h em diferentes partes do mundo. Em muitos desses casos, o problema não estava na geração fotovoltaica, mas na estrutura de flutuação e ancoragem , que não resistiu às forças de tração e compressão provocadas pelas ondas e correntes. Segundo especialistas ouvidos pelo EnergyChannel , o desafio da engenharia agora é combinar eficiência energética e segurança estrutural , garantindo operação estável mesmo sob condições meteorológicas extremas. Apollo: engenharia de resistência e flutuabilidade avançada Entre as empresas que buscam redefinir esse padrão está a Apollo , que desenvolveu um sistema flutuante com uma estrutura mecânica radicalmente diferente das soluções tradicionais. O principal diferencial está no preenchimento com EPS (poliestireno expandido) , um material patenteado que torna os flutuantes rígidos e insubmergíveis , ampliando significativamente a resistência mecânica à tração e à compressão. Essa característica confere ao sistema uma vida útil superior a 30 anos , mesmo em ambientes com alta salinidade, ventos fortes e variações de nível da água. Bieletas e estrutura metálica: inovação em união e estabilidade Enquanto a maioria das usinas flutuantes utiliza orelhas plásticas e parafusos para conectar módulos, o sistema Apollo adota bieletas de união patenteadas — componentes que podem ser metálicos ou plásticos, dependendo do grau de resistência exigido.Essas bieletas funcionam como coxins estruturais , absorvendo o estresse provocado por ventos e correntes, preservando a integridade da ilha fotovoltaica. Além disso, a estrutura que sustenta os painéis é feita em alumínio de alta resistência mecânica , projetada para manter a altura e angulação ideais dos módulos e maximizar o ganho bifacial , potencializado pela superfície branca dos flutuantes. Anel metálico: defesa contra ventos, ondas e descargas elétricas Outro elemento que diferencia o sistema Apollo é o anel metálico periférico que circunda cada ilha solar.Essa solução cumpre múltiplas funções: Reforça a estrutura contra ventos e ondas intensas; Distribui a carga dos cabos de ancoragem por toda a plataforma; Atua como para-choque contra troncos, embarcações e detritos; Serve como ponto seguro de aterramento para os equipamentos elétricos; Acomoda o sistema de fibra óptica responsável pela detecção e alerta antecipado de invasões ou anomalias. Esses elementos combinados transformam o projeto em uma ilha fotovoltaica inteligente e autossustentável , preparada para operar com segurança máxima diante das mudanças climáticas . O futuro das usinas solares flutuantes À medida que o mercado global de energia solar flutuante cresce com projetos cada vez maiores na Ásia, Europa e América Latina, a segurança dos sistemas se consolida como fator central para atrair investidores e garantir estabilidade operacional de longo prazo. A Apollo aposta em engenharia e inovação para entregar uma resposta clara a essa demanda: flutuantes projetados para resistir ao imprevisível , combinando robustez, desempenho e sustentabilidade. Conclusão As mudanças climáticas exigem uma nova geração de soluções flutuantes mais seguras, duráveis e inteligentes.Enquanto o setor avança, tecnologias como a da Apollo apontam para um caminho em que a energia solar sobre a água não apenas produz eletricidade limpa, mas também redefine padrões de segurança, engenharia e confiabilidade ambiental . Usinas Solares Flutuantes e Mudanças Climáticas: Segurança Estrutural é Desafio e Oportunidade
- A revolução elétrica que o Brasil insiste em perder
Com a COP30 às portas, o país tem a chance de liderar a transição energética global — mas precisa agir agora A revolução elétrica que o Brasil insiste em perder Por Daniel Pansarella 04 de outubro de 2025 A eletrificação da frota global deixou de ser uma promessa futurista para se tornar realidade econômica. Mais de 17 milhões de veículos elétricos foram vendidos em 2024, com participação de mercado superior a 20% em diversos países. Enquanto China, Europa e até os Estados Unidos — apesar dos tropeços recentes — definem suas estratégias, o Brasil assiste de camarote a uma revolução que poderia ter seu nome escrito em letras garrafais. O país tem tudo para ser protagonista: matriz elétrica limpa, abundância de recursos solares, mercado interno robusto e uma indústria automotiva consolidada. Mas falta o essencial: vontade política e visão de longo prazo. Com a COP30 marcada para novembro em Belém, o Brasil tem uma janela de oportunidade histórica. A questão é: vamos aproveitá-la ou deixar passar mais uma vez? O que o mundo está fazendo (e nós não) A China não brinca em serviço. O país cresceu 40% nas vendas de veículos elétricos em 2024 e ultrapassou 50% de participação de mercado em três meses do ano. O segredo? Planejamento de Estado, subsídios robustos e metas obrigatórias. O programa de "trade-in" renovado para 2025 oferece até US$ 2.730 para quem trocar um carro velho por um elétrico. As metas são agressivas: 48% de vendas de VEs em 2026 e 58% em 2027. A Europa, por sua vez, mostra o que acontece quando se perde a coragem. A Alemanha encerrou seus subsídios abruptamente em dezembro de 2023 e viu as vendas despencarem 50% no mês seguinte. A participação de mercado dos elétricos recuou de 18,5% para 13,5% em um ano. A lição é clara: incentivos funcionam, mas precisam ser consistentes. Descontinuar políticas de forma abrupta é um tiro no pé. Os Estados Unidos vivem agora o drama alemão. O fim dos créditos fiscais federais de até US$ 7.500 em outubro de 2025 deve derrubar as vendas de VEs em até 40% até 2030. Sem coordenação federal e com apenas alguns estados mantendo incentivos próprios, o país corre o risco de perder uma década na transição energética. América Latina: os vizinhos estão saindo na frente Enquanto o Brasil patina, a América Latina mostra que é possível avançar mesmo com recursos limitados. O Chile lidera com folga: Santiago tem a maior frota de ônibus elétricos da região e a segunda maior do mundo, atrás apenas da China. A meta é clara: 40% dos carros de passeio e 100% do transporte público elétricos até 2050. A Argentina, mesmo com sua instabilidade crônica, eliminou tarifas de importação para até 50.000 veículos elétricos em 2025. A Colômbia aderiu à Declaração de Veículos Zero Emissão e regulamentou a micromovilidade. O México oferece dedução fiscal de 86% para investimentos em VEs e estabeleceu a meta de eliminar veículos fósseis até 2035. E o Brasil? Temos o Programa MOVER, aprovado em 2024, que prevê R$ 3,8 bilhões em incentivos para 2025 — uma fração do que China e Europa investem. O programa criou o IPI Verde e exige limites de reciclagem, mas não estabelece metas claras de eletrificação. Doze estados oferecem isenção de IPVA, mas não há política federal coordenada para infraestrutura de recarga ou subsídios diretos à compra. País/Região Estratégia Resultado China Subsídios agressivos, metas obrigatórias, programa de trade-in Crescimento de 40% em 2024; penetração acima de 50% Europa Benefícios fiscais fragmentados, descontinuação de subsídios Instabilidade; queda de 50% nas vendas na Alemanha EUA Fim dos créditos federais; incentivos estaduais Previsão de queda de 40% nas vendas até 2030 Chile Isenção de impostos, infraestrutura obrigatória Maior frota de ônibus elétricos da América Latina Argentina Eliminação de tarifas de importação Abertura para marcas chinesas; preços ainda altos Colômbia Lei 1964/2019; adesão à Declaração Zero Emissão Crescimento nas vendas; regulamentação de micromovilidade México Dedução fiscal de 86%; meta de eliminar fósseis até 2035 Crescimento de 17,4% em 2025; avanço lento Brasil Programa MOVER; R$ 3,8 bi em incentivos Crescimento de 28% no 1º semestre; participação de 3,9% O trunfo brasileiro que ninguém está usando Aqui está o ponto que poucos enxergam: a eletrificação só faz sentido se a energia for limpa. De que adianta trocar o escapamento pela tomada se a eletricidade vem de termelétricas a carvão? É aí que o Brasil tem uma vantagem competitiva brutal. Com mais de 80% da matriz elétrica vinda de fontes renováveis, o país pode maximizar os ganhos ambientais da mobilidade elétrica. E tem mais: a abundância solar permite que proprietários de VEs carreguem seus carros com energia 100% limpa a custo praticamente zero após o payback do sistema fotovoltaico. A integração entre energia solar e mobilidade elétrica pode reduzir em até 70% as emissões do setor de transportes. Já existem mais de 16.880 pontos de recarga rápida no Brasil, muitos alimentados por energia solar. O potencial é gigantesco, mas falta escala. E o armazenamento de energia? Esse é o elo que faltava. O mercado brasileiro instalou 269 MWh de capacidade em 2024, crescimento de 29% em relação a 2023. A expectativa é movimentar R$ 22,5 bilhões até 2030. A ISA Energia Brasil inaugurou o primeiro sistema de armazenamento em larga escala do país, com 30 MW de potência na Subestação Registro. A tecnologia Vehicle-to-Grid (V2G), que permite aos veículos elétricos devolverem energia à rede, pode transformar a frota em uma bateria distribuída gigante. Imagine milhões de carros conectados à rede, estabilizando o sistema elétrico e gerando receita para os proprietários. Isso não é ficção científica — é tecnologia disponível hoje. COP30: a última chamada A COP30 em Belém, de 10 a 21 de novembro, não pode ser apenas mais um evento diplomático com fotos bonitas e discursos vazios. É o momento de o Brasil apresentar uma estratégia real de descarbonização do transporte, com metas claras, incentivos robustos e investimentos em infraestrutura. A proposta da coalizão empresarial já está na mesa: eletrificar 50% dos carros de passeio e 300 mil ônibus até 2050, eliminando 145 milhões de toneladas de gases de efeito estufa. O investimento necessário? R$ 40 bilhões em infraestrutura de recarga. Parece muito, mas é uma fração do que o país gasta subsidiando combustíveis fósseis. O setor de transportes responde por mais de 50% das emissões do setor de energia no Brasil, com crescimento constante desde 2018. O país não está no caminho para cumprir suas metas de 2025 e 2030 do Acordo de Paris. Pior: o Brasil ainda não aderiu à coalizão "Accelerating to Zero", que prevê 100% de vendas de veículos zero emissão até 2035. A conta que não fecha O Brasil tem todas as condições para ser líder global na economia de baixo carbono. Mas liderança não se conquista com potencial — se conquista com ação. O Programa MOVER é um começo tímido. Faltam metas específicas de eletrificação, subsídios diretos à compra, investimento federal em infraestrutura de recarga e coordenação entre estados. Enquanto isso, a China consolida sua hegemonia, a Europa tenta se reerguer e até nossos vizinhos latino-americanos avançam mais rápido. O Brasil corre o risco de chegar atrasado a uma festa que poderia estar organizando. A COP30 é a chance de mudar essa narrativa. De anunciar ao mundo que o Brasil está pronto para liderar. Que a transição energética não é apenas uma obrigação climática, mas uma oportunidade econômica. Que o futuro é elétrico, solar e brasileiro. Mas para isso, é preciso sair do discurso e partir para a ação. O relógio está correndo. E o mundo não vai esperar. Daniel Pansarella é professor de comércio exterior e negociações internacionais, especialista em transição energética e políticas de sustentabilidade. Leia também: Por que a China domina o mercado de veículos elétricos Energia solar: o combustível do futuro já está aqui COP30: o que esperar da conferência climática em Belém #MobilidadeElétrica #EnergiaSolar #COP30 #Sustentabilidade #TransiçãoEnergética #BrasilSustentável A revolução elétrica que o Brasil insiste em perder
- Google e Entergy Arkansas avançam em mega parque solar de 600 MW com armazenamento de energia
A Entergy Arkansas apresentou à Comissão de Serviços Públicos do estado um ambicioso projeto de geração renovável que pode redefinir o fornecimento energético na região. Google e Entergy Arkansas avançam em mega parque solar de 600 MW com armazenamento de energia Trata-se da construção de um parque solar de 600 MW , acompanhado por um sistema de armazenamento em bateria de 350 MW , no Condado de Jefferson. O empreendimento terá como principal consumidor o Google , que está ampliando sua infraestrutura de nuvem e inteligência artificial no Arkansas, com um pacote de investimentos estimado em US$ 4 bilhões (cerca de € 3,4 bilhões) . Energia limpa para a era da IA O novo complexo solar, batizado de Walnut Bend Solar Center , será responsável por abastecer o data center que a big tech está implantando em West Memphis . Além do projeto inédito, o suprimento energético virá também do portfólio atual da Entergy, que inclui geração e rede de transmissão já em operação. Segundo a empresa, o Google arcará com custos adicionais relacionados ao projeto, em um modelo de fornecimento que reforça a busca por contratos corporativos de energia renovável nos Estados Unidos. Laura Landreaux, presidente e CEO da Entergy Arkansas, destacou o diferencial competitivo do estado no cenário energético: “Grandes empresas de tecnologia estão olhando para o Arkansas porque oferecemos energia confiável a preços acessíveis. Nosso compromisso é manter esse padrão, ao mesmo tempo em que investimos em fontes limpas e sustentáveis”. Fundo para inclusão energética Além do fornecimento de energia renovável, o Google anunciou a criação de um Fundo de Impacto Energético de US$ 25 milhões , destinado a apoiar iniciativas de acessibilidade energética em Crittenden County e comunidades vizinhas. O objetivo é acelerar projetos que ampliem o acesso à energia limpa e promovam benefícios sociais diretos para a população local. Arkansas no mapa da transição energética A combinação de energia solar em larga escala com sistemas de armazenamento em bateria posiciona o estado como um novo polo de atração para investimentos em tecnologia e infraestrutura sustentável . O projeto também reforça uma tendência global: gigantes digitais, como Google, Amazon e Microsoft, estão firmando parcerias estratégicas com utilities regionais para garantir energia limpa no abastecimento de seus data centers, cuja demanda cresce exponencialmente com a expansão da IA generativa e da computação em nuvem . Com esse movimento, o Arkansas não apenas fortalece sua competitividade energética , mas também consolida sua imagem como destino estratégico para empresas que buscam crescer alinhadas à transição energética e à descarbonização . Google e Entergy Arkansas avançam em mega parque solar de 600 MW com armazenamento de energia
- Calor do subsolo, frescor urbano: Emirados Árabes testam resfriamento geotérmico em Masdar City
Nos Emirados Árabes Unidos, o ar-condicionado não é luxo é sobrevivência. Em pleno Golfo Pérsico, onde as temperaturas podem ultrapassar 50 °C, o resfriamento dos ambientes chega a consumir até 70% da eletricidade nacional . Esse desafio energético e climático transformou Masdar City , a cidade sustentável em construção nos arredores de Abu Dhabi, em um verdadeiro laboratório para novas soluções. Calor do subsolo, frescor urbano: Emirados Árabes testam resfriamento geotérmico em Masdar City Entre elas, uma inovação inédita no Oriente Médio: o G2COOL , primeira usina de resfriamento geotérmico da região, resultado da parceria entre a estatal ADNOC e a empresa de climatização urbana Tabreed . Diferente dos projetos geotérmicos tradicionais, voltados para geração elétrica, o G2COOL utiliza o calor subterrâneo diretamente para produzir água gelada destinada ao ar-condicionado central de Masdar City. Hoje, o sistema já cobre aproximadamente 10% da demanda de resfriamento da cidade . Como a água quente vira ar frio A lógica por trás do projeto pode parecer contraintuitiva: poços geotérmicos extraem água a temperaturas entre 80 °C e 100 °C de um aquífero profundo. Essa água, embora insuficiente para mover turbinas a vapor, é quente o bastante para acionar um sistema de resfriamento por absorção — tecnologia que substitui o compressor elétrico por calor. Nesse ciclo, o calor da água geotérmica aquece uma solução de brometo de lítio e água , separando o vapor de água que depois se condensa e resfria novamente. No processo, a água gelada alcança temperaturas próximas de 5 °C e circula por tubulações que alimentam os sistemas de ar-condicionado dos prédios. Embora o COP (Coeficiente de Performance) desse tipo de resfriador varie entre 0,6 e 0,8 , menor que os compressores elétricos tradicionais, a grande vantagem está no insumo: o calor geotérmico é gratuito e reduz drasticamente o consumo de eletricidade em uma região onde cada quilowatt economizado faz diferença. Sustentabilidade subterrânea O G2COOL não é alimentado por vulcões, mas por um aquífero quente. Para garantir a sustentabilidade do sistema, após ceder calor, a água é reinjetada no subsolo por poços específicos, mantendo a pressão e permitindo que o reservatório se recarregue naturalmente. Esse processo evita o esgotamento da fonte e pode manter a operação por décadas, desde que bem gerido. O calor residual do ciclo, em torno de 30 °C a 40 °C, não é reaproveitado — pois elevar artificialmente a temperatura antes da reinjeção reduziria a eficiência do sistema. Geotermia além da eletricidade O caso de Masdar City reforça uma tendência crescente: o uso da energia geotérmica não apenas para geração de eletricidade, mas também para aplicações térmicas diretas — seja no aquecimento de distritos urbanos em países frios ou, como no Golfo, no resfriamento de cidades inteiras. Se bem-sucedido, o projeto G2COOL pode se tornar um modelo para outras regiões áridas e quentes do planeta, mostrando que o calor da Terra também pode ser fonte de frescor urbano . Calor do subsolo, frescor urbano: Emirados Árabes testam resfriamento geotérmico em Masdar City
- Direto da Física para o Futuro: Simetria paridade-tempo promete revolucionar o carregamento sem fio
Por Redação EnergyChannel A transferência de energia sem fio, que já move celulares, fones de ouvido e começa a ganhar espaço em veículos elétricos, pode estar prestes a dar um salto tecnológico. Pesquisadores da Universidade Cidade de Hong Kong apresentaram um avanço baseado em um conceito até então restrito às páginas da física teórica: a simetria paridade-tempo. Direto da Física para o Futuro: Simetria paridade-tempo promete revolucionar o carregamento sem fio Do quadro-negro ao cotidiano A simetria PT descreve como certos sistemas se comportam quando duas transformações são aplicadas: a inversão espacial (paridade) e a inversão temporal (tempo) . Embora abstrato, o princípio mostrou-se capaz de otimizar a forma como a energia é transmitida sem fios, tornando o processo mais estável e menos suscetível a perdas. “É a prova de que ideias aparentemente distantes da prática podem redefinir tecnologias que usamos todos os dias”, destacam os pesquisadores. O ganho dispersivo: a peça que faltava O grande diferencial do estudo está no chamado ganho dispersivo – um mecanismo que ajusta automaticamente a amplificação do sinal em diferentes frequências. Na prática, o sistema consegue redirecionar a energia para as frequências mais eficientes , elevando o rendimento além dos limites conhecidos até agora. Isso resolve duas barreiras históricas do carregamento sem fio: a necessidade de ajustes extremamente delicados e a dificuldade em alcançar a eficiência máxima teórica . Impacto potencial: de carros a hospitais Se a tecnologia avançar para a escala industrial, os efeitos poderão ser profundos: Veículos elétricos recarregando em movimento, em rodovias preparadas com sistemas de transmissão. Drones e robôs autônomos operando sem pausas para abastecimento de bateria. Equipamentos médicos implantáveis (como marcapassos e sensores) funcionando indefinidamente, sem necessidade de troca cirúrgica de baterias. Indústrias e cidades com menos cabos, maior eficiência e novas possibilidades de design urbano. Além de simplificar a vida cotidiana, a tecnologia promete reduzir as perdas energéticas no transporte de eletricidade, tornando o processo mais sustentável. Um passo para o futuro sem cabos O estudo ainda está em fase experimental, mas já indica um caminho viável para o próximo salto do setor energético. A integração entre teoria física e inovação prática pode levar a uma era em que a eletricidade circula com a mesma liberdade do Wi-Fi . “Estamos diante de um momento em que as fronteiras entre ciência fundamental e tecnologia aplicada se tornam cada vez mais tênues. O carregamento sem fio pode deixar de ser um recurso limitado e se transformar em uma infraestrutura invisível, presente em todos os espaços” , avalia a equipe de pesquisa. Direto da Física para o Futuro: Simetria paridade-tempo promete revolucionar o carregamento sem fio
- Reservatório de Furnas entra em faixa de atenção e terá restrição de vazão
O reservatório da usina hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais, registrou 41,46% de volume útil no fim de setembro e passou oficialmente para a faixa de atenção a partir de 1º de outubro, segundo dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A condição implica em restrições operacionais, incluindo limite na vazão mínima turbinada, com impacto direto na geração de energia e no uso múltiplo das águas da região. Reservatório de Furnas entra em faixa de atenção e terá restrição de vazão Hidrelétrica estratégica no Sudeste Com potência instalada de 1.216 MW , Furnas é considerada peça-chave no sistema elétrico do Sudeste. A redução do nível do reservatório acende um alerta para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que deverá ajustar o despacho da usina para equilibrar a segurança hídrica com a demanda de energia. O regime de vazão controlada tem como objetivo preservar o armazenamento do lago e evitar que o nível volte a cair para patamares críticos, como já ocorreu em períodos recentes de estiagem. Efeitos no entorno e no setor elétrico Além do impacto direto na geração de eletricidade, a restrição de vazão afeta atividades como turismo, pesca e irrigação em municípios do entorno do lago de Furnas. A região é conhecida por abrigar importantes polos de lazer e abastecimento agrícola, o que aumenta a relevância das decisões de gestão do reservatório. No setor elétrico, a medida pressiona ainda mais a necessidade de diversificação da matriz e reforça o papel de fontes renováveis complementares, como solar e eólica, para reduzir a dependência de períodos chuvosos. Contexto nacional O nível dos reservatórios das principais hidrelétricas brasileiras segue sendo um ponto de atenção. O Sudeste/Centro-Oeste concentra cerca de 70% da capacidade de armazenamento do país e sua situação hídrica influencia diretamente o custo da energia e a operação do sistema elétrico nacional. Com a chegada do período úmido a partir de novembro, a expectativa é de melhora gradual nos níveis, mas especialistas alertam que a irregularidade das chuvas e os efeitos das mudanças climáticas tornam a gestão dos recursos hídricos cada vez mais desafiadora. Reservatório de Furnas entra em faixa de atenção e terá restrição de vazão












