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- Descarbonização e COP30
Por Claudia Andrade @cauvic2 Descarbonização e COP30 A descarbonização não é mais uma pauta restrita aos grandes fóruns internacionais ela se tornou um movimento global que atravessa governos, empresas e cidadãos. E a COP30, que acontecerá em novembro deste ano, em Belém do Pará, representa não apenas um marco político, mas uma oportunidade histórica de reposicionar o Brasil e, principalmente, de ampliar o protagonismo de quem sempre esteve à margem dessas discussões: as startups, as pequenas e médias empresas, os negócios de impacto socioambiental. Pela primeira vez, a conferência climática será sediada na Amazônia. Isso carrega um peso simbólico imenso, mas também abre portas para um novo olhar sobre as soluções que vêm do território, das comunidades e dos empreendedores que apostam em inovação para enfrentar os desafios climáticos. A transição energética, a bioeconomia, os mercados de carbono e as novas formas de financiamento climático estarão no centro das discussões. E tudo isso representa espaço real para quem inova, para quem aposta em soluções locais e sustentáveis, para quem entende que negócios podem e devem gerar impacto positivo. É claro que não podemos ignorar as contradições. O PL da Devastação, recentemente aprovado, flexibiliza o licenciamento ambiental e fragiliza conquistas sociais e ambientais duramente construídas. Essa agenda antiambiental interna coloca o Brasil em uma posição delicada diante da comunidade internacional e pode minar parte da confiança necessária para liderar o debate climático. Mas, ao mesmo tempo, acredito e quero acreditar que a COP30 será um espaço de reafirmação dos compromissos globais. Que veremos acordos concretos sendo assinados, novos fundos sendo criados, e que startups e pequenos negócios poderão acessar oportunidades antes restritas a grandes players. O Brasil está, sim, diante de um paradoxo: precisa alinhar o discurso com a prática, a política pública com a inovação social, o compromisso global com a responsabilidade interna. E nós, que fazemos parte desse ecossistema de impacto, precisamos enxergar a COP30 como um catalisador. É hora de ocupar os espaços, participar dos diálogos , apresentar soluções e mostrar que a inovação brasileira tem potência para transformar realidades e que essa potência nasce, muitas vezes, em territórios esquecidos, mas cheios de criatividade, talento e vontade de fazer diferente. A COP30 pode, sim, ser um divisor de águas. Não apenas para os governos, mas para quem empreende com propósito, para quem acredita no poder da tecnologia a serviço das pessoas e do meio ambiente. Que ela não seja apenas mais um evento, mas o ponto de partida de um movimento genuíno de mudança. E que sejamos otimistas não pelo discurso vazio mas pela certeza de que oportunidades existem e estão, mais do que nunca, ao nosso alcance. Basta estarmos preparados para agarrá-las. Porque o futuro da descarbonização e da justiça climática não será escrito apenas nas plenárias… ele será construído nas conexões, nos negócios, nas ideias e, sobretudo, na coragem de quem escolhe fazer parte dessa história. Descarbonização e COP30
- ESTRATÉGIAS DIVERGENTES: COMO A XIAOMI CONQUISTOU O MERCADO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS ONDE A APPLE FRACASSOU
Por EnergyChannel | Redação Publicado em 13 de julho de 2025 Em uma demonstração impressionante de agilidade estratégica e compreensão do mercado de mobilidade elétrica, a gigante chinesa de tecnologia Xiaomi registrou mais de 289 mil pedidos em apenas uma hora para seu novo utilitário esportivo elétrico, enquanto a Apple, após investir aproximadamente US$ 10 bilhões em seu projeto de veículo autônomo, abandonou definitivamente seus planos. Este contraste revela lições fundamentais sobre as diferentes abordagens para a transição de fabricantes de eletrônicos para o setor automotivo elétrico. foto de divulgação Xiaomi Abordagens contrastantes para a eletrificação A trajetória das duas empresas de tecnologia no setor automotivo não poderia ser mais distinta. Enquanto a Apple passou mais de uma década em desenvolvimento secreto, sem nunca apresentar um protótipo funcional ao público, a Xiaomi adotou uma estratégia mais ágil e transparente, revelando seu primeiro modelo apenas três anos após anunciar sua entrada no setor. "A Apple buscava reinventar completamente o conceito de automóvel, com foco em autonomia total e design revolucionário. Já a Xiaomi adotou uma abordagem mais pragmática, focando em veículos elétricos convencionais com diferenciais tecnológicos incrementais", explica Ricardo Monteiro, analista de mobilidade elétrica do Instituto de Transição Energética, em entrevista ao EnergyChannel. O sucesso meteórico do SU7 da Xiaomi O Xiaomi SU7, utilitário esportivo elétrico da fabricante chinesa, tornou-se um fenômeno de vendas imediatamente após seu lançamento. Com preços iniciais significativamente mais competitivos que concorrentes como Tesla e BYD, o veículo atraiu 289 mil pedidos em sua primeira hora de disponibilidade. O modelo combina características que ressoam com o consumidor contemporâneo: - Autonomia de até 800 km (padrão CLTC) - Integração perfeita com o ecossistema de produtos Xiaomi - Capacidade de carregamento ultrarrápido (10-80% em 15 minutos) - Sistema avançado de assistência ao motorista - Preço inicial aproximadamente 30% inferior a concorrentes com especificações similares "A Xiaomi transferiu para os automóveis a mesma filosofia que aplicou em smartphones: oferecer especificações de ponta a preços mais acessíveis que concorrentes ocidentais, mantendo margens menores e compensando com volume", analisa Fernanda Campos, especialista em mercados asiáticos da consultoria AutoTech Global. O projeto abandonado da Apple: lições de um investimento bilionário O "Projeto Titan" da Apple, iniciado em 2014, consumiu aproximadamente US$ 10 bilhões em pesquisa e desenvolvimento antes de ser oficialmente encerrado este ano. Fontes internas revelam que a empresa enfrentou desafios significativos: 1. **Mudanças constantes de direção estratégica**: O projeto alternou várias vezes entre desenvolver um veículo completo e focar apenas em software de condução autônoma. 2. **Rotatividade de liderança**: Mais de cinco executivos diferentes lideraram o projeto ao longo de sua existência. 3. **Perfeccionismo paralisante**: A busca por um produto revolucionário impediu a empresa de avançar com versões intermediárias. 4. **Complexidade da cadeia de suprimentos**: Dificuldades em estabelecer parcerias com fornecedores automotivos tradicionais. "A Apple subestimou a complexidade de fabricar automóveis. Não é como produzir um novo iPhone, onde a empresa já domina toda a cadeia de valor", observa Carlos Mendes, professor de gestão de inovação da Universidade Federal de São Paulo. Estratégias fundamentalmente diferentes A análise comparativa revela abordagens diametralmente opostas: ESTRATÉGIAS DIVERGENTES: COMO A XIAOMI CONQUISTOU O MERCADO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS ONDE A APPLE FRACASSOU O ecossistema como vantagem competitiva Um fator crucial para o sucesso da Xiaomi foi sua capacidade de integrar o veículo ao ecossistema de produtos já existente da marca, que inclui smartphones, dispositivos domésticos inteligentes e wearables. "O SU7 não é apenas um carro, é uma extensão do ecossistema Xiaomi. Usuários podem controlar funções do veículo pelo smartphone, sincronizar preferências entre dispositivos e até mesmo utilizar câmeras domésticas inteligentes para monitorar o veículo estacionado", explica Zhang Wei, diretor de tecnologia automotiva da Associação Chinesa de Veículos Elétricos. A Apple, ironicamente conhecida por seu ecossistema integrado de produtos, não conseguiu transferir essa vantagem para o setor automotivo, possivelmente por nunca ter chegado perto o suficiente de um produto final. Implicações para o mercado global de veículos elétricos O sucesso da Xiaomi representa mais um capítulo na ascensão das montadoras chinesas no mercado global de veículos elétricos. Analistas projetam que a empresa pode rapidamente se tornar um dos cinco maiores fabricantes de EVs do mundo, caso mantenha sua trajetória atual. "Estamos observando uma reconfiguração completa do setor automotivo global. Fabricantes de tecnologia chineses estão desafiando tanto montadoras tradicionais quanto novos entrantes como a Tesla", avalia Monteiro. "A velocidade com que a Xiaomi escalou sua produção é particularmente impressionante." Para a Apple, o abandono do projeto automotivo representa um raro fracasso estratégico, mas também uma decisão pragmática de focar recursos em áreas onde mantém vantagens competitivas claras, como inteligência artificial e realidade aumentada. Lições para outros players tecnológicos O contraste entre as trajetórias da Apple e da Xiaomi oferece lições valiosas para outras empresas de tecnologia que consideram entrar no mercado automotivo: 1. **Pragmatismo supera perfeccionismo**: A abordagem incremental da Xiaomi permitiu lançar um produto viável rapidamente. 2. **Parcerias estratégicas são essenciais**: A colaboração com fornecedores e fabricantes estabelecidos acelera o desenvolvimento. 3. **Integração com ecossistema existente**: Utilizar a base de usuários e produtos já estabelecidos como diferencial. 4. **Estratégia de preço competitivo**: Priorizar volume inicial para ganhar participação de mercado. 5. **Transparência no desenvolvimento**: Comunicar progressos ao mercado gera expectativa e feedback valioso. "O setor automotivo está passando por sua maior transformação em um século, e isso abre oportunidades para novos entrantes. Mas o caso da Apple mostra que mesmo empresas com recursos quase ilimitados podem falhar se não adaptarem sua abordagem às realidades do setor", conclui Campos. Enquanto a Xiaomi comemora seu sucesso inicial e prepara a expansão internacional de seus veículos elétricos, a indústria observa atentamente como este novo competidor poderá remodelar o mercado global de mobilidade elétrica nos próximos anos. --- EnergyChannel é o principal canal de notícias especializado em energia, sustentabilidade e transição energética, com cobertura global e análises aprofundadas sobre as transformações do setor energético. ESTRATÉGIAS DIVERGENTES: COMO A XIAOMI CONQUISTOU O MERCADO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS ONDE A APPLE FRACASSOU
- O FUNDO DO POÇO AINDA NÃO CHEGOU: MP 1.304/2025 – UM ATENTADO TÉCNICO E REGULATÓRIO AO SETOR ELÉTRICO
Por Arthur Oliveira O FUNDO DO POÇO AINDA NÃO CHEGOU: MP 1.304/2025 – UM ATENTADO TÉCNICO E REGULATÓRIO AO SETOR ELÉTRICO Na minha opinião, a Medida Provisória nº 1.304/2025, publicada em 11 de julho de 2025 no Diário Oficial da União (Edição Extra A), é mais uma manobra desajeitada do governo, que, sob o pretexto de reorganizar o setor energético brasileiro, entrega um texto repleto de falhas. A MP altera cinco leis que são a espinha dorsal do setor: a Lei nº 9.478/1997, que define a política energética; a Lei nº 10.438/2002, que gere a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE); a Lei nº 12.304/2010, que regula a PPSA; a Lei nº 12.351/2010, sobre o regime de partilha de produção; e a Lei nº 14.182/2021, que abriu as portas para a desestatização da Eletrobras. Supostamente, a MP veio para apagar o incêndio causado pela derrubada de vetos à Lei nº 15.097/2025, prometendo segurar os custos galopantes do setor elétrico e injetar competitividade no mercado de gás natural da União. Mas, ao analisar o texto oficial e o contexto regulatório, fica claro que, apesar da fachada de solução, a MP é um amontoado de falhas técnicas e regulatórias que podem deixar consumidores e investidores pagando a conta – literalmente. Neste artigo, destrincho cada artigo da MP, seus impactos nos setores elétrico e de gás natural e os desafios que, para mim, mostram que o governo está mais perdido do que nunca. CONTEXTO DA MP Nº 1.304/2025: UM SETOR À BEIRA DO COLAPSO Eu vejo a MP nº 1.304/2025 como uma tentativa desesperada de botar ordem em um setor energético que já está de joelhos. O setor elétrico enfrenta uma crise financeira de tirar o fôlego, com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) engolindo R$ 43 bilhões só no primeiro semestre de 2025 e com projeções de chegar a R$ 50 bilhões até o fim do ano. Esse é um fardo pesado para consumidores e empresas, que já sentem o peso na conta de luz. A derrubada de vetos à Lei nº 15.097/2025 jogou ainda mais lenha na fogueira, criando um caos jurídico que deixa investidores sem saber onde pisar. No lado do gás natural, a MP tenta dar um empurrão na PPSA para oferecer gás mais barato a indústrias como química, fertilizantes, siderurgia e cerâmica, o que, em tese, poderia ajudar na reindustrialização do país. A Exposição de Motivos (EM nº 000036/2025-MME) jura de pés juntos que a MP é urgente e vai trazer benefícios econômicos e sociais sem mexer no Orçamento Público. Mas, honestamente, não engulo essa história. O texto está cheio de buracos, e o risco de judicialização é tão grande que parece que o governo, em vez de resolver, está dobrando a meta do caos, como já vimos nos tempos de Dilma Rousseff. Quando pensamos que o setor elétrico já estava no fundo do poço com medidas mal planejadas, o governo lança a MP nº 1.304/2025, como se dissesse: “Segura que ainda dá pra cavar mais!” ARTIGO 1º: ALTERAÇÃO DA LEI Nº 10.438/2002 E CRIAÇÃO DO ART. 13-A TETO NOMINAL DA CDE O artigo 1º da MP insere o art. 13-A na Lei nº 10.438/2002, criando um teto nominal para a arrecadação da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que banca políticas como universalização, tarifa social e a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). A CDE está inchando, com projeções de R$ 50 bilhões em 2025 e quem sabe R$ 60 bilhões em 2026. A ideia de um teto soa razoável, mas amarrá-lo ao orçamento de 2026, que ninguém sabe quanto vai ser, é como tentar planejar o jantar sem saber o que tem na geladeira. Para mim , essa redistribuição seletiva de custos, sem critérios objetivos, é uma receita para o desastre. Ela abre espaço para manipulações e vai contra a eficiência administrativa exigida pela Constituição Federal (art. 37), que pede planejamento claro. Pior, a falta de transparência na definição do teto, como manda a Lei nº 9.427/1996 (art. 3º), deixa o setor no escuro e perpetua o crescimento descontrolado da CDE, jogando por terra qualquer esperança de reduzir as tarifas. ENCARGO DE COMPLEMENTO DE RECURSOS (ECR) O mesmo art. 13-A cria o Encargo de Complemento de Recursos (ECR) , uma nova cobrança jogada nas costas dos chamados “beneficiários” da CDE, exceto para despesas com universalização (Luz para Todos, por exemplo), tarifa social, dispêndios da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e administração da CCEE, Compensações de hidrelétricas (mitigar impactos ambientais). O ECR começa com 50% em 2027 e vira 100% em 2028, mas a MP não explica quem são esses beneficiários nem como o tal “benefício auferido” será calculado, deixando tudo para regulamentações futuras. Essa redistribuição seletiva de custos, sem uma metodologia clara, é um tapa na cara da transparência regulatória exigida pela Lei nº 9.427/1996 (art. 3º). Isentar setores como a tarifa social, mas cobrar de outros, cria uma desigualdade que fere o princípio da isonomia da Constituição (art. 5º). Para piorar, aplicar o ECR a contratos já firmados no Ambiente de Contratação Livre (ACL), que contavam com descontos na TUST/TUSD, muda as regras do jogo no meio da partida, abalando a segurança jurídica garantida pela Lei nº 9.784/1999 (art. 1º). A opacidade na definição da “proporção do benefício auferido” (art. 1º, §2º) só aumenta a bagunça, deixando usinas de leilões regulados, como PCHs, eólicas, solares e térmicas, com a corda no pescoço. Cooperativas de geração distribuída rural, que já lutam para se manter, também vão levar essa paulada, travando a energia limpa local. Esse ECR, com cara de imposto disfarçado, é mais um prego no caixão do setor elétrico, que o governo parece empenhado em enterrar ainda mais fundo. A tabela abaixo mostra o impacto em diferentes setores: Setor Benefício Relacionado à CDE Impacto do ECR Agronegócio Descontos para o Irrigante (horário especial) Aumento de custos, repasse aos preços de alimentos e pressão inflacionária Fontes Renováveis (UFVs/Eólicas) Energia incentivada e leilões com subsídio Redução de competitividade e desestímulo a novos projetos Indústria Eletrointensiva Redução tarifária (TUSD/TUST) Aumento de custos fixos, impactando preços finais Geração Distribuída Regimes especiais para GD rural Pressão financeira sobre pequenos produtores e empreendimentos locais Comercializadoras Participação em leilões regulados Custos operacionais adicionais, afetando margens O art. 5º, §2º da MP determina que o ECR será cobrado de todos os consumidores finais conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN), proporcionalmente ao consumo, sem isenção para o agronegócio . Isso significa que produtores rurais, mesmo os que recebem descontos para irrigação, vão pagar o encargo, seja na fatura da distribuidora (clientes cativos) ou diretamente pela CCEE (mercado livre). Na prática, isso pode encarecer a produção agrícola, elevar os preços dos alimentos e pressionar a inflação, o que me parece um tiro no pé para a competitividade do agronegócio brasileiro. ARTIGO 2º: ALTERAÇÃO DA LEI Nº 14.182/2021 (ELETROBRAS E PCHS COMO RESERVA DE CAPACIDADE) O artigo 2º muda o §1º do art. 1º da Lei nº 14.182/2021, permitindo contratar até 4.900 MW de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) como reserva de capacidade, com fornecimento entre 2032 e 2034. Isso substitui a obrigação anterior de contratar 12,5 GW em térmicas inflexíveis, que custavam R$ 35 bilhões por ano. As PCHs, com custo estimado de R$ 4,2 bilhões anuais, parecem uma alternativa mais barata, mas, na minha opinião, a escolha é tecnicamente questionável. PCHs dependem de chuvas e não entregam a potência firme necessária para uma reserva de capacidade confiável. O Plano de Expansão de Energia 2025–2029 já alerta para perdas de potência de 43% em 2027, 73% em 2028 e 92% em 2029 devido à sazonalidade das PCHs. Excluir essas usinas do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) ainda reduz a flexibilidade do sistema em momentos de seca, aumentando o risco de apagões. Mesmo sendo mais baratas que as térmicas, as PCHs podem exigir contratações extras de reserva, o que pode anular qualquer economia e encarecer a conta para os consumidores . ARTIGO 3º: ALTERAÇÃO DA LEI Nº 12.304/2010 (CONTRATOS DE GÁS NATURAL VIA PPSA) O artigo 3º altera o inciso II do art. 4º da Lei nº 12.304/2010, dando à PPSA o poder de celebrar contratos, em nome da União, para escoamento, transporte, processamento, refino e beneficiamento de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos. Eu vejo isso como um passo positivo para fortalecer a gestão dos ativos públicos e permitir que a PPSA ofereça gás a preços mais competitivos para indústrias como química, fertilizantes, siderurgia e cerâmica, apoiando a reindustrialização. Mas, na prática, a falta de infraestrutura, como dutos e terminais de GNL, é um obstáculo enorme. Sem um plano claro de investimentos, esses contratos correm o risco de ficar só no papel, o que me deixa com um pé atrás sobre o impacto real da medida. ARTIGO 4º: INSERÇÃO DOS ARTS. 45-A E 45-B NA LEI Nº 12.351/2010 (ACESSO E TRANSFERÊNCIA DO GÁS DA UNIÃO) O artigo 4º da Medida Provisória nº 1.304/2025 adiciona dois novos artigos (45-A e 45-B) à Lei nº 12.351/2010 , que regula como o Brasil explora petróleo e gás no regime de partilha. Vamos simplificar: Art. 45-A : O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) vai decidir as regras para usar a infraestrutura (como dutos e terminais) do gás natural que pertence à União. Essas regras serão baseadas no "valor novo de reposição depreciado" (basicamente, o custo de substituir o equipamento, considerando seu desgaste). Mas a MP não explica como esse valor será calculado, deixando tudo nas mãos do CNPE. Isso pode gerar confusão e até processos judiciais, porque falta clareza. Art. 45-B : A PPSA (empresa que gerencia o gás da União) poderá vender ou transferir o gás, bruto ou processado, para empresas como a Petrobras, cobrando por isso. Vender o gás bruto pode reduzir custos para indústrias que usam muito gás, como as de fertilizantes ou siderurgia. Por que isso é problemático? Primeiro, deixar o CNPE decidir tudo sem regras claras pode criar decisões injustas ou mal planejadas. Segundo, passar o gás direto para a Petrobras reforça o controle dela no mercado, dificultando a entrada de novas empresas. Isso vai contra o objetivo de tornar o mercado mais competitivo e, na minha opinião, é um passo para trás que pode travar o setor. ARTIGO 5º: ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.478/1997 (COMPETÊNCIA DO CNPE) O artigo 5º da Medida Provisória nº 1.304/2025 mexe na Lei nº 9.478/1997 (a Lei do Petróleo) para dar mais poder ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Ele altera o inciso XVIII do art. 2º dessa lei, permitindo que o CNPE decida como será o acesso à infraestrutura do gás natural que pertence à União, como dutos, terminais e unidades de processamento. Essa mudança está ligada aos artigos 45-A e 45-B (inseridos na Lei nº 12.351/2010), que também tratam do gás natural. vai custar A ideia é que o CNPE defina regras para quem pode usar esses equipamentos e quanto isso. Parece uma boa intenção, porque organiza o uso do gás da União, mas o problema é que a MP não explica como essas regras serão feitas. Tudo depende de futuras regulamentações, que ainda não existem. Sem essas regras claras, eu acho que essa concentração de decisões no CNPE pode criar confusão. As empresas que investem no setor precisam saber exatamente como as coisas vão funcionar para planejar seus negócios, mas, sem transparência, as decisões do CNPE podem parecer arbitrárias. Isso pode afastar investidores e gerar incerteza no mercado de gás natural. ARTIGO 6º: REVOGAÇÃO DOS ARTS. 20 E 21 DA LEI Nº 14.182/2021 O artigo 6º revoga os arts. 20 e 21 da Lei nº 14.182/2021, que tratavam de obrigações ligadas à desestatização da Eletrobras. Na minha opinião, essa revogação sem oferecer alternativas é arriscada. Pode ser vista como omissão legislativa, abrindo brechas para ações judiciais de acionistas e investidores da Eletrobras . Além disso, mexer em contratos já firmados no processo de desestatização cria instabilidade no setor, o que não é nada bem-vindo. ARTIGO 7º: VIGÊNCIA DA MP O artigo 7º define que a MP entra em vigor em 11 de julho de 2025, exceto o art. 1º, que inclui o art. 13-A na Lei nº 10.438/2002, com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2026. Essa escalonagem reconhece a dificuldade de implementar o teto da CDE e o ECR , mas não resolve a falta de clareza regulatória, que, para mim, é o maior calo dessa MP. CONCLUSÃO: UM CAMINHO CHEIO DE DESAFIOS Eu acredito que a Medida Provisória nº 1.304/2025 tem boas intenções, mas tropeça em sua execução. No setor elétrico, o teto da CDE é vago, o ECR sobrecarrega setores como agronegócio, renováveis e indústria eletrointensiva, e a escolha de PCHs como reserva de capacidade ignora limitações técnicas, podendo levar a problemas de fornecimento. No setor de gás natural, fortalecer a PPSA é promissor, mas a falta de infraestrutura e regras claras limita o impacto. Para mim, a MP precisa de ajustes urgentes. O Congresso deveria revisar o texto com consultas públicas e estudos de impacto, garantindo transparência e segurança jurídica. Sem isso, corremos o risco de ver custos subirem e a competitividade do setor energético minguar. O Brasil merece uma política energética mais sólida, e essa MP, do jeito que está, ainda não entrega isso. O FUNDO DO POÇO AINDA NÃO CHEGOU: MP 1.304/2025 – UM ATENTADO TÉCNICO E REGULATÓRIO AO SETOR ELÉTRICO Fontes : Medida Provisória nº 1.304/2025 (DOU, 11/07/2025, Edição Extra A), Leis nºs 9.478/1997, 10.438/2002, 10.848/2004, 9.427/1996, 9.784/1999, 12.304/2010, 12.351/2010, 14.182/2021, 14.300/2022, 15.097/2025, Plano de Expansão de Energia (PEN) 2025–2029, Exposição de Motivos nº 000036/2025-MME, Constituição Federal de 1988. O FUNDO DO POÇO AINDA NÃO CHEGOU: MP 1.304/2025 – UM ATENTADO TÉCNICO E REGULATÓRIO AO SETOR ELÉTRICO
- MERCADO LIVRE, CURTAILMENT E DÉFICIT: O CUSTO DA FALTA DE PLANEJAMENTO ENERGÉTICO NO BRASIL
O setor elétrico brasileiro vive um momento paradoxal. De um lado, há avanços inegáveis: a energia solar cresce como nunca, o mercado livre se expande e a transição energética parece mais concreta. Por Arthur Oliveira, Colunista do EnergyChannel MERCADO LIVRE, CURTAILMENT E DÉFICIT: O CUSTO DA FALTA DE PLANEJAMENTO ENERGÉTICO NO BRASIL De outro, há sinais de alerta por todos os lados. O curtailment solar – o desperdício de energia gerada e não aproveitada bate recordes. A infraestrutura de transmissão não acompanha o ritmo das novas fontes. E o próprio Operador Nacional do Sistema (ONS) projeta um déficit no atendimento ao pico da carga nos próximos anos. Há um descompasso evidente entre o progresso tecnológico, a regulação e a infraestrutura existente. A seguir, exponho esses desafios interligados, suas causas e caminhos possíveis para garantir um sistema energético mais equilibrado e eficiente. CURTAILMENT SOLAR: DESPERDÍCIO DE ENERGIA LIMPA A energia solar deveria ser motivo de orgulho no Brasil. Afinal, temos abundância de sol e uma das maiores capacidades instaladas do mundo. Mas o que se vê é um cenário alarmante: só em 2024, foram desperdiçados 4.330 GWh de energia solar o equivalente a 4,4 TWh. Em junho de 2025, o curtailment chegou a um pico inaceitável de 27,8% . Ou seja, mais de um quarto de toda a energia que poderia ser injetada no sistema foi simplesmente cortada. Segundo o ONS, 88% desses cortes são provocados por excesso de oferta , e 12% por limitações na transmissão . A situação é crítica no Nordeste, onde se concentra 78% da capacidade solar centralizada (20,8 GW) . Além disso, a geração distribuída (MMGD), que já soma 38 GW , reduz a demanda líquida no meio do dia em até 43,7% às 13h , o que empurra as usinas centralizadas ao desligamento. Esse é um desperdício duplo: de energia limpa e de investimentos. As perdas só aumentam com o passar do tempo: no primeiro trimestre de 2024, foram 330 GWh (2,1%) , no segundo, 1.150 GWh (6,8%) , e no terceiro, 1.980 GWh (11,2%) . Como será o futuro? O ONS projeta um curtailment médio de 20,1% até 2029 , com picos de 31,8 GW entre 9h e 15h . Isso representa perdas de R$ 1,44 bilhão por ano , assumindo um PLD de R$ 200/MWh. A situação tende a se agravar: a capacidade de exportação do Nordeste caiu de 17,5 GW para 14,9 GW após o colapso de 2023, e 68% das usinas solares anteriores a 2023 não atendem requisitos técnicos mínimos , como suporte a variações de frequência. Estamos, portanto, construindo usinas que geram energia – mas não conseguem entregá-la. MERCADO LIVRE: CRESCIMENTO COM OBSTÁCULOS MERCADO LIVRE, CURTAILMENT E DÉFICIT: O CUSTO DA FALTA DE PLANEJAMENTO ENERGÉTICO NO BRASIL O mercado livre é uma das promessas de modernização do setor, e os números mostram que ele está ganhando corpo. Em 2025, o número de consumidores chegou a 5.800 , frente a 5.200 em 2024 um crescimento de 11,5% . A região Sudeste lidera com 520 mil MWh consumidos (+15,6%) , seguida pelo Nordeste ( +11,1% ), Sul ( +8,3% ) e Norte ( +6,3% ). MERCADO LIVRE, CURTAILMENT E DÉFICIT: O CUSTO DA FALTA DE PLANEJAMENTO ENERGÉTICO NO BRASIL A indústria continua sendo o motor do mercado, com 2.800 unidades consumidoras (48% do total), crescendo 12% . O varejo também vem forte, com alta de 16,7% e 1.400 unidades . Destaque para setores como o têxtil (+25%) e o de alimentos (+18%) . Por outro lado, as telecomunicações caíram 2% , reflexo talvez da automação e eficiência energética. Entre os maiores consumidores, os nomes impressionam: Duratex (SP) com 19.110 MWh , Raízen (SP) com 12.414 MWh , e ArcelorMittal (SC) com 11.700 MWh . A concentração no Sudeste reforça a desigualdade estrutural do sistema. Mas nem tudo são flores. A desaceleração recente do crescimento no mercado livre mostra que há entraves sérios. A incerteza regulatória pesa. E o curtailment, ao reduzir a rentabilidade das usinas solares, desestimula novos projetos no ACL. Enquanto isso, a MMGD, que está isenta de cortes, distorce o jogo: empresas optam por soluções que não são necessariamente mais eficientes, mas sim menos penalizadas. Isso cria um mercado assimétrico e desincentiva a competição justa. DÉFICIT NO PICO DA CARGA: UM DESAFIO CRÍTICO Outro ponto crítico é o atendimento à demanda no horário de pico (19h-20h) . Segundo o Plano da Operação Energética (PEN 2025), a carga global aumentará 14,1% até 2029 , passando de 82.871 MW médios para 94.573 MW . Já a demanda máxima saltará 15,5% , de 108.131 MW para 124.879 MW . A rampa de carga entre 13h e 19h será de 60 GW , e à noite a solar simplesmente não está disponível. Isso exige fontes flexíveis – e hoje, essas fontes são majoritariamente térmicas. O agravante é que o consumo de data centers vai explodir: de 81 MW médios em 2025 para 574 MW em 2029 . A própria expansão do mercado livre aumenta a demanda. Mesmo com usinas térmicas merchant e a expansão da exportação do Nordeste em 1,5 GW , o déficit persiste, sobretudo em 2025 e 2026. E é preciso lembrar: só 13% do curtailment ocorre à noite . Ou seja, não adianta apenas focar em reduzir o desperdício diurno – é preciso pensar em flexibilidade real para o horário do pico. A Bahia sofre com cortes por indisponibilidade externa , e o Rio Grande do Norte por restrições de confiabilidade . É o retrato de um sistema que cresceu, mas não se preparou para funcionar em alta performance. SOLUÇÕES PARA O FUTURO A boa notícia é que os problemas estão diagnosticados – e há soluções na mesa. Tudo está interligado: o curtailment reflete falhas na transmissão, que também afetam o pico da carga. A assimetria regulatória desorganiza o mercado livre. Portanto, o enfrentamento tem que ser sistêmico. Algumas medidas concretas em discussão incluem: Expansão da Transmissão: Instalar compensadores síncronos de 600 Mvar no RN para reforçar a exportação do Nordeste durante o dia. Controle Operacional Inteligente: O uso de Redes Elétricas Distribuídas (REDs) pode reduzir o curtailment em 41% , liberando 2.950 MW médios para o sistema. Regulação e Armazenamento: As emendas do deputado Arnaldo Jardim à MP 1300 propõem que as perdas por curtailment sejam compensadas com créditos para extensão de outorga . Isso evita prejuízo ao gerador, sem repassar custo ao consumidor. Jardim também propõe incentivos à instalação de baterias , que permitiriam deslocar a energia solar para o pico noturno, ajudando a reduzir a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e preservar programas como o Luz para Todos . Atualização Técnica: Exigir que usinas atendam critérios básicos, como suporte a frequência de 47,5 a 51,5 Hz e controle de tensão de ±10% em até 1,5s . CONCLUSÃO O Brasil avança, mas tropeça. A energia solar cresce (20,8 GW centralizados, 38 GW em MMGD). O mercado livre se expande (+11,5% em consumidores). Mas a infraestrutura, a regulação e o planejamento estratégico não acompanham esse ritmo. O curtailment de 27,8% em junho de 2025 , as perdas de 4,4 TWh em 2024 , a desaceleração do mercado livre e o déficit projetado até 2029 (com carga de 94.573 MW médios ) mostram que estamos diante de um impasse. As propostas que estão em debate – como as emendas de Arnaldo Jardim , os investimentos em transmissão , os créditos compensatórios e o uso de baterias – não são apenas viáveis. São urgentes. Créditos, foto Deputado Arnaldo Jardim Fontes: CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). (2024–2025). Dados de consumo – PARCELA_CARGA_CONSUMO . Infomercado. Licença CC-BY-4.0. Disponível em: www.ccee.org.br ANEEL. (2025). Relatório Anual de Consumo . Disponível em: www.aneel.gov.br EPE. (2025). Balanço Energético Nacional . Disponível em: www.epe.gov.br ONS. (2025). Diagnóstico e Perspectiva da Evolução dos Cortes de Geração no Brasil . RT ONS DGL 0189/2025. MERCADO LIVRE, CURTAILMENT E DÉFICIT: O CUSTO DA FALTA DE PLANEJAMENTO ENERGÉTICO NO BRASIL
- Alta na Conta de Luz em Junho Eleva Inflação e Pressiona Orçamento das Famílias Brasileiras
Matéria Jornalística – EnergyChannel Contas de luz disparam em junho e colocam pressão sobre a meta de inflação do Brasil Alta na Conta de Luz em Junho Eleva Inflação e Pressiona Orçamento das Famílias Brasileiras Por EnergyChannel – 10 de julho de 2025 O peso da energia elétrica voltou a ser sentido no bolso dos brasileiros. Em junho, as tarifas de eletricidade residencial subiram 2,96%, impulsionadas pelo acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 1, mecanismo que adiciona custo extra às contas para cobrir despesas de geração. O impacto foi direto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou o mês com alta de 0,21% — suficiente para levar o acumulado de 12 meses a 4,23%, acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,0%. A mudança na bandeira tarifária reflete o aumento no custo de geração de energia, principalmente pela redução nos níveis de reservatórios e maior acionamento de termelétricas. Segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), essa sinalização serve como alerta para o consumidor e também como forma de manter o equilíbrio econômico do setor. Efeitos no dia a dia e na política monetária A alta da energia elétrica tem efeito em cascata sobre diversos setores da economia. Desde a produção industrial até os serviços, o custo adicional se espalha por cadeias produtivas e tende a ser repassado ao consumidor final. Para o Banco Central, que já sinalizava uma política monetária mais cautelosa, o estouro da meta pode postergar cortes adicionais na taxa básica de juros (Selic), afetando crédito e consumo. “Essa elevação da energia acontece em um momento sensível para a economia. As famílias ainda estão se recuperando dos efeitos inflacionários dos últimos anos, e uma pressão tarifária como essa compromete o orçamento, especialmente das classes mais vulneráveis”, avalia Mariana Tavares, economista especializada em infraestrutura energética. Sinal de alerta para a transição energética Para especialistas do setor, o cenário reforça a importância de diversificar a matriz energética e acelerar investimentos em geração limpa e distribuída. “Sempre que há estresse hídrico ou aumento nos custos das usinas térmicas, o consumidor sofre. Isso mostra como ainda somos vulneráveis a oscilações no sistema convencional”, afirma Luiz Antunes, analista da EnergyChannel. Ele destaca que soluções como energia solar residencial, armazenamento e eficiência energética devem ganhar ainda mais protagonismo no debate público e privado. O que esperar para os próximos meses? A expectativa é de que a bandeira tarifária vermelha siga em vigor ao menos até o fim do inverno, quando os reservatórios costumam atingir os níveis mais baixos do ano. A Aneel anunciará nos próximos dias a avaliação de julho, que pode manter ou alterar a sinalização tarifária. Enquanto isso, consumidores buscam alternativas para reduzir o impacto na conta de luz, como adesão a cooperativas de energia solar, instalação de sistemas fotovoltaicos próprios ou mudanças de hábito no uso de eletrodomésticos. 🌐 Leia mais sobre economia da energia, transição energética e soluções sustentáveis em www.energychannel.co Alta na Conta de Luz em Junho Eleva Inflação e Pressiona Orçamento das Famílias Brasileiras
- Telhados sustentáveis ganham destaque com tecnologia BIPV da GoodWe
A busca por construções mais sustentáveis tem inspirado a adoção de telhados equipados com Building Integrated Photovoltaics (BIPV), que transformam as superfícies de cobertura em verdadeiras usinas solares. Telhados sustentáveis ganham destaque com tecnologia BIPV da GoodWe Neste cenário, a GoodWe apresenta o Galaxy Series BIPV, solução inovadora que alia instalação rápida, leveza excepcional e alta resistência a intempéries, permitindo que qualquer projeto – residenciais, corporativos ou agrícolas – aproveite o potencial energético dos telhados. Telhados sustentáveis ganham destaque com tecnologia BIPV da GoodWe O Galaxy Series dispensa o uso de perfurações graças a um sistema de encaixe exclusivo que protege a impermeabilização original da cobertura. Cada módulo pesa apenas 8 kg/m², metade do peso dos painéis tradicionais, o que torna possível a aplicação até em estruturas mais antigas e reformas. Telhados sustentáveis ganham destaque com tecnologia BIPV da GoodWe Telhados sustentáveis ganham destaque com tecnologia BIPV da GoodWe Telhados sustentáveis ganham destaque com tecnologia BIPV da GoodWe Além disso, o Galaxy Series suporta granizo, ventos de até 240 km/h e grandes variações de temperatura, graças ao vidro temperado antirrisco e à certificação IP68, garantindo geração contínua de energia em qualquer condição climática. Ao instalar sistemas BIPV Galaxy, os proprietários podem contar com rendimento médio de 1.000 a 1.200 kWh por kWp ao ano, o que reduz substancialmente a conta de energia e gera créditos em programas de compensação. Estudos mostram que o investimento em telhados fotovoltaicos apresenta payback entre oito e doze anos, com retorno anual superior a 13 % em mercados maduros, e uma redução de até 40 % na pegada de carbono ao longo do ciclo de vida da cobertura, em comparação a materiais convencionais. Ademais, a estética integrada dos módulos ultrafinos, disponíveis em diferentes cores e acabamentos, valoriza o imóvel e atrai investidores preocupados com metas ESG. Diversos projetos já comprovam a versatilidade do Galaxy Series. Em uma residência na Zona Sul de São Paulo, capital, 10 kWp garantiram economia de 70 % na fatura de luz, com retorno financeiro em menos de dez anos. Na sede do NIC.br, na Avenida João Dias, foram instalados 20,1 kWp sem perfurações, respeitando a impermeabilização da laje e evitando danos à estrutura, o que resultou na redução de 18 toneladas de CO₂ por ano. Na região central de Goiás, um agronegócio implantou 50 kWp em galpões, assegurando fornecimento estável para sistemas de irrigação e refrigeração, com payback estimado em nove anos. Para apoiar arquitetos e engenheiros, a GoodWe possui uma equipe de profissionais renomados, prontos para especificar a solução ideal para cada projeto. “O Galaxy Series simplifica a adoção de telhados solares, unindo eficiência energética, leveza estrutural e design integrado”, destaca Rafael Carvalho, Gerente de Negócios BIPV da GoodWe Brasil. Telhados sustentáveis ganham destaque com tecnologia BIPV da GoodWe Telhados sustentáveis ganham destaque com tecnologia BIPV da GoodWe
- Armazenamento, regulação e futuro: ABGD retoma evento Conexão Empresarial com foco em desafios do setor
Por EnergyChannel – Direto de São Paulo Aetor de geração distribuída voltou a se reunir em São Paulo para debater os rumos da energia no Brasil, diante de um cenário cada vez mais dinâmico e desafiador. A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) promoveu, em sua sede na Chucri Zaidan, a retomada do tradicional evento Conexão Empresarial , reunindo empresários, especialistas e representantes institucionais para discutir temas críticos como regulação, tributação e armazenamento de energia. Atualização regulatória em pauta A abertura do encontro foi conduzida por Rogério Duarte , diretor da ABGD, que destacou a importância de manter os associados atualizados diante de um cenário regulatório em constante transformação. “Nosso setor é impactado semanalmente por novas medidas e diretrizes. Por isso, o Conexão Empresarial é essencial para mostrar o trabalho que a ABGD realiza em Brasília, especialmente por meio da equipe de Relações Institucionais e Governamentais (RIG), que atua ativamente no Congresso e nos órgãos reguladores”, afirmou Duarte. A entidade tem intensificado seu posicionamento técnico e político em questões como compensação de energia, regras tributárias e a agenda de transição energética justa e viável. Armazenamento energético ganha protagonismo Um dos temas mais debatidos durante esta edição foi o armazenamento de energia , hoje considerado peça-chave para a estabilidade e expansão da geração distribuída no Brasil. O encontro reuniu especialistas e representantes de empresas que atuam diretamente com tecnologias de baterias, soluções híbridas e sistemas inteligentes de gestão energética. As discussões abordaram desde o impacto do curtailment (restrições de injeção na rede) até as expectativas em torno do Leilão de Reserva de Capacidade , previsto para 2026. “Temos grandes oportunidades surgindo nesse campo. O armazenamento passou de tendência a necessidade operacional”, pontuou um dos painelistas. Conexão Empresarial segue em expansão Com casa cheia e forte adesão dos associados, o evento reforçou sua importância como plataforma de troca de conhecimento e articulação estratégica do setor. A próxima edição do Conexão Empresarial ABGD já está confirmada: será realizada no dia 25 de agosto , no Teatro Santander , em São Paulo, prometendo uma programação ainda mais robusta e aberta ao público ampliado do setor de energia. 📌 Em destaque: Armazenamento de energia ganha espaço como solução para curtailment e estabilidade do sistema. Equipe de relações institucionais da ABGD atua de forma ativa no Congresso e na ANEEL. Próxima edição do evento será em agosto, com novo formato e mais painéis técnicos. Armazenamento, regulação e futuro: ABGD retoma evento Conexão Empresarial com foco em desafios do setor Armazenamento, regulação e futuro: ABGD retoma evento Conexão Empresarial com foco em desafios do setor
- Fox ESS lança microinversores Série Q com foco em homologação Fast Track
Nova linha oferece potência ideal para projetos com liberação acelerada, instalação prática e alta eficiência energética Fox ESS lança microinversores Série Q com foco em homologação Fast Track A Fox ESS anuncia a chegada da nova Série Q de microinversores ao mercado brasileiro, trazendo uma combinação estratégica de tecnologia avançada, facilidade de instalação e aderência às normas técnicas mais recentes. Com modelos que alcançam até 2.500W de potência, a Série Q foi desenvolvida especialmente para atender à demanda crescente por soluções compatíveis com o processo de homologação simplificada, conhecido como Fast Track. A lógica é clara: ao conectar três unidades da Série Q, os integradores atingem a marca de 7,5 kW – limite ideal para o enquadramento automático previsto na REN ANEEL 1.098/2024. Nessa faixa, as concessionárias de energia não podem recusar o projeto por inversão de fluxo, o que elimina atrasos e incertezas no processo de conexão à rede elétrica. "A homologação Fast Track posiciona a Série Q como uma solução completa para quem atua em um ambiente de alta competitividade e prazos apertados. É uma combinação poderosa de tecnologia, praticidade e segurança regulatória", afirma Robson Meira, Country Manager da Fox ESS Brasil. Eficiência e conectividade como padrão Do ponto de vista técnico, a Série Q se destaca por sua eficiência máxima de 99,8%, com rastreamento MPPT individual por entrada. Todos os modelos contam com quatro entradas independentes, compatíveis com módulos de alta potência e capacidade de corrente de até 20A. A faixa operacional ampla (de 23,5V a 60V), combinada à baixa tensão de partida (32V), permite maior flexibilidade em projetos de diferentes perfis. A construção robusta, com proteção IP67 contra poeira e água, garante desempenho seguro mesmo em ambientes externos adversos. A conectividade também é um ponto forte: os microinversores vêm com monitoramento via Bluetooth e Wi-Fi Mesh. Wi-Fi Mesh é Wi-Fi mesh é uma tecnologia que permite que os equipamentos funcionem como roteadores, criando uma rede sem fio unificada, assim, os microinversores se comunicam entre si, formando uma rede mais estável e com sinal mais forte. Isso é especialmente útil em instalações maiores, onde o sinal de internet pode não chegar com facilidade a todos os pontos. Tudo isso está integrado à nova plataforma FoxCloud V2.0, que permite acompanhar o desempenho do sistema em tempo real, de forma simples e remota. Aplicações versáteis e pronta entrega Com instalação do tipo plug and play, compatível com conectores MC4 e equipada com proteções integradas, a Série Q é ideal para projetos residenciais e comerciais de pequeno e médio porte. Além disso, o atendimento às exigências da Portaria Inmetro nº 140/2022 e aos padrões de conexão em baixa tensão assegura conformidade total com os critérios técnicos das distribuidoras. A Série Q também representa um ganho operacional para integradores, pois está preparada para cadastro direto nas plataformas das principais concessionárias do país. O resultado é menos tempo gasto em retrabalho e mais eficiência no cronograma de execução dos projetos. Disponibilidade nacional Com a Série Q, a Fox ESS reafirma seu compromisso com o desenvolvimento de soluções tecnológicas alinhadas às exigências do setor energético brasileiro. Os novos modelos já estão disponíveis nos principais distribuidores parceiros da marca em todo o território nacional. Mais informações estão disponíveis no site oficial: br.fox-ess.com Fox ESS lança microinversores Série Q com foco em homologação Fast Track
- Para auxiliar na expansão dos negócios de energia solar, SolaX Power oferece capacitações gratuitas no Rio de Janeiro e São Paulo
Os treinamentos serão realizados no dia 22.07, na capital fluminense, e no dia 24.07, na capital paulista Foto: Além do conhecimento teórico, os participantes aprendem, na prática, a instalar sistemas de armazenamento com inversores e baterias Por Simone Cesário - Assessoria de Imprensa da SolaX Power A expansão do setor de armazenamento de energia no Brasil é uma realidade promissora. De acordo com pesquisa da consultoria Greener, a capacidade instalada do armazenamento no Brasil cresceu 200% de 2023 para 2024. Mas será que os integradores solares brasileiros estão preparados para aproveitar essa demanda crescente e reverter esse cenário positivo em negócios? Para preparar esses profissionais, levando conhecimento sobre o mercado e as novas tecnologias, a SolaX Power percorre todo o País com os eventos de treinamento itinerantes SolaXP. Neste mês, os treinamentos serão realizados no Rio de Janeiro, no dia 22.07, e em São Paulo, no dia 24.07, em parceria com a CorSolar. As inscrições devem ser realizadas pelos links abaixo: Rio de Janeiro – SOLAXP NO RIO DE JANEIRO: Domine o Mercado de Inversores Híbridos em Rio de Janeiro - Sympla São Paulo – SOLAXP EM SÃO PAULO: Domine o Mercado de Inversores Híbridos em São Paulo - Sympla Desde 2024 , mais de dois mil profissionais já participaram das capacitações em todas as regiões brasileiras. Vale ressaltar que os dois estados são destaque entre os maiores com potência instalada no Brasil: São Paulo lidera esse ranking e o Rio de Janeiro ocupa a nona colocação, segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar) . Esse cenário reforça ainda mais o potencial dos sistemas híbridos e, é nesse sentido, que os profissionais da SolaX oferecem orientações sobre o potencial desse mercado e como essa demanda crescente pode se reverter positivamente no negócio, trazendo informações teóricas e treinamentos práticos aos participantes. “A flexibilidade e os benefícios conquistados com as baterias têm sido impulsionadores para que essa solução possa ser promissora e viável a diferentes perfis de clientes, desde os que buscam uma alternativa para garantir o funcionamento de uma residência, mesmo diante de quedas de energia, ou para evitar prejuízos financeiros no negócio, como no caso da indústria ou comércio. Por isso que esses equipamentos podem ser aliados para alavancar o negócio, mas a capacitação é essencial para conhecer e saber como atender às diferentes necessidades de cada cliente” , explica o gerente de marketing da SolaX Power, Valdo Mendes . Sobre a SolaX Power - Fundada em 2012, a SolaX Power é consolidada como uma das principais fornecedoras globais de soluções solares e de armazenamento. Sendo uma empresa de capital aberto na Bolsa de Valores de Xangai e uma das fabricantes pioneiras de inversores híbridos na Ásia, a SolaX Power caminha hoje para a sua quinta geração de inversores híbridos. Com mais de 3.000 funcionários em todo o mundo, 100 patentes globais e mais de 1.100 certificações de mercado, a empresa reforça sua posição como líder no setor. Para auxiliar na expansão dos negócios de energia solar, SolaX Power oferece capacitações gratuitas no Rio de Janeiro e São Paulo
- Elas existem e lideram: Karina Santos, a voz da regulação e da transição energética no Brasil
No Energy Women Talks, a advogada e especialista em energia Karina Santos compartilha sua trajetória no mercado de energia, os desafios da regulação, os caminhos para o futuro do Setor Elétrico Brasileiro e a força das mulheres nesse processo. Elas existem e lideram: Karina Santos, a voz da regulação e da transição energética no Brasil Por EnergyChannel – São Paulo (SP) No mais recente episódio do Energy Women Talks , série de entrevistas conduzida por Zilda Costa no EnergyChannel, a convidada da vez foi Karina Santos — advogada, mãe, pesquisadora e uma das maiores referências em regulação do setor elétrico no Brasil. Com uma trajetória que atravessa universidades renomadas como a PUC-SP , FGV , London School of Economics (LSE) e CCEE/USP , Karina construiu uma carreira sólida em um dos segmentos mais técnicos e masculinos da economia brasileira: o mercado de energia. “Eu entrei no setor por acaso” , relembra Karina. “Fui convidada ainda na faculdade para trabalhar em um escritório boutique especializado em direito da energia. Desde então, nunca mais saí.” O acaso virou missão, e a missão se transformou em especialização: ela soma mais de 10 anos de estudos e prática jurídica focada em energia , atuando com temas como riscos na comercialização, abertura do mercado livre, armazenamento de energia e, mais recentemente, o controverso curtailment — ou limitação da geração de energia por restrições operacionais. O desafio da regulação em um setor em transição Durante a entrevista, Karina trouxe à tona a complexidade crescente do Setor Elétrico Brasileiro. Segundo ela, a inserção maciça de fontes renováveis intermitentes (como solar e eólica), aliada à deficitária infraestrutura de transmissão e à cada vez mais reduzida flexibilidade sistêmica criou um cenário desafiador à operação do setor pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) e para os próprios geradores renováveis. “Curtailment não é só uma palavra técnica. É o nome de um problema real que já afeta centenas de projetos de geração renovável. E a regulação atual não trata todos os casos como passíveis de indenização. Isso tem gerado uma onda de judicializações.” Armazenamento e flexibilidade: o que falta para o futuro? Karina defende que o armazenamento e a gestão inteligente de energia e potência são peças-chave para equilibrar o futuro do setor, que será mais distribuído, mais digital e mais dinâmico. “A lógica setorial mudou. Não dá mais para pensar só em energia. Potência, flexibilidade e digitalização serão determinantes para a segurança energética”, explica. “E o futuro é, sem dúvida, distribuído . Grandes centrais não darão conta sozinhas da complexidade que estamos vendo surgir.” DSO, agregadores e novos agentes: o sistema está preparado? Um dos temas mais debatidos no episódio foi a criação do DSO (Operador de Sistemas de Distribuição), do Supridor de Última Instância (SUI) e dos agregadores , figuras ainda indefinidas na regulação brasileira, mas essenciais para o controle mais capilarizado da operação setorial e para a abertura total do mercado, respectivamente. “Precisamos definir claramente quem será o DSO, quem será o Supridor de Última Instância e os agregadores, e como eles serão remunerados. Essa nova arquitetura exige um olhar regulatório isento, baseado em sinais econômicos corretos. Sem isso, perdemos a confiança do investidor e atrasamos a modernização do sistema.” Educação contínua, maternidade e o papel das mulheres Ao longo da conversa, Zilda Costa destacou outro aspecto inspirador da trajetória de Karina: sua capacidade de conciliar uma agenda intensa de estudos e atuação profissional com a maternidade . “É uma loucura. Já pensei em desistir muitas vezes”, admite. “Mas a gente vai fazendo. Uma hora por dia, um passo de cada vez. Garra é o que não falta.” Karina também deixou um recado direto para as mulheres que atuam ou desejam atuar no setor energético: “Não é uma disputa entre homens e mulheres. Mas nós podemos ocupar muito mais espaço do que ocupamos hoje. E precisamos nos apoiar, nos fortalecer e continuar buscando conhecimento. Esse é o nosso diferencial.” Conclusão: o futuro do setor é plural A entrevista de Karina Santos é mais do que uma aula sobre os dilemas técnicos da energia. É um manifesto sobre o protagonismo feminino na construção de um setor mais justo, resiliente e inovador . O Energy Women Talks segue abrindo espaço para essas vozes transformadoras. Como disse Zilda ao final: “Elas existem. E estão liderando a transição energética do Brasil.”
- Energia que Navega: Como a Apollo Flutuantes e a Tigo Energy Estão Redefinindo o Futuro da Geração Solar no Brasil
Por EnergyChannel – Direto de São Paulo A transição energética brasileira ganha novas formas – e agora, literalmente, também ganha flutuabilidade. Em uma conversa reveladora no estúdio do EnergyChannel, Teixeira, CEO da Apollo Flutuantes, e André Gellers, Country Manager da Tigo Energy no Brasil, detalharam um dos projetos mais inovadores do setor solar: o uso de estruturas flutuantes inteligentes para geração de energia sobre espelhos d’água, com tecnologia de ponta para segurança e eficiência. Energia que Navega: Como a Apollo Flutuantes e a Tigo Energy Estão Redefinindo o Futuro da Geração Solar no Brasil Do Lago à Amazônia: Energia que Transforma Comunidades O ponto alto da conversa foi o novo barco 100% solar desenvolvido pela Apollo Flutuantes, capaz de operar o dia inteiro apenas com energia do sol – e ainda navegar à noite, graças ao sistema de baterias. Inicialmente criado para apoiar instalações e manutenções de usinas flutuantes, o modelo passou a despertar o interesse de outros setores: saúde, turismo e, especialmente, inclusão energética. Teixeira revelou que o projeto está sendo adaptado para se tornar a primeira Unidade Básica de Saúde flutuante movida a energia solar na Amazônia. E não para por aí: o barco também pode gerar 5 kW trifásico, suficiente para eletrificar comunidades ribeirinhas, viabilizando desde refrigeração de alimentos até o beneficiamento de produtos extrativistas como açaí e pescado. Um salto real em desenvolvimento sustentável. "Energia é tudo. Sem ela, não existe progresso, não há saúde, não há dignidade. Esse barco é uma miniusina solar que navega", defendeu Teixeira. Tigo Energy: Inteligência, Segurança e Eficiência no Coração das Usinas Parceira da Apollo no desenvolvimento das usinas solares flutuantes, a Tigo Energy traz mais do que tecnologia. Ela entrega inteligência operacional, proteção ativa contra incêndios e otimização da produção. Integrados nos painéis solares, os otimizadores da Tigo oferecem monitoramento individualizado, com 5.400 pontos de medição por ilha fotovoltaica. Isso permite detecção precisa de falhas, identificação de hotspots e atuação automática em casos críticos. Se um módulo superaquecer, o sistema dispara shutdown remoto em milissegundos, isolando o problema sem comprometer o restante da geração. "É uma proteção em tempo real. E mais: essa inteligência reduz o custo do seguro da usina e melhora o retorno do investimento," explica André Gellers. Outro diferencial é a otimização da performance dos módulos, especialmente em usinas com painéis bifaciais de 700 W. Com a tecnologia da Tigo, o sistema ajusta automaticamente tensões e correntes para extrair o máximo de cada painel – mesmo em strings com módulos de diferentes potências, evitando o "efeito dominó" do menor limitar o desempenho dos demais. Inovação de Ponta com Foco em Resultados A Apollo adotou uma estratégia batizada de "instale e esqueça" : criar usinas robustas, seguras e com operação autônoma por 30 anos. Essa visão orienta cada decisão, desde a escolha de fornecedores até o desenvolvimento dos barcos solares e novas estruturas com fibra de vidro para solo e água. "Nós usamos os melhores componentes do mercado. Porque se der problema, o cliente vai lembrar da gente todo dia. Se não der, ele esquece. E é exatamente isso que queremos: que funcione sem dor de cabeça por décadas," resume Teixeira. Aplicações Reais e Escaláveis: do Agro à Intersolar O encontro também destacou o papel das usinas solares flutuantes no agronegócio. A tecnologia reduz evaporação em reservatórios, aumenta a produtividade e substitui o uso de diesel em sistemas de irrigação, proporcionando uma queda significativa no custo do kWh. Na Bahia, por exemplo, está sendo construída uma usina flutuante de 50 MW sobre um reservatório de 1 km de diâmetro. É um dos maiores projetos do tipo no país. E vem mais por aí: Teixeira e André convidaram o público para conferir de perto essas soluções durante a Intersolar South America 2025 , onde as empresas estarão presentes com estande e novidades técnicas. Conclusão: O futuro da energia solar no Brasil passa por soluções flutuantes e inteligentes. A união entre engenharia aplicada e impacto social, como mostra essa parceria entre Apollo e Tigo, representa mais do que geração de energia: é sobre gerar desenvolvimento sustentável. 📌 Acompanhe essa e outras inovações no setor de energia no energychannel.co Energia que Navega: Como a Apollo Flutuantes e a Tigo Energy Estão Redefinindo o Futuro da Geração Solar no Brasil
- Senado Federal votará Projeto de Lei que cria o Programa Nacional do Metano Zero
O PL visa estabelecer um marco regulatório para integrar as políticas de gestão de resíduos da agropecuária, industriais e urbanos, com a produção de energia limpa e renovável; O texto do Projeto de Lei, que contou com a contribuição da Associação Brasileira de Energia de Resíduos (ABREN), tem como objetivo reduzir a emissão de metano no Brasil. Senado Federal votará Projeto de Lei que cria o Programa Nacional do Metano Zero Brasília, 11 de julho de 2025 – O Senado Federal deverá apreciar, nos próximos dias, o Projeto de Lei (PL) número 3.311/25, que trata sobre a criação do Programa Nacional do Metano Zero (MetanoZero) . O texto do PL, que contou com a contribuição da Associação Brasileira de Energia de Resíduos (ABREN), estabelece um marco regulatório que tem como objetivo integrar as políticas de gestão de resíduos da agropecuária, industriais e urbanos, com a produção de energia limpa e renovável, e a consequente redução da emissão de metano. O Projeto de Lei propõe a implementação de usinas de biodigestão anaeróbia de resíduos da agropecuária, industriais e urbanos, por meio de coleta seletiva na fonte, além do coprocessamento do combustível derivado de resíduos (CDR) e da recuperação energética de resíduos sólidos não recicláveis, que seriam destinados a lixões e aterros sanitários, em todo o território nacional. A destinação proposta, além de ser ambientalmente mais adequada, não prejudica a saúde pública, diferentemente do que ocorre atualmente. Segundo Yuri Schmitke, presidente executivo da ABREN, “ o Projeto de Lei será um marco para o Brasil. O PL cria e regulamenta um sistema nacional que promove a conversão de resíduos em fontes viáveis de energia renovável, por meio de processos tecnológicos que cumprem rigorosamente os requisitos ambientais e de saúde pública, visando especialmente a minimização da emissão do metano ”. O Ministério de Minas e Energia , o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima , o Ministério das Cidades , o Ministério da Agricultura e Pecuária e o Ministério da Fazenda serão os órgãos responsáveis por estabelecer metas conjuntas para descarbonização das emissões de metano, com revisão a cada quatro anos. Isso ocorrerá, conforme previsto no PL, por meio de vínculo com a contratação de energia elétrica anual através da biodigestão anaeróbia, do coprocessamento e da recuperação energética. Além disso, as metas do Plano Nacional de Mitigação das Emissões de Metano deverão estar de acordo com as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), decorrentes do Acordo de Paris e demais declarações assinadas pelo Brasil no âmbito das mudanças climáticas e metas definidas no Plano Clima, entre outras. Outro ponto importante refere-se aos estímulos previstos. Conforme o texto, a União será a responsável por adotar as ações de estímulo à geração de energia por meio de resíduos, mediante a cooperação com Municípios para a estruturação de consórcios públicos ou blocos regionais que contemplem usinas de biodigestão anaeróbia, de coprocessamento de CDR e de recuperação energética de resíduos sólidos. “ Nós vivemos uma urgência climática sem precedentes e precisamos do apoio do Congresso Nacional para que este Projeto de Lei seja apreciado em regime de urgência. Recentemente outros PLs relacionados à questão ambiental, como o Combustível do Futuro, o marco legal do hidrogênio verde e a legislação referente às eólicas offshore foram votados com base na urgência desse tema. Esperamos que o Senado mantenha essa avaliação e vote o Programa Nacional do Metano Zero o quanto antes ”, explica Schmitke. Certificação de Origem Metano Zero O Projeto de Lei cria, ainda, a Certificação de Origem Metano Zero , que tem como objetivo reconhecer e verificar a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio das atividades de biodigestão anaeróbia de resíduos da agropecuária, industriais e urbanos, de coprocessamento de CDR e de recuperação energética de resíduos sólidos urbanos (UREs) para geração de energia renovável, conforme regulamento a ser editado. As certificações serão emitidas pelo Órgão Certificador Autorizado , após a verificação dos dados de redução de emissões de gases de efeito estufa na geração de energia renovável fornecidos pela usina de biodigestão, coprocessamento ou UREs. A certificação terá validade de cinco anos, devendo ser renovada mediante nova verificação dos dados. Além disso, os Certificados de Origem Metano Zero serão registrados em um sistema eletrônico administrado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, garantindo a rastreabilidade e a transparência. A certificação também poderá ser utilizada para a comercialização de créditos de carbono, no âmbito do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE). Comitê Interministerial do Programa Nacional do Metano Zero – CIPEM O PL prevê também a instituição, por meio do Poder Executivo, do Comitê Interministerial do Programa Nacional do Metano Zero (CIPEM) , de caráter permanente, com a finalidade de estabelecer diretrizes, articular e coordenar a implementação das ações e políticas públicas do País relativas à biodigestão anaeróbia, coprocessamento de CDR e a recuperação energética de resíduos sólidos. O CIPEM terá entre suas atribuições a promoção do diálogo com o Congresso Nacional, Governos Estaduais, Municípios, Tribunais de Contas, Ministério Público Federal e Estadual, a sociedade, o setor empresarial e o setor científico-acadêmico, nos termos de sua competência. O Comitê será responsável, ainda, pelo estabelecimento de metas para a estruturação de concessões municipais, desenvolvimento de projetos, editais, normas e regulamentos, entre outras atividades relacionadas à biodigestão anaeróbia, ao coprocessamento de CDR e à recuperação energética de resíduos sólidos no Brasil. “ O Brasil é o quinto maior emissor de metano do mundo, representando 5,5% das emissões globais, com um impressionante aumento de 53% entre 1990 e 2020. O setor de Agricultura lidera as emissões de metano no Brasil, com 71,8% do total, enquanto o setor de resíduos está em segundo lugar, com 15,8% do total. Se nada for feito para mudar esse cenário, o meio ambiente e a saúde pública serão cada vez mais afetados ”, explica Schmitke. “ A criação do MetanoZero representa um avanço significativo para a economia circular e a sustentabilidade no Brasil, alinhando-se às melhores práticas internacionais e promovendo uma transição energética que reduz impactos ambientais, fortalece a segurança energética e gera benefícios sociais e econômicos ”, conclui o presidente da ABREN. Sobre a ABREN: A Associação Brasileira de Energia de Resíduos (ABREN) é uma entidade nacional, sem fins lucrativos, que tem como missão promover a interlocução entre a iniciativa privada e as instituições públicas, nas esferas nacional e internacional, e em todos os níveis governamentais. A ABREN representa empresas, consultores e fabricantes de equipamentos de recuperação energética, reciclagem e logística reversa de resíduos sólidos, com o objetivo de promover estudos, pesquisas, eventos e buscar por soluções legais e regulatórias para o desenvolvimento de uma indústria sustentável e integrada de tratamento de resíduos sólidos no Brasil. A ABREN integra o Global Waste to Energy Research and Technology Council (Global WtERT), instituição de tecnologia e pesquisa proeminente que atua em diversos países, com sede na cidade de Nova York, Estados Unidos, tendo por objetivo promover as melhores práticas de gestão de resíduos por meio da recuperação energética e da reciclagem. O Presidente Executivo da ABREN, Yuri Schmitke, é o atual Vice-Presidente LATAM do Global WtERT e Presidente do WtERT – Brasil. Conheça mais detalhes sobre a ABREN acessando o site , Linkedin , Facebook , Instagram e YouTube da associação. Senado Federal votará Projeto de Lei que cria o Programa Nacional do Metano Zero












